O QUE ACONTECEU COM OS PERSONAGENS CENTRAIS DO CASO DO MAGNATA AMERICANO JEFREY EPSTEIN,EXPLORADOR SEXUAL DE ADOLESCENTES,AGORA É TEMA DE DOCUMENTÁRIO DA NETFLIX
Bilionário amigo de Trump e Clinton é acusado de explorar e
abusar de dezenas de adolescentes
O magnata norte-americano foi detido por criar uma rede que
durante anos lhe permitiu atrair meninas para atos sexuais
O magnata Jeffrey Epstein foi acusado formalmente de tráfico sexual de menores e conspiração, podendo ser condenado a 45 anos de prisão. O bilionário, amigo de Donald Trump e do ex-presidente Bill Clinton, conseguiu evitar acusações federais durante mais de uma década por sua rede de pedofilia, com a qual atraiu dezenas de meninas para explorá-las. Foi preso no sábado após voltar da França. Seus advogados dizem que ele vai se declarar inocente, mas os promotores querem que continue preso até o julgamento em virtude do alto risco de fuga.
A investigação diz que Epstein pagou a dezenas de menores, entre 2002 e 2005, para que lhe fizessem massagens e atos sexuais. Ele as teria levado de outros Estados às suas residências em Nova York e na Flórida, um crime federal imprescritível. Portanto, as acusações incluem delitos que foram excluídos do polêmico acordo secreto que lhe permitiu se livrar de acusações federais em 2007. E estão respaldadas por novas provas, como fotos de menores nuas encontradas durante uma operação de busca e apreensão.
Durante mais de uma década, os abusos de Epstein foram objeto de ações por parte das vítimas e investigações das autoridades locais e federais, além de múltiplas reportagens da imprensa. O executivo utilizou associados e as próprias vítimas para aliciar novas meninas que exploraria sexualmente. Seu caso, no entanto, esteve ausente do debate levantado pelo movimento MeToo.
As acusações agora estão reunidas num documento de 14 páginas, divulgado nesta segunda-feira horas antes de Epstein comparecer ao tribunal de Nova York. “Durante muitos anos, Jeffrey Epstein explorou sexualmente e abusou de dezenas de meninas menores em suas casas de Manhattan e Palm Beach, entre outros lugares”, descrevem os autos, detalhando que a vítima mais jovem tinha 14 anos.
O documento acrescenta que o esquema “criou e manteve uma rede de vítimas menores” em vários Estados, que por sua idade eram “particularmente vulneráveis a serem exploradas”. “Ele sabia que muitas de suas vítimas tinham menos de 18 anos”, afirma a acusação, indicando que algumas das garotas “expressamente lhe disseram sua idade”. Seus sócios entravam em contato com elas e organizavam os encontros.
Aliciamento
De acordo com as acusações, o financista pagava “centenas de dólares” às menores pelos serviços. No início ele as aliciava para fazer massagens com os corpos total ou parcialmente nus; em seguida, passava a uma conduta mais sexual. Ao mesmo tempo, as incentivava a chamar outras meninas em troca de dinheiro, “mantendo assim um fornecimento constante de novas vítimas”.
O promotor Geoffrey Berman disse à imprensa que a conduta criminosa de Jeffrey Epstein “choca a consciência”. “A voz das vítimas merece ser ouvida”, declarou. William Sweeney, agente especial do FBI em Nova York, deixou claro que seu escritório perseguirá “esses predadores sem importar o seu poder ou as relações que tenham. Não há desculpas”.
As acusações não citam os nomes das menores que foram objeto da rede de exploração sexual, uma em Nova York e duas na Flórida, nem os três empregados ou sócios que conspiraram com o financista. Isso não significa que as autoridades não possam acusar outras pessoas que facilitaram esses crimes. A Promotoria ordenou também a apreensão das duas propriedades onde os atos foram cometidos.
Jeffrey Epstein, amigo de Donald Trump, Bill Clinton e do duque de York, trabalhou no antigo banco de investimentos Bear Stearns durante seis anos. Em 1982 criou o próprio fundo, que geriu os investimentos de poderosos clientes como Leslie Wexner, fundador da Limited Brands. Atualmente reside nas ilhas Virgens. A mansão que possui no Upper East Side de Nova York é avaliada em cerca de 50 milhões de dólares (190 milhões de reais). Ele também tem propriedades em Paris e no Novo México.
