COMO A ARQUITETURA É APLICADA NO BEM-ESTAR E SAÚDE FÍSICA E MENTAL DAS PESSOAS: UTILIZAR OS MELHORES MATERIAIS, IMPACTO DA QUALIDADE DA ILUMINAÇÃO, GUIA COMPLETO
Cuidar da saúde não se resume a ter cuidados só com o corpo e a mente. O espaço ao redor também demanda zelo para o bem-estar humano e da natureza. Isso significa ter atenção especial com o lugar onde se habita, a começar pela casa até chegar ao nível planetário.
Neste Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril, a Casa e Jardim ouviu três especialistas para entender como a Arquitetura se preocupa em garantir o bem-estar das pessoas e promove ambientes saudáveis para pacientes, familiares e profissionais da saúde.
Por se encarregar da qualidade dos espaços clínicos, a Arquitetura pode, inclusive, ser considerada uma forte aliada da Medicina. “O que cura são os procedimentos médicos, é fato. Porém, toda e qualquer iniciativa que busque minimizar os impactos do tratamento se soma à luta pela recuperação”, afirma Ricardo Simon Ciaco, arquiteto especialista em humanização de ambientes hospitalares.
Projetando bons hospitais
Uma amostra disso é o planejamento das funções dos espaços. Um consultório odontológico infantil deve ser bastante diferente de uma sala de cirurgias, por exemplo, tanto do ponto de vista espacial quanto em relação a equipamentos. Outro aspecto relevante é pensar na circulação. Por onde deve passar a equipe médica? E o fluxo de pacientes? Por onde serão retirados o lixo e os materiais contaminados?
Para o especialista, também coordenador do curso de Arquitetura do Centro Universitário Octávio Bastos (Unifeob), um bom projeto garante que ambientes com finalidades parecidas estejam próximos, enquanto permite que tenham flexibilidade de ajustes para diferentes usos.
Já a professora da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Betina Tschiedel Martau enfatiza a relevância das janelas em edificações hospitalares, que permitem um contato visual com o exterior. “Isso ajuda tanto no conforto emocional, por sabermos como está o clima e por ser possível acompanhar a passagem do tempo, quanto na exposição necessária à luz natural”, explica ela.
Segundo a pesquisadora, a luz natural é necessária ao corpo humano para regular o relógio biológico central. Já à noite, a recomendação é não ter muito contato com iluminação elétrica e luzes com componente azul, o que pode ser facilitado pelo uso de luminárias baixas, dimerização e lâmpadas mornas.
Prejuízos à saúde
Fora dos hospitais, a orientação é a mesma. “Uma casa saudável deve ser plena de janelas e aberturas para luz natural durante o dia. Usar cortinas leves e em cores claras potencializa a entrada da luz”, sugere Betina.
A baixa exposição à iluminação natural, porém, pode trazer consequências que envolvem efeitos na produção de cortisol e na quantidade de melatonina no corpo, conforme a especialista. Expor-se à luz durante à noite tem o potencial de confundir o cérebro e os processos fisiológicos, gerando riscos de doenças relacionadas às alterações nos níveis do hormônio.
Para Simone Cynamon, professora da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, trata-se de uma ação de custo-benefício. “Se você não investe em uma arquitetura saudável e sustentável, você gerará um ambiente nocivo e, consequentemente, doenças aos moradores daquela área.”
Casas saudáveis
Segundo Simone, a construção de uma habitação saudável depende da superação de uma série de indicadores considerados de risco. Um deles está relacionado a revestimentos de pisos e paredes. “Determinados materiais são mais nocivos. O amianto, por exemplo, foi banido porque o elemento químico gera um pó absorvido pelo pulmão e pode causar câncer”, esclarece a doutora em saúde pública.
Mais um fator fundamental que merece atenção são as instalações elétricas e sanitárias. Em busca de energia elétrica, muitos assentamentos humanos informais acabam fazendo os chamados “gatos”, que podem gerar incêndios.
Já do ponto de vista de saneamento básico, a contaminação do lençol freático e doenças diversas são possíveis resultados da falta de cuidado. “Na ausência de água encanada em casa, às vezes as pessoas têm apenas um poço. E neste lugar, colada a esse poço, está uma fossa séptica. Neste caso, há risco de acabar misturando fluxo limpo com sujo”, complementa Simone.
Da mesma forma, um telhado mal projetado e com inclinação propícia para gerar infiltrações é uma porta de entrada para o aparecimento de bolores no teto e nas paredes. Casos alérgicos, crises de rinite e até pneumonia podem estar entre as consequências da convivência com o mofo.
Assim como em hospitais, a funcionalidade dos ambientes é fundamental nas residências. A arquiteta aponta a ergonomia do espaço como requisito para um projeto capaz de trazer bem-estar aos moradores.
Um pilar mal localizado no meio da sala é um modelo a não ser seguido, de acordo com Simone. Já os corredores, criticados por alguns, têm sua relevância. “Todo mundo questiona, mas o corredor, de certa form,a distribui o fluxo na casa, está ali para isso.”
