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Ayahuasca: Mudar de vida em modo psicodélico
Por Olfa Masmoudi
outubro 21, 2014
A linha entre o que consideramos uma droga psicadélica e aquilo a que podemos chamar medicina ancestral para entrar em transe, é muito fina. Quando contei à minha família o que ia fazer, tanto eles como eu pensávamos que se tratava de uma trip intensa, da família do LSD, mas natural. Uma droga de hippies chic, arrebatada às tribos peruanas, para satisfazer a necessidade de êxtase místico da nossa sociedade moderna ocidental. Estava redondamente enganada. O que vivi, fruto do meu encontro com a ayahuasca foi, sem exagero, a experiência mais enriquecedora que tive na vida. Foi tipo fazer reset ao meu sistema como ser vivo neste planeta.
Com a ayahuasca morres um bocadinho, ou seja, é uma morte pequenina. Como me explicou o xamã, tens de matar as sombras que não te deixam crescer, vais ao encontro do mais temeroso e obscuro que tens cá dentro. Também lhe chamam “liana da morte”. Essa obscuridade é o teu inconsciente, é um tête-à-tête com o mais profundo do teu ser. A experiência é dura, como uma luta de gladiadores em território fantástico e desconhecido, onde o limite é a morte. Só um gladiador sobrevive, e como não podes ficar pelo caminho, o teu consciente nalgum momento há-de ver a luz. Só que essa luz não é a luz ao final do túnel, é mais a luz de quem abre pela primeira vez os olhos, como quando sais da escuridão do ventre materno. O teu inconsciente matou-te. Com a ayahuasca perdes sempre a batalha, mas só para nascer mais forte, mais vivo, e mais conectado com a vida. A esta batalha chama-se “trabalho”. E mais que um trabalho, é um périplo algo parecido aos 12 trabalhos do Hércules. A viagem do herói que quer provar aos deuses que tem valor. Esse é o tipo de trabalho que a ayahuasca te põe à frente. Mas não te preocupes que a recompensa é inversamente grata. Experimentas a sensação de semi-deus.
A ayahuasca faz parte das plantas mestras professoras (nas quais também se inclui o peyote). É uma mestra professora conhecida como “avózinha”, porque assim como uma avó, é firme e dura, mas fá-lo com amor e só quer o teu bem.
A ayahuasca é uma beberagem psicadélica utilizada em rituais. Os xamãs, os curandeiros e os mestres ayahuasqueiros das etnias do Amazonas usam-na há mais de cinco mil anos, como forma de alcançar a expansão da consciência. A ayahuasca é oquid da cura e da vida espiritual na bacia do Amazonas.
Pode chamar-se huasca, purga ou daime, e é a mistura de duas ou mais substâncias farmacologicamente activas: a liana da ayahuasca (Banisteriopsis caapi) e a Chacrona (Psychotria viridis), que por sua vez são esmagadas e cozidas durante 16 horas. Estes dois elementos juntos activam a diemetriltriptamina (DMT) no cérebro. A DMT não tem actividade quando a tomas oralmente, a não ser que venha acompanhada de um inibidor de MAO (monoaminooxidasa), como é o caso da ayahuasca.
A DMT é um alcalóide triptamínico, e a responsável pelos sonhos na fase REM (rapid eye movement), quando entramos no inconsciente. Também está a cargo dos sonhos lúcidos. Diz-se que o corpo só liberta DMT quando nasce e quando morre. Esta teoria popularizou a sua versão sintética, mas que não tem comparação com a ayahuasca.
Há dois tempos importantes nesta experiência. O tempo eminente e tangível, ou seja, o momento em que a tomas e as oito horas que seguem, (o tal morrer e nascer ao mesmo tempo). E o tempo seguinte, o trabalho de todos os dias depois de tomá-la. Antes de contar a minha história quis que passasse um tempo, só para ver como flui e transita tudo o que senti nesse dia.
