RYODORAKU – MÉTODO DE ELETRODIAGNÓSTICO ENERGÉTICO

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TERAPIA RYODORAKU DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO: UM MÉTODO DE ELETRODIAGNÓSTICO ENERGÉTICO E TRATAMENTO PELA ACUPUNTURA
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Há uma força motriz que rege toda a atividade vital do corpo humano. Dessa forma, tanto a saúde física quanto a emocional estão ligadas a um livre movimento da energia que circula sem impedimentos ou bloqueios, ao longo de todo o corpo humano. Esse postulado é proclamado tanto pela Acupuntura, uma técnica da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), quanto pela Psicologia Corporal, estando de acordo que o desequilíbrio dessa energia provoca alterações no âmbito físico e emocional.
Do ponto de vista da Psicologia Corporal, a compreensão de uma energia de cunho físico e emocional foi impetrada por Reich (1979), que a denominou de energia orgônio, bioenergia ou energia da vida. Reich (1979) teve como ponto de partida a teoria da libido promulgada por Freud no início do século XX.
Tendo observado que o prazer era acompanhado por um aumento da carga bioelétrica na superfície da pele, ao passo que o desprazer ou angústia por um decréscimo dessa mesma carga bioelétrica, Reich (1979) buscou investigar com mais detalhes essa tal energia. E foi a partir dessas pesquisas laboratoriais que descobriu um tipo de energia presente dentro e fora do organismo, a qual denominou de orgônio, uma energia que pode ser equiparada ao Qi postulado pela MTC.
Fenômenos psíquicos e emocionais também são formados por processos energéticos. Sendo assim, uma desarmonia na energia Qi ou orgônio da pessoa provoca uma alteração no corpo, na mente e nas emoções.
Segundo a Escola Naturalista da filosofia chinesa, todos os fenômenos possíveis do universo dependem de dois polos que podem, em um primeiro momento, parecerem opostos entre si, mas que são complementares. É a chamada teoria Yin e Yang, que, em paralelo à teoria dos cinco elementos, interpreta “[…] os fenômenos naturais, inclusive o corpo humano em saúde e doença.” (MACIOCIA, 2017, p. 4).
A compreensão da fisiologia energética em MTC é vista a partir da teoria Zang-Fu, que corresponde aos sistemas de órgãos (Zang) e vísceras (Fu). É fundamental considerar que as referências a órgãos não se limitam apenas a seu aspecto físico / material, mas também a seu aspecto energético / metabólico. Os Zang-Fu são, portanto, os principais órgãos e vísceras do nosso corpo, carregados de energia distribuída ao longo do corpo humano através dos canais de energia ou Meridianos. Assim, cada canal de energia está associado a um órgão ou víscera do corpo.
Em um corpo humano em boa saúde, os dois aspectos opostos do Yin e do Yang não coexistem de modo pacífico e sem relação de um sobre o outro, ao contrário, eles se afrontam e se repelem mutuamente. Porém, sua oposição cria um equilíbrio dinâmico, e origina o desenvolvimento e a transformação dos objetos (AUTEROCHE; NAVAILH, 1992, p. 15).
Como resultado do rápido desenvolvimento da instrumentação eletrônica e da ciência da computação, nos tempos atuais, a tecnologia voltada para a saúde e bem-estar do ser humano vem obtendo consideráveis avanços. Equipamentos utilizados para diagnósticos tornaram-se cada vez mais precisos e indispensáveis aos profissionais de saúde.
A proposta deste trabalho é apresentar os princípios da Terapia Ryodoraku do Sistema Nervoso Periférico Autônomo (SNPA), uma metodologia terapêutica de eletrodiagnóstico que, por meio de um aparelho chamado neurômetro, neurometer ou energy meter, avalia pontos espefícifos do corpo para identificar o nível de bioenergia da pessoa e, a partir do resultado, propõe um tratamento por meio da Acupuntura.
Ryodoraku é uma palavra japonesa onde Ryo significa “bom”, do corresponde a “eletrocondutor” e raku “linha” ou “canal”. Portanto, podemos dizer que Ryodoraku é um “bom canal de eletrocondutividade de energia”. Essa técnica foi desenvolvida no Japão pelo médico Yoshio Nakatani e está baseada na identificação de pontos eletropermeáveis na pele que sinalizam o estado energético do corpo.
A partir desse postulado, nossa proposta é fazer uma revisão teórica a respeito do uso do método de eletrodiagnóstico Ryodoraku e da terapia do SNPA. É intenção deste artigo, além disso, aproximar o diagnóstico e a terapia baseada no Ryodoraku à prática da Psicologia Corporal, desenvolvendo, por meio de exemplo de caso, uma proposta de atuação tendo por base as duas vertentes e seus recursos técnicos.
Noções gerais sobre a Acupuntura 
A Acupuntura é uma técnica que faz parte da MTC, cujo conhecimento é milenar e oferece significativos resultados para o diagnóstico e a terapia de diversas patologias. No entanto, evoca ainda muitas controvérsias no mundo da ciência moderna, cujas críticas asseguram a carência de bases científicas, por mais que evidências infinitas comprovem os benefícios da Acupuntura.
