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Iemanjá - Lenda, Mito e Sincretismo Religioso
Iemanjá (yemanjá), a Rainha do Mar, mãe de quase todos os orixás, é
exaltada por negros e brancos. Iemanjá, possui vários nomes: sereia do mar,
princesa do mar, rainha do mar, Inaé, Mucunã, Dandalunda, Janaína, Marabô,
Princesa de Aiocá, Sereia, Maria, Dona Iemanjá; dependendo de cada região, mas
sua origem vem da África. "A Iemanjá brasileira é resultado da
miscigenação de elementos europeus, ameríndios e africanos".
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy84wHO0V2Tj19K3TC_CWCvHt8Tf5AWOu_SDGyO9aVuFAD4pTlu7DvsWB1ZIN7zd9DoQna64jMMe7hc0XU4qKZ1jOPmYVoV92EsCjaW0pcKPdlwZh9qGJEYGRM5khAPrJ31_fnjTtX7IY/s1600/Iemanja+orixas+filhos.gif)
"Afrodite brasileira", Iemanjá é a padroeira dos amores e muito solicitada em casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças, tudo pode ser conseguido caso ela consinta. Iemanjá exerce fascínio nos homens, sua beleza é o esteriótipo da beleza feminina: Longos cabelos negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.
Têm poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida dessas pessoas estão em suas mãos, segunda a lenda é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías. Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o seu domínio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPvIXSv3v_Cnz0vSkwJ93UWvwmKTl5kT_02XXGvz45ZnZ910jS7Sv9gom6Cf5aM-UkqsOZATouMFIYgOgZ-yDahPoX_uNfzM2jdc-6XIfZf5jcrv0xp0FNSjXANuPzbU1bhXhelF_tu9k/s640/Iemanja+Pintura.jpg)
No sincretismo religioso, Iemanja tem identidade correspondente a outros santos, como na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria.
Em cada lugar do Brasil Iemanjá é festejada, mas as datas diferem de um lugar para outro. No Rio de Janeiro seu culto é festejado no dia 31 de Dezembro, junto a passagem de ano, ondes os devotos oferecem oferendas: Velas, espelhos, pentes, flores, sabonetes e perfumes... na esperança de que ela leve todas as tristezas, problemas e aflições para o fundo do mar e traga dias melhores. Na Bahia sua data é comemorada no dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro. Venerada nos Candomblés da Bahia, recebe muitas homenagens e oferendas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV82-1EoJDiQ6lA4MTj0kOyto6EHXHyc77YM-MqSvQvfSkKNeCFNHhQX2za7B5zFPWWzLZlOGl4vltMwdh1a9jtonHP-rjNAVYz_s0SFHqSHbuDac95VxP7FMwBEF02TjpyykUiX3kBD7Z/s1600/iemanja+candomble.jpg)
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Iemanjá também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados a água e caracteriza a "Mudança", na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Bn6ol-E335wTVxCkkkkQxX8-GE7yM0X_ju13yusNyYYF6W_5KcmqhQsAseBK3Bb8VPx6UfYxEhyELMLMA9hzVWlGLvX718Mo5WgLUqtBEiK4UA5a_gPbpjv51PykTvNbgZDsJjY2bKDd/s1600/iemanja+ciclodalua.jpg)
Mãe de quase todos os órixas, é a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYvICHnqqBsIGaVodoz1OMDTTU8rJIWSB7VxgoZtTMgupCoGa4VMG5IKKrlJQtcehbYP5BCEXBW8AwKZU9aXYkVFntkqTEeLshgO31pu5Huaj-d77T_d58NGbDHb-c0b8JUSqVgE6aQ0/s1600/orixas.jpg)
Casada com Oxalá, Iemanjá é o arquétipo da maternidade. Outras vezes Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8wltdm9kp2BNNJh36isX_4b0TQCWTwBKCf1yR3q8YMes9MtLcHaO5wERmkSVKKR0EhSvysXBmlPbghh9zWMb95vFC24Y17tLn-5la3qkQS_OOr7fky3O8dQfyBYdQdur1UtH8p93SEHIk/s400/sereia+do+candomble.gif)
Nota: Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da Santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
MITOLOGIA
LENDA (Arthur Ramos)
Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).
Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.
Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.
A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe". Fonte: Deusa Iemanjá
Iemanjá Rainha do Mar
Cantada por Maria Bethânia
Composição: Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXu8iK0H4EKGjVQ1-Od-VZBtTbzzSV6iYOlAeZ1M3YBZQUInkrDTPio06VRsYrQXpWm0KzQKl1f8uQwkhXxGyY-u6hevJ4_nn5l0ztxSn4gHs2bVQpnxNHSEqLfwv0sFdowMbk2U2Ymi8/s640/iemanja.jpg)
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã,
Maria, Dona Iemanjá.
Onde ela vive?
Onde ela mora?
Nas águas,
Na loca de pedra,
O que ela gosta?
O que ela adora?
Perfume,
Flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Pra ela se enfeitar.
Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d'água,
Odoyá!
Qual é seu dia,
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar.
O que ela canta?
Por que ela chora?
Só canta cantiga bonita
Chora quando fica aflita
Se você chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Pescador e marinheiro
que escuta a sereia cantar
é com o povo que é praiero
que dona Iemanjá quer se casar.
Meu respeito e admiração pela cultura e a crença.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiOOUSiXkmbjB2y5xqf7yITKTYcKQFfvfFv-OYXQxxuCPrtdlGD4IhPAXv24Vz50V1O-6MzDv37g_sFNdQyFODvX04XZu5FSxX2CYIxGCweJoU7L0KZ9_4w48flfAYcXp06QudxIVE8G5tc/s400/iemanja+culturaafricana.jpg)
Saudação à Iemanjá, a Rainha do Mar: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!
Yemanjá
Mitologia Africana
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy84wHO0V2Tj19K3TC_CWCvHt8Tf5AWOu_SDGyO9aVuFAD4pTlu7DvsWB1ZIN7zd9DoQna64jMMe7hc0XU4qKZ1jOPmYVoV92EsCjaW0pcKPdlwZh9qGJEYGRM5khAPrJ31_fnjTtX7IY/s1600/Iemanja+orixas+filhos.gif)
"Afrodite brasileira", Iemanjá é a padroeira dos amores e muito solicitada em casos de desafetos, paixões conflituosas, desejos de vinganças, tudo pode ser conseguido caso ela consinta. Iemanjá exerce fascínio nos homens, sua beleza é o esteriótipo da beleza feminina: Longos cabelos negros, feições delicadas, corpo escultural e muito vaidosa.
Têm poderes sobre todos aqueles que entram em seu domínio, o mar. Venerada e respeitada por pescadores e todos aqueles que vivem no mar, pois a vida dessas pessoas estão em suas mãos, segunda a lenda é ela quem decide o destino das pessoas que adentram seu império: enseadas, golfos e baías. Dona de poderes, a tranquilidade do mar ou as tempestades estão sob o seu domínio.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPvIXSv3v_Cnz0vSkwJ93UWvwmKTl5kT_02XXGvz45ZnZ910jS7Sv9gom6Cf5aM-UkqsOZATouMFIYgOgZ-yDahPoX_uNfzM2jdc-6XIfZf5jcrv0xp0FNSjXANuPzbU1bhXhelF_tu9k/s640/Iemanja+Pintura.jpg)
No sincretismo religioso, Iemanja tem identidade correspondente a outros santos, como na igreja católica é Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e a Virgem Maria.