A nossa educação ocidental ensina-nos que o processo de conhecimento se faz através do verbo e da escrita, mas quando embarcas numa viagem com a ayahuasca o primeiro passo a dar é libertar-se dessas bitolas, e estar pronto para o que der e vier, seja lá o que isso for. Tudo faz parte de um processo que começa antes da noite da cerimónia, e continua indefinidamente no tempo. A lição começa antes com as mudanças na alimentação. Há muita gente que não faz a dieta, que a transforma, que foi mal informada, ou que já tomou tantas vezes a ayahuasca que decidiu inventar uma nova. Cada um sabe de si e vive a experiência como lhe apetecer, mas quando é a tua primeira vez, e vais fazê-lo com um xamã - de confiança - é melhor seguires o plano, se quiseres evitar um mau bocado. Alguns vão pedir-te que faças a dieta prévia durante um mês, outros uma semana, mas todos com o mesmo objectivo: purificar o teu organismo para que o golpe físico seja o menos violento possível. De certa maneira é uma purga e por isso, quanto mais contaminado estiveres, maior vai ser o abanão. A dieta é basicamente esta: nada de carnes vermelhas (e dois dias antes é melhor não comer qualquer tipo de carne), nada de alimentos processados nem irritantes, tipo picante e café (esta foi quase missão impossível), nada de álcool nem drogas recreativas ou farmacêuticas, nada de lácteos, nada de sexo, e muito descanso nos três dias que antecedem o “trabalho”. Deves manter esta dieta nos três dias seguintes, vais ver que recuperas melhor e tens melhores resultados. Pela parte que me toca, segui-a ao pé da letra, e na hora H o meu corpo curtiu.
Aqui começa a primeira grande mudança. Todos os que tomam a ayahuasca têm um objectivo, e quando entendem que não vai ser uma experiência recreativa as intenções variam entre: descobrir o caminho do presente, abrir novas portas, ultrapassar traumas, superar dependências, transformar modus operandis ou ter uma experiência espiritual, entre outras coisas. Acho que não é importante catalogar todas as causas, mas sim entender o que é transversal a todas elas: a mudança de hábitos, (seja catalisador ou efeito colateral). O psicólogo William James, fundador da psicologia funcional e defensor das terapias alternativas feitas com curandeiros, foi o primeiro a falar sobre este tema. Devemos-lhe a teoria dos 21 dias necessários para mudar um hábito, que é o tempo que cérebro precisa para assimilá-lo. Mas os novos estudos realizados pela Universidade do Sul da Califórnia dizem outra coisa. Os hábitos formam-se a partir de uma necessidade e são o fruto de uma aprendizagem de associação, que dura entre 15 e 254 dias. Se queremos mudanças de verdade, é melhor manter a zenitude, porque é preciso tempo para assimilar todas as “revelações”. Quando mergulhamos neste tema, em todas as suas facetas, começam a surgir as primeiras perguntas. Eu própria me interrogo: Será que a ayahuasca é um atalho da meditação e da psicanálise? Será que não tenho paciência para nenhuma das duas?
No ultimo quarto de século os ocidentais norte-americanos e europeus começaram a peregrinar à América do Sul. Queriam experimentar a ayahuasca, no Perú. William Burroughs visitou a América do Sul em 1950 para provar o yagé. Foi o primeiro turista da ayahuasca. Burroughs contou a sua experiência ao seu amigo Allen Ginsberg, e dessa troca de relatos nasceu o icónico livro: Cartas do Yage.
A razão fundamental do hype da ayahuasca é evidente para quem já sentiu os seus efeitos. Sim, é uma experiência psicadélica brutal, mas é muito mais que isso. É transcendental. Em Setembro de 2014 aconteceu o Congresso Internacional de ayahuasca en Ibiza, com fóruns académicos, legais, e interlocutores tanto científicos como xamânicos. É preciso estar atento à globalização da ayahuasca, à vulgarização da cosmogonia amazónica e à ilusão de uma poção mágica que vem resolver os nossos problemas. Já apareceram os primeiros xamãs impostores, e com eles algumas mistelas mal preparadas que são, evidentemente, perigosas.
