AMAR O MAL,INDIFERENÇA,EGOISMO,A CRUELDADE


Há quem ame o mal. Há cultos diabólicos, onde o mal é venerado. Há quem ame a crueldade, que é obviamente um das formas supremas de mal. Oiça-se Gengis Khan: 
A felicidade consiste em vencer os inimigos, em vê-los de joelhos à nossa frente, em tirar-lhes as suas propriedades, em saborear o seu desespero, em ultrajar as suas mulheres e filhas.
Gengis Khan, em Witold Rodzinski  The Walled Kingdom
O mal é poderoso. Faz parte da crueldade da vida. Por isso, amar o mal, é frequente. Mas amar o mal não envolve necessariamente cultos esotéricos, ou a paranóia de Gengis Kahan.

Há outras formas mais comuns de amar o mal: amar o dinheiro pode ser uma fonte poderosa de mal; tal como o amor excessivo ao eu - o egoísmo virulento -, que leva a que esqueçamos os outros, os seus males, e a ajuda que lhes devemos. Disse Kant: «O egoísmo é a fonte profunda do mal». E Pascal: «O eu é o centro de tudo, e é contrário aos outros, a quem ele gostaria de escravizar; cada eu é o inimigo que gostaria de ser o tirano de todos os outros eus.»

As palavras de Pascal podem ser excessivas, e podemos recusá-las, nos termos em que ele o faz. Mas é bem mais difícil recusar outras posições sobre a indiferença (associada ao nosso amor ao nosso Eu) e o mal que ele representa:

O pior pecado contra os seres humanos não é o ódio para com os homens, mas a indiferença. É essa a essência da inumanidade.
Bernard Shaw, 1856-1960, escritor irlandês, The Devil's Disciple 

A pior doença a que nos nossos dias estamos sujeitos, não é a lepra ou a tuberculose, mas o sentimento de que se é indesejado, e de que se está sem apoios, abandonado.
Madre Teresa de Calcutá, 1910-1997, missionária, em Observer 3/10/71
Para que o mal triunfe, basta que aqueles que lhe podem opor permaneçam indiferentes.
Edmund Burke, 1729-1797, filósofo politico inglês, Reflections on the Revolution in France   
Custa pouco não causar dano a quem se deveria ajudar.
Séneca,  4 a.C.-65 d. C., filósofo romano, Epístolas a Lucílio

Comentários