"UMA ESTRELA POP BRASILEIRA PODE QUEBRAR O MERCADO DOS EUA? - ANITA É DESTAQUE NO "THE NEW YORK TIMES"

  

Anitta (Foto: Reprodução/ @igoormelo)

Anitta (Foto: Reprodução/ @igoormelo)

Anitta é destaque no "The New York Times" em entrevista sobre carreira internacional

"Uma estrela pop brasileira pode quebrar o mercado dos EUA?", questiona a entrevista de Anitta sobre carreira internacional ao "The New York Times"

"Uma estrela pop brasileira pode quebrar o mercado dos EUA? Anitta diz que sim". 

É assim que começa a entrevista concedida por Anitta para o jornal diário estadunidense "The New York Times", que faz uma análise sobre a carreira internacional da cantora brasileira. 

Abaixo confira alguns trechos da matéria onde ela comemora a fama, o respeito de alguns dos mais elogiados artistas musicais e seus próximos projetos

“Sou uma pessoa pessimista”, disse Anitta em entrevista recente, falando em português. Isso é em parte porque as probabilidades nunca foram estritamente a seu favor. “Ao crescer, meu pai dizia: 'Somos pobres, você não pode estudar artes'”, disse ela. “Ele achou que eu precisaria de um plano B.”

"Desde que lançou seu primeiro álbum aos 20 anos, Anitta se tornou uma das maiores estrelas pop do Brasil. Na última década, ela lançou quatro álbuns de estúdio, se apresentou na cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016 e acumulou inúmeras indicações ao Grammy Latino. Anitta começou a cantar nas favelas do Rio de Janeiro, e o sucesso eventualmente a seguiu para o resto da América do Sul, onde uma série de sucessos em espanhol com estrelas como J Balvin e Maluma cimentou seu status como uma das melhores artistas da região.

O mercado dos Estados Unidos parece a fronteira final. Este mês, Anitta se apresentará nos dois finais de semana do festival Coachella. Em 12 de abril, seu novo álbum trilíngue “Versions of Me” – seu primeiro desde que assinou com a Warner Records em 2021 e seu primeiro LP internacional – chega. Uma artista pop solo feminina do Brasil nunca se tornou uma estrela na América do Norte, mas a equipe e a gravadora de Anitta têm a intenção de fazer isso acontecer – e isso mostra. Apresentando faixas produzidas por hitmakers estabelecidos, incluindo Ryan Tedder, Stargate e Andrés Torres e Mauricio Rengifo (que produziu “Despacito”), os ganchos elegantes do álbum, melodias tensas e produção brilhante sinalizam uma clara tentativa de quebrá-la na América.

Falando via chat de vídeo de sua casa em Miami no final de fevereiro, Anitta estava de cara nua no sofá, vestida com uma camiseta laranja da Versace. Ela parecia cansada, mas sua postura era impecável. “Voltei ontem do Rio e estava exausto. Eu trabalhava domingo, segunda, terça, quarta, quinta sem descanso”, disse ela, acariciando seu sonolento galgo italiano, Plínio. (Ele também tinha uma ótima postura.)

Nascida Larissa Machado no bairro operário de Honório Gurgel, no Rio de Janeiro, Anitta, 29, ganhou fama depois de postar um vídeo de si mesma cantando em uma lata de desodorante. Seu nome artístico, uma homenagem a um personagem que ela admirava há muito tempo de um antigo programa de TV brasileiro, “Presença de Anita”, veio depois. Na série, ela explicou, Anita dizia que queria acordar uma pessoa diferente a cada dia: “Ela podia ser romântica, sensual, inteligente e louca ao mesmo tempo”. Anitta também gosta de brincar com essa ideia.

“As pessoas sempre quiseram definir as mulheres: ela é do tipo que se casa? Ela é do tipo que gosta de sair?” ela adicionou. “Mas eu posso ser as duas coisas, certo?”

