CONHEÇA AS DIFERENÇAS ENTRE OS TESTES DE CORONAVÍRUS E SUAS ESPECIFIDADES


Foto: Divulgação/MS

Conheça as diferenças entre os testes de coronavírus e suas especificidades

Cada um tem uma função específica: diagnosticar, conhecer a porcentagem da população infectada e medir o grau de imunidade do indivíduo

Por AFP
29/04/20 - 09h45

Existem vários tipos de testes em uso ou desenvolvimento para combater a Covid-19, cada um com uma função específica: diagnosticar, conhecer a porcentagem da população infectada e medir o grau de imunidade do indivíduo.
Testes de RT-PCR
Utilizados desde o início da epidemia, esses testes virológicos servem para diagnosticar e, portanto, saber se o paciente está infectado no momento em que é realizado. 
A Coreia do Sul baseou sua estratégia de controle da epidemia no emprego massivo desses testes, além de colocar em quarentena os casos positivos e rastrear as pessoas que estiveram em contato com eles.
É por isso que a capacidade de um país de realizar testes de diagnóstico suficientes é um critério decisivo para um desconfinamento bem-sucedido.
A técnica utilizada, chamada RT-PCR, é um método de detecção do genoma do vírus.
O vírus é procurado nas secreções do paciente. A amostra é coletada inserindo um swab, um tipo de cotonete, profundamente no nariz ou na boca, dependendo do país.
A amostra pode ser coletada em laboratório de análises, no hospital, mas também em um “drive”, ou seja, em um estacionamento onde a pessoa permanece dentro de seu veículo.
O resultado leva algumas horas.
A técnica de RT-PCR é confiável, mas o teste deve ser realizado corretamente, sob risco de obter um falso-negativo. Portanto, o swab deve ser inserido profundamente.
Além disso, se um paciente é diagnosticado muito cedo durante a fase de incubação ou no final da doença, a quantidade de vírus pode ser insuficiente para ser detectada.
A porcentagem estimada de falsos negativos é de 30%, ou seja, 3 em cada 10 pacientes.
Testes de sorologia
Esses testes são baseados em uma análise do sangue e buscam determinar se o indivíduo esteve em contato com o vírus em algum momento do passado, detectando os anticorpos, ou seja, a resposta do sistema imunológico.
Há algumas semanas havia grandes esperanças sobre esses testes para determinar até que ponto uma população havia sido imunizada, o que ajudaria no processo do fim de confinamento.
Mas os cientistas disseram que ainda não há certeza se uma pessoa que produziu anticorpos foi imunizada e protegida contra reinfecção e, se sim, por quanto tempo.
Além disso, a confiabilidade desse tipo de teste ainda não foi determinada. 
No futuro, esses testes permitirão determinar qual proporção de uma população foi infectada com o Sars-Cov-2 e, portanto, também conhecer a real taxa de mortalidade.
Testes de neutralização
Esses testes também são exames sorológicos, mas sua lógica vai além. Visam não apenas detectar a presença de anticorpos, mas também medir sua eficácia contra o vírus.
Por exemplo, o Instituto Pasteur, na França, desenvolveu dois modelos.
“Um deles usa vírus de verdade, portanto seu manuseio é delicado e deve ser realizado em laboratórios P3 de segurança máxima. Outro usa pseudovírus”, que não são infecciosos e são fáceis de usar, explica Olivier Schwartz, chefe da unidade de vírus e imunidade do Instituto Pasteur.
Este tipo de teste está sob investigação. “Outros trabalhos serão necessários para determinar a quantidade de anticorpos neutralizantes que podem contribuir para a proteção, bem como sua persistência ao longo do tempo”, segundo o instituto.

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