COMO OS ARQUÉTIPOS DESCRITOS POR JUNG EXPLICAM A PERSONALIDADE HUMANA

 

Os arquétipos, segundo Carl Gustav Jung

Os arquétipos, segundo Carl Gustav Jung: Os primeiros psicanalistas buscavam retratar os mecanismos pelos quais o inconsciente afeta a nossa maneira de pensar e agir. Estas explicações tentavam elucidar a natureza de certos transtornos mentais.
O conceito de arquétipos, do jeito que conhecemos hoje, surgiu em 1919 com o suíço Carl Gustav Jung, discípulo de Freud.

Carl Gustav Jung aprofundou suas pesquisas até chegar à conclusão de que os fenômenos que ocorreram com nossos antepassados, a um nível coletivo e em diferentes culturas e sociedades, moldam a nossa maneira de ser. Ele fez isso através de um conceito chamado “arquétipo”.

Os arquétipos são conjuntos de “imagens primordiais” originadas de uma repetição progressiva de uma mesma experiência durante muitas gerações, armazenadas no inconsciente coletivo.

Como surgiu a ideia do arquétipo?

A partir da teoria de Carl Jung, entende-se “inconsciente” como uma composição de aspectos individuais e coletivos. Esta parte secreta da nossa mente é, por assim dizer, um componente herdado culturalmente, uma matriz mental que dá forma à nossa maneira de perceber e interpretar os acontecimentos e as experiências.
Os arquétipos são formas dadas a algumas experiências e memórias de nossos antepassados, segundo Jung. Isso significa que nós não nos desenvolvemos de forma isolada do resto da sociedade, sem que o contexto cultural e histórico nos influencie intimamente, transmitindo padrões de pensamento e de experimentação da realidade.

No entanto, se nos concentrarmos na perspectiva individual, os arquétipos passam a ser padrões emocionais e comportamentais que moldam nossa maneira de processar sensações, imagens e percepções como um todo, passando a ser um ”sentido”. Os arquétipos se acumulam no fundo do nosso inconsciente coletivo formando um molde que, de alguma maneira, dá sentido ao que acontece conosco, segundo Jung.
Os símbolos e mitos que parecem estar em todas as culturas conhecidas são sinais de que todas as sociedades humanas pensam e agem a partir de uma base cognitiva e emocional que independe das experiências individuais de cada pessoa nem de suas diferenças, mas vêm com elas desde o nascimento. Assim, a própria existência dos arquétipos seria uma evidência de que existe um inconsciente coletivo que atua sobre os indivíduos, enquanto parte do inconsciente, que é pessoal.

Como os arquétipos se expressam?

Os arquétipos junguianos são padrões de imagens e símbolos recorrentes que aparecem em diferentes formas em todas as culturas, e que apresentam uma tendência herdada de geração em geração. Um arquétipo é uma peça que molda uma parte deste inconsciente coletivo e é parcialmente herdado.
Jung disse que estas imagens são universais e que podem ser reconhecidas nas manifestações culturais de diferentes sociedades, seja na fala, no comportamento das pessoas ou nos seus sonhos, porque a cultura afeta tudo o que fazemos, mesmo que não percebamos.
Os arquétipos junguianos são usados por alguns terapeutas para detectar algum conflito interno entre a parte inconsciente e a parte consciente da mente.

Existem tipos de arquétipos?

Sim. Existe, por exemplo, eventos arquetípicos como o nascimento ou a morte; temas arquetípicos como a criação ou a vingança; e figuras arquetípicas como o velho sábio, a virgem, etc.

Exemplos de arquétipos

Alguns dos principais arquétipos estão listados abaixo:

1. Animus e Anima

O Animus é o lado masculino da personalidade feminina, e a Anima é o arquétipo do lado feminino na mente do homem. Ambos estão relacionados com idéias que se associam aos papéis de gênero.

2. A Mãe

Para Jung, o arquétipo da mãe nos permite detectar comportamentos e imagens relacionados com a maternidade tal e como já experimentaram nossos antepassados.

3. O Pai

O arquétipo do Pai representa para Jung uma figura de autoridade que fornece orientação sobre como viver a vida com base no seu exemplo.

4. A Pessoa

O arquétipo da pessoa representa um aspecto de nós mesmos que queremos compartilhar com os outros, ou seja, nossa imagem pública.

