Quanto mais caminho,
mais percebo o quanto o
mundo
anda sedento.
As pessoas correm,
sofrem,
se desesperam e continuam
buscando a felicidade como
se essa fosse apenas uma
miragem
nesse imenso deserto que a
vida
se transformou.
Há muita gente no mundo,
milhares e milhares.
Portanto,
a solidão continua
assolando vidas,
assolando vidas,
maltratando corações que,
no fim do dia e das contas
acabam
desacreditando nas portas
desacreditando nas portas
que se abrem a elas.
Cada qual pensa no próprio
eu
e todo mundo se isola.
e todo mundo se isola.
Enquanto isso,
a vida continua,
cresce a indiferença,
cresce o desamor,
cresce o desamor,
multiplicam-se as
depressões
e incompreensões.
As pessoas
sentem-se vazias e reagem
sentem-se vazias e reagem
como pessoas vazias.
Vazias,
pelo menos,
de amor e caridade,
mas cheias de tristezas e
desilusões.
Há, portanto,
dentro de cada um de nós
um poço de possibilidades
e
compartilhar de si é deixar-se
compartilhar de si é deixar-se
um pouquinho em cada um.
Só não tem nada para
oferecer quem possui
oferecer quem possui
um coração vazio,
não as mãos.
E acabar com a solidão
de alguém é contribuir para
de alguém é contribuir para
o fim da própria solidão.
Oferecer a esperança é
dar-se a si uma nova chance,
dar-se a si uma nova chance,
é reabrir portas,
é descobrir o novo e
entregar-se a ele.
entregar-se a ele.
Há melhor presente no
mundo
que o dom de si?
Há coisa mais bonita que
saciar
o coração de alguém?
o coração de alguém?
Devolver a esperança,
por menor que seja ela,
é dar às pessoas a
oportunidade de descobrir
o outro lado da vida,
aquele que,
embora um pouco esquecido,
ainda existe.
O dia tem 24 horas
e parece muitas vezes que
são insuficientes para
fazermos
tudo o que temos que fazer.
tudo o que temos que fazer.
Lamentamos a falta de
tempo
para isso ou aquilo
e pensamos que um dia,
e pensamos que um dia,
quem sabe,
se atingirmos a bênção
da velhice tranqüila,
poderemos dar um pouco
mais de nós aos outros.
Quanto engano!!!
Podemos dar de nós a cada
dia e a cada hora,
agindo com o coração e
tendo
uma atitude que nos torna
uma atitude que nos torna
diferentes em qualquer
lugar.
Pode-se resistir ao
ódio por muito tempo,
ódio por muito tempo,
mas quem resiste à
ternura,
ao afeto,
ao amor e à boa-vontade?
Quando as pessoas agirem
com
menos egoísmo e ao invés de
ruminarem a própria
infelicidade começarem
infelicidade começarem
a agir para o bem do
próximo,
as doenças da alma
começarão a encontrar a cura
começarão a encontrar a cura
e o amanhecer terá para
cada um
de nós um outro rosto,
mais sereno,
mais amigo e mais
esperado.
Letícia Thompson
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