O empresário foi alvo de uma primeira denúncia em 2005, quando os pais de uma menina de 14 anos foram a uma delegacia de Palm Beach (Flórida) após ela ser abusada sexualmente. O FBI identificou mais de 30 vítimas potenciais, a maioria de 13 a 16 anos. Muitas delas eram de famílias de baixa renda. Epstein disse que os encontros eram consentidos e que não sabia que elas eram menores.
Caso prévio
A Promotoria de Miami, na época chefiada por Alex Acosta, atual secretário de Trabalho dos Estados Unidos, chegou finalmente a um acordo com Jeffrey Epstein que lhe permitiu evitar ser alvo de acusações federais; em troca, ele deveu se declarar culpado de ter prostituído uma menor. O magnata ficou 13 meses preso e entrou para o registro de criminosos sexuais. Os termos do acordo de 2008 foram mantidos sob sigilo.
Acosta se envolveu pessoalmente nas negociações. Afirmou depois que o pacto era melhor que a realização de um julgamento, pois as possibilidades de ganhar eram reduzidas. Mas os promotores do Distrito Sul de Nova York continuaram com suas próprias investigações. No último sábado, após a detenção, eles cumpriram mandado de busca e apreensão na residência de Epstein, indicando que formulariam novas acusações.
Em paralelo, o juiz federal determinou em fevereiro que os promotores de Miami violaram o direito das vítimas por não comunicar os termos do acordo. Isso permitiu que Epstein seja processado pelas acusações originais e jogou nova luz sobre o alcance da rede de pedofilia. Um tribunal de apelações acaba de autorizar a desclassificação de 2.000 páginas de documentos.
As autoridades de Nova York esperam agora que outras vítimas deem um passo à frente e denunciem os abusos, assim como testemunhas que possam ajudar no caso. “A investigação continua”, concluiu o promotor Berman. “Se tiverem provas ou informações, liguem para o FBI.” Sweeney destacou também a importância do trabalho de investigação realizado pela imprensa.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2019/07/08/actualidad/1562596211_147498.html
Autópsia de Jeffrey Epstein revela que tinha vários ossos
quebrados no pescoço
Acusado de exploração sexual de menores, magnata morreu no
sábado num aparente suicídio em sua cela. O resultado é compatível com
enforcamento e estrangulamento
A autópsia do magnata Jeffrey Epstein, acusado de exploração sexual de dezenas de menores e que aparentemente se suicidou em uma prisão federal no sábado, revelou que tinha vários ossos quebrados no pescoço, segundo informou o jornal The Washington Post na quarta-feira. Esse tipo de fratura é compatível com morte por enforcamento e estrangulamento, de acordo com o jornal, citando fontes conhecedoras do resultado da autópsia.
Epstein, de 66 anos, foi encontrado inconsciente por volta das seis e meia da manhã de sábado, enforcado em sua cela no Centro Correcional Metropolitano de Manhattan. O magnata, que tinha relações com a elite política dos Estados Unidos, incluindo Donald Trump e Bill Clinton, foi transferido com uma parada cardíaca para um hospital no centro da cidade, onde sua morte foi confirmada. O milionário já tinha sido atendido em 25 de julho depois de ter sido encontrado inconsciente e com marcas no pescoço, também dentro de sua cela. As autoridades estavam investigando se as marcas tinham sido autoinfligidas ou se eram resultado de um ataque.
A investigação posterior à morte revelou graves irregularidades na prisão. A última delas, que os dois guardas de segurança que deveriam vigiar a cela e visitar Epstein a cada 30 minutos, não o fizeram nas três horas anteriores ao incidente porque adormeceram, e posteriormente falsificaram o registro para encobrir seu erro, segundo publicou nesta quarta-feira o The New York Times, citando agentes da ordem e funcionários da prisão com conhecimento do caso.