Em cada lugar do Brasil Iemanjá é festejada, mas as datas diferem de um lugar para outro. No Rio de Janeiro seu culto é festejado no dia 31 de Dezembro, junto a passagem de ano, ondes os devotos oferecem oferendas: Velas, espelhos, pentes, flores, sabonetes e perfumes... na esperança de que ela leve todas as tristezas, problemas e aflições para o fundo do mar e traga dias melhores. Na Bahia sua data é comemorada no dia de Nossa Senhora das Candeias, 2 de fevereiro. Venerada nos Candomblés da Bahia, recebe muitas homenagens e oferendas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgV82-1EoJDiQ6lA4MTj0kOyto6EHXHyc77YM-MqSvQvfSkKNeCFNHhQX2za7B5zFPWWzLZlOGl4vltMwdh1a9jtonHP-rjNAVYz_s0SFHqSHbuDac95VxP7FMwBEF02TjpyykUiX3kBD7Z/s1600/iemanja+candomble.jpg)
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Iemanjá também é conhecida como deusa lunar, rege os ciclos da natureza que estão ligados a água e caracteriza a "Mudança", na qual toda mulher é submetida devido a influência dos ciclos da lua.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6Bn6ol-E335wTVxCkkkkQxX8-GE7yM0X_ju13yusNyYYF6W_5KcmqhQsAseBK3Bb8VPx6UfYxEhyELMLMA9hzVWlGLvX718Mo5WgLUqtBEiK4UA5a_gPbpjv51PykTvNbgZDsJjY2bKDd/s1600/iemanja+ciclodalua.jpg)
Mãe de quase todos os órixas, é a deusa da compaixão, do perdão e do amor incondicional.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEikYvICHnqqBsIGaVodoz1OMDTTU8rJIWSB7VxgoZtTMgupCoGa4VMG5IKKrlJQtcehbYP5BCEXBW8AwKZU9aXYkVFntkqTEeLshgO31pu5Huaj-d77T_d58NGbDHb-c0b8JUSqVgE6aQ0/s1600/orixas.jpg)
Casada com Oxalá, Iemanjá é o arquétipo da maternidade. Outras vezes Iemanjá continua bela, mas pode apresentar-se como a Iara, metade mulher, metade peixe, as sereias dos candomblés do caboclo.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8wltdm9kp2BNNJh36isX_4b0TQCWTwBKCf1yR3q8YMes9MtLcHaO5wERmkSVKKR0EhSvysXBmlPbghh9zWMb95vFC24Y17tLn-5la3qkQS_OOr7fky3O8dQfyBYdQdur1UtH8p93SEHIk/s400/sereia+do+candomble.gif)
Nota: Em Cuba, Yemayá também possui as cores azul e branca, é uma rainha do mar negra, assume o nome cristão de La Virgen de la Regla e faz parte da Santeria como santa padroeira dos portos de Havana.
MITOLOGIA
LENDA (Arthur Ramos)
Com o casamento de Obatalá, o Céu, com Odudua, a Terra, que se iniciam as peripécias dos deuses africanos. Dessa união nasceram Aganju, a Terra, e Iemanjá (yeye ma ajá = mãe cujos filhos são peixes), a Água. Como em outras antigas mitologias, a terra e a água se unem. Iemanjá desposa o seu irmão Aganju e tem um filho, Orungã.
Orungã, o Édipo africano, representante de um motivo universal, apaixona-se por sua mãe, que procura fugir de seus ímpetos arrebatados. Mas Orungã não pode renunciar àquela paixão insopitável. Aproveita-se, certo dia, da ausência de Aganju, o pai, e decide-se a violentar Iemanjá. Essa foge e põe-se a correr, perseguida por Orungã. Ia esse quase alcançá-la quando Iemanjá cai no chão, de costas e morre. Imediatamente seu corpo começa a dilatar-se. Dos enormes seios brotaram duas correntes de água que se reúnem mais adiante até formar um grande lago. E do ventre desmesurado, que se rompe, nascem os seguintes deuses: Dadá, deus dos vegetais; Xango, deus do trovão; Ogum, deus do ferro e da guerra; Olokum, deus do mar; Oloxá, deusa dos lagos; Oiá, deusa do rio Niger; Oxum, deusa do rio Oxum; Obá, deusa do rio Obá; Orixá Okô, deusa da agricultura; Oxóssi, deus dos caçadores; Oké, deus dos montes; Ajê Xaluga, deus da riqueza; Xapanã (Shankpannã), deus da varíola; Orum, o Sol; Oxu, a Lua.