5. A Sombra

Ao contrário do que acontece com a pessoa, a sombra representa tudo aquilo que queremos que permaneça em segredo, porque é moralmente errado ou muito íntimo.

6. O Herói

O herói é uma figura de poder que se caracteriza por lutar contra a Sombra, ou seja, que mantém tudo o que não deve invadir a esfera social, de modo que o conjunto não seja prejudicado. O herói é ignorante porque sua determinação o leva a não refletir continuamente sobre a natureza do que combate.

7. O Sábio

O seu papel é revelar o herói do inconsciente coletivo. De alguma forma, o arquétipo que recebe o nome de O Sábio lança luz sobre o caminho do Herói.

8. O Trapaceiro

O arquétipo do trapaceiro, ou do malandro, é o que introduz as piadas e a violação das normas pré-estabelecidas, para mostrar até que ponto as leis que explicam o mundo são vulneráveis. Define armadilhas e paradoxos no caminho do Herói.

Fonte:https://psiconlinews.com/2016/12/os-arquetipos-segundo-carl-gustav-jung.html

Como os arquétipos de Jung explicam a personalidade humana?


Arquétipos são um conceito da psicanálise, descritos por Carl Jung - um dos maiores psicanalistas da história. Segundo Jung, os arquétipos seriam padrões de personalidade inatos do ser humano, e que por estarem presentes no inconsciente de todos, podem ser vistos nas mais diversas culturas, mitos e religiões em todo o mundo.

Por exemplo, o ideal de uma mãe cuidadora e amável, ou a imagem do herói, são alguns dos padrões que vimos nas mais diversas sociedades e nas histórias criadas por ela.

De acordo com Jung, esses padrões de comportamento seriam um elo que unem todos os humanos, sendo os responsáveis por moldar nossas personalidades. Mas de onde vem esses arquétipos e como eles interferem em nossas vidas?

Inconsciente coletivo: o lar dos arquétipos

Segundo a psicanálise, a psique humana é dividida em inconsciente e consciente. Jung, por sua vez, propôs que o inconsciente existe em duas camadas.

A primeira seria o inconsciente pessoal, que contém as informações esquecidas ou memórias reprimidas, já a segunda seria o inconsciente coletivo. Este seria compartilhado com todos os membros da espécie humana, e conteria as memórias de nossos ancestrais.

Segundo Jung, o ser humano não nasce raso, mas sim provido de memórias e características inatas, que são resultado do nosso processo de evolução. Estas memórias seriam predisposições universais, que estão presentes em todos os seres humanos e derivam do nosso passado ancestral, como o medo do escuro ou de certos animais.

E em nosso inconsciente coletivo também ficariam registrados modelos de personalidade e comportamento, chamados de arquétipos.

Esse termo vem do grego archein (original) e typos (padrão, modelo), ou seja, arquétipo significa “modelo original”.

O que são arquétipos e quais são os principais?

arquétipo grande mãe
O arquétipo da Grande Mãe pode ser visto em Maria

Em seu livro Na natureza da psique, de 1960, Jung define os arquétipos como as imagens e padrões de comportamento que têm significados universais e se repetem nos humanos desde os nossos primeiros antepassados.

Por isso eles são vistos e reproduzidos em sonhos, nas mitologias, histórias, e atualmente em propagandas e filmes.

Esses arquétipos são tendências inatas que vivem em nosso inconsciente, e são passados biologicamente de geração em geração. Eles simbolizam e impulsionam os desejos e objetivos dos homens, e todos têm características e personalidades próprias.

Todos temos potencialidades para despertar incontáveis arquétipos, mas para isso precisamos passar por situações ou experiências relacionados a eles. E apesar deles seguirem uma mesma base em todos, o nosso consciente pode influenciar o modo como os expressamos.

Jung identificou um grande número de arquétipos, e diz que sua quantidade pode ser infinita. Porém alguns deles se desenvolveram mais, a ponto de serem categorizados, como é o caso dos seguintes arquétipos:

Persona

A persona é a face que apresentamos ao mundo, abrangendo os aspectos da nossa personalidade que mostramos publicamente.

Ela obedece exigências sociais para que possamos nos encaixar melhor na sociedade, e por isso não revela quem nós realmente somos.

