Lulas bobtails jovens serão levadas ate Estação Espacial Internacional (Foto: Jamie Foster/Universidade da Flórida)
Nasa e SpaceX levarão tardígrados e lulas para experimentos no espaço
Missão de reabastecimento de carga à Estação Espacial Internacional fornecerá materiais para estudo da genética e do papel de micróbios benéficos sob condições espaciais
Também chamados de ursos d’água, os tardígrados são criaturas microscópicas conhecidas por sobreviver em contextos extremos — como as principais extinções em massa ocorridas na Terra. Por isso, segundo a Nasa, eles são animais modelo para compreender as possibilidades de sobrevivência biológica no espaço. Os cientistas sequenciaram o genoma da espécie Hypsibius exemplaris e desenvolveram métodos para monitorar como a expressão gênica pode se alterar conforme a adaptação ao ambiente e situações de alto estresse.
O plano é levar os ursos d’água em estado semi-congelado para a ISS, onde serão descongelados e passarão a ser observados. “Estamos realmente interessados em entender como os tardígrados estão sobrevivendo e se reproduzindo nesses ambientes e se podemos aprender algo sobre os truques que eles usam e adaptá-los para proteger os astronautas”, comenta o pesquisador à frente do experimento, Thomas Boothby, em comunicado.
Outro ser vivo viajante do Falcon 9 serão lulas que brilham no escuro, as chamadas de bobtails (ou Euprymna scolopes). O propósito do experimento Umami (sigla em inglês para "Comprrendendo interações de microgravidade em animais e micróbios", em tradução livre) é investigar as interações entre microrganismos benéficos e seus hospedeiros em um voo espacial. "Os animais, incluindo os humanos, dependem de micróbios para manter um sistema digestivo e imunológico saudável", explica o pesquisador principal do Umami, Jamie Foster.
Os cientistas pretendem implantar bactérias nas lulas recém-descongeladas para analisar a relação simbiótica desde o início. De acordo com Foster, as descobertas do estudo poderiam ajudar no desenvolvimento de medidas de proteção para preservar a saúde de tripulações no espaço — assim como na Terra.
Os efeitos da microgravidade na formação de microcristais também serão acompanhados de perto graças a um modelo 3D de célula renal, por meio do qual pesquisadores buscarão revelar caminhos da progressão de pedras nos rins. "Com este estudo, esperamos identificar biomarcadores ou sinais de alterações celulares que ocorrem durante a formação de pedras renais, diz o pesquisador Ed Kelly. "Isso pode levar a novas intervenções terapêuticas.”
Além dos três experimentos, painéis de energia solar e drivers de braços robóticos estão inclusos na bagagem do foguete. Um ultrassom portátil associado a um dispositivo de computação móvel é mais um dos testes tecnológicos empreendidos pela missão e seu sucesso pode ajudar também no atendimento médico em ambientes remotos e isolados na Terra.
Fonte:https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2021/05/nasa-e-spacex-levarao-tardigrados-e-lulas-para-experimentos-no-espaco.html
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