O Que É Uma Obra Prima?
Originalmente, o termo obra-prima referia-se a uma peça de arte manufacturada, produzida por um artesão que pretendesse ascender à posição de mestre (Maître de guilde) na sua corporação (seja de ourivesaria, tapeçaria ou outra).
Existe outra corrente que defende que o termo teria origem matemática, dos números primos, pelas características inerentes à aplicação da regra proposta por Arquimedes, à época do império grego-romano.
Atualmente ainda são vigentes algumas destas tradições na Alemanha e na França. Estas peças de arte aspiram à perfeição, sendo admiradas pela sua beleza e elegância.
Nos tempos atuais, este termo é usualmente empregado para definir qualquer obra de arte considerada extraordinária, nomeadamente para referir a melhor obra de um artista. É recorrente a definição da Mona Lisa como a obra-prima de Leonardo Da Vinci; o filme Rashomon como a obra-prima de Akira Kurosawa; o mesmo se passando com a estátua de David de Miguel Ângelo; o Hamlet de William Shakespeare; ou a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven. Em geral, define-se uma obra-prima sem preocupação de qual o campo da arte ou artista a que está associada, mas em representação do seu contributo para a arte.
Fonte:Wikipédia
Embora em seu sentido atual uma “obra prima” seja entendida como a melhor obra de um artista, este não era o sentido da expressão quando ela surgiu, ainda na Idade Média. Em vez disso, ela designava a primeira obra perfeita produzida por alguém que pretendia ser artesão.
Originalmente, o termo “obra prima” se referia ao trabalho produzido por um aprendiz ou assalariado que aspirava a se tornar um mestre em sua corporação de ofício. Sua capacidade para tanto deveria ser comprovada através da produção de uma peça que atendesse ao padrão de qualidade requerido pela guilda à qual estava associado. Se fosse bem-sucedido, ele era recebido como membro pleno da corporação. Por esta razão o artesão dava grande atenção à produção de uma peça de qualidade, na qual toda sua arte e engenhosidade estivessem refletidas.
Ainda hoje há muitas instituições que requerem do pretendente a associado que apresente um trabalho original assim qualificado. A Academia Real, em Londres, é uma destas instituições e a Academia Francesa é outra.
Por que a "Monalisa" é considerada uma obra-prima?
Porque reúne algumas das principais contribuições de Leonardo da Vinci (1452-1519) à arte ocidental (veja a ilustração). As inovações trazidas pela pintura influenciaram a técnica de mestres como Rafael (1483-1520), que produziu um quadro semelhante, em que a retratada se encontra na mesma posição, em 1504. Ela também foi objeto de muitas releituras contemporâneas, como a de Marcel Duchamp (1887-1968), que lhe pôs um bigodinho.
Contribuições de Leonardo da Vinci à arte
Olhar
Ela fita o observador, o que foi uma mudança radical na pintura da época - as mulheres eram tradicionalmente representadas com a cabeça abaixada e inclinada para um lado.
Ela fita o observador, o que foi uma mudança radical na pintura da época - as mulheres eram tradicionalmente representadas com a cabeça abaixada e inclinada para um lado.
Chiaroscuro
Camadas de tinta escuras e claras, que deixam a anterior transparecer, criam constraste entre brilho e luz, o que resulta em áreas claras e escuras e dá a sensação de relevo.
Camadas de tinta escuras e claras, que deixam a anterior transparecer, criam constraste entre brilho e luz, o que resulta em áreas claras e escuras e dá a sensação de relevo.
Consultoria Elza Ajzenberg, professora da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP).
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/monalisa-considerada-obra-prima-645968.shtml
Visao Interna da Capela da Area e Capela Sistina
A função e o objetivo de uma grande arte, as
expectativas depositadas nela e o papel do artista não são invariáveis. Eles
mudam conforme a época e a sociedade. No entanto, umas poucas obras se destacam
por ir alem de seu tempo e manter-se significativas e inspiradoras. Antes do
Renascimento, o artista era considerado principalmente um artesão, e uma
obra-prima era um trabalho submetido a corporação profissional como prova das
habilidades técnicas requeridas. Os grandes mestres do Renascimento, porem,
propuseram que um artista fosse julgado mais pelas qualidades de intelecto e
imaginação que pela própria habilidade manual. Hoje, o conceito de obra-prima
esta intimamente ligado ao de museu, em que os grandes tesouros artísticos são
mostrados a todos. Ate a Revolução Francesa, no entanto, tal conceito era
inexistente, e vale lembrar que muitas das pinturas não foram criadas para
serem expostas onde estão hoje.
Abaixo estão descritas as características que elevaram
pinturas ao titulo de Obra de arte:
• Virtuosismo
à Ao julgar qualquer desempenho excepcional, seja de um atleta, um músico, ator ou artista plástico, a aptidão técnica é uma das considerações básicas. Um grande artista deve ter o domínio completo das habilidades necessárias (- nem sempre – grifo meu) alem de conhecimento e da imaginação para levar essas habilidades, e as regras de arte vigentes, a novas fronteiras. O verdadeiro virtuosismo faz o domínio técnico parecer enganosamente natural e simples.
à Ao julgar qualquer desempenho excepcional, seja de um atleta, um músico, ator ou artista plástico, a aptidão técnica é uma das considerações básicas. Um grande artista deve ter o domínio completo das habilidades necessárias (- nem sempre – grifo meu) alem de conhecimento e da imaginação para levar essas habilidades, e as regras de arte vigentes, a novas fronteiras. O verdadeiro virtuosismo faz o domínio técnico parecer enganosamente natural e simples.