Além disso, de acordo com o status especial imposto a Epstein depois que foi retirado do programa de prevenção ao suicídio, o magnata deveria estar acompanhado em sua cela. Mas no momento de sua morte, o companheiro de cela de Epstein também não estava, pois havia sido transferido recentemente, o que representa uma infração ao regulamento do centro penitenciário. A morte do milionário está sendo investigada pelo FBI e pelo Departamento de Justiça.
Os advogados de Epstein tinham avisado o juiz que seu cliente havia recebido ameaças e que temia por sua segurança. O magistrado negou a liberdade sob fiança até o julgamento, previsto para meados do próximo ano. Segundo argumentou, Epstein representava um perigo para a comunidade, além haver alto risco de fuga por sua fortuna. As incógnitas em torno da morte do milionário desencadearam uma onda de teorias conspiratórias que colocam em dúvida que tenha sido um suicídio, uma saga pontilhada por personagens famosos, poderosos e até mesmo aristocráticos, como o príncipe Andrew da Inglaterra.
Rede de tráfico sexual
Os promotores acusam o investidor e seus empregados de orquestrar uma rede de tráfico sexual, levando dezenas de menores para sua residência em Manhattan e Palm Beach, Flórida, entre 2002 e 2005. O magnata se declarou inocente depois de sua prisão. Nas buscas feitas em sua mansão de sete andares no centro de Nova York depois da prisão, os agentes do FBI encontraram um CD com centenas de fotos de suas vítimas, algumas completamente nuas.
Epstein, cuja fortuna é avaliada em 500 milhões de dólares (cerca de 2 bilhões de reais) já havia sido preso em 2006, acusado de abusar de uma garota de 14 anos em sua casa na Flórida. O Ministério Público de Nova York afirmou que o milionário explorou menores “particularmente vulneráveis”. Primeiro as levava para casa para que lhe fizessem massagens, mas depois abusava sexualmente delas. Pagava centenas de dólares às vítimas e um dinheiro extra para aquelas que o levassem a outras meninas. O caso foi encerrado em 2008, quando o então procurador federal de Miami, Alexander Acosta, negociou com Epstein para que se declarasse culpado de ter prostituído uma menor, o que lhe permitiu evitar as acusações federais que poderiam significar prisão perpétua.
Uma investigação do jornal Miami Herald, publicada em novembro, ressuscitou o caso e deu a conhecer esse acordo secreto, que provocou a renúncia, no mês passado, de Acosta como secretário do Trabalho do Governo Trump. O acordo, muito criticado porque as vítimas não foram informadas dos detalhes, permitiu que Epstein se declarasse culpado em troca de uma sentença de 13 meses de prisão por promover a prostituição, que cumpriu na forma de trabalhos comunitários em seu escritório.
A morte do magnata não encerra o caso. Os advogados de algumas das vítimas já anunciaram que continuarão buscando justiça para elas. Os investigadores agora podem se voltar contra outras pessoas acusadas de ligações com a rede. Além disso, algumas, como Jennifer Araoz, que acusa o magnata de tê-la estuprado quando ela tinha 15 anos, entraram com uma ação contra o patrimônio e os cúmplices do falecido milionário. Araoz se amparou na Lei de Vítimas de Abuso Sexual Infantil de Nova York, que desde esta quarta-feira e durante um ano, elimina o prazo de prescrição nesse tipo de crime para permitir que as vítimas possam processar seus agressores independentemente de sua idade.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/15/internacional/1565853155_051512.html
O que aconteceu com os personagens centrais do caso Jeffrey Epstein, agora tema de documentário da Netflix
Círculo social do bilionário incluía Donald Trump, Bill Clinton, o príncipe britânico Andrew e Harvey Weinstein
Uma recém-lançada série documental do serviço de streaming Netflix voltou a lançar luz sobre uma das figuras mais controversas da história recente dos Estados Unidos: Jeffrey Epstein.
Dividido em quatro episódios, o documentário narra os crimes do financista bilionário, acusado de tráfico e abuso sexual de menores. Ele morreu um mês após ser preso, em circunstâncias ainda não totalmente esclarecidas.
Epstein vivia uma vida de luxo e riqueza. Seu círculo social era amplo e incluía personalidades como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o ex-presidente Bill Clinton, o príncipe britânico Andrew e Harvey Weinstein, o produtor de cinema americano condenado por estupro de mulheres.
