Fases da Lua provocam chuvas — é tipo astrologia mas
funciona
Sendo honesto, existem dois tipos de astrologia. Aquele dos horóscopos de jornal e o estudado, com longos mapas-astrais, que estudam as relações delicadas dos planetas e projetam um perfil bem mais complexo da pessoa, levando em conta signo principal, ascendentes, solstícios, etc.
Os dois tipos de astrologia são uma bobagem total, resquícios da Idade do Bronze, quando o Universo ainda era assustador e inexplicável. Hoje ele continua assustador mas já sabemos que cometas não aparecem para prever tragédias, e que o médico exerce milhões de vezes mais influência gravitacional na criança do que Júpiter.
Isso, claro, não quer dizer que os astros não afetem nossas vidas. O Sol é razoavelmente importante para a vida na Terra, e a Lua é essencial para as marés e para os calendários internos de muitos animais marinhos. Não, o ciclo menstrual humano não é guiado pela Lua, lamento, ou todas as mulheres menstruariam no mesmo dia.
Agora uma pesquisa descobriu outra coisa afetada pela Lua: chuvas.
É sabido desde 1847 que a fase da Lua afeta a pressão atmosférica, mas ao contrário da astrologia, que nunca conseguiu explicar o mecanismo de ação de sua magiquinha imaginária, aqui o efeito é simples: maré, cortesia da gravidade.
Enquanto circula a Terra a Lua produz atração gravitacional, tudo que estiver “debaixo” dela sofre um puxão (ela também sofre, bem mais forte aliás). A Lua se deforma, se ovalando em direção à Terra, e a Terra faz o mesmo. No caso dos continentes a distorção é de alguns cm, no caso dos oceanos vários metros, daí as marés, mas e a atmosfera?
Ela também é puxada, o lado diretamente debaixo da Lua (e o diretamente oposto) ficam maiores, com mais ar e consequentemente a pressão atmosférica aumenta.
Tsubasa Kohyama e John (Michael) Wallace, da Universidade de Washington resolveram estudar dados pluviométricos, e não deu outra:
Maior pressão barométrica aumenta a temperatura do ar, o que aumenta a capacidade de reter umidade, e bingo, mais chuva.
Claro, antes que a Fundação Cacique Cobra Coral contrate um astrólogo, é bom avisar que o efeito foi detectado nos trópicos, onde as marés são mais sentidas, e no total a variação pluviométrica foi na casa de 1%. Apenas o bastante para a Super ou o Fantástico publicarem alguma bobagem tipo “Ciência comprova astrologia”.
Postado Por Carlos Cardoso em 31 01 2016 em Astronomia, Destaque, Destaques, Estatística
Fonte: Eureka Alert.
http://meiobit.com/335964/fases-da-lua-afetam-nao-so-o-oceano-como-a-atmosfera-provocando-chuvas/
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