Se você anda usando um pouco do seu tempo com “espaços verdes”, deve ter notado que isso melhorou seu humor, reduziu o estresse e aumentou a sensação de relaxamento. Esses são apenas alguns dos benefícios que as áreas naturais podem trazer, além de terem crédito no aumento da longevidade, redução no tempo de recuperação de uma cirurgia e aumento das capacidades cognitivas. Mas apesar de todos esses pontos positivos, pouca pesquisa foi feita sobre o porquê desses efeitos – até agora.
Uma equipe internacional, de diversas universidades, se envolveu em um projeto para testar a hipótese de que as pessoas respondem favoravelmente às áreas verdes devido à biodiversidade presente.
Os pesquisadores estudaram 34 locais, posicionados perto de cinco rios, na cidade de Sheffield, no Reino Unido. Em cada local, eles analisaram os pássaros, borboletas e plantas, para quantificar a riqueza de espécies. Eles também entrevistaram visitantes, para entender quais características traziam o bem-estar.
As questões exploravam as duas maiores fontes de impacto benéfico das áreas verdes: a natureza “revitalizante”, que diminui a fadiga mental, e a contribuição para a “sensação de espaço”, derivada dos laços emocionais com locais particulares, trazendo um senso de identidade.
Como teorizado, a sensação boa dos visitantes estava relacionada com a biodiversidade dos três grupos taxionômicos. Não com a biodiversidade real, mas sim aquela percebida pelos entrevistados.
Surpreendentemente, as relações entre o bem-estar e a riqueza de espécies eram inconsistentes: enquanto as pessoas responderam positivamente ao alto nível de diversidade aviária, responderam negativamente à diversidade de plantas e de forma neutra para as mudanças no número de borboletas.
Os valores estimados dos visitantes, para a biodiversidade, estavam relacionados. Isso sugere que eles usam certos aspectos comuns para definir o ambiente, como a presença de uma espécie carismática ou a quantidade, e não a diversidade, de vida. Esse mecanismo ainda necessita de mais estudo para ser esclarecido.
Mas uma coisa é certa: os habitantes da cidade não estão bem informados da sua flora e fauna. De todos os entrevistados, apenas dois conseguiram identificar corretamente todas as espécies mostradas em 12 fotos (quatro pássaros, borboletas e plantas). Aproximadamente um quarto das pessoas não sabia apontar nem mesmo uma espécie.
Os pesquisadores descobriram que há uma relação entre a habilidade de identificar espécies e a de estimar a biodiversidade de um local. Isso sugere que preservar e aumentar a biodiversidade em locais públicos traria benefícios – somente se em conjunto forem ofertados programas educacionais que ajudem os habitantes a reconhecer os seres.
Nesse sentido, se os visitantes de parques, por exemplo, tiverem acesso à vida selvagem, a sensação de bem-estar poderia ser aumentada. E isso ainda pode dar mais passos aos assuntos ambientais, e consequentemente um esforço maior para a conservação da natureza. [Science20]
Fonte:http://hypescience.com/
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