Estudo da Mediunidade | Mediunidade |
Mediunidade e Animismo: | 01/11/2002
EURÍPEDES KUHL euripedes.kuhl@terra.com.br Ribeirão Preto, SP (Brasil)
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Eurípedes Kühl
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MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS
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A questão da mediunidade nos animais apareceu no tempo de Kardec e foi
objeto de estudos e debates na Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas. Tanto os Espíritos,quanto Kardec e a Sociedade Espírita
consideraram o assunto como sem fundamento.
O animal pode ser
considerado como o último elo da cadeia evolutiva que culmina no homem.
Depois da Humanidade inicia-se um novo ciclo da evolução com a Angelitude
(Reino Espiritual). Não há descontinuidade na evolução. Tudo se encadeia
no Universo, como acentuou Kardec.
A teoria doutrinária da
criação dos seres, isto é, a Ontogênese Espírita (do grego: onto é ser; logia
é estudo) revela o processo evolutivo a partir do reino mineral até o reino
hominal.
Léon Denis a divulgou numa sequência poética e naturalista: “A alma
dorme na pedra, sonha no vegetal, agita-se no animal e acorda no homem“.
Entre cada uma dessas fases existem faixas intermediárias , nas quais o ser
guarda características da fase que está deixando, incorporando-se à próxima,
sem que esteja plenamente caracterizado. Assim, a teoria espírita
da evolução considera o homem como um todo formado de espírito e matéria. A
própria evolução á apresentada como um processo de interação entre esses dois
elementos.
Cada fase, definida num dos reinos da Natureza, caracteriza-se por
condições próprias, como resultantes do desenvolvimento de potencialidades
dos reinos anteriores. Só nas zonas intermediárias, que marcam a passagem de
uma fase para a outra, existe misturas das características anteriores com as
posteriores.
Por exemplo: entre o reino vegetal e o reino animal, há a zona dos
vegetais carnívoros; entre o reino animal e o reino hominal, há a zona dos
antropóides. A teoria da evolução se confirma na pesquisa científica por
dados evidentes e significativos.
A caracterização específica de cada reino define as possibilidades de
cada um deles e limita-os em áreas de desenvolvimento próprio. A pedra não
apresenta sinais de vida, embora em seu núcleo estrutural intensa
atividade esteja se processando nas forças de atração; o vegetal tem
vida e sensibilidade, o animal acrescenta às características da planta
a mobilidade e os órgãos sensoriais específicos, com inteligência em processo
de desenvolvimento. Somente no homem todas essas características dos reinos
naturais se apresentam numa síntese perfeita e equilibrada, com inteligência
desenvolvida, razão e pensamento contínuo e criador. Mas a mais refinada
conquista da evolução, que marca o homem com o endereço do plano angélico
(Reino Espiritual) é a Mediunidade. Função sem órgão, resultante de todas as
funções orgânicas e psíquicas da espécie, a Mediunidade é a síntese por
excelência, que consubstancia todo o processo evolutivo da Natureza. Querer atribuí-la
a outras espécies que não a humana é absurdo, uma vez que mediunidade requer
processo de sintonia impossível de acontecer no pensamento fragmentado do
animal. Por isso, todos os que querem encontrá-la nos animais a reduzem a um
sistema comum de comunicação animal, desconhecendo-lhe a essência para só
encará-la através dos efeitos.
O ponto de máximo absurdo nessa teoria da mediunidade nos animais é a
aceitação de “incorporação” de espíritos humanos em animais.
As comunicações mediúnicas são possíveis somente no plano humano. A
Natureza emprega os processos das formas no desenvolvimento das espécies
animais e no crescimento das criaturas humanas, sempre no âmbito de cada
espécie e segundo as leis das lentas variações da formação dos seres. Jamais
o Espiritismo admitiu os excessos de imaginação que o fariam perder de vista
as regras do bom senso e a firmeza com que avança na conquista dos mais
graves conhecimentos de que a Humanidade necessita para prosseguir na sua
evolução moral e espiritual.
As pesquisas parapsicológicas atuais demonstram a percepção
extra-sensorial no animal que lhes permite perceber (enxergar, ouvir)
vibrações de ondas não passíveis de serem captadas pelo sensório humano.
Certas faculdades dos animais são agudas como a visão na águia e no
lince, a do olfato e da audição nos cães, a da direção nas aves e animais
marinhos; faculdades estas desenvolvidas na medida das necessidades de
sobrevivência de certas espécies.
As nossas faculdades correspondentes são menos acentuadas, porque já
possuímos outros meios para aferir a realidade, usando faculdades superiores
de que temos maior necessidade no campo da evolução espiritual. A percepção
extra-sensorial é muito difundida no reino animal, e os espíritos incumbidos
de zelar por esse reino, em certos casos podem excitar suas percepções para
atender a circunstâncias especiais. Os casos de animais que se recusam a
passar num trecho da estrada porque este é assombrado - segundo lendas, nada
tem que ver com a mediunidade. Muitas vezes o animal se recusa porque
percebeu não um espírito, mas sim a presença de uma serpente no mato.
Na Revista Espírita, Junho de 1860, pg 179, no artigo - O Espírito e o
Cãozinho - é relatado o caso de um cão que percebia a presença do Espírito de
seu dono, desencarnado havia pouco. É perguntado ao Espírito do rapaz por que
meios o cão o reconhece, e ele responde:
“A extrema finura dos sentidos do cão”.
Posteriormente o Espírito Charles comunica-se explicando:
“A vontade humana atinge e adverte o instinto dos animais, sobretudo
dos cães, antes que algum sinal exterior o revele. Por suas fibras nervosas o
cão é colocado em relação direta conosco, Espíritos, quase tanto quanto com
os homens: percebe as aparições; dá-se conta da diferença existente entre
elas e as coisas reais ou terrenas, e lhes tem muito medo”.
“(...) Acrescentarei que seu órgão visual é menos desenvolvido do que
as suas sensações; ele vê menos do que sente; o fluido elétrico o penetra
quase que habitualmente”.
Desse modo, compreendemos que o cão percebe a presença de Espíritos,
não através da mediunidade, mas através da percepção peculiar acentuada e por
ser, em princípio, constituído do mesmo fluido que os Espíritos.
Outros casos comentados são as aparições de animais - fantasmas. Na
Revista Espírita - Maio de 1865, pg 125 a 129, é relatada a aparição de uma
cachorra chamada Mika.
Será que o princípio inteligente, que deve sobreviver nos animais como
no homem, possuiria, em certo grau, a faculdade de comunicação como o
Espírito humano?
Posteriormente, é recebida a seguinte comunicação de um Espírito,
sobre o assunto (transcrevemos parte dela):
“(...) Assim, a manifestação
pode dar-se, mas é passageira, porque o animal para subir um degrau,
necessita de um trabalho latente que aniquila, em todos, qualquer sinal
exterior de vida. Esse estado é a crisálida espiritual, onde se elabora a
alma, perispírito informe, não tendo nenhuma figura reprodutiva de traços
(...)“.