Como já mencionado, faz parte da prática da Acupuntura a compreensão da relação dinâmica entre Yin e Yang. Para explicar a teoria Yin e Yang, os chineses usam como metáfora uma montanha iluminada pelo sol onde teremos um lado claro da montanha (que é iluminada pelo sol) e outro lado escuro, sem iluminação. Portanto, uma mesma montanha irá apresentar dois lados, um claro e um escuro.
Podemos assim dizer que o lado ensolarado além de claro, é quente, brilhante, vigoroso, representando o dia, ao que os chineses denominaram de Yang. Já o lado sem a luz do sol é escuro e também sombrio, representando a noite, o repouso, ao que os chineses denominaram de Yin.
Yin e Yang são dois estágios opostos de um mesmo movimento, duas forças opostas com diferenças em sua essência, porém relativas, porque nem tudo é somente Yang ou somente Yin. Dessa forma, para diferenciar Yin de Yang sem perder sua forma, os chineses os representaram por uma linha cortada para representar o Yin e uma linha contínua para representar o Yang. E como representação da interdependência entre Yin e Yang, surgiu o símbolo denominado Supremo Absoluto, também conhecido como Tao:
Supremo Absoluto
Transportando essas informações para o corpo humano, pode-se afirmar, segundo a filosofia chinesa que o corpo humano tem um caráter predominantemente Yin ou Yang (MACIOCIA, 2017), sendo a parte da frente considerada Yin e o dorso Yang, a metade superior Yang e a inferior Yin.
Mapeamento Yin e Yang
A teoria do Yin Yang explica o aparecimento das doenças por um desequilíbrio relativo de uma subida grande demais e um declínio grande demais do Yin ou do Yang. Quando os dois elementos estão em seu estado normal, controlam-se mutuamente e mantêm um relativo equilíbrio; é a condição fundamental de uma atividade vital correta. (AUTEROCHE, B.; NAVAILH, 1992, p. 18).
Corpo e mente nada mais são que formas de energia, às vezes condensadas no formato de uma célula, às vezes inanimadas em forma de nutrientes. A energia manifesta-se em graus variáveis de materialidade, que vai desde uma substância totalmente material, como o caso dos fluidos corporais, até outra totalmente imaterial, como é o caso do pensamento.
Os chineses chamam essa energia de QI e representam simbolicamente essa energia por meio do ideograma:
O primeiro desenho representa o QI (1). Separando o QI teremos o Vapor e o Arroz (2). Então, o Qi (energia) pode ser tão rarefeito e imaterial como o vapor, quanto denso e material como o arroz cru (3).
Quando essa energia se condensa, dá origem às formas materiais. Quando se dispersa, origina as formas mais sutis de energia. Portanto, podemos dizer que o “Qi é uma energia que se manifesta simultaneamente nos níveis físico e emocional-mental-espiritual” (MACIOCIA, 2017, p. 36).
Segundo a tradição oriental, a energia vital Qi circula pelo organismo ao longo de Meridianos que terminam em pontos específicos da pele. Um conceito importante na Acupuntura é a certeza de que a energia Qi flui pelo corpo humano através dos chamados Meridianos. Os pontos de Acupuntura estão localizados ao longo desses Meridianos e permitem o acesso à energia do organismo.
O bom funcionamento do corpo depende do equilíbrio entre as duas forças contrárias e complementares – Yin eYang – que compõem o Qi. Se esse equilíbrio se desfaz, o corpo adoece. A Acupuntura então busca restabelecer o equilíbrio energético pela manipulação das agulhas inseridas em alguns dos mais de mil pontos já identificados. A Acupuntura utiliza-se também de laser, sementes de mostarda e cristais radiônicos, por exemplo, nesses mesmos pontos.
Na interpretação da MTC, tais pontos correspondem a terminações nervosas que, excitadas por meio de agulhas e/ou de calor, enviam um sinal ao Sistema Nervoso Central (SNC) que, por sua vez, o decifra e devolve uma resposta a regiões específicas do corpo.
A TEORIA DOS CINCO ELEMENTOS E AS EMOÇÕES
A teoria dos cinco elementos – ou por alguns chamada de teoria dos cinco movimentos – foi elaborada praticamente na mesma época que a teoria Yin e Yang, na dinastia Zhou (cerca de 1000 – 771 a.C). 
Sua aceitação foi bastante criticada na época, e, tendo sido deixada de lado, foi retomada a partir da dinastia Song (960-1279 d.C). Juntas, a teoria Yin e Yang e a teoria dos cinco elementos constituem a base da MTC e marcaram o início de uma medicina “científica”.
Os cinco elementos são Água, Fogo, Madeira, Metal e Terra, dispostos esquematicamente da seguinte forma:
Wang (2001, p. 163) diz que: “O homem tem cinco órgãos que elaboram os cinco sopros ‘Qi’ que geram a Alegria, a Raiva, a Tristeza, o Pensamento e o Medo”. Portanto, cada órgão está diretamente relacionado a uma emoção:
  • O coração está relacionado com a emoção alegria.
  • O baço está relacionado com a emoção pensamento.
  • Os pulmões estão relacionados com a emoção tristeza.
  • Os rins estão relacionados com a emoção medo.
  • O fígado está relacionado com a emoção raiva.
