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Tantra
A palavra Tantra significa teia (como a teia de aranha), tecido, rede. Indica a idéia de fios entrelaçados, unidos e formando um todo. Representa a idéia de que todas as coisas do universo estão conectadas, entrelaçadas, unidas entre si, através de uma espécie de fio invisível que forma essa união íntima de todas as coisas.
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No ocidente, o nome Tantra está fortemente associado ao sexo. É utilizado às vezes como uma simples desculpa teórica para práticas sexuais sem objetivo espiritual. O Tantra indiano tem, é verdade, práticas de natureza sexual, mas isso é apenas um dos seus múltiplos aspectos. Fazer sexo e ter prazer não é nem o objetivo, nem o principal instrumento do Tantra.
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No entanto, sexo não é o centro do Tantra. O ponto central é obter uma transformação de nosso modo de ver a realidade, através de práticas que podem utilizar aquilo que desperta em nós emoções e sensações muito fortes. Através dessas práticas, o modo comum de funcionamento de nossa mente é ultrapassado, e surgem vivências espirituais completamente diferentes. Gradualmente, abre-se um canal de comunicação com a realidade divina, e por fim se estabelece um contato constante com esse estado de consciência. TEORIA DO TANTRA
A filosofia tântrica é ensinada em muitos textos antigos, como os Puranas, e também em textos específicos, que se chamam também Tantras. Apenas no início do século XX alguns textos tântricos começaram a ser traduzidos para idiomas ocidentais, especialmente através do trabalho de John Woodroffe (mais conhecido por seu pseudônimo Arthur Avalon). As obras deste autor são o resultado de uma pesquisa muito profunda e séria sobre o Tantra. Atualmente, no entanto, há muitos livros sobre Tantra que são equivocados e que distorcem sua doutrina.
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Aquele que possui o poder é Shiva. Não existe Shiva sem Shakti, nem Shakti sem Shiva (Na shivah shaktirahito na shaktih shivavarjita). Shiva, sozinho, é semelhante a um cadáver (shava), pois ele próprio não tem poder. Apenas quando está unido à sua Shakti, Shiva se torna o Deva poderoso. Shiva é, essencialmente, a consciência inativa, é aquele que testemunha a ação da Shakti.
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Os seres do universo são descritos por nome (nama) e possuem uma forma (rupa). O som (shabda) e a palavra (vac) são manifestações da Shakti, que dão forma aos seres.
A Shakti não apenas cria todos os seres, ela permanece dentro deles. A Shakti imagina o universo, por sua própria vontade, pelo prazer de criar, e se incorpora nele. O universo não tem essência própria, é vazio, mas ao mesmo tempo contém o absoluto.
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Toda a realidade e toda pessoa é, essencialmente, Shiva-Shakti, mas de forma específica todo homem é Shiva e toda mulher é Shakti. Perceber a realidade mais profunda disso é um dos caminhos para a libertação espiritual.
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Sob o ponto de vista prático, o Tantra desenvolve uma série de atividades que induzem estados alterados de consciência, transformam o praticante e o levam a uma percepção diferente da realidade. Essas vivências precisam ser compreendidas, para serem integradas à sua vida, e por isso o estudo teórico também é importante. Pela prática constante, a transformação do Tantrika vai se fortalecendo, levando a um contato contínuo com a Shakti.
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![]() | Foto (editada) de Shri Ramakrishna em estado de samadhiespontâneo durante uma palestra. |
Não existe Tantra sem vivências diretas dos aspectos sagrados do universo e de si próprio. E isso ocorre através de estados alterados de consciência, especialmente através de experiências de samadhi. Deve-se compreender que o samadhi não é o objetivo do Tantra (nem de nenhuma outra linha de Yoga), e sim uma prática especial, acompanhada por um estado alterado de consciência, que deve ser atingido repetidas vezes, produzindo aos poucos importantes efeitos no praticante.
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A devoção à Grande Deusa (ou a Shiva, no caso da linha tântrica shivaísta) é também essencial, no Tantra. O praticante desenvolve um enorme respeito, admiração, amor e adoração pela Grande Deusa, e Ela se torna um foco central de sua vida. Sem essa devoção (bhakti) e sem a ajuda direta da própria Deusa, o Tantrika não atinge seu objetivo.
Embora não se possa aprender as práticas do Tantra através da leitura de livros, é muito útil estudar os textos tântricos tradicionais para obter uma compreensão teórica daquilo que essa linha espiritual significa.
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Algumas linhas do Yoga possuem práticas “leves”, destinadas a melhorar a saúde física e psíquica da pessoa. O Tantra, no entanto, não está voltado para a obtenção de resultados desse tipo. É uma linha de trabalho mais radical, destinada a mudar toda a consciência do praticante. Por isso, não se deve iniciar práticas tântricas a menos que a pessoa queira deixar para trás seus valores, suas crenças e sua vida antiga, iniciando uma nova. É um caminho poderoso, mas que tem também riscos e um custo alto – ele exige uma morte do ego, para levar a uma transformação espiritual completa.
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Embora não se possa aprender as práticas do Tantra através da leitura de livros, é muito útil estudar os textos tântricos tradicionais para obter uma compreensão teórica daquilo que essa linha espiritual significa.
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Texto escrito por Roberto de A. Martins, para o site Shri Yoga Devi.
Fonte:http://www.shri-yoga-devi.org/tantra.html
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