“(...) que o animal, seja
qual for, não pode traduzir seu pensamento pela linguagem humana, suas idéias
são apenas rudimentares; para ter a possibilidade de exprimir-se como faria o
Espírito de um homem, ele necessitaria ter idéias, conhecimentos e um
desenvolvimento que não tem, nem pode ter. Tende, pois,como certo, que nem o
cão, o gato, o burro, o cavalo ou o elefante, podem manifestar-se por via
mediúnica. Os Espíritos chegados ao grau da humanidade, e só eles, podem
fazê-lo, e ainda em razão do seu adiantamento porque o Espírito de um
selvagem não vos poderá falar como o de um homem civilizado”.
As manifestações de
fantasmas-animais não são naturalmente conscientes como as de criaturas
humanas, mas são produzidas por entidades espirituais interessadas nessas
demonstrações, seja para incentivar o maior respeito pelos animais na Terra,
seja por motivos científicos.
Continuando nossa análise,
recorremos aos capítulos XIX e XXII de O Livro dos Médiuns e juntos,
analisemos fatores que nos permitam compreender o papel dos médiuns nas
comunicações, excluindo assim a possibilidade dos animais serem
médiuns.
O Livro dos Médiuns,
• cap XIX - Papel dos Médiuns nas Comunicações;
• Cap XXII – Da Mediunidade nos animais, q.236
”(...) que é um Médium? É o ser, é o indivíduo que serve de traço de
união aos Espíritos para que estes possam comunicar-se facilmente com os
homens, Espíritos encarnados. Por conseguinte, sem médium, não há
comunicações tangíveis, mentais, escritas, físicas, de qualquer natureza que
seja”.
“(...) os semelhantes agem
através de seus semelhantes e como os seus semelhantes. Ora, quais são os
semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos, encarnados ou não? (...) o
vosso perispírito e o nosso procedem do mesmo meio, são de natureza idêntica,
são, numa palavra, semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais
ou menos desenvolvida, de magnetização mais ou menos vigorosa, que nos
permite aos Espíritos e aos encarnados entrar facilmente em relação. Enfim, o
que pertence especificamente aos médiuns, à essência mesma de sua
individualidade, é uma afinidade especial, e ao mesmo tempo, uma força de
expansão particular, que anulam neles toda possibilidade de rejeição,
estabelecendo entre eles e nós, uma espécie de corrente ou fusão, que
facilita as nossas comunicações. É, de resto, essa possibilidade de rejeição,
própria da matéria, que se opõe ao desenvolvimento da mediunidade, na maior
parte dos que não são médiuns”.
“(. ..) o fogo que anima os irracionais,
o sopro que os faz agir, mover, e falar na linguagem que lhes é própria, não
tem quanto ao presente, nenhuma aptidão para se mesclar, unir, fundir com o
sopro divino, a alma etérea, o Espírito em uma palavra, que anima o ser
essencialmente perfectível: o homem (...)“.
“(...) não mediunizamos
diretamente nem os animais, nem a matéria inerte. Precisamos sempre do
concurso consciente ou inconsciente, de um médium humano, porque precisamos
da união de fluidos similares, o que não achamos nem nos animais nem na matéria
bruta”.
O Sr. T..., diz-se,
magnetizou o seu cão. A que resultado chegou? Matou-o, porquanto o infeliz
animal morreu, depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor,
conseqüência de sua magnetização. Com efeito, saturando de um fluido haurido
numa essência superior à essência especial da sua natureza de cão, ele
o esmagou, agindo sobre ele, embora mais lentamente, à semelhança do raio.
Assim, não havendo nenhuma possibilidade de assimilação entre o nosso
perispírito e o envoltório fluídico dos animais, propriamente ditos, nós os
esmagaríamos imediatamente ao mediunizá-los.
"(...)sabeis que
tiramos do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao nosso
pensamento a forma sensível e apreensível para vós. É com o auxílio dos seus
próprios materiais que o médium traduz o nosso pensamento em linguagem
vulgar. Pois bem: que elementos encontraríamos no cérebro de um animal?
Haveria ali palavras, números, letras, alguns sinais semelhantes aos
que encontramos no homem, mesmo o mais ignorante? Entretanto, direis, os
animais compreendem o pensamento do homem, chegam mesmo a adivinhá-lo. Sim,
os animais amestrados compreendem certos pensamentos, mas já os vistes
reproduzi-los? Não. Concluí, pois, que os animais não podem servir-nos de
intérpretes".
Resumindo: os fenômenos mediúnicos não podem produzir-se sem o
concurso consciente ou inconsciente dos médiuns, e é somente entre os
encarnados, Espíritos como nós, que encontramos os que podem servir-nos de
médiuns. Quanto a ensinar cães, pássaros e outros animais, para fazerem estes
ou aqueles serviços, é problema vosso e não nosso. – ERASTO”
Assim concluímos ser a Mediunidade uma faculdade natural do Espírito.
Querer encontrá-la nos animais significa não entender seu mecanismo,
finalidade e função, ignorando-lhe a essência para só encará-la através dos
efeitos. Os principais elementos que permitem o desabrochar dessa faculdade
só apareceram no homem: a sensibilidade aprimorada ao extremo das
possibilidades materiais, o psiquismo requintado e sutil,
a afetividade elaborada aos impulsos da transcendência,
a vontade dirigida por finalidades superiores,
a mente racional e perquiridora ,
a consciência discriminadora e analítica, o juízodisciplinador
e avaliador que avalia a si mesmo, a memória arquivada nas
profundezas do inconsciente, o pensamento criador e dominador do
espaço e do tempo, a intuição inata de Deus como o selo vivo e
atuante do Criador na criatura.
Tereza Cristina D'Alessandro
Novembro / 2002
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Bibliografia:
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1. KARDEC, Allan
- O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo:FEESP, 1989 - Cap. XIX e XXII 2.
KARDEC, Allan - O Livro dos Espíritos: ed. especial São Paulo:EME, 1997 -
Cap. XI q. 592 a 613 3. KARDEC, Allan – Revista Espírita: Sobradinho-DF: EDICEL,
• Junho de 1860 – O Espírito e o Cãozinho • Julho de 1861 – Papel dos médiuns
nas comunicações, Erasto e Timóteo • Agosto de 1861 – Os animais médiuns,
Erasto • Setembro de 1861 – Carta do Sr Mathieu sobre mediunidade das aves
•Maio de 1865 – Manifestação do Espírito dos animais 4. PIRES, J. Herculano -
Mediunidade: 2. ed. São Paulo: PAIDÉIA, 1992 - Cap XI, Mediunidade Zoológica
Fonte:http://cebatuira.org.br/estudos_detalhes.asp?
estudoid=892
A mediunidade de animais em questão
Iso Jorge Teixeira
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Este cãozinho da raça Lhasa Apso, muito
carinhoso, enternece os seus donos, geme e não se alimenta convenientemente
com a ausência de 48 horas de um dos familiares a quem ele está mais ligado
afetivamente; há casos, na literatura especializada, até de morte por
inanição provocada pela saudade dos donos, o que demonstra que o instinto
(alimentar) não é tão cego como se supunha, e KARDEC já afirmava isso em
1867.