Anitta fez seu nome se apresentando em festas nas favelas do Rio. O funk carioca, ou baile funk, ritmo vibrante que surgiu nos bairros predominantemente negros do Rio de Janeiro na década de 1980, é a trilha sonora preferida desses encontros, onde as aparelhagens costumam tocar o tamborzão característico do gênero. “Comecei a incomodar todo mundo e perguntar se podia cantar em seus eventos, os proibidões”, disse Anitta.

Proibida é português para proibido. No início dos anos 2000, a polícia – que considerava esses bailes (festas dançantes) terreno fértil para a violência das gangues – começou a varrer violentamente os eventos nas favelas do Rio sob o pretexto de segurança pública. Enquanto o gênero agora toca em alguns dos bairros mais ricos do país e em clubes populares com multidões artísticas em Londres e Berlim, seus criadores, especialmente aqueles que ainda não alcançaram a fama, ainda são marginalizados.

No auge do pânico moral em torno do baile funk, nem estrelas como Anitta saíram ilesas. Quando ela se apresentou na cerimônia de abertura olímpica em 2016 ao lado dos ícones nacionais Caetano Veloso e Gilberto Gil, os críticos se revoltaram contra sua inclusão no evento, descartando-a como “favelada”.

“O preconceito dói”, disse Anitta. “Mas o que artistas como Caetano, Marisa Monte, Djavan e Bethânia sempre me disseram é que eles eram a Anitta do seu tempo”, disse ela, referindo-se a Maria Bethânia e outras estrelas brasileiras que, em sua maioria, têm mais de 70 anos (Monte, a caçula da o grupo, está em seus 50 anos). “Todo mundo disse que eles eram vagabundos e agora são ícones.”

Veloso, um dos cantores e compositores mais reverenciados do país que já colaborou com a cantora no passado, a elogiou em um e-mail. “Anitta é tão competente, sincera, direta e simpática”, escreveu. “Ela capturou o zeitgeist de uma maneira tão impressionante.”

Em meados dos anos 2000, MIA e Diplo começaram a exportar o funk carioca para fora do Brasil através de músicas como “Baile Funk One” e um documentário, “Favela on Blast”, mas o gênero nunca chegou às paradas pop. Anitta ainda acredita que tem potencial para se tornar global. E enquanto seu novo álbum experimenta uma variedade de estilos – o electro-pop inspirado em Gaga de “Boys Don't Cry”, o reggaeton jovial de “Gata” – “Versions of Me” nunca rompe completamente os laços com suas raízes.

Ainda assim, ela sabe que o sucesso muitas vezes leva tempo. “As principais coisas são paciência e persistência”, disse ela. “Temos que fazer isso passo a passo.”

Ryan Tedder, o vocalista da banda One Republic que escreveu hits para Beyoncé e Taylor Swift, concordou em produzir o projeto de Anitta na metade de sua primeira sessão de estúdio. “Ela é facilmente a pessoa mais trabalhadora com quem já trabalhei”, disse ele por telefone. “Ela não tem um botão de desligar.”

Tom Corson, co-presidente e diretor de operações da Warner Records, concordou: “Anitta tem o que é preciso para ser uma superestrela global”. O plano? “Obviamente, queremos discos de sucesso”, disse Corson. “E gostaríamos de vê-la como uma força única nos EUA e no mercado global, alternando entre idiomas.” A comparação óbvia é Shakira.

Enquanto “Versions of Me” é, acima de tudo, um projeto internacional, Tedder e Anitta estavam convencidos de que os ritmos brasileiros deveriam fazer parte dele. “Eu não queria privar sua base de fãs brasileira do que ela já construiu”, disse ele.

Para “Faking Love” – uma faixa inspirada no baile funk com a rapper americana Saweetie – Anitta e Tedder levaram os produtores brasileiros Tropkillaz para Los Angeles. 

Fonte:https://vogue.globo.com/celebridade/noticia/2022/04/anitta-e-destaque-no-new-york-times-em-entrevista-sobre-carreira-internacional.html?123




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