Duda Beat (GIF: Acervo Pessoal / Divulgação)
Duda Beat e novo álbum 'Te Amo Lá Fora': uma carta da artista ao público sobre o processo de produção
Lançando o segundo disco hoje, 27.04.21, a artista conta aqui na Vogue como foi a idealização do álbum
"Oi, Mundo.
Hoje escrevo aqui um pouco sobre os meus processos de composição. É estranho falar em processo quando essa inspiração vem para mim de forma tão natural. Às vezes, até brinco que é quase como se um anjo soprasse letra e melodia no meu ouvido. “Esse meu anjo da guarda é muito inspirado (risos)”, penso.
Acho que para mim tudo começa no silêncio, porque é quando eu verdadeiramente me escuto, escuto meus pensamentos revivendo minhas dores e felicidades e colocando no papel e no voice do celular tudo o que vem. Mas como inspiração não tem hora, na maioria das vezes ela vem em momentos de puro relaxamento. No banho, por exemplo, já nasceram lindas canções como a Meu Coração, que está neste segundo disco, Te Amo Lá Fora, que acabo de lançar.
Depois disso, eu realmente me comunico e comunico aos meus produtores Lux & Tróia (@luxetroia) a canção. Aí é aquele momento quando o Tomás puxa o violão, o Lux senta no teclado e eles harmonizam a música. Essa etapa pode durar 10 minutos ou dias, porque nesse lugar o nosso maior objetivo é servir à canção.
Quando letra, melodia e harmonia se encontram é o momento em que vamos pro Ableton, synthes, instrumentos para que ela possa ser arranjada com todas essas camadas lindas que as músicas têm. Mas em todas as vezes a pergunta que os meninos me fazem é sempre a mesma: “Como você quer dançar essa canção?”.
E essa resposta é a que fica eternizada no disco ❤️"
Te Amo Lá Fora será lançado às 20h30, horário de Brasília. Você pode acompanhar o lançamento aqui
Duda Beat encarna Madonna e declara: "vamos celebrar nossos corpos livres!"
A cantora pernambucana Duda Beat desafia a indústria do entretenimento ao subir no palco esbanjando figurinos ousados commuita segurança. Para ela, o protagonismo deve ser da música e não do seu corpo
Segura, sensível, determinada. Todos esses predicados vestem perfeitamente Duda Beat, cantora pernambucana que é uma das maiores revelações dos últimos tempos com sua mistura de pop, brega e letras românticas que lhe rendeu a alcunha de “rainha da sofrência’’, em pouco mais de três anos de carreira. Apesar de não estar se apresentando por conta da pandemia, além do palco, é nas redes sociais que Duda mostra toda sua essência: figurinos criativos, multicoloridos e justos que marcam sua silhueta que quebra padrões.
Sim, Duda é uma mulher com curvas – bunda, peito, coxas torneadas e cintura – que não tem medo de se mostrar. Isso, óbvio, chama a atenção, ainda mais em uma indústria em que o visual compete quase em pé de igualdade com os dotes musicais. Mas, aos 33 anos, ela mostra que é uma mulher bem-resolvida e que ama o que vê no espelho. “Lido com meu corpo de forma muito positiva. Claro que há momentos em que olho e não gosto de uma coisa aqui outra ali. Acho que isso faz parte de ser mulher em um país que é tão machista e que faz uma pressão estética muito grande sobre o corpo das mulheres, e isso é passado de pai para filho”, opina.
Cover star da edição de novembro da Vogue Brasil, ao lado de Preta Gil e Rita Carreira, Duda celebrou o feito com um vídeo em que encarna Madonna no clipe de Vogue (assista no fim da página!): "Vamos celebrar nossos corpos livres!", escreveu ao compartilhar o vídeo que viralizou nas redes sociais.
Esta segurança, porém, nem sempre foi a tônica. Na adolescência, nos anos 90, ela perdeu as contas do quanto sofreu bullying justamente por não se encaixar no tal padrão imposto pela sociedade. “Sempre fui uma adolescente gordinha. Me apaixonava pelos meninos, e eles escolhiam as mais magras”, lembra ela, que anos depois, ainda se sentindo pressionada, acabou se rendendo a procedimentos estéticos e colocou silicone nos seios. “Hoje me pergunto até que ponto vale a pena ceder às pressões por uma norma que, no fundo, nem é um desejo genuíno nosso? Cada um tem a liberdade de fazer o que quiser, mas acho importante questionar se está fazendo por você ou para agradar ao outro”, alerta. E reflete: “Corpo livre é isso: se amar do jeito que é e não seguir regras que não fazem sentido para você. A moda está aí para nos servir. E não o contrário.”
A entrevista completa você confere nas páginas da Vogue de novembro - nas bancas a partir do dia 9!