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Em
artigo anterior desta nossa Coluna de A JORNADA questionamos a
existência real das chamadas "colônias espirituais" e inúmeras
vezes temos opinado contra o roustainguismo em nossa Coluna SAÚDE MENTAL
do jornal espírita (Órgão da FEESP)... Para admitirmos que uma
comunicação mediúnica seja real é preciso que seja sancionada pela
crivo da razão e pelo critério da concordância universal dos
ensinos dos Espíritos – não nos cansamos de repeti-lo, desta metodologia
doutrinária não abrimos mão...
Pois
bem, estudaremos aqui a difícil questão da mediunidade de animais e
veremos como ALLAN KARDEC – o Codificador da Doutrina dos Espíritos – usou um
método rigoroso em relação a esse tema; pois, um Espírito (ERASTO), cuja
superioridade foi demonstrada inúmeras vezes, trouxe uma série de
contribuições importantes sobre o assunto, no entanto, KARDEC preferiu
esperar que a "psicologia experimental", no futuro,
confirmasse ou não as suas assertivas, como veremos...
Médiuns e mediunidade.
Os médiuns são,
como sabemos, os intermediários entre os Espíritos e os homens (cf. O
Livro dos Espíritos. ALLAN KARDEC. Introdução, item IV,
início do último parágrafo), isto é, são pessoas aptas a sentirem a
influência dos Espíritos e a transmitirem os pensamentos destes (cf. Obras
Póstumas de ALLAN KARDEC, FEB, Rio de Janeiro, 13 ed., p. 57).
Enfim,
para afirmar-se a ocorrência da mediunidade é preciso que
haja captação da mensagem de um Espírito e que ela seja transmitida
(ou retransmitida) aos homens. Então, as perguntas que se impõem em
nossa tema são:
1)-
seriam os animais capazes de captar a mensagem de um Espírito ?
2)- seriam os animais capazes de retransmitir o pensamento dos Espíritos?...
Para
que possamos afirmar que haja mediunidade de animais é preciso que
respondamos sim a ambas as perguntas acima.
Captação (telepática) por um animal de mensagens
de um Espírito.
Rigorosas
pesquisas científicas, com a catalogação de inúmeros fatos, provam que
inúmeros animais (pássaros, gatos, cavalos, cães, etc.) são capazes
de captar a presença de um Espírito. Assim, em longa dissertação
intitulada Os animais Médiuns, disse o Espírito ERASTO, em 1861,
através da mediunidade do Sr. d 'AMBEL:
"(...)
Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais,
muitas vezes tomados de súbito por esse pavor, que vos parece infundado e é
causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para
com os indivíduos presentes ou para os donos desses animais." (Revista Espírita –
Jornal de estudos psicológicos. Direção de ALLAN KARDEC. Ano IV, n.º 8,
agosto/1861, EDICEL, São Paulo, p. 264 e O Livro dos Médiuns de
ALLAN KARDEC. Cap. XXII, FEB, Rio de Janeiro, 30 ed., 1972, p. 294 – 295).
Posteriormente,
através de estudos de Metapsíquica foram reunidos grande número
de fatos, provando a percepção de Espíritos por animais; assim, uma
longa casuística é apresentada pelo ilustre pesquisador italiano ERNESTO
BOZZANO (Os animais têm alma ? – Edit. Eco, Rio de Janeiro) e
alguns casos pelo célebre astrônomo e pesquisador CAMILLE FLAMMARION (O
Desconhecido e os Problemas Psíquicos. Vol. I. Edit. FEB, rio de Janeiro,
3 ed., 1979, p. 99, 109, 157 e 194).
Ora,
para que os animais captem a presença de Espíritos (e isto é um fato) é
necessário que eles possuam um perispírito e, conseqüentemente,
uma alma. Haveria um psiquismo animal ? Tal psiquismo teria
diferenciação para retransmitir o pensamento que percebem ?...
Inteligência – Inteligência humana e animal.
A
melhor definição de inteligência foi dada pelo psicólogo W. STERN
na segunda década do século XX, disse ele: "Inteligência é
a capacidade de se adaptar a situações novas mediante o consciente emprego de
meios ideativos". Neste sentido, várias pesquisas demonstraram
a inteligênciaem animais, embora rudimentar e isto já fôra
anunciado pelo espíritos à época de KARDEC.
Uma das
mais importantes pesquisas científicas neste setor foi realizada por W.
KÖEHLER, um dos fundamentadores da Psicologia da Gestalt (GestaltPsychologie)...
W.
KÖEHLER publicou o livro A Inteligência dos Símios Superiores, em
1917, no qual relata sua experiência em chimpanzés que aqui
resumimos: os chimpanzés foram colocados, com fome, numa área em que se
deixava pender cachos de banana, inalcançáveis para a estatura deles. Foram
colocados no chão, espalhados, alguns caixotes e varas. Depois de algum
tempo, mais ou menos longo, para cada experiência, após várias tentativas de
insucesso, conseguiram os chimpanzés terem "idéias", isto é,
vislumbravam a solução do novo problema a eles apresentado, empilhando
caixotes para alcançarem as bananas e/ou utilizando as varas para derrubarem
as bananas... Enfim, provou o pesquisador que houve ali
atos inteligentes dos chimpanzés, no entanto, simplesmente para
atender suas necessidades materiais, imediatas,
sem abstração e generalização. A esse respeito, ensinava o
nosso mestre da Psiquiatria brasileira NOBRE DE MELO:
"(...) Eis aí por que se pode dizer, sem exagero, que a vida psíquica
do Homem é sempre e em tudo diferente da do animal. Este, incapaz de
abstrair, terá limitada a sua inteligência aos imperativos das necessidades
vitais imediatas. Por isso, seu raciocínio jamais poderá passar daquela
inferência concreta e prática entre fatos particulares."(A. L. NOBRE
DE MELO. Psiquiatria. Vol. I. Civilização Brasileira / MEC, Rio
de Janeiro, 1979, p. 282 – 283).
Enfim,
o psiquismo animal existe, mas de forma rudimentar; o animal é incapaz
de evoluir por si mesmo, nem através da ajuda dos de sua espécie, embora
sejam capazes de atos que nos tocam o coração, porém, instintivos. São
exemplos disso os casos relatados no prefácio à edição brasileira do livro de
BOZZANO (op. cit.) por FRANCISCO KLORS WERNECK, embora não indique a
fonte... Diz ele:
"Existem
casos surpreendentes com os animais, principalmente com os cães, que parecem
ser os mais evoluídos na escala animal. um, por exemplo, daquele cão feroz
que avançou resolutamente contra um de sua espécie, que quedava
tranqüilamente na beira da calçada, e estacou, trêmulo e aterrado, ao
aproximar-se do outro, que não percebeu o menor sinal de sua aproximação.
Tratava-se de um animal cego. Outro, o do conhecido cirurgião que encontrou
na rua um cão com a pata esmagada e tratou dele na sua própria casa. Doze
meses se passaram até que estranhos arranhões na porta de sua residência o
levaram a ver do que se tratava. Era o mesmo cão que levava um seu
semelhante, nas mesmas condições em que se achara, para o médico o
tratar.". Finalmente, conta KLORS WERNECK, um caso que
teria ocorrido com ratos:
"(...)