• Inovação
à Desde o Renascimento, a sociedade ocidental buscou a inovação louvou-a premiou-a. Ser o primeiro em qualquer realização significa ser lembrado como a figura-chave da historia. Giotto e Picasso são considerados gigantes da arte européia porque conseguiram reescrever as regras de artes vigentes e ofereceram uma linguagem visual alternativa. Artistas posteriores desenvolveram e levaram alem essas conquistas. (...) entre outras virtudes, cada uma (das pinturas famosas) desafiou as fronteiras artísticas existentes e – na maioria dos casos – expandiu-as.
à Desde o Renascimento, a sociedade ocidental buscou a inovação louvou-a premiou-a. Ser o primeiro em qualquer realização significa ser lembrado como a figura-chave da historia. Giotto e Picasso são considerados gigantes da arte européia porque conseguiram reescrever as regras de artes vigentes e ofereceram uma linguagem visual alternativa. Artistas posteriores desenvolveram e levaram alem essas conquistas. (...) entre outras virtudes, cada uma (das pinturas famosas) desafiou as fronteiras artísticas existentes e – na maioria dos casos – expandiu-as.
• Mecenato:
Antes do século XIX e do desenvolvimento do mercado moderno, a maioria das grandes obras de artes eram encomendadas por mecenas que muitas vezes especificavam condições exatas ou desempenhavam um papel ativo na definição de seu tema e aparência. Os principais mecenas antigos foram a Igreja católica e as cortes reais da Europa. Só após o Romantismo, no inicio do século XIX, o papel do artista como individuo que cria segundo uma visão particular começou a emergir.
Antes do século XIX e do desenvolvimento do mercado moderno, a maioria das grandes obras de artes eram encomendadas por mecenas que muitas vezes especificavam condições exatas ou desempenhavam um papel ativo na definição de seu tema e aparência. Os principais mecenas antigos foram a Igreja católica e as cortes reais da Europa. Só após o Romantismo, no inicio do século XIX, o papel do artista como individuo que cria segundo uma visão particular começou a emergir.
• Concepção
Artística:
Poucos artistas conseguem sobreviver a menos que tenham o apoio financeiro de mecenas, colecionadores e comerciantes, mas também é claro que esse apoio nunca pode assegurar a qualidade da obra produzida. A Capela Arena de Giotto, e o teto de Michelangelo (Capela Sistina) são realmente obras de arte porque expressam a total convicção e o compromisso dos artistas com o que lhes foi pedido – produzir obras de arte que fossem dignas do próprio Deus. Essas mesmas qualidades – a crença numa idéia e a capacidade de pintar para expressa-la – distingue praticamente as pinturas, incluindo as de nomes menores. Sem essa convicção e esse compromisso toda arte permanece, ainda tecnicamente satisfatória, no domínio da decoração (ou seja, se torna comum, não é reconhecida –grifo meu).:
Poucos artistas conseguem sobreviver a menos que tenham o apoio financeiro de mecenas, colecionadores e comerciantes, mas também é claro que esse apoio nunca pode assegurar a qualidade da obra produzida. A Capela Arena de Giotto, e o teto de Michelangelo (Capela Sistina) são realmente obras de arte porque expressam a total convicção e o compromisso dos artistas com o que lhes foi pedido – produzir obras de arte que fossem dignas do próprio Deus. Essas mesmas qualidades – a crença numa idéia e a capacidade de pintar para expressa-la – distingue praticamente as pinturas, incluindo as de nomes menores. Sem essa convicção e esse compromisso toda arte permanece, ainda tecnicamente satisfatória, no domínio da decoração (ou seja, se torna comum, não é reconhecida –grifo meu).:
Visao Interna da Capela da Area e Capela Sistina
• O papel do
artista:
Um dos mitos persistentes é o do gênio desprezado em sua época e cujo valor só é reconhecido muitos anos após a morte. É raro isso acontecer, e apenas em circunstancias muito incomuns. Bem mais normal é um artista ser saudado em vida como grandes figuras de todos os tempos, mas, cinqüenta anos depois, não passar de uma nota de rodapé na historia da arte. Assim, nem a aclamação bem a rejeição popular garantem a fama futura. Os artistas vivem e trabalham num ambiente complexo, formado por mecenas, colecionadores, marchands, instituições artísticas e colegas artistas. O sucesso no curto período pode ser obtido com a ajuda de muita coragem e individualidade, mas apenas aqueles que são dotados de agudeza de espírito e que usam a arte não como fim em sim mas como meio de dizer verdades maiores conseguem criar obras-primas que resistem ao julgamento do mais severo de todos os críticos – o tempo.
Um dos mitos persistentes é o do gênio desprezado em sua época e cujo valor só é reconhecido muitos anos após a morte. É raro isso acontecer, e apenas em circunstancias muito incomuns. Bem mais normal é um artista ser saudado em vida como grandes figuras de todos os tempos, mas, cinqüenta anos depois, não passar de uma nota de rodapé na historia da arte. Assim, nem a aclamação bem a rejeição popular garantem a fama futura. Os artistas vivem e trabalham num ambiente complexo, formado por mecenas, colecionadores, marchands, instituições artísticas e colegas artistas. O sucesso no curto período pode ser obtido com a ajuda de muita coragem e individualidade, mas apenas aqueles que são dotados de agudeza de espírito e que usam a arte não como fim em sim mas como meio de dizer verdades maiores conseguem criar obras-primas que resistem ao julgamento do mais severo de todos os críticos – o tempo.
-- ambiguidade
e o mistério estão entre as qualidades principais da boa arte pag 28
CUMMING, Robert. "Arte em Detalhes" / Robert Cumming;
[tradução Maria da Anunciação Rodrigues] - Sao Paulo: Publifolha , 2010 1a.
edição 104p
Fonte:http://lauraartes.blogspot.com.br/2011/03/o-que-define-uma-obra-prima.html
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