Auteroche e Navaith (1992, p. 127) afirmam que: “A manifestação das emoções revela a natureza do distúrbio de excesso ou insuficiência que afeta cada órgão”. E resumidamente apresentam as seguintes informações:
  • Qi do baço em estado de vazio manifesta-se por: depressão, astenia mental.
  • Qi do baço em estado de plenitude manifesta-se por: obsessão, ideia fixa.
  • Qi dos rins em estado de vazio manifesta-se por: indecisão, apreensão.
  • Qi dos rins em estado de plenitude manifesta-se por: autoritarismo, extravagância.
  • Qi dos pulmões em estado de vazio manifesta-se por: angústia, tristeza.
  • Qi dos pulmões em estado de plenitude manifesta-se por: superexcitação.
  • Qi do fígado em estado de vazio manifesta-se por: medo.
  • Qi do fígado em estado de plenitude manifesta-se por: raiva.
  • Qi do coração em estado de vazio manifesta-se por: choro.
  • Qi do coração em estado de plenitude manifesta-se por: risos ininterruptos.
De acordo com Auteroche e Navailh (1992, p. 28), “Cada órgão do corpo pertence a um elemento, e graças às propriedades de cada um dos elementos, pode-se explicar as particularidades da atividade fisiológica dos órgãos”.
As origens da Acupuntura perdem-se no tempo, o que fez com que tivesse seu período de destaque durante a dinastia Tang (618-907 d.C.) com a fundação do Colégio Imperial de Medicina, onde se formaram, oficialmente, os primeiros médicos acupunturistas. Atingiu seu apogeu durante o reinado da dinastia Ming (1368-1644 d.C.), e seu declínio paulatino durante a dinastia Qing (1644-1912 d.C.), sob a alegação de que não havia bases científicas, “[…] sendo identificada com curandeirismo e desprestigiada, quando do avanço da medicina ocidental na China, introduzida por missões religiosas.” (ROLAND; GIANINI; 2014, p. 478)
Mas o declínio da Acupuntura na China não a impediu de continuar sendo divulgada e praticada de maneira informal e se expandir para outros países como a Coréia e o Japão, resultando em sua retomada na China após a criação da República Popular da China em 1949. A partir de então, um interesse crescente pela Acupuntura foi verificado, e junto disso uma série de pesquisas e práticas em Acupuntura foram se descortinando, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, mas ainda experimentando períodos de valorização e declínio.
A partir da teoria original da Acupuntura tradicional chinesa, inúmeras escolas e teorias foram sendo desenvolvidas. No Japão, a Acupuntura chegou pela Coréia, ainda no século VI, onde se desenvolveu de forma paralela à chinesa e foi apresentada ao mundo na mesma extensão (ODA, 2004). Nessa nova onda, pesquisas foram dirigidas a fim de medir a condutividade elétrica e a resistência da pele em vários pontos do corpo (NAKATANI; OISO, 2018).
A condutividade elétrica da pele é a medida psicofisiológica periférica que melhor expressa e que tem sido mais utilizada para medir a atividade do SNPA. São medidas que demonstram o estado funcional da pele e permitem avaliar a atividade do SNC e do SNPA (GARCÍA; GARZÓN; CAMARGO, 2010). SISTEMA NERVOSO
O Sistema Nervoso é formado por um conjunto de órgãos do corpo humano que possuem a função de captar os estímulos do ambiente e elaborar respostas, as quais podem ser dadas na forma de movimentos, sensações ou constatações. Está dividido em duas partes fundamentais: pelo SNC, que é composto pelo encéfalo e medula espinal, e pelo SNPA, constituído pelos nervos e gânglios nervosos cuja função é conectar o SNC às diversas partes do corpo humano. O SNPA é dividido em dois ramos: simpático e parassimpático, que se distinguem tanto pela estrutura quanto pela função. As fibras nervosas dos ramos simpático e parassimpático inervam os mesmos órgãos, mas com funções opostas. Enquanto um dos ramos estimula determinado órgão, o outro o inibe. Essa ação oposta é que mantém o funcionamento equilibrado dos órgãos internos (MACHADO, 1993).
Atualmente, é um consenso comumente aceito que a Acupuntura desencadeia respostas sistêmicas, incluindo respostas no sistema nervoso, regulando assim as funções do corpo humano para eventualmente alcançar um efeito terapêutico. Uma das práticas da Acupuntura consiste na introdução de agulhas em locais anatômicos na pele – os chamados pontos de Acupuntura, estimulando assim o Sistema Nervoso, causando a liberação de neurotransmissores, como a serotonina, um mensageiro químico que leva informações de uma célula a outra no SNC. Pesquisadores da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos da América, analisaram os efeitos da Acupuntura no SNPA e observaram que o tecido localizado próximo da inserção das agulhas pode ocasionar o aumento das concentrações de adenosina no tecido local em até 24 vezes, sugerindo que a imperceptível perfuração da pele propicia o acúmulo da substância em tecidos mais externos da pele, como também a sinalização ao cérebro para criar endorfinas naturais contra a dor. A Acupuntura ativa os mastócitos, e a histamina é liberada devido a esta ativação dos mastócitos, desempenhando um papel no efeito da Acupuntura através do receptor H1 da histamina e levando a um aumento da β-endorfina no líquido cefalorraquidiano. São pesquisas que abrem uma nova fronteira nos estudos biológicos celulares e moleculares do efeito analgésico da Acupuntura (HUANG et al, 2018).