Um tropeiro passava por uma estrada quando os seus olhos descobriram dois
ratos que caminhavam um ao lado do outro, levando ambos uma palhinha,
segurando um uma ponta e o outro a outra. Teve a idéia de matá-los com o
porrete que levava na mão. O primeiro, atingido pela pancada, fugiu, sem dar
antes sinais de desespero, e o outro pára um tanto perplexo de que o outro se
tenha posto em fuga. Verifica então ele que a sua imobilidade se devia ao
fato de ser cego. O outro lhe servia de guia nas trevas da
cegueira." (op. cit., p. 7 – 8).
É
indubitável o psiquismo animal, contudo, esclarecia o Espírito ERASTO:
"(...)
O cão que, pela sua inteligência superior entre os animais, se tornou o amigo
e o comensal do homem, será perfectível por si mesmo, por sua iniciativa
pessoal? Ninguém ousaria afirmá-lo, porquanto o cão não faz progredir o cão.
O que, dentre eles, se mostra mais bem educado, sempre o foi pelo seu
dono.".
Argumenta, então, ERASTO:
"(...)
Desde que o mundo é mundo, a lontra sempre construiu sua choça em cima d
'água, seguindo as mesmas proporções e uma regra invariável; os rouxinóis e
as andorinhas jamais construíram os respectivos ninhos senão do mesmo modo
que seus pais o fizeram; um ninho de pardais dos tempos modernos é sempre um
ninho de pardais, edificado nas mesmas condições e com o mesmo sistema de
entrelaçamento das palhinhas e dos fragmentos apanhados na época dos amores.
As abelhas e as formigas, que formam pequeninas repúblicas bem administradas,
jamais mudaram seus hábitos de abastecimento, sua maneira de proceder, seus
costumes, suas produções. A aranha, finalmente, tece a sua teia sempre do
mesmo modo." E arremata:
"(...)
Por outro lado, se procurardes as cabanas de folhagens e as tendas das
primeiras idades do mundo, encontrareis, em lugar de umas e outras, os
palácios e os castelos da civilização moderna. Às vestes de pele brutas
sucederam os tecidos de ouro e seda. Enfim, a cada passo, achais a prova da
marcha incessante da humanidade pela senda do progresso." (O Livro dos Médiuns.
ALLAN KARDEC, op. cit., p. 293. Revista Espírita – Jornal de
estudos psicológicos, op. cit., p. 262-263).
Aí
estão palavras sensatas, que o tempo não destruiu...
Mediunidade de animais ?
O
Espírito ERASTO pronunciou-se sobre a questão da mediunidade de
animais de forma peremptoriamente contra, disse ele:
"(...)
Os homens estão sempre dispostos a exagerar tudo. Uns – e não falo aqui dos
materialistas – recusam uma alma aos animais e outros querem lhes conceder
uma, por assim dizer, semelhante à nossa. Por que querer assim confundir o
perfectível com o imperfectível? Não, não, convencei-vos; o fogo que anima os
animais, o sopro que os faz agir, mover-se e falar sua linguagem não têm, até
o presente, nenhuma aptidão para se misturar, se unir, fundir-se com o sopro
divino, a alma etérea, o Espírito, numa palavra, que anima o ser
essencialmente perfectível, o homem, esse rei da criação." ." (O
Livro dos Médiuns. ALLAN KARDEC, op. cit., p. 292. Revista Espírita –
Jornal de estudos psicológicos, op. cit., p. 262).
Além do
argumento, acima, devemos estar atentos para o fato de que a evolução na
escala animal provavelmente ocorra através do
processo reencarnacionista, pois a individualidade do
psiquismo animal é demonstrada em casos de suicídio de animais (cf.
KARDEC. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos,
fevereiro/1867, op. cit., p. 52) e através da constatação de que não há
animais na erraticidade (cf. KARDEC. Revista Espírita –
Jornal de estudos psicológicos, 1865, p. 127), pois sua reencarnação é
muita rápida (O Livro dos Médiuns. ALLAN KARDEC, op. cit.,p.
359-360).
CONCLUSÕES.
KARDEC
foi prudente e não colocou como um dado doutrinário indubitável a
questão do "espírito" dos animais. Em 1865, na Revue
Spirite disse: "(...) Quando tivermos reunido
documentos bastantes, resumi-lo-emos num corpo de doutrina metódica, que será
submetida ao controle universal (o grifo é nosso). Até
lá são apenas balizas postas no caminho para o esclarecer." (cf.
KARDEC. Revista Espírita – Jornal de estudos psicológicos,
maio/1865, op. cit., p. 127). Este comentário KARDEC o fez a propósito de uma
mensagem recebida pelo médium E. VÉZY, em 21/04/1865, que dentre outras
coisas dizia:
"(...)
o animal, seja qual for, não pode traduzir seu pensamento pela linguagem
humana, suas idéias são apenas rudimentares; para ter a possibilidade de
exprimir-se, como o faria o Espírito de um homem, ele necessitaria de idéias,
conhecimentos e um desenvolvimento que não tem, nem pode ter. Tende, pois
como certo que nem o cão, o gato, o burro, o cavalo ou o elefante, podem
manifestar-se por via mediúnica." (cf. KARDEC. Revista
Espírita – Jornal de estudos psicológicos, maio/1865, op. cit., p.
129).
Hoje,
após 137 anos, ante a comunicação acima, diante das pesquisas científicas
acumuladas sobre o assunto, ante o ensino do Espírito ERASTO (em 1861) e
considerando as idéias de KARDEC, acreditamos que podemos afirmar que NÃO HÁ
MEDIUNIDADE NO ANIMAL, ou melhor, O ÚNICO ANIMAL QUE POSSUI MEDIUNIDADE É O
HOMEM, MAS ESTE É O "REI DA CRIAÇÃO".
Epílogo.
JESUS
O Guia e modelo
|
O que
diferencia radicalmente o Homem do animal não é a inteligência,
a razão, como se pensava antigamente e sim,
o livre-arbítrio do Homem daí a sua perfectibilidade . DEUS
concedeu-nos a dádiva do livre-arbítrio, por isso somos os "reis da
criação".
Os animais
são os nossos fiéis auxiliares, que tantas vezes nos enternecem, a tal ponto
que julgamo-los quase humanos; talvez, por isso, o atrapalhado ministro do
Governo COLLOR tenha dito que ""o animal também é um ser
humano" !... Entretanto, àquelas pessoas imaginosas,
supersticiosas, que dizem evocar o espírito de um animal e obterem resposta,
cabe aqui o pensamento dos Espíritos Superiores:
KARDEC
O Codificador
Bom-senso e prudência
|
"Evoca
um rochedo e ele te responderá. Há toda uma multidão de espíritos prontos a
tomar a palavra sob qualquer pretexto." (O Livro dos
Médiuns. ALLAN KARDEC. Cap. XXV, op. cit., p. 360).
