O SEU DNA É O MESMO DA LUZ DAS ESTRELAS,SEGUNDA A CIÊNCIA: A FÉ SE TRADUZ EM SENTIR ESSA FORÇA E FAZÊ-LA PULSAR
O SEU DNA É O MESMO DA LUZ DAS ESTRELAS, SEGUNDA A CIÊNCIA: A FÉ SE TRADUZ EM SENTIR ESSA FORÇA E FAZÊ-LA PULSAR
Sob o ponto de vista científico, o meu DNA é o mesmo da luz das estrelas, da pureza da neve, do fogo do sol. A fé se traduz em sentir essa força em si mesmo e fazê-la pulsar para alavancar todas as transformações e o bem infinito. Entender e movimentar esse poder é a percepção viva de que sou a morada de Deus”.
Interrompi para argumentar de que falávamos de genética e átomos; não de Deus. Li Tzu arqueou os lábios em leve sorriso e disse: “Independente da maneira de como você concebe a força divina, seja como um bom velhinho onipresente e onisciente, seja como uma poderosa energia cósmica, organizadora e mantenedora das leis universais de amor e justiça, ou mesmo na crença da capacidade individual e coletiva da humanidade, através da inteligência e da solidariedade, em superar as próprias dificuldades e avançar em sentido do progresso tecnológico e do bem-estar do mundo sem qualquer ‘ajuda superior’, em verdade, não faz diferença. O importante é sentir a centelha desse poder universal em si manifestada através dos sentimentos mais puros, e, instrumentalizado pelas nobres virtudes, usá-la para a transformação pessoal, que, por consequência, irá alterar tudo à sua volta. Assim nos expandimos em plena consonância com as galáxias”.
“Você tem o direito de achar essa retórica não passa de uma grande bobagem e seguir uma vida de conquistas efêmeras à medida que engorda a sua conta bancária, se entope de ansiolíticos e aumenta o muro da sua casa. Acreditar que a vida além da vida é uma crença típica daqueles desprovidos de boa cultura, é insistir em administrar o vazio e a falta de sentido da vida, que a certeza da morte, inevitavelmente, traz; é se envaidecer com a própria amargura e o sarcasmo quanto à beleza da vida, comuns naqueles espíritos que pela vaidade e orgulho em relação à própria inteligência, na ilusão da superioridade, se deixam envolver pelas sombras que o fragilizam e furtam a verdadeira alegria da jornada”.
“Entretanto, você pode se permitir o uso da fé para mudar o mundo na medida da consolidação das virtudes em si mesmo, da sua evolução íntima, com as conquistas da felicidade, da dignidade, da paz e da liberdade que, juntas, formam a plenitude do ser. A fé é a virtude que concede poderes inimagináveis por despertar toda a força do universo que existe dentro de cada um”. Deu uma pausa e concluiu: “Este era o motivo de os cristãos ensinarem que a fé move montanhas”. Olhou nos meus olhos e confessou: “Movimentar a fé é ter o poder da vida disponível nas palmas das mãos”.
Cada vez mais desconcertado, perguntei se ele, de fato, acreditava que toda essa força era possível. Li Tzu arqueou os lábios em leve sorriso, como se falasse o óbvio, e disse: “A Teoria do Big Bang explica que tudo começou com a explosão de uma pequena massa, em razão do seu núcleo ficar aquecido ao extremo. E por que aqueceu? Ora, a Física Quântica já nos mostrou que tudo aquilo que anteriormente entendíamos como massa, na realidade, se trata de energia condensada. Quando em movimento, a energia acelera protóns, elétrons e as demais partículas que a compõe até o ponto de mutação, então, ocorre a explosão e, por consequência, a transformação em algo diferente, alterando a vida ao redor”.
“O núcleo do indivíduo, como dizia Jung, é a alma. Quando movimentamos ideias e sentimentos, as nossas partículas divinas, levamos o ser ao mesmo ponto de mutação. Então ele se transmuta em outro, mudando tudo à sua volta. O que acontece com as galáxias, acontece contigo”.
“Assim a ciência explica a criação e a expansão sem fim do universo; assim o Tao, através do Yin e Yang, ensina a compreensão da vida e a evolução do indivíduo. Grosso modo, o Yang é o lado visível e movimentado do ser e do mundo, representado simbolicamente por uma linha contínua; o Yin é a face oculta e quieta, representado por dois traços partilhados.
“O Yang se move pela necessidade de expansão, de crescimento, indo ao limite, até se romper. É o ponto de mutação. A linha única, ao se partir, forma duas linhas pontilhadas, o Yin, agora em contração, pela necessidade da introspecção, pelo entendimento do novo, aproximando uma da outra, até se tornar uma linha una, em fechamento de ciclo, com os devidos avanços consolidados; então, de volta ao Yang, torna a iniciar o processo, de expansão e, posterior, contração, agora em diferente estágio evolutivo. Assim acontece tanto com o indivíduo quanto no cosmos. Luz e sombras, fogo e gelo, destruição e criação. Ação e reflexão, atitude e quietude, alegria e calma; polaridades que animam e impulsionam a vida. Vale lembrar que ação e atitude representam o movimento externo, que deve ser firme e sereno, nunca agressivo; reflexão e quietude significam o movimento interno, que jamais deve ser confundido com a estagnação. Como o final de um ciclo será sempre o início de outro, os movimentos devem prosseguir em expansão e contração, em infinitas transmutações, até o infinito; assim é com as estrelas e com as pessoas. Essas polaridades representam a força interior que equilibra, movimenta e transforma. É o Tao, em essência, tal e qual a fé”.
Ficamos um longo tempo sem dizer palavra. Era o movimento para adequar aquelas novas ideias em mim. Quando quebrei o silêncio, argumentei que, sendo verdadeira a tese do mestre taoista, a fé é poderosa ao extremo. Li Tzu me olhou com bondade e disse: “A ciência permite possibilidades maravilhosas; ela nos mostra como funcionam as galáxias. A fé alça voo para o inimaginável; coloca o poder do universo em suas mãos”. Deu de ombros e finalizou: “Usar essa força é uma questão de sabedoria e amor. É uma simples escolha”.
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