Os orixás que sobreviveram no Brasil foram: Obatalá (Oxalá), Iemanjá (por extensão, outras deusas-mães) e Xango (por extensão, os outros orixás fálicos).
Com Iemanjá, vieram mais dois orixás yorubanos, Oxum e Anamburucu (Nanamburucu). Em nosso país houve uma forte confluência mítica: com as Deusas-Mães, sereias do paganismo supérstite europeu, as Nossas Senhoras católicas, as iaras ameríndias.
A Lenda tem um simbolismo muito significativo, contando-nos que da reunião de Obatalá e Odudua (fundaram o Aiê, o "mundo em forma"), surgiu uma poderosa energia, ligada desde o princípio ao elemento líquido. Esse Poder ficou conhecido pelo nome de Iemanjá.
Durante os milhões de anos que se seguiram, antigas e novas divindades foram unindo-se à famosa Orixá das águas, como foi o caso de Omolu, que era filho de Nanã, mas foi criado por Iemanjá.
Antes disso, Iemanjá dedicava-se à criação de peixes e ornamentos aquáticos, vivendo em um rio que levava seu nome e banhava as terras da nação de Egbá.
Quando convocada pelos soberanos, Iemanjá foi até o rio Ogun e de lá partiu para o centro de Aiê para receber seu emblema de autoridade: o abebé (leque prateado em forma de peixe com o cabo a partir da cauda), uma insígnia real que lhe conferiu amplo poder de atuar sobre todos os rios, mares, e oceanos e também dos leitos onde as massas de águas se assentam e se acomodam.
Obatalá e Odudua, seus pais, estavam presentes no cerimonial e orgulhosos pela força e vigor da filha, ofereceram para a nova Majestade das Águas, uma jóia de significativo valor: a Lua, um corpo celeste de existência solitária que buscava companhia. Agradecida aos pais, Iemanjá nunca mais retirou de seu dedo mínimo o mágico e resplandecente adorno de quatro faces. A Lua, por sua vez, adorou a companhia real, mas continuou seu caminho, ora crescente, ora minguante..., mas sempre cheia de amor para ofertar.
A bondosa mãe Iemanjá, adorava dar presentes e ofereceu para Oiá o rio Níger com sua embocadura de nove vertentes; para Oxum, dona das minas de ouro, deu o rio Oxum; para Ogum o direito de fazer encantamentos em todas as praias, rios e lagos, apelidando-o de Ogum-Beira-mar, Ogum-Sete-ondas entre outros.
Muitos foram os lagos e rios presenteados pela mãe Iemanjá a seus filhos, mas quanto mais ofertava, mais recebia de volta. Aqui se subtrai o ensinamento de que "é dando que se recebe". Fonte: Deusa Iemanjá
Iemanjá Rainha do Mar
Cantada por Maria Bethânia
Composição: Pedro Amorim e Paulo César Pinheiro
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Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Quanto nome tem a Rainha do Mar?
Dandalunda, Janaína,
Marabô, Princesa de Aiocá,
Inaê, Sereia, Mucunã,
Maria, Dona Iemanjá.
Onde ela vive?
Onde ela mora?
Nas águas,
Na loca de pedra,
O que ela gosta?
O que ela adora?
Perfume,
Flor, espelho e pente
Toda sorte de presente
Pra ela se enfeitar.
Como se saúda a Rainha do Mar?
Como se saúda a Rainha do Mar?
Alodê, Odofiaba,
Minha-mãe, Mãe-d'água,
Odoyá!
Qual é seu dia,
Nossa Senhora?
É dia dois de fevereiro
Quando na beira da praia
Eu vou me abençoar.
O que ela canta?
Por que ela chora?
Só canta cantiga bonita
Chora quando fica aflita
Se você chorar.
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Quem é que já viu a Rainha do Mar?
Pescador e marinheiro
que escuta a sereia cantar
é com o povo que é praiero
que dona Iemanjá quer se casar.
Meu respeito e admiração pela cultura e a crença.
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Saudação à Iemanjá, a Rainha do Mar: Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba! Odô-fe-iaba!
Yemanjá
Mitologia Africana
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