Como
"reis da Criação" é nosso dever usar corretamente o
nosso livre-arbítrio para que não sejamos como o filho
pródigo da parábola de JESUS, precisando voltar para a casa paterna
pedindo perdão ao Pai Misericordioso pelo Bem que deixamos de fazer.
KARDEC
codificou a Doutrina dos Espíritos com bom-senso e prudência.
A Doutrina Espírita é forte, inexpugnável, porque baseia-se
em fatos, constatáveis cientificamente, e não em fantasias e pieguices
espirituais.
KARDEC O Codificador Bom-senso e prudência
Iso Jorge Teixeira
CREMERJ:52-14472-7
Psiquiatra. Livre-Docente de Psicopatologia e Psiquiatria da Faculdade de
Ciências Médicas (FCM) da Universidade do
|
Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
Fonte:http://www.espirito.org.br/portal/artigos/iso-jorge/mediunidade-de-animais.html
A MEDIUNIDADE NOS ANIMAIS
Postado em Editora Vivência
Muitas vezes, os animais percebem a
presença dos espíritos até mesmo antes dos sensitivos. Mas eles podem ser
“médiuns” como o homem?
Irvênia Prada - Texto extraído do livro "A Questão Espiritual dos Animais"
No capítulo XXII, item 236, de O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec,
encontramos um comentário do espírito Erasto no sentido de existirem evidências
de que os espíritos podem se tornar visíveis e tangíveis para os animais, bem
como estes compreendem certos pensamentos do homem. Ernesto Bozzano diz que
certos animais percebem a presença de espíritos antes dos próprios sensitivos e
que há aqueles que demonstram possuir certas faculdades psíquicas, como a
telepatia.
Em seu livro Mediunidade: vida e comunicação, o prof. J. Herculano Pires
comenta a respeito da ocorrência de casos impressionantes de materialização de
animais em sessões experimentais, informando ainda sobre o relato de numerosos
casos de manifestações animais na Inglaterra, que constam nos Anais das
Sociedades de Pesquisas Psíquicas. Andrew Lang, em relato presente em outro
livro de Pires, Espírito e o Tempo, conta que fantasmas de cães foram
visualizados, além de seus ganidos serem ouvidos, por diversas pessoas,
simultaneamente, na tribo de Queensland, na Austrália.
Frente a essas colocações, naturalmente surgem as perguntas. O que tudo isso
significa? Esses fenômenos são mediúnicos? Os animais podem atuar como médiuns?
Na época de Kardec, como indica Erasto em O Livro dos Médiuns, a questão da
mediunidade dos animais era freqüentemente proposta sobretudo em razão de fatos
que revelavam indícios de inteligência por parte de alguns pássaros educados
pelo homem, que pareciam adivinhar pensamentos, chegando a retirar de um maço
de cartas aquelas que correspondiam exatamente ao pedido feito. Dado o
interesse que despertou, essa questão foi discutida na Sociedade Parisiense de
Estudos Espíritas, estando o correspondente artigo publicado na edição de
setembro de 1861 da Revista Espírita.
Para analisarmos a possibilidade dos animais atuarem ou não como médiuns, vamos
considerar as diferentes maneiras de atuação do médium nos diversos tipos de
manifestações dos espíritos.
MANIFESTAÇÕES
INTELIGENTES
Embora, à primeira vista, pareçam ser simples as questões referentes ao
conceito de fenômeno mediúnico e de médium, bem como à precisa definição de
fenômenos de efeitos físicos e de manifestações inteligentes, na realidade,
elas são complexas e envolvem muita reflexão e senso crítico. Por isso, é
melhor definir de início o perfil desses fenômenos, a fim de que tenhamos
condições de avaliar como os animais poderiam ou não participar de seu
mecanismo.
Às vezes, para se referir às manifestações inteligentes, Kardec usa também o
termo “intelectual”. Aliás, como afirma Hermínio C. Miranda em Diversidade dos
Carismas, “fenômeno mediúnico, de fato, na plenitude de sua conotação
semântica, é o de efeito intelectual, no qual o sensitivo funciona realmente
como o canal de comunicação entre encarnados e desencarnados”. Ele lembra ainda
que se lê o seguinte em O Livro dos Médiuns: “Os efeitos inteligentes são os
que o espírito produz, servindo-se dos elementos existentes no cérebro do
médium”. Segundo o autor, ter-se-ia o próprio cérebro como central nervosa,
como ponto de comando do sistema. Portanto, neste tipo de manifestação, o
médium age como intermediário, entendendo-se que a ligação é de mente para
mente, com a irradiação do pensamento. “Para uma comunicação inteligente, há
necessidade de um intermediário inteligente e esse é o espírito do médium”, diz
O Livro dos Médiuns.
A psicofonia e a psicografia se caracterizam neste tipo de manifestação. Para
que o fenômeno aconteça, é necessário que o fluido do perispírito do espírito
comunicante se combine com o fluido do médium, criando-se a atmosfera mais
apropriada para que o pensamento do primeiro alcance a mente e o cérebro do
segundo. A respeito disso, André Luiz, no capítulo 8 de Nos Domínios da
Mediunidade, descreve o mecanismo intrínseco do fenômeno de psicofonia
consciente e inconsciente.
Em uma comunicação que se seguiu à discussão do assunto na Sociedade Parisiense
de Estudos Espíritas e que consta no capítulo XXII de O Livro dos Médiuns,
Erasto comenta que não havendo afinidade entre o fluido do homem e do animal,
não há possibilidade deste atuar como médium. Refere-se ainda ao fato de que os
espíritos tiram do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao
pensamento deles a forma sensível para nós. Então, questiona que elementos
seriam encontrados no cérebro de um animal. Ele admite que alguns animais,
principalmente os adestrados, compreendem certos pensamentos do homem, mas, não
os podendo reproduzir, não podem nos servir de intérpretes. Aqui temos um fato
interessante, pois se a restrição apontada é a dos animais não poderem
reproduzir o que eventualmente entendam, há, então, os que podem fazê-lo!
A ciência acaba de demonstrar que chipanzés e gorilas são capazes de se
comunicar com os homens usando a linguagem de sinais para surdos-mudos. O casal
Allen e Beatrix Garner, ambos cientistas do corpo docente da Universidade de
Nevada, nos Estados Unidos, e seu assistente Roger Fouts, autor do livro O
Parente Mais Próximo, ensinara a linguagem para a gorila Washoe e outros
chipanzés, através da qual ela é capaz de articular frases gramaticalmente
corretas e expressar sentimentos como solidariedade, raiva, compaixão, ciúme,
inveja e senso de humor.
Fouts ressalta que, além da habilidade de aprender demonstrada pelos animais, o
mais importante foi a confirmação de que a capacidade de transmitir informações
não é exclusiva dos seres humanos. Em sua relação com os filhotes e outros
membros do grupo, a mãe ensina a linguagem humana aprendida, comprovando sua capacidade
de reproduzir informações. O assistente afirma ainda que o caso de Washoe não é
isolado, pois vários outros chimpanzés demonstraram a mesma aptidão.