A PELE
A estimulação da Acupuntura se dá principalmente sobre a pele e o tecido subcutâneo. Durante séculos a pele sempre foi vista como uma membrana cuja função era apenas envolver e proteger o corpo humano contra fatores externos. Atualmente, cada vez mais pesquisas revelam que ela é mais do que isso, mostrando que a pele é um tecido altamente dinâmico onde ocorre uma série de processos físico-químicos bastante elaborados, principalmente quando se depara com a ação de agentes agressores externos, reagindo de forma imediata, desencadeando inúmeros fenômenos biológicos que liberam mediadores químicos para sua defesa. Diz Oda (2004, p. 25): “Alguns estímulos em Acupuntura evocam a sensação de dor e, outros, não”. Presume-se, então, que “[…] a sensação de dor abrangente e lenta sentida no tecido subcutâneo durante o estímulo por Acupuntura, ascenda ao trato dos núcleos inespecíficos e induza à reação do Sistema Nervoso Autônomo”.
A pele sofre uma mudança de potencial elétrico porque as células têm uma capacidade de despolarização e repolarização. Como o corpo humano é inteiramente recoberto por um imenso circuito elétrico bidirecional, movido pela bioeletricidade, condições patológicas alteram a atividade elétrica do corpo humano e, por consequência, também alteram o fluxo de elétrons entre as diversas partes do corpo (KOROTKOV et al, 2010).
Quando um estímulo é aplicado à superfície do corpo humano, invariavelmente ocorrerá uma reação em alguma parte, passando pelos nervos sensoriais e alcançando os centros nervosos superiores, onde posteriormente serão ativados os nervos motores e nervos autônomos simpáticos (Yang) e parassimpáticos (Yin). Dessa forma, o Sistema Nervoso atua sobre as funções do organismo, restabelecendo o equilíbrio. Essa é a proposta da Acupuntura.
Nosso corpo é inteiramente formado por diferentes tipos de células que, para se manter vivas, precisam constantemente “alimentar-se”, ingerindo nutrientes, líquidos, proteínas e outras moléculas importantes para a manutenção de suas atividades. Dessa forma, as células produzem energia que também mantém vivo o corpo todo.
Hoje em dia, os métodos para se medir a natureza elétrica da pele estão sendo cada vez mais utilizados nas áreas da saúde em geral. Essa eletricidade, num corpo vivo, é conduzida por meio dos eletrólitos que provocam reações físico-químicas entre os íons e elétrons livres.Os experimentos mais famosos em estimulação neuromuscular e que comprovaram a existência de uma bioeletricidade do corpo foram realizados por Luigi Galvani a partir de 1781, o que deu origem à terminologia reflexo galvânico da pele, que se altera conforme nosso estado físico e emocional. A partir de Galvani, uma série de outros experimentos foi sendo desenvolvida (CHAVAGLIA NETO; FILIPE; FERREIRA, 2017), tornando cada vez mais possíveis pesquisas da condutibilidade e da resistência elétrica dos pontos de Acupuntura nos Meridianos.As primeiras evidências para esse fim datam de 1953 com Reinhard Voll, na Alemanha, seguido por Yoshio Nakatani em 1956 no Japão, e com Jacques Émile Henri Niboyet,na França, em 1957. Cada um desses pesquisadores, independentemente, concluiu que pontos de pele com características elétricas únicas eram identificáveis e poderiam ser correlacionados com os pontos tradicionais de Acupuntura. Desde então, vários estudos elaboraram as propriedades elétricas associadas a esses pontos “bioativos”, que são frequentemente comparados a pontos de Acupuntura (AHN; MARTINSEN, 2007).
pele é o maior órgão do corpo humano e se origina do mesmo folheto embrionário que o Sistema Nervoso, o ectoderma. Em sua superfície encontramos as cristas cutâneas, poros e folículos. Quando uma corrente de eletricidade é aplicada na pele, esta apresenta uma onda possível de ser registrada em um osciloscópio, instrumento de medida de sinais elétricos/eletrônicos. E esta forma de onda “[…] é explicada através de um circuito elétrico equivalente aos elementos de resistência e capacitância.” (ODA, 2004, p. 2).
Os fenômenos bioelétricos de uma célula são funções vitais do organismo vivo pois ela usa seu potencial de membrana de várias maneiras, alterando seu potencial elétrico e se comunicando por meio do Sistema Nervoso a partir de sinais elétricos que viajam rapidamente pelo corpo todo.
A natureza elétrica dos tecidos biológicos permite a transmissão de sinais que são facilmente medidos com eletrodos simples (MALMIVUO, 1995). A condutividade eletrodérmica é uma característica fisiológica atribuída tanto ao Meridiano quanto aos pontos eletropermeáveis e varia conforme a doença. Sobretudo, nos casos de doenças de órgãos internos, manifestam-se pontos eletropermeáveis que se distribuem pelo corpo formando uma rede especifica (NAKATANI; OISO, 2018), podendo ser o ponto eletropermeável, segundo Oda (2004, p. 9), “o melhor ponto de estimulação”, correspondendo, portanto, ao ponto de Acupuntura.