Tenho medo que a ayahuasca (que ainda está num limbo legal) se converta na Disneylândia da experiência psicadélica. Mas qualquer intenção desonesta para com a planta tem o seu preço. Porque a ayahuasca, à sua maneira, mata-te. Na cerimónia apercebi-me deste frenesim. Mais de metade eram principiantes, e a média de idades rondava os 29 anos. Mas há esperança. A de que todos entremos numa consciência universal, em comunhão com todos os seres vivos.
Dizem que tens de estar preparado e saber mesmo bem quais são as tuas intenções. Mas também dizem que o chamamento mais forte é o da planta , quando é ela que te vem buscar. Comigo foi assim. Desde o início do ano, e sem dar por isso, fui encontrado pessoas, que por uma razão ou por outra me falavam no assunto. Uma grande amiga até passou umas semanas num retiro ayahuasquero, no Perú. Não liguei nenhuma a estes sinais. Também porque achava, no meu modo cartesiano e céptico de pensar, que estas propriedades transcendentais da planta eram exageradas. Tinha encontrado a minha espiritualidade há uns anos. Acreditava nas “forças cósmicas do universo”. Andava à procura de experiências suaves: conectar-me com a Terra através da natureza, viver o aqui e o agora, meditar como forma de alcançar o equilíbrio entre o corpo e a mente. E já está. A minha visão da espiritualidade estava longe da dos meus interlocutores ayahuasqueiros. Mas havia algo que me cativava. Ou era a sua forma de falar, ou a sua forma de ser perante a vida, eram diferentes dos outros. Era quase hipnótico. Aos bocadinhos, e sem querer, cada vez estava mais perto da ayahuasca. A curiosidade superava o meu pensamento racional e foi aí que começaram as perguntas. Estava pronta, já sabia quais eram as minhas intenções. E para mim não havia tempo nem maneira de ir por outro lado, murmurava a minha intuição. Estava decidida, mas havia um problema. A ayahuasca fora do Amazonas não tem estatuto legal e a DMT é considerada uma droga, por isso tomá-la em ambiente seguro era missão quase impossível. Ir a um ritual de ayahuasca não é como ir comprar erva ao dealer que vive na tua rua. Enquanto vivia num mix de impaciência e medo dessas sensações tão fortes de que todos me falavam, tive um sonho muito revelador. No meu sonho, o meu avô que acabava de morrer veio despedir-se de mim. Tivemos uma bonita conversa. Despediu-se com um sorriso e disse-me : “Querida Olfa, não tenhas medo, a aya está à tua espera”. E como uma nuvem, esfumou-se. Acordei, o cosmos estava alinhado, e eu mais pronta que nunca. Pouco tempo depois recebi um convite para a cerimónia. Aceitei sem pestanejar.
Cheguei com duas amigas, num sábado à noite, a um templo que fica no meio de um bosque, em Huixquilucan. Choviam canivetes e cheirava a madeira húmida. O nosso xamã vive uma metade do ano no México e a outra no Perú, mas é brasileiro, e o seu nome é Ichiro. Fiquei a saber por várias fontes que é um dos melhores xamãs do México, seja lá o que isso for. Preparámos as nossas mantas, sacos cama, almofadas, lenços de papel, água, um balde, e mais mantas. O meu primeiro reflexo foi localizar a casa de banho, movida pela terrível ideia da purga aka expelir cenas por todos os orifícios do teu corpo.