Essas considerações ficam como uma porta aberta para reflexões e, um dia, quem
sabe, à possibilidade de pesquisas sobre o assunto. Talvez, essa capacidade dos
animais compreenderem determinados pensamentos do ser humano esteja relacionada
à citação de Ernesto Bozzano a respeito da participação deles em fenômenos de
telepatia. No livro Mediunidade: vida e comunicação, mais precisamente no
capitulo intitulado “Mediunidade Zoológica”, o prof. J. Herculano Pires tece
considerações sobre o desenrolar do processo evolutivo, desde o reino mineral
até o hominal, asseverando que “o animal só terá condições para a mediunidade
ao atingir a síntese dos poderes dispersos nas espécies de seu reino para se
elevar ao plano humano, só que, então, não será mais animal, mas homem”.
É evidente que existe um abismo entre a mente de um chimpanzé e a do homem, mas
certamente o julgávamos bem maior. Portanto, no caso do fenômeno mediúnico de
efeitos intelectuais ou inteligentes, parece correto admitir, de forma coerente
com o que encontramos nos livros básicos da codificação, que os animais em
geral não possuem condições de participar do processo como médiuns ou
intermediários.
Dessa forma, em que pese o respeito que devemos ter com a figura de Edgard
Armond, não temos como aceitar, à luz da doutrina espírita, a descrição que
encontramos sobre o assunto no capítulo 13 de seu livro Mediunidade: “Na Índia,
homens-tigres, incorporação ou semi-incorporação de feiticeiros em tigres que
funcionam como médiuns (...) Na África e outros lugares, mulheres e homens,
encarnados e desencarnados, incorporam-se em animais domésticos, como cães ou
gatos, e selvagens, como lobos, raposas, veados, entre outros”.
EFEITOS FÍSICOS
No caso de manifestações de efeitos físicos, o médium não atua como um
intermediário, mas como um colaborador do fenômeno, fornecendo fluidos que,
combinados com aqueles do espírito agente, saturam a matéria objeto do
fenômeno. “O espírito precisa da matéria para agir sobre ela”, afirma O Livro
dos Médiuns. Entendo que isso se trate da necessidade do espírito se valer da
matéria mais sutil, ou seja, de fluidos, para agir sobre aquela mais grosseira.
Esse também é o mecanismo dos processos de materialização de espíritos humanos
e, quem sabe, venha a explicar “os casos impressionantes de materialização de
animais”, como relata Herculano Pires. O espírito Erasto faz o seguinte alerta:
“Costuma-se dizer que os espíritos mediunizam e fazem mover a matéria inerte,
as cadeiras, as mesas, os pianos. Fazem mover, sim, mas mediunizar, não”.
Aliás, o próprio Erasto esclarece que os espíritos agem sobre a matéria inerte
com os elementos que o médium lhes fornece. “Assim, o envoltório fluídico mais
sutil do espírito, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório
fluídico mais animalizado do médium, permite ao espírito movimentar os
objetos”, explicou. Lembremo-nos que a expressão “fluido animalizado” se refere
ao fluido vital do ser que tem o “anima”, ou seja, que tem vida, que é
encarnado.
Sabemos que os espíritos procuram em elementos da natureza, como determinadas
ervas e outras plantas, substâncias de que necessitam para auxiliar encarnados
ou desencarnados. André Luiz relata que espíritos ou perispíritos de enfermos
encarnados, em desdobramento durante o sono, são levados para a beira do mar,
uma fonte inesgotável de fluido vital. Ali, existe uma infinidade de seres
vivos, animais e vegetais, e o fluido vital certamente vem deles, sendo
adequadamente modificado para que possa ser devidamente utilizado. Trata-se do
fenômeno de ectoplasmia, que conta com a participação de diversos tipos de
seres vivos que se encontram na condição de doadores de fluidos vitais.
Em determinados fenômenos, discute-se se a ocorrência é de mediunidade mesmo ou
de animismo. Assim, referindo-se aos médiuns videntes, Kardec comenta no livro
Obras Póstumas: “Seria, porventura, demasiado considerar essas pessoas como
médiuns, porquanto a mediunidade se caracteriza unicamente pela intervenção dos
espíritos, não se podendo ter como ato mediúnico o que alguém faz por si mesmo.
Aquele que possui a vista espiritual vê pelo seu próprio espírito, não sendo de
necessidade, para o surto de sua faculdade, o concurso de um espírito
estranho”.
A mesma observação pode ser feita em relação aos médiuns videntes, auditivos e
sensitivos ou impressionáveis, sendo, portanto, nesses casos, um fenômeno
anímico, não propriamente mediúnico.
Sabemos que o médium vê, ouve ou sente o que está na esfera de irradiação de
seu perispírito, havendo, então, uma combinação de seus fluidos com os do plano
espiritual. Dessa forma, podemos entender o mecanismo segundo o qual os
espíritos humanos se tornam visíveis para os animais, como disse Erasto,
exemplificando com o relato bíblico da “Mula de Balaão”. Entre os vários casos
com a participação de animais que já ouvi, lembro-me de um muito interessante.
Em uma certa família, era hábito de um idoso senhor chegar em casa à tarde,
sentar-se em sua cadeira de balanço e tirar os sapatos. Como um ato contínuo,
seu amigo e fiel cão ia ao quarto e lhe trazia os chinelos. O tempo passou e
esse senhor desencarnou. Certo dia, essa família estava reunida na sala quando
se percebeu uma repentina mudança de comportamento no cão, que demonstrava
alegria. O impressionante é que o animal se dirigiu ao quarto do antigo dono e,
trazendo os chinelos, depositou-os no lugar de costume, diante da cadeira de
balanço. Surpresos e emocionados, os familiares se entreolharam e perguntaram:
será que ele está lá? Analisando o que aconteceu, não podemos afirmar que sim
ou não. Obedecendo aos rigores do método racional, podemos dizer apenas que o
ocorrido sugere que, de fato, o espírito do senhor desencarnado esteve lá,
tendo a sua presença percebida pelo cão.
SENTINDO INFLUÊNCIAS
Encontramos outra passagem interessante sobre esse item no relato bíblico da
“cura do endemoniado geraseno”. Possesso de demônios, o homem recorreu a Jesus
para curá-lo. Então, os seres rogaram a Jesus que não os mandasse sair para o
abismo. Pastando no monte, uma grande manada de porcos andava por ali e eles
pediram permissão para entrar naqueles animais. E Jesus permitiu. Os demônios
saíram do homem e entraram nos porcos, que se precipitaram para dentro do lago
e se afogaram.
Pelo texto, podemos entender que os demônios ou espíritos obsessores exerciam
uma influência deletéria sobre o homem. Certamente o vampirizavam, pois esses
espíritos se alimentavam do fluido vital de encarnados. Aliás, André Luiz
relata como esses espíritos se amontoam nos matadouros para captar o fluido
vital que emana dos animais sacrificados. Então, uma vez que tiveram de se
afastar do homem, pois a autoridade de Jesus assim determinava, serviram-se dos
porcos que por ali passavam para, com certeza, continuarem a se valer de alguma
fonte do fluido vital de que necessitavam. É o sentido que vejo no texto, já
que não podemos levar ao pé da letra a informação de que os demônios “entraram
nos porcos”. Esses animais “sentiram” a influência ou a presença da legião de
obsessores, tornando-se extremamente perturbados por ela.