Desde que era aluno da Faculdade de Medicina em Iwate, Japão, o Dr. Nakatani sempre se interessou pela MTC, e já cedo se interessou pela teoria dos Meridianos, uma teoria até então não comprovada por se tratar de algo difícil e invisível. Assim, Nakatani tomou essa proposta como missão e dedicou grande parte de sua vida acadêmica para comprovar a existência dos Meridianos da Acupuntura. Certa vez, adquiriu um aparelho de medição hemática que realizava a medição da vitalidade das pessoas, e a partir de então suas pesquisas tomaram um novo rumo, quando “[…] experimentou por meio da Acupuntura, uma forma de terapia de estímulo cutâneo, propondo que os efeitos da estimulação por meio de Acupuntura se deviam aos do Sistema Nervoso Autônomo.” (ODA, 2004, p. 7).
Na primavera de 1950, usou esse medidor para pesquisar a resistência elétrica em um paciente que sofria de nefrite com edema generalizado, imaginando que a condutividade elétrica desse paciente fosse alta, já que o corpo estava totalmente inchado de água, uma vez que a água é altamente eletropermeável. O resultado foi surpreendente, porque a pesquisa revelou uma linha eletropermeável que muito se assemelhava com o Meridiano dos Rins. A partir dessa experiência passou a medir a condutividade elétrica da pele de pacientes portadores de várias outras doenças, comprovando assim, além do Meridiano dos Rins, outras linhas de condutividade elétrica semelhantes aos Meridianos (YOSHIHARA, 2018).
Nakatani (2018) descobriu 12 linhas de cada lado do corpo, que correspondem aos 12 Meridianos segundo a MTC, e chamou essas linhas de Ryodoraku. Em cada linha Ryodoraku descobriu um grande número de pontos de baixa resistência elétrica (ou alta condutividade elétrica) correndo longitudinalmente para cima e para baixo do corpo, os quais chamou de Ryodoten, que são Pontos de Reação Eletropermeáveis (PREP), referências de medida do Ryodoraku. Então, ao medir o fluxo de corrente elétrica de um determinado ponto do Ryodoraku, é possível encontrar a reação de excitabilidade daquele Ryodoraku. Se houver um forte desequilíbrio, significa que há uma manifestação de sintomas específicos deste Ryodoraku (YOSHIRARA, 2018). Assim, os impulsos provenientes das vísceras e órgãos chegam até a medula espinhal. O Ryodoraku mensura o reflexo nervoso simpático que existe entre as vísceras e a pele.
Segundo Hyodo (1988, p. 128-129),
Ryodoraku é um fenômeno patológico. Nakatani afirma que este mecanismo pode ser explicado pelo reflexo visceroceptor nervoso da pele. Os impulsos das vísceras irradiam para a medula espinhal; as zonas reflexas onde são então refletidas na superfície da pele através dos nervos simpáticos eferentes aparecem como um sistema de conexão longitudinal. Os bloqueios nervosos simpáticos, como o bloqueio do gânglio estrelado para a mão e o bloqueio do nervo simpático da perna para a perna, aumentam consideravelmente a resistência da pele na área relacionada e os pontos eletropermeáveis ​​ou o fenômeno de Ryodoraku desaparecem.
A maioria desses pontos Ryodoten estão situados nos chamados pontos fonte da teoria dos Meridianos da MTC, com excessão dos pontos do Meridiano do Intestino Grosso (ID) e dos Rins (R) (Oda, 2004). Ao final de suas experiências, Nakatani concluiu que o ponto eletropermeável é o ponto de Acupuntura e que o Ryodoraku corresponde aos Meridianos da Acupuntura tradicional. Portanto, um estímulo elétrico de corrente contínua de 12 volts e aproximadamente 220 μA (microampére) nas agulhas introduzidas nesses pontos, potencializa os efeitos da Acupuntura. Com isso, desenvolveu um tipo de terapia de estimulação a qual denominou Ryodoraku do Sistema Nervoso Autônomo, um trajeto de pontos eletropermeáveis. (NAKATANI; OISO, 2018).
Assim, Nakatani, fazendo uso de um neurômetro, instrumento que mede a resistência elétrica da pele, descobriu alguns pontos representativos do Ryodoraku, estando eles divididos em seis na mão esquerda, seis no pé esquerdo, seis na mão direita e seis no pé esquerdo, totalizando 24 pontos representativos. Essa medida foi tomada como parâmetro para a criação da chamada Terapia Ryodoraku do Sistema Nervoso Autônomo. Ele não utilizou o mesmo nome dos pontos da Acupuntura clássica chinesa e sim atribuiu números específicos para os pontos da mão, os quais denominou H1, H2, H3, H4, H5, H6 (Hand = mão) e para os pontos dos pés F1, F2, F3, F4, F5, F6 (Foot = pés). Então, o ponto H1 representa o Ryodoraku dos Pulmões, o H2 o Ryodoraku do Pericárdio e assim sucessivamente. Para quem está familiarizado com a Acupuntura clássica chinesa, irá encontrar como pontos da mão H1 = P9; H2 = CS7 ou PC7; H3 = C7; H4 = ID5; H5 = TA4; H6 = IG5; e como pontos dos pés F1 = BP3; F2 = F3; F3 = R4; F4 = B65; F5 = VB40; F6 = E42.