Fotos: Fernando Tomaz
Edição de moda: Pedro Sales
Beleza: Henrique Martins (Capa MGT com produtos Dior Make Up
Coordenação: Monica Borges
Produção executiva: DUE
Produções (Karin Bormac e Thati Cayres)
Assistente de produção executiva: Jorge Escudeiro
Produção de moda: Gio Grassi, Vini Coni, Rogério Martinez e Fred
Rocha
Set design: João Arpi
Assistentes de set design: Matheus Vieira, Diego Terçaroli e Cleiton Ferezin
Assistentes de fotografia: Pedro Bodic, Victor Rocha e Gabriel Yoneya
Assistentes de beleza: Rei Moreira e Ricardo Leal
Tratamento de imagem: Chico Duarte
Agradecimentos: Tintas Coral e Etoile Hotels
Sofrência pop: Duda Beat é a nova sensação da música
A pernambucana Duda Beat virou sensação da música graças às suas letras sobre desilusão amorosa e mix de batidas, que agora ganham versões carnavalescas para uma turnê
Foi depois de passar sete frustrados anos tentando cursar medicina e se apaixonando por músicos que não queriam nada com ela, que Eduarda Bittencourt decidiu abraçar suas dores e se reinventar por meio da música. Pernambucana de 31 anos, radicada no Rio, Duda Beat lançou em abril seu primeiro disco, Sinto Muito, com 11 faixas escritas por ela, que misturam tecnobrega, música latina, trap, dub e reggae.
A estreia viralizou na internet (ela acumula mais de 5 milhões de streamings no Spotify) e foi tão bem recebida que, além de ter ganhado como artista revelação do ano e de o álbum ter sido listado como um dos 50 melhores de 2018 pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), logo depois do lançamento de seu primeiro hit, “Bédi Beat”, ela foi convidada para abrir o bloco de Carnaval Tarado Ni Você, que homenageia Caetano Veloso e é um dos mais fervidos da capital paulista. Nele, Duda testou cantar suas músicas com uma pegada carnavalesca. Funcionou. A proposta cativou o público e, neste mês, se prepara para uma turnê solo no mesmo estilo, começando por uma apresentação na Casa Natura Musical, em São Paulo, no próximo dia 24. No show, batizado de CarnaBeat, ela pretende remixar hits como “Bixinho” e “Bédi Beat”, em que canta: “E eu vivia à flor da pele, nem percebia que das vezes que eu ria era vontade de chorar/ Visto que você nunca me ligou, mas pergunta por aí como é que eu tô/ De que tipo é o seu amor?”.
Com letras ácidas cantadas com um sotaque carregado e delicioso de ouvir, Duda se mostra romântica, o que a fez ganhar o coração dos millennials, que, assim como ela, não têm se dado tão bem na era dos amores líquidos. Não à toa, ficou conhecida como rainha da sofrência pop – “daquelas que você chora dançando”, explica a cantora poucas horas antes de se apresentar no WME, premiação que destaca mulheres no meio fonográfico – e no qual foi indicada como artista revelação.
A relação com a música começou aos 12 anos, época em que cantava num coral de igreja e percebeu que tinha talento para a coisa. Mas o dom ficou adormecido até a idade adulta. “Passei muito tempo sendo desrespeitada. Entrei em depressão por isso, cheguei a pesar 45 quilos. Precisei tirar forças de mim mesma e transformar o que eu sentia em alguma coisa concreta”, conta Duda, cujo nome artístico faz referência ao apelido de infância e homenageia o manguebeat, movimento recifense criado por Chico Science, da Nação Zumbi.
A volta por cima veio depois de participar do retiro de silêncio budista Vipassana, em Miguel Pereira, no fim de 2015, em que ficou dez dias meditando, sem falar. Voltou de lá empoderada e decidida a se dedicar à música. Chamou, então, o amigo de infância e produtor musical Tomás Troia para criar os arranjos de suas canções. Feito de maneira totalmente independente, Duda teve que se dividir entre os trabalhos de hostess e ajudante de pintora artística para pagar a produção do álbum. O processo todo durou dois anos, foi também seu tempo de cura e período que começou a namorar Tomás, com quem mora no bairro de Laranjeiras, no Rio. “Brinco que vivi todos os clichês. Quando menos esperava, fui pedida em namoro pelo meu melhor amigo”, conta.
Recém-graduada em ciências políticas pela Unirio e sempre imersa em novos projetos, Duda já é atração confirmada no line-up do Lollapalooza de 2019 e planeja seu segundo álbum para 2020, que terá participação do incensado rapper Baco Exu do Blues. Até lá, vai lançar mais seis singles dançantes como “Chega”, com Mateus Carrilho e Jaloo, faixa que Vogue ouviu e que nos ganhou de cara. Olho nela!
O terror retrô com o forró e pop dançante em 'Meu Pisêro', novo clipe de Duda Beat
Cantora recifense lança novo trabalho e conversa com Vogue sobre a produção de seu futuro disco, que chega ainda neste primeiro semestre
Em abril de 2018, Duda Beat (@dudabeat) entregou seu primeiro álbum de estúdio Sinto Muito, apresentando músicas com temática romântica, de bom humor, nas batidas dos sons do nordeste e várias influências do Norte ao Sul do País. Depois deste trabalho, a cantora recifense não saiu mais dos fones de ouvido de seus seguidores e holofotes da cena musical brasileira.