Por meio de entrevistas assustadoras com acusadores, gravações de interrogatório do próprio Epstein e documentos legais, "Jeffrey Epstein - Poder e Perversão" detalha graficamente os complexos "esquemas de tráfico de pirâmides sexuais" de Epstein na Flórida, Nova York, Novo México e nas Ilhas Virgens e questiona como o misterioso bilionário conseguiu escapar de uma pena de prisão mais severa, apesar das inúmeras provas de suas vítimas e das autoridades.
O escândalo envolvendo Epstein também ganhou destaque nas redes sociais após uma conta ligada ao grupo Anonymous ter postado um processo judicial que vincularia Trump ao esquema sexual comandado pelo financista. Mas essa acusação já havia sido noticiada e a mulher que supostamente teria sido vítima de Trump desistiu do processo há alguns anos.
Confira abaixo os personagens desta trama.
JEFFREY EPSTEIN
O pedófilo bilionário no centro da série documental da Netflix teria cometido suicídio por enforcamento em uma cela da cidade de Nova York em agosto de 2019, onde estava preso, sem direito a fiança, por acusações de tráfico sexual.
Epstein foi preso em 6 de julho de 2019 e se declarou inocente de dezenas de acusações de tráfico sexual por atrair meninas menores de 14 anos, de 2002 a 2005.
As circunstâncias de sua morte, no entanto, ainda são extremamente controversas.
Isso porque os agentes penitenciários do Metropolitan Correctional Center em Manhattan (Nova York), onde Epstein estava preso, não estavam monitorando sua cela no momento de sua morte —ele foi encontrado sem vida com um lençol amarrado ao pescoço.
Já as duas câmeras de segurança do lado de fora de sua cela estavam com defeito.
Como resultado, muitos especularam que ele havia sido assassinado.
O FBI, a polícia federal americana, e o inspetor-geral do Departamento de Justiça dos EUA estão investigando as circunstâncias da morte de Epstein.
Já seu irmão, Mark Epstein, contratou peritos para contestar a versão das autoridades de que ele morreu enforcado, como mostra o episódio final da série.
Outra grande incógnita abordada na série diz respeito à fortuna de Epstein. Dois dias antes de seu suicídio, Epstein transferiu US$ 600 milhões a um trust nas Ilhas Virgens, tornando quase impossível para suas vítimas buscar indenização.
O bilionário possuía propriedades multimilionárias na Flórida, Nova York, Novo México e nas Ilhas Virgens, além de vários jatos particulares.
GHISLAINE MAXWELL
A ex-namorada e braço direito Epstein, a socialite britânica Ghislaine Maxwell, foi acusada por suas vítimas como responsável por seus crimes globais de tráfico sexual. Ela nega qualquer irregularidade e atualmente está sendo investigada pelo FBI. Ghislaine não é vista em público desde agosto de 2019 quando foi fotografada em uma lanchonete em Los Angeles.
Rumores que circularam na imprensa americana sobre o paradeiro dela incluíam até um resort no Brasil. Ela estaria escondida com um olheiro de modelos francês, que seria o encarregado de recrutar meninas para Epstein.
Um processo civil movido por uma das acusadoras de Epstein, Annie Farmer, está atualmente suspenso porque a investigação federal sobre seus cúmplices, que inclui Ghislaine, ainda está em andamento. A própria Ghislaine entrou com uma ação contra o espólio de Epstein na esperança de recuperar as custas judiciais vinculadas à sua prisão.
Desde então, Ghislaine vendeu suas duas casas e sua organização ambiental sem fins lucrativos, The TerraMar Project, foi fechada em 2019.
A socialite britânica também teria comprado dezenas de meninas menores de idade e é até acusada de praticar atos sexuais com muitas delas.
Virginia Roberts, uma das acusadoras de Epstein, disse que Ghislaine organizou um dos supostos encontros sexuais do príncipe Andrew com a jovem de 17 anos em seu condomínio em Londres depois de uma festa à noite. O príncipe negou as acusações.
ALEX ACOSTA
O ex-secretário do Trabalho dos Estados Unidos renunciou ao cargo no governo Trump em 2019 por causa da forma como lidou com os crimes sexuais de Epstein quando era promotor de Justiça dos EUA no sul da Flórida.