O resultado dessas medidas gera um gráfico que mostra, por meio de um mapa, o estado bioenergético do organismo. O primeiro mapa Ryodoraku foi publicado por Nakatani em 1958, mas foi revisto várias vezes apurando cada vez mais sua leitura (ODA, 2004). Isso tudo era feito de forma manual onde se media o ponto e anotava-se em um mapa para gerar o gráfico Ryodoraku. Atualmente as medições e os mapas são feitos eletronicamente, facilitando ainda mais sua aplicação.
De acordo com Chiang et al (2012), o método de medição do Ryodoraku avalia a amplitude da corrente elétrica de 24 pontos representativos de 12 Meridianos (valor de Ryodoraku) segundo a MTC, no intuito de mensurar a fadiga, a excitação, o relaxamento ou a perturbação dos órgãos internos. Se a amplitude da corrente medida pelo Ryodoraku for muito alta ou muito baixa, isso indica que a energia do corpo humano foi distribuída de maneira não uniforme, ou seja, a fisiologia humana está em condições anormais – isso porque a condutividade eletrodérmica varia conforme a doença e, sobretudo, nos casos de doenças de órgãos internos, manifestando-se, portanto, nos pontos eletropermeáveis que se distribuem pelo corpo formando uma rede específica (YOSHIHARA, 2018).
SOBRE O APARELHO NEURÔMETRO PARA A MEDIÇÃO DO RYODORAKU
É possível encontrar mundo afora diversos modelos de aparelho neurômetro, tanto analógicos quanto digitais. Apresentaremos na sequência o neurômetro digital, Modelo RDK USB NKL. Por meio de um software de computador conectado a um neurômetro, aparelho de medição, é possível realizar a mensuração bioenergética dos meridianos, através dos 24 pontos reativos eletropermeáveis (PREP) da pele, que, segundo a teoria Ryodoraku refletem o estado do sistema nervoso autônomo, utilizando a técnica tradicional de corrente contínua (200μA máximo em circuito fechado).
As medidas são tomadas das mãos e dos pés nos canais Ryodoraku que, conforme já mencionado, são semelhantes aos Meridianos da Acupuntura clássica chinesa. Os resultados das medidas são transferidas pelo software para o computador em que o aparelho estiver conectado, criando imediatamente, a cada leitura, um dado para o gráfico. A partir da leitura de todos os 24 pontos, o software gera um mapa mostrando o estado energético do corpo, por meio de uma linha média, chamada de Faixa de Intervalo Fisiológico, conforme mostra a Figura 6, bem como a situação de cada Meridiano (se está dentro, acima ou abaixo da Faixa de Intervalo Fisiológico) que corresponde à condição daquele paciente, naquele dia e momento. A partir da leitura do mapa, é possível diagnosticar e tratar os distúrbios energéticos que estão ocorrendo no corpo, a fim de harmonizar os Meridianos desequilibrados.


O neurômetro modelo RDK USB NKL é composto de um pequeno equipamento eletrônico (hardware) (1), diretamente ligado pela porta USB a um computador; um software que identifica a corrente elétrica e forma um gráfico no computador; dois eletrodos em formato de bastão onde um é de polo positivo (bastão de retorno) (2), que o paciente segura na mão e o outro de polo negativo (bastão de medição) (3) que o terapeuta manipula para medir a energia dos pontos.


O bastão de medição possui dois calibres de ponteira, sendo um maior (a) e outro menor (b). Na ponteira maior coloca-se um tampão de algodão ou, caso se opte por utilizar a ponteira mais estreita, um cotonete cortado. O algodão ou cotonete deve ser umedecido em uma solução salina saturada ou soro fisiológico 0,9%, em temperatura ambiente, e introduzido na abertura do bastão de exploração. É importante que o algodão não esteja muito apertado dentro do bastão e que fique alguns milímetros para fora da ponteira, porque isso pode interferir no resultado da medição.
 
Segundo Oda (2014), a ponteira para algodão mede uma área mais ampla do que a ponteira para cotonete, sendo, portanto, a ponteira mais aconselhável.
O neurômetro modelo RDK USB NKL apresenta quatro tipos de tensão: 6, 12, 18 e 21Vc.c (ou Vdc, do inglês Direct Current Voltage, que pode ser traduzido por tensão corrente contínua) e permite a circulação de uma corrente máxima de 200μA (microampéres), independentemente da tensão selecionada para a medição (RDK, 2014). Conforme indica Morikawa (2018), a escolha da tensão se dá considerando: 6Vdc para crianças; 9Vdc para jovens; 12Vdc para adultos; 21Vdc para pacientes debilitados, doenças graves e idosos. No neurômetro modelo RDK USB NKL, não há a tensão de 9Vdc, conforme indicado por Morikawa (2018).
SOBRE OS PONTOS
O aparelho Ryodoraku modelo RDK USB NKL já vem como um software programado para a leitura de 24 pontos, que são lançados no gráfico, mostrando inclusive a medição dos pontos do lado esquerdo e do lado direito. Esses pontos são comumente conhecidos na Acupuntura tradicional chinesa como pontos “Fonte” ou pontos “Yuan”.