Sombra

São as partes de nossa personalidade que nos recusamos a reconhecer, que tentamos esconder dos outros e até de nós mesmos.

Pode ser considerada como o lado animal de nossa personalidade, mas para Jung, é necessário reconhecer nossas sombras para sermos inteiros.

Anima e Animus

A Anima e o Animus são a imagem espelhada do nosso sexo biológico.

Devido aos séculos de convivência, cada sexo manifesta determinadas atitudes e comportamentos do outro. Assim, a psique do homem contém aspectos femininos, que seria o arquétipo da anima e representa o lado emocional.

Enquanto isso, a mulher contém aspectos masculinos - o arquétipo do Animus, que representa o lado racional e é resultado das experiências de todas as mulheres com seus pais, parceiros e filhos ao longo da história.

Algumas pessoas podem ter a Anima ou Animus muito desenvolvido, e não conseguem aceitar isso muito bem. Por exemplo, para muitos homens, é ainda mais difícil reconhecer sua Anima do que sua Sombra.

Grande Mãe

Esse arquétipo abarca os aspectos positivos e negativos da figura materna. Ela representa a fertilidade e o poder da vida, mas também pode ser destrutiva e controladora.

O arquétipo da Grande Mãe é visto em praticamente todas as culturas, lendas e histórias, que mostram essa figura como sendo capaz de criar e destruir.

Herói

Esse arquétipo é muito comum em mitologias, e nos comovemos com suas histórias pois elas conversam com essa imagem que há em nós.

O herói quase sempre aparece em uma saga, podendo vencer em seus objetivos ou sendo subjugado.

Velho Sábio

O Velho Sábio é o arquétipo que representa a sabedoria, o significado sobre os mistérios da vida. Esse arquétipo nos faz buscar conhecimento, e também nos leva a procurar por líderes.

Self (eu)

O Self é a nossa tendência de buscar o autoconhecimento, a perfeição e o equilíbrio.

Ele proporciona nosso senso de unidade, ligando todos nossos arquétipos, o consciente e inconsciente, e nos leva em busca do nosso objetivo final, que seria alcançar um estado de autorrealização. Jung chama esse processo de Individuação.

A relação dos arquétipos na sociedade

Em quase todas as culturas, vemos mitos e histórias sobre uma grande mãe bondosa, velhos sábios e heróis. Essas imagens arquetípicas nos inspiram e conversam com os modelos de comportamento que existem dentro de nós, movendo nossos desejos e objetivos.

Apesar de podermos nos identificar mais com alguns, podemos tomar atitudes que são guiados por outros arquétipos, dependendo da situação que estamos passando.

Porém, a sociedade que vivemos também pode influenciar em como lidamos com esses arquétipos, ou desenvolver complexos em nós.

Para Jung, um dos problemas da vida moderna é a alienação do homem sobre sua base instintiva. Como exemplo, podemos citar nossa relação com os arquétipos da Anima e do Animus.

Jung defende que todos temos os dois sexos em nossa psique. Porém, nossa sociedade moderna desencoraja os homens a viverem seu lado feminino, assim como as mulheres a expressarem suas tendências masculinas. Como resultado, o desenvolvimento psicológicos de ambos acaba sendo prejudicado.

Isso, junto com uma cultura patriarcal presente em nossa sociedade, levou a uma desvalorização das qualidades femininas.

Outro problema é uma hipervalorização da Persona, fazendo com que as pessoas vivam de acordo com o que lhes é esperado na sociedade.

Os 12 arquétipos da mídia

As autoras Margaret Mark e Carol S. Pearson investigaram os arquétipos de Jung e estabeleceram 12 grupos comportamentais e suas características.

Em 2001, elas os descreveram no livro “O Herói e o Fora da Lei”, que passou a ser muito utilizado por marcas e na mídia em geral.

Cada um dos arquétipos consegue despertar reações em nós, seja por identificação ou por complexos, e por isso o estudo foi muito utilizado no marketing e na publicidade.

Veja então os 12 arquétipos definidos em “O Herói e o Fora da Lei”, suas características e como cada um deles pode agir sobre você.

1. O Inocente

arquétipo inocente

As pessoas que se identificam com o arquétipo do inocente costumam ser sonhadoras, positivas e esperançosas. Esse arquétipo nos faz ver o mundo de uma forma melhor, mas pode nos deixar agir de forma ingênua.

