Coronavírus: proteger idosos e evitar aglomerações
Ante a transmissão comunitária de coronavírus, registrado na capital paulista, o público que mais preocupa é formado por idosos e pessoas com doenças crônicas, por se tornarem mais vulneráveis à ação do vírus por causa da baixa imunidade.
O maior grupo de risco é formado pelos idosos e doentes crônicos, mas os cuidados são os mesmos do resto da população, como lavar as mãos e evitar aglomerações. Os mais velhos e os doentes crônicos representam o público que causa maior preocupação com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Isso porque a baixa imunidade faz dessas pessoas mais vulneráveis à ação do vírus e a complicações decorrentes dele, como síndromes respiratórias agudas graves. A mortalidade é de 3,6% na faixa etária de 60 a 69 anos, 8% nos idosos de 70 a 79 anos e acima de 14% nos octogenários, enquanto entre 0 e 49 anos ela não passa de 1%, e entre 50 e 59 fica em 1,3%, segundo a Organização Mundial de Saúde.
No Brasil, ainda não houve mortes em razão da epidemia. De acordo com os últimos números divulgados pelo Ministério da Saúde, a maioria dos casos (40%) é de pessoas abaixo de 40 anos, enquanto os acima de 60 anos representam 14% das pessoas infectadas. A média geral é de 42 anos.
Além das pessoas idosas, as com doenças crônicas – como diabetes, hipertensão, doenças renais, cardíacas e respiratórias – também devem ser objeto de cuidado pela vulnerabilidade que confere ao portador. É o que recomenda a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Em nota, a SBI recomenda ‘home office’, proteger idosos e evitar aglomerações, como o ideal a ser feito, indicando rotina com a confirmação de que está ocorrendo transmissão comunitária – quando pessoas que não viajaram a locais com muitos casos transmitem a doença entre si – do coronavírus em São Paulo, a medida de contenção ideal seria reduzir a mobilidade da população pela região metropolitana de São Paulo e evitar aglomerações de pessoas. O Ministério da Saúde já contabilizou 100 casos de infecção por coronavírus, a maior parte em São Paulo.
Diz a nota da Sociedade Brasileira de Infectologia: “Ao se identificar a fase inicial de transmissão comunitária, as medidas iniciais mais recomendadas são: estimular o trabalho em horários alternativos em escala; reuniões virtuais; home office; restrição de contato social para pessoas com 60 anos ou mais e que apresentam comorbidades; realizar testes em profissionais de saúde com ‘síndrome gripal’, mesmo os que não tiveram contato direto com casos confirmados; cancelar ou adiar a realização de eventos com muitas pessoas; isolamento respiratório domiciliar de viajante internacional que regressou de país com transmissão comunitária por 7 dias”.
Apesar disso, os infectologistas consideram que não é necessário fechar escolas, sobretudo as de educação infantil e fundamental. “O fechamento de escolas pode levar a várias famílias a terem que deixar seus filhos com seus avós, pois seus pais trabalham. Nas crianças, o coronavírus tem se apresentado de forma leve e a letalidade é próximo a zero; já no idoso, a letalidade aumenta muito. No idoso com mais de 80 anos e comorbidades, a letalidade é em torno de 15%. Portanto o fechamento de escolas em cidades em que os casos são importados ou a transmissão é local pode ser prejudicial para sociedade”, acrescenta a entidade no documento.
A SBI reitera as recomendações feitas pela Organização Mundial da Saúde, de que a higiene constante é a melhor medida de prevenção. Lavar frequentemente as mãos com água e sabão e limpar superfícies, como móveis, celulares e corrimão, o que pode ser feito com álcool 70%, desinfetantes ou água sanitária. Evitar tocar as mucosas de olhos, nariz e boca. Preferir ambientes ventilados e sem grandes aglomerações de pessoas. Também é recomendado evitar o compartilhamento de copos, talheres e toalhas.
Aos idosos a recomendação dada por geriatras é que procurem neste período não terem contato com netos e bisnetos presencialmente, evitarem sair e se resguardarem em sua casa.
Cuidados: nota pública da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo
A Secretaria Municipal da Saúde encaminhou às suas Coordenadorias Regionais e Supervisões Técnicas de Saúde um comunicado solicitando o empenho e os esforços conjuntos de todos durante este período em que há iminência do aumento do número de casos de coronavírus (SARS- Cov2) com possibilidade de haver transmissão sustentada no município.
O comunicado reforça algumas orientações de prevenção a todos os profissionais de saúde e solicita a suspensão das atividades coletivas nos serviços e que sejam priorizados acolhimentos e atendimentos individualizados (preferencialmente em ambientes arejados), bem como priorizar o atendimento domiciliar aos idosos mais vulneráveis.
A nota pede também aos serviços que orientem continuamente os usuários e profissionais de saúde sobre as seguintes medidas protetivas:
· Divulgar e reforçar medidas de higiene frequente das mãos com sabonete líquido ou álcool gel 70% para profissionais e usuários;
· Divulgar e reforçar a orientação de etiqueta da tosse (cobrir a boca com a parte interna do braço ao tossir ou espirar);
· Manter os ambientes ventilados e arejados naturalmente (portas e/ou janelas abertas); · Reforçar os procedimentos de higiene de desinfecção dos ambientes e utensílios de convivência;
· Restringir o uso de utensílios compartilhados como: copos, xicaras, garrafas de agua, etc.;
· Familiares ou acompanhantes com diagnóstico positivo de COVID-19 não devem ter contato com pessoas idosas;
· Reforçar com os profissionais de saúde quais os fluxos para profissionais e usuários com suspeita de COVID-19 junto à UBS de referência;
· Recomendar o uso de máscara descartável para profissionais e usuários que apresentarem sintomas respiratórios como tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar até elucidação diagnóstica e encaminhar o mesmo para avaliação na UBS mais próxima utilizando o equipamento de proteção individual adequado.
Em tempo
Por causa da transmissão comunitária de coronavírus, a Prefeitura de São Paulo determina o cancelamento por tempo indeterminado de todos os eventos com grandes aglomerações de pessoas no município. A determinação abrange eventos culturais, governamentais, esportivos, políticos, comerciais ou religiosos.
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