Agora, se os porcos sentiram os espíritos, será que eles atuaram como médiuns?
É uma questão complexa. Segundo O Livro dos Médiuns, “todo aquele que sente a
influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium”. Esse é um
conceito bastante amplo (“lato sensu”, como poderíamos dizer) e, nesse caso,
abrangeria até os porcos do caso do “endemoniado geraseno” ou daquele cão que
foi buscar os chinelos do senhor desencarnado. Entretanto, em uma visão mais
focalizada e remontando à origem etimológica do termo, o vocábulo “médium”
seria utilizado única e exclusivamente para manifestações de efeitos intelectuais,
quando a atuação do indivíduo é a de intermediário.
Por fim, permitam-me uma reflexão. Imagino que os prezados confrades, a essa
altura, estão entendendo bem a razão peta qual decidi tratar o assunto como
questão, ou seja, como tema a ser discutido. E se estamos com a proposta de
discutir, temos que estar abertos para as possíveis explicações, sem idéias
preconcebidas nem preconceitos, valendo-nos, é claro, de informações contidas
nas obras básicas da codificação espírita, assim como da lógica e da razão,
como recomendou Kardec. No meu entender, a questão da mediunidade dos animais
continua em aberto, pois ainda existem mais perguntas do que respostas, estando
a própria discussão do conceito de “médium” implicada na discussão do assunto.
(Extraído da revista Cristã de Espiritismo 20, páginas 44-48)
Fonte:http://www.ippb.org.br/textos/especiais/editora-vivencia/a-mediunidade-nos-animais
Mediunidade nos animais
Fonte:http://www.guia.heu.nom.br/mediunidade_nos_animais.htm
Os
irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias,
condizentes ao seu estado evolutivo, através das quais podem indiciar as
entidades deliberadamente perturbadoras, com fins inferiores, para estabelecer
a perplexidade naqueles que os acompanham, em determinadas circunstâncias.
____Um
papagaio tem a pineal, mas não vai receber um espírito, porque ele não tem
uma área no cérebro que lhe permita fazer um julgamento. A mediunidade está ligada a uma questão de
senso-percepção.
____Então, a ela não basta a existência da glândula_pineal, mas sim, todo o cone que vai
até ocórtex_frontal, que
é onde você faz a crítica daquilo que absorve. A mediunidade é uma função de
senso (captar)-percepção (faz a crítica do que está acontecendo). Então, a
mediunidade é uma função humana.
- /// | \\\ ---
Entrevista da revista Espiritismo & Ciência com
o psiquiatra e mestre em Ciências pela Universidade de São Paulo, dr. Sérgio
Felipe de Oliveira. Diretor-clínico do Instituto Pineal Mind, e
diretorpresidente da AMESP (Associação Médico-Espírita de São Paulo), Sérgio
Felipe de Oliveira é um dos maiores pesquisadores na área de Psicobiofísica da
USP, e vem ganhando destaque nos meios de comunicação com suas pesquisas acerca
do papel da glândula pineal em fenômenos ligados à mediunidade.
____A
questão da mediunidade
dos animais se acha completamente resolvida
na dissertação seguinte, feita por um Espírito cuja profundeza e sagacidade os
leitores hão podido apreciar nas citações, que temos tido ocasião de fazer, de
instruções suas. Para bem se apreender o valor da sua demonstração, essencial é
se tenha em vista a explicação por ele dada do papel do médium nas
comunicações.
____Esta comunicação
deu-a ele em seguida a uma discussão, que se travara, sobre o assunto, na
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas:
- Explanarei hoje a questão da mediunidade dos animais, levantada e sustentada por um dos vossos
mais fervorosos adeptos. Pretende ele, em virtude deste axioma: Quem
pode o mais pode o menos, que podemos "mediunizar" os pássaros
e os outros animais e servir-nos deles nas nossas comunicações com a
espécie humana. E o que chamais, em filosofia, ou, antes, em lógica,
pura e simplesmente um sofisma.
- Podeis animar, diz ele, a matéria inerte,
isto é, uma mesa, uma cadeira, um piano; a fortiori, deveis poder animar
a matéria já animada e particularmente pássaros. Pois bem! no estado
normal do Espiritismo,
não é assim, não pode ser assim.
- Primeiramente, entendamo-nos bem acerca dos
fatos. Que é um médium? É o
ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que
estes possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos
encarnados. Por conseguinte, sem médium, não há comunicações tangíveis,
mentais, escritas, físicas, de qualquer natureza que seja.
- Há um princípio que, estou certo, todos
os espíritas admitem,
é que os semelhantes atuam com seus semelhantes e como seus semelhantes.
Ora, quais são os semelhantes dos Espíritos, senão os Espíritos,
encarnados ou não? Será preciso que vo-lo repitamos incessantemente?
Pois bem! repeti-lo-ei ainda: o vosso perispírito e
o nosso procedem do mesmo meio, são de natureza idêntica, são
semelhantes. Possuem uma propriedade de assimilação mais ou
menos desenvolvida, propriedadede magnetização mais ou menos
vigorosa, que nos permite a nós, Espíritos desencarnados e encamados,
pormo-nos muito pronta e facilmente em comunicação. Enfim, o que é
peculiar aos médiuns, o
que é da essência mesma da individualidade deles, é uma afinidade
especial e, ao mesmo tempo, uma força de expansão particular,
que lhes suprimem toda refratariedade e
estabelecem, entre eles e nós, uma espécie de corrente, uma espécie de
fusão, que nos facilita as comunicações. E, em suma,
essa refratariedade da matéria que se opõe ao desenvolvimento
da mediunidade,
na maior parte dos que não são médiuns. (Ver:Ferromagnetismo e
Mediunidade)
- Os homens se mostram sempre propensos a tudo
exagerar; uns, não falo aqui dos materialistas, negam alma_aos_animais,
outros de boa mente lhes atribuem uma, igual, por assim dizer, à nossa.
Por que hão de pretender deste modo confundir o perfectível com o
imperfectível? Não, não, convencei-vos, o fogo que anima os irracionais,
o sopro que os faz agir, mover e falar na linguagem que lhes é própria,
não tem, quanto ao presente, nenhuma aptidão para se mesclar, unir,
fundir com o sopro divino, a alma etérea, o Espírito que anima o ser
essencialmente perfectível: o homem, o rei da criação. Ora, não é essa
condição fundamental de perfectibilidade o que constitui a superioridade
da espécie humana sobre as outras espécies terrestres? Reconhecei,
então, que não se pode assimilar ao homem, que só ele é perfectível em
si mesmo e nas suas obras, nenhum indivíduo das outras raças que vivem
na Terra.
