A DEFESA DA FÉ CRISTÃ : PALAVRAS SIMPLES,IDÉIAS CLARAS,INTENÇÕES PURAS


A defesa da fé : Palavras simples, idéias claras, intenções puras.



Muitas vezes nos deparamos com pessoas, que convertidas ao Cristianismo, relatam sentir-se incomodados com uma certa incapacidade pessoal de “defender a fé”, diante dos discursos proselitistas vindos de crentes de outras religiões (e entre esses incluímos os ateus, que são sem qualquer dúvida, os religiosos mais fanáticos e dedicados em seu proselitismo).
 É curioso que essas pessoas se preocupem com o fato de não conseguirem expor uma boa “replica” ao que está sendo dito, sem se ater a um aspecto mais grave :
  Se você não consegue responder a uma falsa acusação, como você sabe mesmo se tal acusação é realmente falsa ? 
Logo, é mesmo a “sua fé” que você pretende defender ? 
Como é “sua” se você nem ao menos a conhece o suficiente para a expor de forma correta diante de calúnias ?
 Seria interessante também saber o porque  você quer  “responder de pronto” as provocações dos detratores da sua fé. Qual é o seu objetivo nisso ? Pois se não for para levar a luz da verdade a aquele que caminha na escuridão do erro, tudo se trata apenas de uma birra, para saber quem é mais esperto.
 Mas a questão anterior é mais grave.  
 Geralmente as respostas a isso vão na linha de dizer que : “ Eu conheço a fé, mas não tenho a mão aquele arsenal de citações bíblicas, patrísticas, apologéticas, que me fazem ser capaz de calar a boca dos que vem com uma “peça pronta” de clichês contra a minha fé. “
 Bom, quem pensa assim deveria novamente fazer uma reflexão : Foi através de um “arsenal de citações bíblicas, patrísticas e apologéticas” que você se converteu ? Foi então a sua “racionalidade conquistada por ótimos argumentos” que o levou a “ter fé” ?
 É importante determinar que você pode ser tornar  um “aderente do cristianismo” pelo fato de estar convencido de uma série de coisas, com bases em intrincados argumentos apologéticos.
 Mas você só terá Fé Cristã, no momento em que nada dessas coisas tiver um peso maior do que a sua auto imagem que diz “Sou um pecador miserável, Senhor meu Deus, salva-me da ruína que criei por minha iniqüidade.” 
A fé cristã está inexoravelmente  vinculada a esta percepção : descobri que não sou nada sem Deus, sei que me afastei Dele, quero me reunir com Ele para sempre, continuamente, e nas mãos Dele eu me fio. 
Temos então um principio, algo que é básico, simples de compreender e fácil de explicar. 
E tudo decorrente da fé é iluminado por este tipo de “santificada simplicidade”.  
 Então, se guiado por um filantrópico interesse de ajudar aquele seu confuso irmão que vem cheio de “provas cabais” dos erros da sua fé, você pretende argumentar com ele tratando de expor a Verdade, o faça então não “pagando na mesma moeda”. Pois o seu objetivo não é “ganhar um debate”, mas sim expor a ele, simplesmente aquela luz que te ilumina.
 Quando falamos sobre o amor que temos aos nossos pais, cônjuges e filhos, nos não buscamos o apoio enciclopédico de exegetas do “amor  verdadeiro” para formar nossas palavras, Nós simplesmente tratamos de falar sobre aquilo que nos é natural, aquilo que vivemos, o que somos em essência. Com a fé, a nossa Fé se dá exatamente o mesmo.

Como então, poderíamos expor, de forma serena, sem grandes exercícios de “esgrima intelectual”, aquilo que é a Verdade que nos ilumina, diante do negrume das dúvidas e malícia dos proselitistas ? 
Aqui então vamos tratar das questões  clássicas, tradicionalmente trazidas ao campo das pequenas querelas e provocações da ação dos proselitistas. Há outros tópicos, mas penso que na sequencia trataremos do mais corriqueiro. 
  
