NASA REGISTRA AS PRIMEIRAS IMAGENS DE VÊNUS EM LUZ VISÍVEL, E MISSÕES IRMÃS ANALISAM A ATMOSFERA DO PLANETA ATÉ 2030
Como as regiões de maior altitude são mais frias do que as áreas mais baixas é possível ver diferentes características na superfície venusiana de acordo com o brilho do regsitro (Foto: NASA, divulgação)
Como as regiões de maior altitude são mais frias do que as áreas mais baixas é possível ver diferentes características na superfície venusiana de acordo com o brilho do regsitro (Foto: NASA, divulgação)
NASA registra as primeiras imagens de Vênus em luz visível
Descoberta deve ajudar a entender o que tornou o planeta tido como “gêmeo da Terra” inabitável
Conhecido por suas semelhanças com o planeta Terra, Vênus é hoje inabitável, dada as temperaturas extremas e a existência de adversidades como nuvens tóxicas, mas pesquisadores desconfiam que nem sempre foi assim e defendem que informações como as captadas pela missão podem ajudar na busca para entender por que Vênus se tornou inóspito e a Terra se tornou um oásis.
Envolta em nuvens espessas, a superfície de Vênus é geralmente encoberta. Mas, em dois sobrevoos recentes do planeta, a sonda Parker usou seu Wide-Field Imager, ou WISPR, para visualizar todo o lado noturno em comprimentos de onda do espectro visível, ou seja, do tipo de luz que o olho humano pode ver.
As imagens, combinadas em um vídeo, revelam um leve brilho da superfície que mostra em diferentes tonalidades, características distintas do planeta, como a localização de regiões continentais, planícies e planaltos. Como as regiões de maior altitude são mais frias do que as áreas mais baixas, elas aparecem como manchas escuras em meio às planícies mais brilhantes. Assim, é possível ver diferentes características na superfície venusiana, como a região continental Aphrodite Terra, o planalto Tellus Regio e as planícies Aino Planitia. Também foi identificado um halo luminescente de oxigênio, que pode ser visto ao redor do planeta.
Missão Parker
A missão Parker Solar Probe tem como principal objetivo investigar o vento solar, mas desde 2020, durante seu terceiro sobrevoo, os pesquisadores aproveitam a órbita seguida pela sonda para registrar algumas imagens extras de Vênus. A ideia era usar o WISPR para visualizar os topos das nuvens que cobrem o planeta e colher informações para medir sua velocidade.
Ao invés de registrar apenas as nuvens, o WISPR surpreendeu e também viu a superfície do planeta. As imagens foram tão impressionantes que os cientistas ligaram as câmeras novamente durante a quarta passagem da sonda, em fevereiro de 2021. Durante esse sobrevoo, a órbita da espaçonave se alinhou perfeitamente para que o WISPR fotografasse o lado noturno de Vênus na íntegra.
O brilho de Vênus
“A superfície de Vênus, mesmo no lado noturno, tem temperaturas em torno de 860oC. É tão quente que a superfície rochosa de Vênus se torna visivelmente brilhante, como um pedaço de ferro retirado de uma forja", explicou Brian Wood, principal autor do novo estudo e físico do Laboratório de Pesquisa Naval, em comunicado publicado pela NASA.
Mesmo sendo brilhante, Vênus é difícil de ser registrado, já que as nuvens obstruem a maior parte da luz visível que vem de sua superfície. Além disso, embora os comprimentos de onda visíveis mais longos passem por essas nuvens, no lado do dia, a luz se perde em meio ao brilho do sol. O que aconteceu na missão foi que, na escuridão da noite, as câmeras WISPR foram capazes de captar esse brilho fraco causado pelo calor que emana da superfície.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2022/02/nasa-registra-primeiras-imagens-de-venus-em-luz-visivel.html
Conheça os objetivos das 2 novas missões a Vênus anunciadas pela Nasa
Previsão é que missões-irmãs analisem a atmosfera do planeta até 2030; a última vez que uma espaçonave foi enviada pela agência norte-americana até lá foi em 1990
A Nasa anunciou na última quarta-feira (2) que enviará duas missões a Vênus até o ano de 2030, como parte de seu Programa Discovery, cujo objetivo principal é investigar o Sistema Solar e seus mistérios. A última vez que a agência norte-americana lançou uma espaçonave até o planeta foi em 1990.
A intenção das missões será estudar como o segundo planeta mais próximo do Sol adquiriu sua atmosfera infernal, com temperatura de 482 graus Celsius na superfície – calor capaz de derreter chumbo. As duas jornadas ganharam os nomes de DAVINCI+ e VERITAS e contarão com quatro espaçonaves.
A missão DAVINCI+, cujo nome remete ao pintor renascentista Leonardo Da Vinci, também corresponde à sigla em inglês de “Investigação de Gases Nobres, Química e Imagens da Atmosfera Profunda de Vênus” (ou Deep Atmosphere Venus Investigation of Noble Gases, Chemistry and Imaging). Sua ideia será investigar a atmosfera do planeta para entender sua evolução e formação e, assim, determinar se ele já teve um oceano.
Um equipamento da missão adentrará na atmosfera venusiana fazendo medições precisas de gases nobres e outros elementos. A DAVINCI+ também irá revelar as primeiras imagens em alta resolução das características geológicas do planeta, o que pode ajudar a entender se ele tem placas tectônicas tal como a Terra.
Já VERITAS significa “verdade” em latim e terá como foco o mapeamento da superfície desse outro mundo para traçar sua história geológica. Além disso, os cientistas irão criar reconstruções em 3D da topografia de Vênus, a fim de investigar se existe vulcanismo e placas tectônicas ativas por lá.
“Estamos acelerando nosso programa de ciência planetária com intensa exploração de um mundo que a Nasa não visita há mais de 30 anos”, diz Thomas Zurbuchen, administrador associado da agência espacial norte-americana, em comunicado.
De acordo com Zurbuchen, tecnologias de ponta desenvolvidas ao longo de anos serão usadas nos projetos, inaugurando uma “nova década” na compreensão sobre o planeta. O porta-voz acrescentou ainda que as missões ajudarão a descobrir mais sobre o Sistema Solar, mas abrirão portas para que cientistas investiguem também exoplanetas.
As missões proporcionarão ainda trocas de conhecimento com outros projetos científicos da Nasa, como o Telescópio Espacial James Webb, que promete ser o sucessor do Hubble. O lançamento do equipamento, marcado originalmente para 31 de outubro, foi adiado para o mês de novembro, segundo o site Space News.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2021/06/conheca-os-objetivos-das-2-novas-missoes-venus-anunciadas-pela-nasa.html
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