Acosta, que se recusou a ser entrevistado para a série da Netflix, era promotor em Miami, onde supervisionou um acordo secreto de não acusação para Epstein em 2008, apesar das evidências de que ele abusou sexualmente pelo menos 400 adolescentes.
Com o acordo, em vez de ser condenado à prisão perpétua, Epstein ficou preso por 13 meses e com a possibilidade de deixar a prisão 12 horas por dia, seis por semana "a trabalho".
O chefe da polícia de Palm Beach, Michael Reiter, que tentava colocá-lo atrás das grades, chegou a se desculpar pessoalmente com as vítimas de Epstein e suas famílias.
Durante a entrevista coletiva em que anunciou sua renúncia, Acosta disse: "Acreditamos que procedemos adequadamente" e "fizemos o que fizemos porque queríamos ver Epstein preso."
Desde então, Acosta mantém-se longe dos holofotes e permanece sem emprego desde que deixou a Casa Branca. Ele foi sucedido pelo atual Secretário do Trabalho Eugene Scalia.
LES WEXNER
O bilionário que fundou a L Brands, um império global de varejo que inclui marcas como Victoria's Secret e Bed Bath and Beyond, deixou o cargo de CEO e presidente da empresa em 2020 e vendeu sua participação majoritária na Victoria's Secret por US$ 525 milhões.
Após a acusação de Epstein em 2019, Wexner acusou seu ex-consultor financeiro de roubar US$ 46 milhões de sua empresa.
"Descobrimos que ele se apropriava de grandes quantias de dinheiro minhas e da minha família", disse Wexner na ocasião.
"Isso foi, francamente, um tremendo choque, apesar de claramente ser muito inferior em comparação com as acusações impensáveis contra ele agora."
Mas uma das acusadoras de Epstein, Maria Farmer, disse que foi abusada sexualmente por Epstein em uma propriedade de Wexner no Estado americano de Ohio no final dos anos 90. Ela disse ao jornal Washington Post que Wexner deveria ser responsabilizado.
Acredita-se que Wexner é a principal razão pela qual Epstein amealhou sua fortuna.
Segundo o jornal The New York Times, em 1991, Wexner assinou uma procuração de três páginas "que permitia que Epstein contratasse pessoas, assinasse cheques, comprasse e vendesse propriedades e emprestasse dinheiro —tudo em nome do Sr. Wexner."
Seu relacionamento de duas décadas supostamente foi além de apenas laços comerciais. Aventou-se a possibilidade de os dois homens serem amantes, o que Epstein negou. No documentário, ex-parceiros de negócios de Epstein em Wall Street disseram que ele se gabava do relacionamento que tinha com Wexner e como controlava "a mente e as emoções" do magnata.
A esposa de Wexner, Abigail, que faz parte do conselho de administração da Universidade Estadual de Ohio, onde os Wexners são grandes doadores (o hospital da escola foi nomeado em homenagem a eles), também foi acusada por Farmer de ser cúmplice do suposto ataque de Epstein à adolescente na mansão de Ohio em 1996.
Wexner ainda é presidente emérito da L Brands. Abigail Wexner permanece no conselho de curadores do Estado de Ohio.
O casal negou saber sobre os encontros entre Epstein e as meninas menores de idade e não está sendo investigado pelas autoridades.
PRÍNCIPE ANDREW
O Duque de York é uma das muitas personalidades acusadas de abuso sexual ao lado de Harvey Weinstein e Alan Dershowitz (Bill Clinton voou no jato particular de Epstein 26 vezes de acordo com documentos de voo, mas não houve relatos de crime envolvendo o ex-presidente dos EUA).
O príncipe Andrew, segundo a acusadora de Epstein, Virginia Roberts, a agrediu em várias ocasiões. Outro funcionário da Epstein corroborou uma história sobre Roberts e o príncipe Andrew nus juntos na propriedade de Epstein, nas Ilhas Virgens.
Roberts também tem uma foto sua com o príncipe Andrew, com o braço em volta de sua cintura, que foi tirada após uma festa noturna no clube de Londres, quando ela tinha apenas 17 anos na casa de Ghislaine Maxwell em Londres.