O xamã preparou o altar, com os seus utensílios e tudo, e leu o protocolo da cerimónia: como e quando pedir outra dose (se sentimos que o “trabalho” ainda não começou) ou manter o silêncio e não incomodar o próximo (visto que é uma experiência introspectiva e pessoal muito forte). Depois houve uma breve apresentação do grupo e cada um falou das suas intenções. O Ichiro acendeu umas velas ao centro do círculo e invocou o avô fogo. Em seguida, e um de cada vez, íamos tomando a “poção”. Não havia volta atrás. Olhei fixamente para os olhos tranquilos do Ichiro, peguei no copo (pouco maior que um copo de shot), repeti internamente as minhas intenções e pedi à “avózinha” que me ensinasse, mas com amor. Dois tragos, e siga. Tem uma consistência espessa e sabe a alcaçuz com tamarindo velho. Quando todos terminámos o Ichiro começou com os ícaros (canções rituais que invocam os espíritos de Pachamama). Progressivamente, cada um dos meus companheiros começou a entrar noutra dimensão. Eu continuava sóbria e pude observar a sua transformação silenciosa. Ao ritmo de diferentes instrumentos via como as suas almas se manifestavam. “Que inveja”, pensei. Continuava sóbria, e portanto decidi repetir a dose. Também queria viver essa experiência mística de fusão com o universo, queria ver Deus, queria entender tudo, queria comover-me com a minha insignificância. Mas estava longe, tão longe. A segunda dose foi um horror, nem sombra do sabor adocicado e bom da primeira vez. Depois de mim vieram mais duas pessoas para um segundo round. Senti-me menos sozinha.
A cerimónia seguia ao ritmo dos ícaros, intercalados com alguns vómitos. Outra vez, um por um, todos começaram a vomitar. E eu? Lúcida e sóbria. Comecei a duvidar dos elogios mágicos que todos faziam à ayahuasca. Não quis ser um destes seres humanos magnânimos que põe em causa os atributos da medicina vegetal, mas não pude evitar. Eu vinha viver uma coisa e essa coisa não estava a acontecer. Estava a cerimónia já bastante avançada quando decidi, pela terceira vez, levar a beberagem à boca. As alminhas da segunda vez também vieram. O sabor era asqueroso. Voltei ao meu lugar e de repente começou.
Senti que alguma coisa alheia se apoderava de mim. Uma visita obscura acompanhada de formas geométricas. A obscuridade que senti nesse momento foi a mais potente de toda a minha vida. Não era negro. Era uma cor pastosa. Uns demónios trepavam as paredes dessa obscuridade que me rodeava. Aos poucos senti a sua energia depositar-se nos meus ombros, e numa expiração profunda abri os olhos. Uma parte importante do controle da tua experiência faz-se através da respiração, porque a respiração é o que te conecta com a vida, e com ela vais manobrando o teu “trabalho”. Escapei brevemente dessa sensação demoníaca, mas as minhas pálpebras não tinham força e voltei ao abismo. Fui invadida por uma angústia, um desespero e uma impotência imensos. Como numa paranóia. Voltei a respirar e a abrir os olhos. À minha volta as pessoas vomitavam, viam Deus, alguns em grande exaltação saltavam todas as regras do protocolo, gritavam, tocavam uns nos outros. Concentrei-me neles, continuei a respirar e a sensação de obscuridade desapareceu. Deve ter durado uns 10 minutos. “Esta é a minha grande lição? Não pode ser só isto…”, pensei eu, atónita e desiludida.
Mas sim, foi só isso. Voltei a estar lúcida. Via o que se passava à minha volta. Um rapaz sentiu-se tão bem que decidiu, voluntariamente, fazer xixi nas calças. Eu observava o mundo ao meu redor, enquanto o xamã tentava, através dos seus cânticos, acalmar e guiar aquela malta. Nesse momento pensei em meter uma quarta dose. Mas só de imaginá-lo tinha vontade de vomitar as entranhas. O xamã aproximava-se de cada um de nós, um por um, para nos “limpar”. Por esta altura já deviam ter passado umas duas horas. Resignei-me e pensei: “Devo ser dessas pessoas a quem isto não bate na primeira vez”. De repente, olhei para o lado e vi que a minha amiga estava tão sóbria como eu. O xamã surpreendido ofereceu-lhe um quarto shot. Um a ela e outro a mim. Disse-nos que tínhamos batido o record do Guiness e todos se riram iluminados pelas forças cósmicas do universo.
