(...) Mas, o quê
exatamente se entende por alma? Essa é uma questão que tem preocupado os
pensadores ao longo dos séculos, e assim é pouco provável que possamos oferecer
aqui uma descrição definitiva. Como disse o filósofo norte-americano Ralph Waldo
Emerson, “A filosofia de seis mil anos não inspecionou as câmaras e depósitos da
alma.” De todo modo, esperamos nesta rápida visão geral compartilhar uma
percepção do que é a vida anímica e como as essências florais enriquecem a
alma.
Nas discussões teológicas
dos filósofos, bem como em muitos ensinamentos religiosos e metafísicos
contemporâneos, a “alma” é o aspecto imortal do ser humano, destinada à
condenação eterna ou à redenção, ou a encarnar uma vida após a
outra.
Nas palavras do poeta
inglês William Wordsworth, “A alma que conosco se ergue,
nossa Estrela da Vida /
teve alhures seu ocaso / e de muito longe vem.” A partir dessa
perspectiva, a alma é uma
entidade espiritual.
Do ponto de vista da
moderna ciência materialista, aquilo a que chamamos alma é
uma entidade totalmente
física, nada além de um subproduto das reações químicas no
cérebro. Podemos seguir a
pista desse conceito até o filósofo francês do século 17,
René Descartes, que
localizou a alma na glândula pineal.
Já a visão clássica era a
de que a alma não seria nem puro espírito nem puro corpo, mas sim uma qualidade
viva do corpo. O filósofo grego Aristóteles definia a alma como “a realidade
inicial de um corpo natural imbuído com a capacidade para a vida”. O romano
Plotino declarou: “É a alma que empresta movimento a todas as coisas”, fazendo
eco ao que Cícero dissera vários séculos antes, “Pois tudo que é posto em
movimento por forças externas é sem vida, mas tudo aquilo que possui vida é
movido por um impulso interior e inerente. E esse impulso é a própria essência e
poder da alma.” A religiosa medieval Hildegard de Bingen descrevia a alma como
“um sopro do espírito vivo que, com sublime sensibilidade, permeia todo o corpo
para dar-lhe vida.”
A partir dessas descrições
temos a impressão de que a alma é aquilo que move, ou
anima, um corpo vivo. Com
efeito, anima e animus são as palavras latinas que designam os aspectos
feminino e masculino da alma. Enquanto humanos, compartilhamos essa qualidade
animada da alma com aquelas criaturas que são nossas companheiras na Terra, os
animais, dos quais cada espécie expressa uma qualidade anímica única em seus
sons e movimentos.
A alma é aquilo que nos
move; é paixão, desejo, luta por algo que está além do nosso alcance. A alma é
também as profundezas da experiência. É a incursão na dor, na vulnerabilidade,
na mortalidade, na entrega. Como a flor na planta, a alma humana expressa a
riqueza da experiência; ela dá cor, textura e sentimento. É um cálice para
receber a vida, um espaço interior no qual vivenciar o mundo exterior. A alma
vive através do contato com a pulsação da vida. Experimentamos tal alma na soul
music ou na poesia que eleva a alma.
A alma está assim
fortemente conectada ao corpo astral, morada das nossas emoções, do nosso gostar
e não gostar, das nossas experiências. Contudo, seria uma simplificação
exagerada dizer que a alma é o corpo astral, pois ela também busca um
relacionamento com o mundo físico, com a Natureza e com a sociedade
humana.
Patricia Kaminski e Richard
Katz, in
Repertório das Essências
Florais
Fonte:http://padmashanti.blogspot.com.br/
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