Após a construção
Com a construção e o acabamento concluídos, não é hora de baixar a guarda. “A manutenção é outro aspecto muito importante”, diz Simone. A recomendação da especialista é ficar de olho nas instalações, no teto, na parede e no piso, no máximo, a cada dez anos. “Quando uma pessoa não tem dinheiro para investir na manutenção, tudo vai decaindo. Mas nossas construções não são projetadas ad aeternum (para sempre). Se não [houver manutenção], você está transformando um ambiente saudável em insalubre”, acrescenta.
Ou seja, habitar uma casa saudável depende, em grande parte, de como ela foi construída. Se uma residência tem a cozinha virada para a direção norte, provavelmente, aquele ambiente estará quente durante boa parte do dia, já que o sol incidirá nele de manhã e à tarde.
Em uma região com altas temperaturas, uma boa saída é usar a ventilação cruzada, em que janelas são posicionadas para criar um fluxo de ar e aproveitar os ventos do local. Por outro lado, se a pessoa que construiu a casa não tiver boas noções conceituais, certamente precisará de um ventilador ou ar-condicionado, por exemplo.
“A recomendação é aproveitar ao máximo os elementos naturais na [construção da] sua casa”, ressalta a pesquisadora. Isso não quer dizer, porém, que uma residência com um planejamento mal realizado não tenha solução. “Todo projeto tem salvação, mas ele precisará de medidas e tecnologias mais caras”, finaliza Simone.
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Arquitetura/noticia/2022/04/como-arquitetura-e-aplicada-no-bem-estar-e-na-saude-das-pessoas.html
Escolhas equivocadas ao construir a casa podem colocar a saúde em risco
Investir em materiais de qualidade, iluminação e ventilação natural pode amenizar alguns problemas
Sinusite, dores de cabeça, reações alérgicas e cansaço. Você sabia que estes sintomas podem estar ligados às condições do seu lar?
“Em 1982, a Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou e existência de uma síndrome, a qual chamou Síndrome do Edifício Doente, que acontece quando um edifício, uma construção, pode apresentar efeitos negativos de saúde, relacionados a várias questões, quando o indivíduo fica muito tempo dentro desta construção”, explica a professora Dra. Maria Augusta Justi Pisani, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Para caracterizar a síndrome, completa a professora: "É preciso que ao menos 20% das pessoas que ali frequentam apresentem problemas. Entre os sintomas, estão tontura, fadiga, dores de cabeça, enjoos, entre outros, que afetarão diretamente a saúde e o desempenho das pessoas."
Origem dos problemas
Na opinião de Allan Lopes, da Healthy Building Certificate (HBC), empresa especializada na consultoria e nas certificações de construções saudáveis, a origem do problema está, entre outros fatores, na postura do consumidor, que não questiona as empresas e não inclui a casa em um contexto de saúde e de bem-estar.
“Precisamos aprender a ter o olhar de que a casa é uma estrutura essencial para a nossa saúde e bem-estar. Estamos acostumados a pensar somente em termos físicos, mas precisamos incluir a existência dentro dos espaços nesse olhar”, comenta o profissional.
De olho na construção
Para evitar, ou amenizar, problemas, os profissionais acreditam ser preciso apostar em boas escolhas ao construir ou reformar, investindo em materiais de qualidade, iluminação e ventilação natural.
“Basicamente, tudo na casa pode ser revisto, podemos olhar desde a impermeabilização aos produtos de limpeza, mobília, entre outros. Tudo isso pode conter materiais alérgenos e cancerígenos. A forma de prevenir é questionar os fabricantes, prestar atenção na composição e sempre optar por itens certificados”, diz Allan.
Dentre os materiais que costumam ser mais nocivos à saúde, a professora Maria Augusta destaca aqueles que contêm amianto, compostos orgânicos voláteis, arseniato de cobre cromatado (muito usado no tratamento de madeira) e chumbo.
Fuja do mofo e das infiltrações
Os profissionais também destacam a importância de fazer manutenções constantes no lar. A prática, com a iluminação e a ventilação natural, ajuda evitar infiltrações e o aparecimento de mofos, muito prejudiciais à saúde.
“O brasileiro não é adepto de manutenção preventiva constante, mas ela é essencial, sobretudo porque estamos em um país de clima tropical. Aumentar a ventilação, a iluminação e aplicar tintas de impermeabilidade deixarão a casa mais saudável. Os esporos de mofo, por exemplo, espalham-se facilmente e o mofo pode crescer em qualquer ambiente, incluindo lugares onde o morador não consegue ver, como em revestimentos, canos, entre outros, e isso pode comprometer a saúde do morador”, finaliza Maria Augusta.