Tomei o quarto. Um suspiro cósmico e lá estava eu, cara a cara com Deus. Finalmente. Nada se compara com esta experiência. O universo e eu fomos um só. Eu era o universo, eu era tu, era um “e” intemporal e um “u” interrogativo e infinito. Fui presente, passado e futuro. Senti a energia do meu corpo libertar-se, nó por nó, à volta da minha coluna vertebral. Ri, diverti-me, brinquei com a minha alma, vivi dimensões olfactivas, perdi a noção do tempo e do espaço, porque eu era tempo e espaço. Nunca me diverti tanto, nunca me aliviei tanto, nunca fui tão esplendorosamente feliz. Ria sozinha. Ria com os meus companheiros de viagem. Ria com essas criaturas fluorescentes com quem falava enquanto demorava mil anos a vestir uma camisola. Chorei todas as penas do mundo, e por fim, o Santo Graal: vomitei. Vomitar em ayahuasca é do mais bonito que pode haver, porque não é um vomito físico. Estás a vomitar algo interno, tipo um rancor que guardavas desde os 15 anos. Podes vomitar um desgosto, uma perda, ou vomitar o teu ego que não te deixa avançar. Frente a frente comigo abracei-me e cresci, fui uma divindade e descobri o caminho que me levou a todas as minhas intenções. Morri ao contrário, renasci. Dizem que antes de morrer tens direito a uma retrospectiva de toda a tua vida, e que esse seria o efeito da DMT quando se expulsa do teu organismo. Deve ser verdade. Matei-me conscientemente para reencarnar na pessoa que quero ser. A decisão agora é minha.
A ayahuasca deu-me uma lição de humildade, de ser apenas e só um símio microscópico no esquema universal. Ver os “meus próprios demónios” com a lucidez e a capacidade energética que te dá a ayahuasca pode ser uma benção, se souberes como enfrentá-lo. Foi nascer outra vez. Já não sou a mesma. Não digo que já não seja ateia ou céptica, mas tenho outra percepção da realidade. É como ver extraterrestres. Provavelmente não te vão passar cartão, e é difícil explicar uma coisa que a psique humana não conhece, mas quem viveu sabe. Estamos unidos num entendimento diferente do universo. É maravilhoso levar as capacidades do teu cérebro ao limite. Gostava de voltar a tomar ayahuasca, mas não sei quando. A recuperação é dura. Assim como vem, vai-se num piscar de olhos. É uma abdução alienígena. Mas embora voltes da viagem exausto (porque correste uma maratona espiritual), fisicamente estás novo em folha, pronto para um triatlo.
Talvez a ayahuasca não seja para toda a gente. Tens de estar disposto a atravessar uma poderosa e longa experiência espiritual, e para isso é preciso muita coragem. Mas quando vais sem medos, há coisas não voltam a ser as mesmas. A experiência psicadélica faz parte de uma mudança real, duradoura. Talvez seja mesmo um atalho da meditação ou da psicanálise, com o bónus de ser algo muito mais amoroso e potente. Algo que estavas longe de imaginar.
A minha inteligência existencial é mais forte. Fui tempo e espaço, morri, renasci, chorei, perdoei, amei e agradeci. Sinto que posso tomar as rédeas da minha vida, sem preocupações, sem rancores, sem ego. Simplesmente viver, da forma mais pura e colorida que conseguir. Não tenho medo da morte. O que tenho é muita vontade de viver. Viva o hype da ayahuasca, e obrigada por esta morte pequenina que me ensinou tanto sobre viver.
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Fonte:http://www.vice.com/pt/read/ayahuasca-mudar-de-vida-em-modo-psicadelico
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