TIPPI,A MENINA QUE CRESCEU JUNTO COM OS ANIMAIS

 


AS FOTOS SÃO DE UMA MENINA FRANCESA CHAMADA TIPPI, NASCIDA EM NAIROBI, ÁFRICA, EM 1990. 
Ela tem um irmão pelo nome de Abu, que pesa cinco toneladas, e seus gatos são enormes e muito mais forte que o pai dela.Isto pode soar como ficção surrealista, mas é a verdadeira história de Tippi, filha de dois cineastas franceses e fotógrafos da vida selvagem.

ELES DOCUMENTARAM A VIDA DA SUA FILHA COM OS ANIMAIS. SÃO FOTOS MARAVILHOSAS!
Ah! Seu irmão Abu é um elefante de 5 toneladas.





































 
Fonte : Blog Projeto Aruanda
 
 
HISTÓRIA DE TIPPI
 
Em 1990, nasce Tippi  Benjamine Okanti Degré, em Windhoek, capital da Namíbia. Tippi tinha como 'pátio de casa' a floresta e o deserto, e como seus amigos, os grandes felinos, elefantes, cobras, avestruzes e as outras criaturas da natureza.

Filha de pais fotógrafos, Sylvie Robert e Alain Degré, teve toda sua infância documentada, em fotos. Uma pequena menina em 'sua' tribo, brincando com animais selvagens e andando apenas com uma tanga pelo deserto e mata, encantou o mundo e agora virou um livro Tippi: Mon livre d’Afrique (Tippi: meu livro da África), com fotos inacreditáveis.

Hoje Tippi vive na França, para onde voltou no ano de 2000, e estuda cinema na Universidade Sorbonne.


Sylvie, de 52 anos, diz que, além de voltar à Paris, e essa adaptação difícil, Tippi ainda teve que lidar com a separação dos pais, um casamento de 25 anos. “Tippi tinha 10 anos, e o sentimento de ruptura foi total. Ela teve de lidar com a separação da vida que levava na África e com a separação do pai”, conta Sylvie. “Morávamos em Madagascar e voltamos à Europa para o Natal de 1999 porque Tippi, que já era famosa na época, fora convidada para participar de um programa da TV francesa. Em Paris, o pai de Tippi e eu terminamos nosso relacionamento.”
Tippi achou difícil entender por que seu pai já não estava mais tão presente. “Até então, vivíamos sempre juntos, dia e noite. Primeiro, Alain e eu, e depois, quando Tippi nasceu, nós três. A vida dela sempre foi assim: nós três juntos.” Sylvie conta que essa fase foi muito complicada, assim como a sua relação com o pai.


“Ela teve uma infância extraordinária na África”, explica sua mãe, Sylvie Robert. “Era um mundo mágico que, para ela, representava a felicidade perfeita. Depois, teve de vir para Paris estudar, onde encontrou uma realidade bem diferente. Acho que Tippi sente que a África foi arrancada dela, e isso lhe causou dor e uma tristeza profunda. Ela nunca se queixou, nunca conversou sobre esse assunto. Foi simplesmente como se uma parede desmoronasse.”
A mãe continua o relato:
“A primeira reação de Tippi foi se sentir encurralada com a falta de espaço na cidade. Ela dizia: ‘Maman, é estreito demais entre os prédios. Não consigo ver o céu.’ Nunca tive medo de deixá-la solta na floresta, porque ela estava acostumada àquela vida e às regras do mundo selvagem, mas a vida urbana é cheia de perigos.”
Duas fotos resumem a esquizofrenia geográfica da vida de Tippi, numa delas, a da capa do livro, a menina acaricia um filhote de leão, já na outra, está em pé numa rua de Paris, à frente de uma parede coberta de pichações.
“Não nos sentamos para discutir esse assunto como fariam as famílias normais porque não éramos uma família normal. Nunca expliquei nada e ela nunca perguntou”, confessa Sylvie. “A maior preocupação de Tippi era continuar colada a mim, como fora durante a infância. Eu era o centro do mundo dela, e desde que eu estivesse a seu lado, ela se sentiria bem. Tippi via felicidade em tudo: em sua vida na África, nos animais, fossem quais fossem. Ela era tão feliz com as galinhas quanto com os guepardos. Nunca imaginou que a vida na África acabaria um dia. Quando percebeu que isso tinha acontecido, não disse nada. Tentou esquecer, pois as lembranças eram dolorosas."
Tippi nunca fez um ano completo, passava apenas nas férias em escolas francesas e teve um professor em Madagascar. “Veja o que ela achou disso”, ri Sylvie, mostrando uma fotografia de Tippi sentada na sala de aula, atrás de uma carteira onde o estojo e os livros estão arrumados com precisão matemática. A menina está quase carrancuda.
A mãe explica como foi aquela experiência:
“Ficar o dia todo na escola foi duro.” Afinal, ela era a “Tippi da África”, Paris não era o seu mundo. De acordo com os relatórios da escola, ela não se integrava, não falava. Sentava-se longe das outras crianças.
A menina se sentia uma estranha e teve dificuldade de fazer amigos. Em Tippi: Mon livre d’Afrique, publicado depois que voltou à França, ela escreveu: “Todo mundo tem problemas. Não tive nenhum na época em que morei na selva africana.”
Em outro trecho, ela conta: “Quando voltei à França, tentei conversar com pardais, cães, pombos, gatos, vacas e cavalos. Não deu certo. Não sei por quê. Acho que é porque o meu verdadeiro país é a África, não a França.”
“Tippi sentiu muita falta dos animais”, conta Sylvie. “Costumava correr atrás dos bichos que encontrava na cidade. Chegava até a pegar e acariciar pombos sujos.” Ela aponta o canto da sala. “Um dia Tippi encontrou um camundongo envenenado bem ali e me implorou para que eu a deixasse segurá-lo. Ficou sentada enquanto ele morria em suas mãos. Foi horrível. A separação da vida anterior foi total, mas eu não tive opção. Ela precisava estudar. Só queria o melhor para minha filha.”
“Muitas pessoas, até da família, não entenderam as escolhas que fiz por Tippi, mas segui o meu coração.”
Como todo adolescente, teve típicas discussões com sua mães e esse relacionamento infrentou novas pressões.
“É estranho, mas Tippi achava que eu não era rígida o bastante. Eu queria lhe dar espaço para que tomasse suas próprias decisões, para mostrar amor, confiança e respeito por ela como indivíduo, e Tippi encarou isso como uma traição, como se eu a largasse enquanto ela ainda precisava de mim.”
Tippi mora, hoje, depois de passar dois anos se dedicando para terminar o ensino médio e passar no vestibular, em um conjugado unido ao apartamento da mãe. Sylvie diz que além de Tippi ficar insegura com relação ao lugar a que pertence, tem esse mesmo sentimento a respeito de quem é. “Tippi ainda não sabe como expressar o que viveu. Ela recorre a mim em busca de respostas. Decidi que já é hora de ela se libertar e viver a própria vida. Tenho de ajudá-la, empurrá-la com jeitinho para que tome as rédeas da própria vida."


Tippi hoje em dia, tem corportamentos que mostram essa diferença de mundos, ao mesmo tempo que 'xinga' seus passarinhos por piarem muito alto, se preocupa se sua motocicleta não vai ser multada por estacionar em lugar proibido...

Fonte : Blog Natureza Compartilhada

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