SOBRE A LEITURA DO MAPA – O DIAGNÓSTICO
Faixa de Intervalo Fisiológico
O diagnóstico Ryodoraku é feito mediante a eletrocondutividade dos diferentes pontos Ryodoraku. Após a medição de todos os pontos, o programa irá mostrar um gráfico (Figura 9), indicando os pontos do lado esquerdo (E) e direito (D) com cores diferentes, e unidos por uma linha de acordo com o lado. Na parte superior do gráfico, é possível marcar a caixa com a palavra “Média” para que o programa indique a Faixa de Intervalo Fisiológico desse paciente. Esta foi calculada por Nakatani (2018) após diversos experimentos, considerando uma tolerância de medição. Todos os valores medidos indicam uma linha fisiológica. A partir desta linha, Nakatani (2018) considerou uma variação normal de 0,7 cm para cima e para baixo da linha média que, no gráfico, mostra-se como uma área sombreada que representa a banda de tolerância de medição, totalizando uma faixa de 1,4 cm como sendo a faixa de normalidade, ou Faixa de Intervalo Fisiológico. De acordo com a teoria Ryodoraku, um estado ideal de saúde é quando todos os canais Ryodoraku estão em equilíbrio, ou seja, dentro da faixa de normalidade (HYODO, 1988).
Segue abaixo o exemplo de um mapa de uma paciente que apresenta boa energia, porém com alguns canais fora da faixa de normalidade. Percebe-se que a linha média encontra-se em 64, sendo que entre 40 e 60 é considerado um bom padrão (YOSHIHARA, 2018).
É normal que nosso SNPA esteja em constante mudança, mesmo em pessoas inteiramente saudáveis. Por isso, Nakatani determinou uma faixa de normalidade para cada Ryodoraku. Este intervalo de variação é chamado, como já mencionado, de Faixa de Intervalo Fisiológico. Se o valor do Meridiano de Ryodoraku exceder o intervalo fisiológico, isso significaria que o nervo periférico está em estado excitatório (plenitude) e indica que o órgão interno tem perturbação aguda. Se o valor de Ryodoraku for menor que o alcance do intervalo fisiológico, isso significa que a excitabilidade do nervo periférico está reduzido (vazio). Assim, o valor de Ryodoraku que ultrapassa, para cima ou para baixo a faixa fisiológica, é um Ryodoraku anormal (CHIANG et al, 2012).
Nakatani (1956) percebeu que quando a leitura de um Meridiano no gráfico é muito alta ou muito baixa, certas patologias poderiam ser encontradas. Isso porque quando os órgãos internos apresentam alterações patológicas, a situação fisiológica humana será refletida ou transferida pelo SNPA e refletida nos pontos da pele que conectam os Meridianos e a superfície do corpo.
SOBRE O TRATAMENTO
Segundo Hyodo (1988, p. 132) “A terapia Ryodoraku consiste em três modalidades de tratamento”:
1. Estimulação de pontos de tonificação e pontos de sedação
Em cada Ryodoraku, existem dois tipos de pontos, um que aumenta a excitabilidade e outro que a diminui. O primeiro é chamado de ponto de tonificação ou ponto tônico, utilizado em sintomas de vazio, e o outro é chamado de ponto de sedação ou ponto de dispersão, utilizado em sintomas de plenitude, conforme descrito na literatura clássica. Os pontos de tonificação e sedação, conforme mostra a tabela abaixo, são:
2. Tratamento local
Além de fazer o agulhamento nos pontos de sedação ou tonificação, pode-se fazer uso da estimulação elétrica das agulhas. A literatura sugere que este tipo de tratamento potencializa o efeito da Acupuntura. A Eletroacupuntura pode ser utilizada por sete segundos com uma frequência de 200μA (microampéres).
3. Prescrição
Com base no pensamento sistêmico, decide-se quais pontos são mais adequados ao tratamento de cada caso.
A técnica de Moxabustão pode ser igualmente utilizada. A proposta sempre é buscar um nivelamento dos pontos desequilibrados (MORIKAWA, 2018).
HAND (Mãos) = H1 = P9; H2 = CS7 ou PC7; H3 = C7; H4 = ID5; H5 = TA4; H6 = IG5;
FOOT (Pés) = F1 = BP3; F2 = F3; F3 = R4; F4 = B65; F5 = VB40; F6 = E42.
Deve-se considerar que existem vários modelos de aparelho, tanto analógicos quanto digitais como é o caso do modelo RDK USB NKL, sendo que cada um vai atuar de uma maneira. Por exemplo, a ordem dos pontos pode ser diferente, ainda que o resultado final geralmente seja o mesmo. Em relação ao bastão de retorno que o paciente segura, há quem diga que pode permanecer na mesma mão durante toda a medida porque isso não irá interferir. O importante é que o paciente segure no bastão todo e sempre com a mesma pressão da mão.
Para a medição dos pontos Ryodoraku utilizando o modelo RDK USB NKL, encosta-se a ponta com o algodão úmido do bastão explorador no primeiro ponto de medição da mão esquerda (P9) com uma pressão leve, até que o software faça a leitura energética do ponto, que leva em média de 3 a 5 segundos. Em seguida, passa-se para o próximo ponto (C7), procurando, como já dito anteriormente, sempre utilizar a mesma pressão em todos os pontos.