Sobre a  veneração dos ícones : 

Nós cristãos, ao contrário dos judeus, cremos que Deus se fez matéria, logo nos veneramos a matéria pela qual foi salva as nossas almas. Os judeus repudiaram o Cristo porque Ele dizia ser possível que Deus se fizesse homem, matéria. 
Nos, os cristãos, cremos na Encarnação. Nós, ao contrário dos judeus, não repudiamos o Cristo, nos O Adoramos, e sabemos que Ele, por Sua Encarnação, glorificou também a matéria. 
Veneramos os ícones em memória desta crença. E quem não venera os ícones em razão de ver nisso “proibição na Lei”, faz exatamente o mesmo que os Judeus que repudiaram o Cristo, o vendo como um “blasfemador”. 
No ícone nós não temos um mero retrato de uma pessoa querida que morreu. No ícone nos temos um vislumbre de alguém que ressuscitou com Cristo. Ali temos a imagem humana transfigurada pela ressurreição. Venerar tal realidade só tem sentido para aquele que realmente crê que Cristo É Deus, que Encarnou entre nós, e que por Sua Ressurreição, nos garantiu também ressuscitar para o Século Futuro. 

 Sobre o crucifixo com o Corpo do Cristo incrustado na imagem :

A cruz sem o Cristo, pode ser a cruz de qualquer um dos criminosos punidos pelo império romano. Devemos lembrar que dois homens, igualmente crucificados, ladeavam o Cristo no Golgota. 
A Cruz de Cristo tem o Senhor postado nela, como uma eterna lembrança do caráter real, não figurado, da Crucificação. Ao ver o Cristo na Cruz, nos lembramos que a cada vez que pecamos, cada um de nós, pessoalmente, volta a colocar o Cristo na Cruz.  
Quando vemos a cruz sem o Cristo, podemos até lembrar que devemos carregar a nossa cruz individual. Mas quando nesta cruz há a imagem do Senhor, lembramos que Ele já carregou todas as cruzes por amor a nós, e que isso nos obriga a ver o nosso irmão de outra maneira. Pois se Cristo se sacrificou pelo meu irmão, como poderei eu, repudiar este meu irmão ?
  
Sobre a oração para os Santos :

Se eu peço a você para orar a Deus por mim, por qual razão eu  não pediria a um Amigo de Deus para fazer o mesmo ?  Um santo é alguém que, tendo nascido pecador como eu, viveu na carne a santificação da vida. Desprezarei eu a força da oração de alguém que me serve de modelo na fé ?

Sobre a oração pelos mortos : 

Não há, para nós Cristãos, nenhum morto em  Cristo. No Senhor, todos estão vivos.
 Como então, crendo nisso, poderia deixar de rezar por aqueles que são minha família, amigos e irmãos na fé ? Se cremos na ressurreição de Cristo e sabemos que Nele não há mortos, qual a razão para cortarmos relações com esses nossos irmãos ? Aquele que não crê na ressurreição de Cristo pode sim acreditar que tudo acaba no tumulo. Mas o cristão sabe que o Único Deus é o Deus dos Vivos, e vivos são todos os que crêem em Cristo como Senhor. 

Sobre o Batismo e a Crisma de bebes e porque eles comungam ainda bebezinhos 

Não é o entendimento racional e humano que nos faz dignos de compreender a graça, e certamente as crianças em sua pureza, não estão alijadas de conhecer Deus. 
Quem é o adulto que pode explicar o Mistério da Eucaristia ? Sem entender como pão e vinho são ao mesmo tempo Corpo e Sangue não se pode comungar ? Então que se retirem da fila todos, mesmo o mais instruído dos adultos.  
Só aquele que considera a fé uma espécie de “folclore bonito” pode achar inadequado que bebes recebam a Eucaristia. Pois para esses homens sem fé, a criança não pode “participar da brincadeira, sem compreender a lógica do jogo”.  Nós, os Cristãos, sabemos que tudo ali é Verdade. Temos mesmo o Corpo e o Sangue do Senhor. Nós , de maneira nenhuma sabemos como, mas nós temos fé que assim é que se dá.  