Após o mega hit Bixinho, Chega e Derretendo, músicas apresentadas na era de Sinto Muito, Duda se prepara para o lançar seu segundo disco, neste primeiro semestre. Na meia-noite deste domingo, 14.03, Duda Beat lançou Meu Pisêro, primeiro single do novo trabalho.
Exaltando a cultura nordestina desde o nome da música ("Pisêro" é uma vertente de forró, variação da pisadinha, e também remete ao local, geralmente um sítio, salão, onde se dança o forró de pisadas ritmadas no chão) ao estilo que apresenta um forró, a própria pisadinha, com seu toque pop e dançante que Duda mostra em seu trabalho desde sua estreia. Confira o bate-papo da cantora com Vogue, sobre a nova música e fase musical, além o novo clipe de Meu Pisêro.
Vogue: Duda, acompanho seu trabalho e vejo sempre essa celebração do seu trabalho com referências aos sons do Norte e Nordeste. Em Meu Pisêro não foi diferente. Me conta o processo de produção da música.
Duda: Meu Pisêro já traz a homenagem no título. Com essa música, homenageio o piseiro com aquele toque pessoal que sempre coloco no meu trabalho. Adoro unir e exaltar o forró, o brega e tantos outros ritmos maravilhosos que contam nossa história. Temos um país muito rico sonoramente.
É uma felicidade para mim trazer tantas referências. Sou uma pessoa eclética, não tenho nenhuma restrição. Estou sempre aberta a ouvir coisas novas. E tudo influencia meu trabalho, claro. Meu processo de criação sempre passa por mim, pelas minhas vivências.
Como este novo som se encontra com sua fase atual?
Meu Pisêro já mostra que nessa nova fase vou cantar o amor de maneiras diferentes. Vai ter a sofrência ainda porque, ainda tenho coisas para contar sobre isso (risos). Mas tem música também sobre o amor correspondido e sobre encontrar paz mesmo quando uma história termina, não dá certo. A música nova acho que se encaixa bem nessa última parte.
No clipe, dá para ver claramente que o amor é o que assombra aquela mulher, tentar entender o que não deu certo… Mas depois do sofrimento vem a tranquilidade ao entender que tudo bem o outro não me amar, ninguém é obrigado, vida que segue. Teremos amor de todos os tipos neste disco novo! (risos)
Notei várias referências cinematográficas (como Poltergeist) e oitentista no clipe. Como foi elaborar a ideia para este clipe?
Sim, temos várias referências mesmo! Foi um processo de construção muito delicado da diretora, Cris Streciwik, e do diretor criativo, Marcelo Jarosz. Como a ideia do clipe é brincar com essa ideia de o amor ser o que te assombra, o que te faz perder o sono, o que angustia, eles vieram com a ideia de brincarmos com as referências dos clássicos de terror, como Poltergeist, O Bebê de Rosemary, Suspiria.
Eu adorei e achei que tinha tudo a ver. Ao mesmo tempo, trazemos elementos que dão humor a isso, como a mão de monstra que aparece em uma das cenas. Também brincamos com o drama no clipe, para trazer um outro contraponto. A capa do single acho que sintetiza bem tudo isso. Nossa referência para aquela foto foi o trabalho do fotógrafo francês Guy Bourdin, que é muito provocativo e traz o drama em suas imagens.
Consegue imaginar seus fãs dançando Meu Pisêro e suas músicas em casa neste momento?
Eu torço para que sim, para que seja um momento de descontração e que ajude as pessoas a passarem por esses dias tão duros. Para mim, foi difícil criar nesse momento também. Precisei de mais tempo para fazer tudo, para entender também o lugar da minha arte nesse momento que estamos vivendo.
Eu acredito de verdade que a arte salva, ela nos ajuda de diversas maneiras: seja nos ajudando a dar sentido ao que nos rodeia, seja nos trazendo um pouco de beleza em meio ao caos. Nesse sentido, torço que minha música faça companhia às pessoas nesse momento solitário que estamos passando, e que isso as alimente e dê força para seguir em frente.
O que podemos esperar no seu novo álbum e conta pra gente uma novidade exclusiva.
Esse é um álbum que estou muito animada em apresentar para o público. Entre Sinto Muito e o novo disco, continuei produzindo e fazendo músicas e parcerias maravilhosas, como Chega (com Mateus Carrilho e Jaloo), Xanalá (com Gaby Amarantos), cantei com Tiago Iorc em Tangerina, com Anavitória em Não Passa Vontade, teve Meu Jeito de Amar com Omulu, Lux&Tróia, que entrou na trilha de Amor de Mãe, junto com Bixinho.... Todos esses trabalhos me ajudaram a voz que o público vai ouvir neste disco.
Já tenho o nome do disco, mas ainda é sigilo (risos). O que posso adiantar é que vou ter duas participações muito especiais nesse projeto, de artistas nordestinos também. Estou muito feliz com isso!
Meu Pisêro, de Duda Beat, já está disponível em todas as plataformas digitais.
Legal. O anjo que inspira para o bem!
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