O software do modelo RDK USB NKL já vem programado para que a medição seja feita primeiramente nos pontos da mão esquerda, seguida pelo pé esquerdo e depois mão direita e pé direito. Alguns softwares indicam outras sequências, como por exemplo, medida de ambas as mãos, seguidas de ambos os pés. Sendo assim, com o modelo RDK USB NKL, finalizada a leitura dos pontos da mão esquerda, faz-se a leitura do pé esquerdo, com o bastão de retorno ainda na mão direita do paciente. Em seguida, o paciente troca o bastão de retorno para a mão esquerda e o terapeuta inicia a leitura da mão e pé direitos. Se o ponto a ser medido tiver algum ferimento ou cicatriz, aconselha-se medir um pouco acima ou abaixo da linha do meridiano (nunca na lateral do meridiano), considerando sempre que o ponto tem um diâmetro de aproximadamente um centímetro, o que permite pequenos ajustes. (MORIKAWA, 2018).
Segundo Takahashi (2018) uma pressão forte do eletrodo de medição sobre a pele ou verificação repetida de um ponto pode alterar as propriedades elétricas da pele nessa área e levar ao erro.
A vantagem do software digital é que as informações colhidas pela medição são transferidas imediatamente para o programa do computador, que vai automaticamente criando um gráfico.
ANÁLISE DO GRÁFICO E TRATAMENTO 
É importante anotar os dados do paciente e situações adversas como uso de medicamentos, estado físico e emocional no dia da medição, etc., para se poder fazer um diagnóstico correto.O gráfico Ryodoraku informa a análise do sintoma, sem necessidade de fazermos perguntas ao paciente, porque é visível o resultado no gráfico. Feito o gráfico, busca-se identificar a Faixa de Intervalo Fisiológico (linha média) do paciente, considerando que tudo o que estiver fora dessa faixa está em desequilíbrio. Na terminologia do Ryodoraku, considera-se o resultado do gráfico que está acima da Faixa de Intervalo Fisiológico como “plenitude” e abaixo de “vazio”, conforme já explanado.Apesar de já dito que se considera “normal” uma faixa cujo Intervalo Fisiológico esteja entre 40 e 60, precisamos também considerar que: A resistência elétrica da pele humana muda fisiologicamente. A diferença de uma área da pele para uma área adjacente é de cerca de 10%. Esta alteração fisiológica é acomodada por meio de uma extensão fisiológica no Mapa Ryodoraku.
Concluindo, as medições devem ser precisas o mais possível, embora clinicamente seja permitido um erro de cerca de um cm na posição da medição (ODA, 2004, p. 30). Então, o ponto Ryodoraku pode estar dentro da faixa de normalidade, excitado ou deprimido. Segundo Morikawa (2018), pacientes com um Intervalo Fisiológico alto, ou seja, acima de 60, quando temos várias medidas para podermos comparar, são pessoas com uma grande quantidade de energia, muito ativos e com grande capacidade de recuperação frente a uma doença. Ao contrário disso, quando a faixa de intervalo fisiológico é baixa, são pacientes com baixa energia. Aponta-se, inclusive, que pacientes com câncer, em estado terminal, têm uma Faixa de Intervalo Fisiológico praticamente zerada, que é quando estão próximos da morte (TILLER, 1987). Ou então, o paciente é portador de depressão crônica, como no caso de um paciente em tratamento psicoterápico, cuja linha média é de quatro, como mostra a tabela na Figura 11:
Uma outra situação é de um paciente jovem, de 20 anos, que se encontra atualmente bastante
preocupado porque está prestando vestibular. O mapa dele apresenta-se com uma Faixa de Intervalo
Fisiológico de 39 (figura 12) e praticamente todos os Meridianos encontram-se fora da linha média:
A leitura do gráfico indica que os Meridianos estão fora do Intervalo Fisiológico e, portanto, precisam ser ajustados. Esse ajuste pode ser feito de várias formas, como por meio da tabela de pontos Ryodoraku de sedação e tonificação, conforme já demonstrado, por meio de Acupuntura sistêmica, por meio de Auriculoterapia, etc.Mostra-se ideal investigar junto ao paciente possíveis sintomas, de acordo com os pontos que estão fora da faixa de intervalo fisiológico. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Em 1960 fundou-se no Japão a Japanese Society of Ryodoraku Medicine que promove anualmente um Congresso de Ryodoraku com o objetivo de atualizar essa metodologia.Desde o trabalho original desses pioneiros, uma variedade de pesquisas tem procurado aprofundar o conhecimento sobre o diagnóstico e tratamento do Ryodoraku e as características elétricas dos meridianos da Acupuntura.
O resultado é que não pode haver dúvida de que os Meridianos da Acupuntura são eletricamente ativos, e que a terapia com Ryodoraku é uma maneira eficaz de localizar desequilíbrios energéticos, determinar patologia potencial e fazer correções energéticas para restaurar o equilíbrio. Antes do surgimento de uma doença é possível identificar tendências de fraqueza em determinados pontos, o que já serve de referência para o tratamento.
REFERÊNCIAS
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Fonte:http://centroreichiano.com.br/ryodoraku-metodo-de-eletrodiagnostico-energetico/

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