No entanto, em entrevista à BBC, Andrew afirmou que "não se lembra" de tê-la conhecido. Naquela noite, disse, ele estava em uma pizzaria com a filha.
Na ocasião, o duque também foi questionado sobre por que decidiu ficar com Epstein em sua mansão em Nova York em 2010, mesmo depois de o amigo ter cumprido pena de 13 meses de prisão na Flórida.
Andrew alegou que foi à casa de Epstein "o único objetivo de lhe dizer que, porque ele havia sido condenado, era inapropriado sermos vistos juntos. Eu senti que fazê-lo por telefone seria covarde. Tive que ir vê-lo e conversar com ele".
Após a morte de Epstein em 2019, o príncipe emitiu uma declaração dizendo "em nenhum momento durante o tempo limitado que passei com ele vi, testemunhei ou suspeitei de qualquer comportamento", e acrescentou "seu suicídio deixou muitas perguntas sem resposta e eu reconheço e simpatizo com todos que foram afetados e desejam algum tipo de fecho. Este é um momento difícil para todos os envolvidos e não consigo entender ou explicar o estilo de vida de Epstein. Deploro a exploração de qualquer ser humano e não toleraria, participaria ou incentivaria tal comportamento. "
Autoridades americanas continuam investigando os supostos cúmplices de Epstein, incluindo o príncipe Andrew, mas em março os promotores de Nova York disseram que, embora o duque tenha publicamente afirmado que colaboraria com a investigação, "fechou completamente a porta à cooperação voluntária e estamos considerando outras opções."
Fonte:https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/06/o-que-aconteceu-com-os-personagens-centrais-do-caso-jeffrey-epstein-agora-tema-de-documentario-da-netflix.shtml
Trailer do documentário Jeffrey Epstein: Poder e Perversão dá voz às
vítimas
Por Laísa
Trojaike | 14 de Maio de 2020 às 19h30
Jeffrey Epstein: Poder e Perversão estará disponível para streaming na Netflix a partir do dia 27 de maio e, agora, foi divulgado o trailer da minissérie documental. A versão legendada já pode ser vista na página do filme na Netflix.
A série tem quatro partes intituladas "Hunting Grounds", "Follow the Money", "The Island" e "Finding Their Voice". Todo o documentário foi feito sob o comando de Lisa Bryant, que estreia como diretora após ter atuado como produtora em séries que envolvem violência contra a mulher como Gone: The Forgotten Women of Ohio e Unspeakable Crime: The Killing of Jessica Chambers.
Enquanto a página da Netflix no Brasil nos conta pouco sobre a série, dizendo apenas que “Esta série documental investiga como o predador sexual Jeffrey Epstein usou dinheiro e poder para cometer seus crimes”, a sinopse oficial divulgada revela um pouco mais sobre o desenvolvimento da história:
Antes de sua prisão em 2019, o misterioso magnata Jeffrey Epstein foi acusado de abusar de mulheres e meninas menores de idade por décadas, montando uma rede de facilitadores para ajudar a realizar e encobrir seus crimes. Epstein veio de origens humildes, mas conseguiu mentir e manipular seu caminho rumo ao topo do mundo financeiro. Ele finalmente ganhou uma tremenda riqueza e poder enquanto dirigia um círculo internacional de tráfico sexual. O abusador sexual em série fez um acordo secreto com o governo em 2008, evitando uma possível sentença de prisão perpétua e continuou a abusar de mulheres. Com suas assustadoras contas em primeira mão, os acusadores de Epstein são as vozes principais na documentação em quatro partes da diretora Lisa Bryant, Jeffrey Epstein: Poder e Perversão. Ao revelar suas cicatrizes emocionais, algumas pela primeira vez, a irmandade de sobreviventes pretende impedir que predadores — e o sistema de justiça americano — consigam silenciar a próxima geração.
Distribuído pela Netflix, documentário em quatro partes Jeffrey Epstein: Poder e Perversão conta, a partir do olhar das vítimas, a história do misterioso magnata Jeffrey Epstein, que foi acusado de abusar de mulheres e meninas menores de idade
Fonte: The Wrap
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