Sobre a veneração a Santa Mãe de Deus e Sempre Virgem Maria 

A Santa Mãe de Deus é uma de nós, 100% humana. Ela nasceu, como cada um de nós, com a natureza decaída.  E sendo assim, humana e herdeira do pecado ancestral, ela nos ligou a Cristo, pois foi ela que dentre nos, recebeu em seu ventre o Novo Adão, que restaurou a nossa natureza. 
Mas ela o fez de forma consciente e voluntária. Ela aceitou o Plano Divino, mas ela poderia não aceitar (pois Deus respeita a nossa liberdade). 
Foi então, exclusivamente graças a vontade dela, que Deus pode se fazer homem, e assim, restaurar a nossa liberdade de romper com o pecado. 
E Deus escolheu Maria para esta que é a mais gloriosa missão nunca antes realizada. Isso não faz você considerar esta mulher de forma especial, com gratidão e veneração? Como então você pode se sentir grato e admirar a mais alguém neste mundo, se  você não dedica a aquela pessoa que livremente lhe proporcionou conhecer o Cristo, que fez possível que a nossa humanidade fosse deificada (pois Deus se tornou também Homem), a mais sincera e candente veneração ? 
Você lembra do “honrar pai e mãe” ? Porque você não honra a Mãe de nossa humanidade deificada ?  Pois no ventre de Maria, viveu o Rei do Universo, e isso faz dela a Mãe de Deus. 

Sobre o Sacramento da Confissão dos Pecados : 

Na confissão nós não estamos prestando conta de nossos pecados ,pois esses Deus conhece a todos, muito bem e até melhor do que nós. 
Na confissão nós  estamos ofertando a Deus o nosso arrependimento e clamando por nossa cura, pela reconciliação com Ele.
Você pode, racionalmente, constatar que uma determinada ação é “errada”, pelo ponto de vista moral, “religioso”. Contudo, essa constatação não o leva, ao menos não necessariamente, ao arrependimento.  Daí que no Sacramento da Confissão  ofertamos a Deus justamente este esforço para alem da mera ‘notificação de uma falha”. Nós dizemos : Deus, eu sofro porque pela minha fraqueza, mais uma vez, me afastei de Ti. Cura a minha doença, Senhor.”
E quando fazemos isso, nos expondo vexatoriamente diante de um outro homem (o Sacerdote), nós não permitimos cultivar qualquer tipo de auto indulgencia : Nós tornamos claro e visível a um outro, a nossa miséria. E isso nos ajuda a matar o homem velho, orgulhoso de sua imagem, para fazer nascer um homem novo, humilde e reconhecido de sua pequenez, a espera da cura vinda do Céu. 


Conclusão :

Estas linhas acima de fato não são as mais rebuscadas, bem escritas e complexas exposições da fé cristã, mas certamente não deixam escapar nada do que é essencial.  
Aqui mesmo, neste Cetro Real, você poderá encontrar muito material apologético, mais complexo e robusto, com muitas citações bíblicas, patrísticas, sobre as Verdades da nossa Fé, sobre tudo aquilo que a Igreja ensina. Contudo, todo esse material vai levar você a considerar, no que diz respeito ao fundamental, os mesmos pontos essenciais, descritos nestas minhas respostas mais simples. 

Você, meu amigo cristão, pode ler e guardar cada uma dessas sentenças, não através de uma memorização sem sentido de palavras e expressões exatas, mas sim, através da assimilação dessas verdades em seu intimo.  Quando isso ocorrer você terá adquirido enfim a compreensão desses elementos constitutivos da fé cristã, e Deus lhe armará com as melhores palavras para a expressão da verdade em cada situação, em auxílio a aqueles que te buscarem com dúvidas, mesmo que sejam ofertadas na forma de uma provocação. 

A nossa fé, para ser realmente nossa, deve estar gravada em nossos corações e mentes da mesma forma natural e simples como estão preservados os nomes e as faces daquelas pessoas que amamos.  
Falar da fé, deve ser um ato natural, pois ela está conosco, e direciona todos os atos de nossa vida. Se não for assim, é porque não se trata da "nossa" fé. 

Fonte:http://cetroreal.blogspot.com.br/2011/05/defesa-da-fe-palavras-simples-ideias.html

Comentários