O maior objetivo do Inocente é ser feliz.

2. O Cara Comum ou Órfão

arquétipo cara comum

As pessoas que são mais influenciadas pelo arquétipo do Cara Comum tem facilidade em lidar com grupos de pessoas. Eles costumam ser confiáveis e realistas, porém podem acabar se tornando negativas demais em algumas situações.

O maior impulso desse arquétipo é o sentimento de pertencimento, de se encaixar em algum lugar.

3. O Explorador

Arquétipo explorador

O maior objetivo do Explorador é experimentar coisas novas, aproveitar a vida. Esse arquétipo irá te mover para fora da sua zona de conforto, te levando a conhecer e aprender.

Porém as pessoas que se identificam mais com ele podem acabar tendo dificuldades de se estabelecer em um relacionamento ou em um emprego por muito tempo.

4. O Cuidador

Arquétipo cuidador

Aqueles que se identificam com esse arquétipo costumam ser empáticos e cheios de compaixão pelo outro. Seu maior objetivo é ajudar os outros.

Mas eles também devem prestar atenção em si próprios, e não deixar que os outros explorem esse sentimento de cuidado.

5. O Herói

Arquétipo Herói

O arquétipo do herói é movido pelo impulso de justiça e igualdade. Por isso, pessoas que se identificam mais com ele estão sempre prontos para ajudar, e podem sentir que tem um destino a seguir.

Porém, essas pessoas podem ter medo de ser percebidos como fracos, e não saber lidar com derrotas.

6. O Rebelde

Arquétipo Rebelde

O rebelde é movido pelo impulso de mudar as coisas, de alterar a ordem e fazer a diferença. No entanto, as pessoas que se identificam com esse arquétipo podem abandonar tradições que funcionem apenas porque têm o desejo de mudar algo.

Essas pessoas também costumam ser carismáticas, convencendo outros a segui-las.

7. O Criador

Arquétipo Criador

Esse é o arquétipo que motiva as pessoas a criarem. Ele tem por objetivo trazer algo novo à existência, e seus talentos envolvem criatividade e imaginação.

Porém, pessoas guiadas por esse arquétipo podem ter bloqueios criativos por não acharem que conseguem criar algo bom o suficiente.

8. O Governante

Arquétipo Governante

As pessoas que se identificam com o arquétipo do governante gostam de estar no controle. Eles costumam ter uma visão clara do que pode funcionar ou não em cada situação, e estarão mais preparados para liderar grupos.

Porém, essas pessoas também podem se sentir frustradas quando os outros não compartilham da sua mesma visão.

9. O Amante

Arquétipo Amante

As pessoas que se identificam com o arquétipo do amante buscam harmonia em tudo que fazem, principalmente em suas relações. Mas por isso, elas podem achar difícil lidar com conflitos e defender suas próprias ideias, correndo o risco de perder sua identidade .

10. O Sábio

Arquétipo Sábio

As pessoas que se identificam com o arquétipo do sábio valorizam as ideias acima de tudo. Eles costumam ter facilidade em compreender e repassar conhecimentos.

Porém, eles podem se sentir frustrados por não saberem o tanto que gostariam, ou serem incapazes de tirar suas ideias do papel.

11. O Mago

Arquétipo Mago

As pessoas guiadas pelo arquétipo do mago costumam ter uma forte crença em suas ideias, e desejam compartilhá-las com os outros.

Eles conseguem perceber o mundo de um modo diferente, e podem trazer ideias inovadoras para o mundo. Porém, eles devem tomar cuidado para não se tornarem manipuladores ou egoístas.

12. O Tolo

Arquétipo Tolo

O arquétipo do Tolo tem por impulso fazer os outros felizes. Eles podem usar seu humor para mudar a percepção das pessoas, mas também podem usá-lo para mascarar sua própria dor.

A importancia dos arquétipos

Entender os padrões de personalidade do ser humano nos ajuda a compreender também nossas próprias motivações, nossas forças e fraquezas.

O conhecimento sobre arquétipos nos ajuda no processo de autoconhecimento, além de nos permitir entender as motivações dos outros e porque se comportam de determinada maneira.

Fonte:https://www.hipercultura.com/arquetipos-jung-personalidade/


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