Karma-ioga (sânscrito
कर्म योग, transl. Karma Yoga) é a
integração (ioga)
pela dedicação de todas as ações e seus frutos à divindade. É a execução da
ação em união com a parte divina interior, ficando distanciado dos resultados,
e mantendo o equilíbrio seja em face do sucesso ou do fracasso.
Segundo Swami Shivananda,
a carma-ioga é o serviço desinteressado para a humanidade. É a ioga da ação que
prepara o antahkarana(coração e mente) para receber a Luz Divina, ou
Conhecimento do Si-Mesmo.
A ação prende a
pessoa ao mundo fenomênico (samsara) quando é ditada pelo ego, quando
está inbuída do senso de fazer-e-receber. Então ela é karma bindu, a
pessoa se liga à ação. Mas quando a ação é desinteressada, sem se esperar
frutos, ela é libertadora. Então, o carma
se torna carma-ioga.
A prática da ação sem
esperar por seus frutos liberta do medo e do pesar. O praticante de Karma Yoga
deve se libertar da ambição, do desejo, da raiva e do egoísmo. Deve ter um
grande coração, amar a sociedade com os homens de todos os tipos. Ao praticar a
carma-ioga, essas qualidades vão se tornando parte da pessoa.
Gandhi
(Mohandas Karamchand Gandhi - 1869/1948) utilizou e difundiu o yama ahimsa,
ou de resistência pacífica (política de não-violência) a partir da carma-ioga
citado no Bhagavad Gita, onde Sri Krishna ensina a Arjuna, príncipe-guerreiro
pandava, sobre ioga e samkhya.
Bhagavad Gita
No Bhagavad Gita,
Krishna
diz a Arjuna
que se ele praticar a ação desapegada (Seva ou karma yoga) se tornará livre do
cativeiro kármico do qual surge os ciclos repetidos de nascimentos e mortes
(2.39 e 2.40).
A carma-ioga é um dos
temas centrais do Bhagavad Gita e permeia toda a obra, nos verso 2.47 a 2.51
pode-se ler o básico do karma-yoga:
Somente tens direito
ao trabalho, não a seus frutos. Que esses frutos nunca sejam o motivo de seus
atos, e nunca deverás ficar inativo.
Faça as suas ações no
melhor de suas habilidades, Ó Arjuna, com sua mente ligada ao Senhor,
abandonando a preocupação e o apego egoísta para os resultados, permanecendo
calmo tanto no sucesso como no fracasso. O serviço sem egoísmo traz paz e
tranqüilidade da mente, que conduz a união com Deus.
O trabalho feito com
motivo egoísta é inferior e está longe do serviço desapegado. Portanto, seja um
trabalhador desapegado, Ó Arjuna. Aqueles que trabalham apenas para o gozo dos
frutos dos seus trabalhos são infelizes (porque não se tem controle sobre os
resultados).
Um carma-iogue, ou
uma pessoa desapegada, torna-se livre tanto da virtude como do vício em sua
vida. Portanto, esforce-se por serviço desapegado. Trabalhar o melhor das suas
habilidades, sem apegar-se egoisticamente pelos frutos do trabalho, chama-se
Karmayoga ou Seva.
Os carma-iogues estão
livres do cativeiro do renascimento, devido a renúncia do serviço desapegado
aos frutos de todo trabalho, alcançando um divino estado de salvação ou
Nirvana.
Fontes:
§ Swami Shivananda
Em inglês.
§ Sri Ramana Maharshi
Em inglês.
§ Bhagavad-Gita,
tradução de Ramananda Prasad
Karma-yoga
“O yoga da ação
Concentra-te somente na acção
e jamais nos seus frutos: não permitas
que os frutos da acção sejam o teu móbil
...
realiza todos os teus atos, em Yoga,
e, aos apegos renuncia...
e, na perda e no ganho, permanece o mesmo...”(Vyassa, Bhagavad-gîta, Cântico 2, 47-48)Não existe inação no karma-yoga. Tudo é ação. É por meio da actividade que se pode desenvolver a resistência à preguiça, proteger-se dos estados psíquicos negavitos e, até mesmo, alterá-los.O yoga da acção consiste na execução correcta do trabalho que nos é atribuido sem qualquer pensamento do seu fruto para nosso próprio ganho. A acção correcta é aquela que é guiada pela sabedoria e livre de apego. Quando uma acção é levada a cabo nesta forma, novo karma não é criado e é portanto o caminho para a libertação.O karma-yoga é a liberdade na acção ou a acção sem a motivação do ego. O karma yogi age espontaneamente, e é a espontaneidade na acção que leva ao fluxo das acções. Existe uma ´suplesse´ na forma de agir do karma yogi. É como se tudo se encaixasse no seu devido lugar devido à ausência de motivos egóicos por detrás da acção. O praticante do karma-yoga tenta desembaraçar-se do seu egoísmo, por meio da renúncia, condição sine qua non para atingir a Libertação. O meio utilizado é o trabalho, e o local de prática é a vida quotidiana, onde encontra as melhores oportunidades de aperfeiçoamento espiritual.As grandes linhas da teoria e da prática do karma-yoga podem ser resumidas da seguinte forma: É impossível para o ser humano não agir dado que mesmo a não acção, em si, é uma acção, logo, o objectivo do Homem não deve ser a inacção. Algumas acções revestem-se de um carácter obrigatório. Não se deve desejar os frutos da acção, ter apego à acção ou considerar-se autor da mesma. Pelo trabalho feito sem egoísmo, o Homem atinge a verdadeira liberdade, objectivo da natureza humana.
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