- O cão que, pela sua inteligência superior
entre os animais, se tornou o amigo e o comensal do homem, será
perfectível por si mesmo, por sua iniciativa pessoal? Ninguém ousaria
afirmá-lo, porquanto o cão não faz progredir o cão. O que, dentre eles,
se mostre mais bem educado, sempre o foi pelo seu dono. Desde que o mundo
é mundo, a lontra sempre construiu sua choça em cima d'água, seguindo as
mesmas proporções e uma regra invariável; os rouxinóis e as andorinhas
jamais construíram os respectivos ninhos senão do mesmo modo que seus
pais o fizeram. Um ninho de pardais de antes do dilúvio, como um ninho
de pardais dos tempos modernos, é sempre um ninho de pardais, edificado
nas mesmas condições e com o mesmo sistema de entrelaçamento das
palhinhas e dos fragmentos apanhados na primavera, na época dos amores.
As abelhas e formigas, que formam pequeninas repúblicas bem
administradas, jamais mudaram seus hábitos de abastecimento, sua maneira
de proceder, seus costumes, suas produções. A aranha, finalmente, tece a
sua teia sempre do mesmo modo.
- Por outro lado, se procurardes as cabanas de
folhagens e as tendas das primeiras idades do mundo, encontrareis, em
lugar de umas e outras, os palácios e os castelos da civilização
moderna. As vestes de peles brutas sucederam os tecidos de ouro e seda.
Enfim, a cada passo, achais a prova da marcha_incessante_da_Humanidade_pela_senda_do_progresso.
- Desse
progredir constante, invencível, irrecusável, do Espírito humano e desse
estacionamento indefinido das outras espécies animais, haveis de
concluir comigo que, se é certo que existem princípios comuns a tudo o
que vive e se move na Terra: o sopro e a matéria, não menos certo é que
somente vós, Espíritos_encarnados,
estais submetidos a inevitável lei_do_progresso,
que vos impele fatalmente para diante e sempre para diante. Deus colocou
os animais ao vosso lado como auxiliares, para vos alimentarem, para vos
vestirem, para vos secundarem. Deu-lhes uma certa dose de
inteligência, porque, para vos ajudarem, precisavam compreender, porém
lhes outorgou inteligência apenas proporcionada aos serviços que são
chamados a prestar. Mas, em sua sabedoria, não quis que estivessem sujeitos
à mesma lei do progresso. Tais como foram criados se conservaram e se
conservarão até à extinção de suas raças.
- Dizem:
os Espíritos "mediunizam" a matéria inerte e fazem que se
movam cadeiras, mesas, pianos. Fazem que se movam, sim,
"mediunizam", não! porquanto, mais uma vez o digo, sem médium,
nenhum desses fenômenos pode produzir-se. Que há de extraordinário em que,
com o auxílio de um ou de muitos médiuns, façamos se mova a matéria
inerte, passiva, que, precisamente em virtude da sua passividade, da sua
inércia, é apropriada a executar os movimentos e as impulsões que lhe
queiramos imprimir? Para isso, precisamos de médiuns, é positivo; mas,
não é necessário que o médium esteja presente, ou seja consciente, pois
que podemos atuar com os elementos que ele nos fornece, a seu mau grado
e ausente, sobretudo para produzir os fatos de tangibilidade e o de
transportes. O nosso envoltório_fluídico,
mais imponderável e mais sutil do que o mais sutil e o mais imponderável
dos vossos gases, com uma propriedade_de_expansão e
de penetrabilidadeinapreciável
para os vossos sentidos grosseiros e quase inexplicável para vós,
unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico,
porém animalizado,
do médium, nos permite imprimir movimento a móveis quaisquer e até
quebrá-los em aposentos desabitados.
- É certo que os Espíritos podem tornar-se
visíveis e tangíveis aos animais e, muitas vezes, o terror súbito que
eles denotam, sem que lhe percebais a causa, é determinado pela visão de
um ou de muitos Espíritos, mal-intencionados com relação aos indivíduos presentes,
ou com relação aos donos dos animais. Ainda com mais freqüência vedes
cavalos que se negam a avançar ou a recuar, ou que empinam diante de um
obstáculo imaginário. Pois bem! tende como certo que o obstáculo
imaginário é quase sempre um Espírito ou um grupo de Espíritos que se
comprazem em impedi-los de mover-se. Lembrai-vos da mula de Balaão que,
vendo um anjo diante de si e temendo-lhe a, espada flamejante, se
obstinava em não dar um passo. E que, antes de se manifestar
visivelmente a Balaão, o anjo quisera tornar-se visível somente para o
animal. Mas, repito, não mediunizamos diretamente nem os animais,
nem a matéria inerte. É-nos sempre necessário o concurso consciente, ou
inconsciente, de um médium humano, porque precisamos da união de fluidos
similares, o que não achamos nem nos animais, nem na matéria bruta.
- O
Sr. T..., diz-se, magnetizou o
seu cão. A que resultado chegou? Matou-o, porquanto o infeliz animal
morreu, depois de haver caído numa espécie de atonia, de langor,
conseqüentes à sua magnetização. Com efeito, saturando-o de um fluido
haurido numa essência superior à essência especial da sua natureza de
cão, ele o esmagou, agindo sobre o animal à semelhança do raio, ainda que
mais lentamente. Assim, pois, como não há assimilação possível entre o
nosso perispírito e
o envoltório fluídico dos animais, propriamente ditos,
aniquila-los-íamos instantaneamente, se os mediunizássemos.
- Isto posto, reconheço perfeitamente que há
nos animais aptidões diversas; que certos sentimentos, certas paixões, idênticas às paixões e aos
sentimentos humanos, se desenvolvem neles; que são sensíveis e
reconhecidos, vingativos e odientos, conforme se procede bem ou mal com
eles. É que Deus, que nada fez incompleto, deu aos animais, companheiros
ou servidores do homem, qualidades de sociabilidade, que faltam
inteiramente aos animais selvagens, habitantes das solidões. Mas, daí a
poderem servir de intermediários para a transmissão do pensamento dos
Espíritos, há um abismo: a diferença das naturezas.
- Sabeis que tomamos ao cérebro do médium os
elementos necessários a dar ao nossopensamento uma forma que vos seja
sensível e apreensível; é com o auxilio dos materiais que possui, que o
médium traduz o nosso pensamento em linguagem vulgar. Ora bem! que
elementos encontraríamos no cérebro de um animal? Tem ele ali palavras,
números, letras, sinais quaisquer, semelhantes aos que existem no homem,
mesmo o menos inteligente? Entretanto, direis, os animais compreendem o
pensamento do homem, adivinham-no até. Sim, os animais educados
compreendem certos pensamentos, mas já os vistes alguma vez
reproduzi-los? Não. Deveis então concluir que os animais não nos podem
servir de intérpretes.
- Resumindo: os fatos mediúnicos não podem
dar-se sem o concurso consciente, ou inconsciente, dos médiuns; e
somente entre os encarnados, Espíritos como nós, podemos encontrar os
que nos sirvam de médiuns. Quanto a educar cães, pássaros, ou outros
animais, para fazerem tais ou tais exercícios, é trabalho vosso e não
nosso.
ERASTO.
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