No projeto retratado por Lufe Gomes, a iluminação em LED torna a sala aconchegante (Foto: Lufe Gomes / Divulgação)
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Bem-Estar/noticia/2022/02/escolhas-equivocadas-ao-construir-casa-podem-colocar-saude-em-risco.html
SAÚDE
Como a arquitetura pode ajudar a saúde mental e oferecer segurança
Confira como a relação entre indivíduo e meio pode interferir na saúde mental das pessoas. Além disso, especialistas analisam como a arquitetura pode evitar acidentes, como o suicídio
A nossa casa e os lugares que frequentamos afetam diretamente o nosso estado mental. A relação entre indivíduo e espaço é uma experiência única, que pode desencadear diversos pensamentos ao longo do dia. Hoje (10), no dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, é importante enxergar como o meio e a arquitetura afeta o nosso interior. Segundo Maria Eugênia Ximenes, bacharel em Psicologia e mestre em Arquitetura pela USP, a arquitetura pode aliviar pressões, caso for percebida como arte na sua vertente que proporciona, principalmente, o conforto.
“Nesta ótica, o espaço que abriga as atividades humanas pode provocar sensações e traduzir por intermédio da forma, acalanto, ajudando a diminuir conflitos internos e pressões sócio-culturais que o indivíduo pode sofrer em seu cotidiano, uma vez que ele estaria aconchegado pelo espaço que foi projetado, abrigado e protegido”, completa. Por isso, as construções arquitetônicas devem oferecer todas as condições necessárias para que as pessoas se sintam seguras, evitando possíveis tragédias futuras.
“Nesta ótica, o espaço que abriga as atividades humanas pode provocar sensações e traduzir por intermédio da forma, acalanto, ajudando a diminuir conflitos internos e pressões sócio-culturais que o indivíduo pode sofrer em seu cotidiano, uma vez que ele estaria aconchegado pelo espaço que foi projetado, abrigado e protegido”, completa.
De acordo com Mirtes Birer Koch, arquiteta e urbanista, doutoranda da Faculdade de Saúde Pública da USP, no Brasil, o suicídio em pontes, infelizmente, é uma prática constatável e as medidas para minimizar o problema variam. Algumas contam com câmeras de segurança e profissionais treinados que fazem o monitoramento. “Outras recebem anteparos físicos para ampliar a altura da mureta ou uma rede de proteção embaixo da estrutura, e é bastante comum a oferta de aparelhos telefônicos com serviço de emergência”, conta Mirtes.
Além das pontes, os prédios também são um grande alvo para quem quer cometer suicídio. A estrutura The Vessel, construída em Manhattan, Nova York, é um grande exemplo. Em 2019, o edifício foi inaugurado e contava com diversos lances de escadas e apenas um elevador. Considerado pouco acessível para pessoas com deficiência, o espaço já gerou uma grande polêmica. Em 1º de fevereiro de 2020 houve o primeiro caso de suicídio no local. Desde então, outras pessoas também pularam do prédio e morreram na hora. No dia 29 de julho de 2021, o empreendimento foi fechado.
A profissional Maria Eugênia faz uma análise sobre o The Vessel: “estar perdido em um emaranhado de circulação vertical, recorda um labirinto, que denota angústia para alguns indivíduos – o beco sem saída. Esta é uma outra vertente da arte contida na arquitetura, a que instiga, a que mexe no profundo do indivíduo e não se tem controle do desfecho emocional que esta provocação espacial pode acarretar”.
Por outro lado, existem locais que a estrutura arquitetônica instiga a segurança das pessoas. “Em Londres, por exemplo, depois de um certo andar, todas as sacadas são de vidro e isso tem a ver com as taxas suicídio, pois acaba sendo uma forma de prevenir”, afirma Ana Clara Cartagena Reis, psicóloga clínica.
Conforme Geslline Giovana Braga, doutora em Antropologia pela USP e especialista na área de patrimônio cultural, o suicídio é um tema clássico na sociologia e ele tem uma motivação individual, mas tem causas, muitas vezes, por função do meio.
Vale lembrar que não é apenas a parte externa da arquitetura que importa. O interior de um ambiente também pode ajudar a melhorar ou piorar um quadro de uma pessoa suicida. Ana Clara explica que um projeto pode ajudar na questão de implementar natureza, luz e cores em um lar, pois quando o indivíduo fica apenas trancado em casa e sem nenhum contato com elementos naturais, isso acaba contribuindo para a depressão.
A neuroarquitetura estuda exatamente a influência que os locais físicos têm sobre o bem-estar humano. Assim, ela é uma saída para a criação de projetos mais humanizados, caminhando para unir, cada vez mais, a estética e o conforto.
Arquiteta discute o impacto da iluminação na saúde e no bem-estar
Com mais tempo dentro de casa por conta da pandemia, o tema ganhou destaque e é assunto da primeira coluna da arquiteta Nicole Gomes em Casa e Jardim
Sabe aquela dor de cabeça que você sente ou aquela dificuldade em se concentrar no trabalho ao longo do dia? Pode ser por conta da iluminação. Não, eu não sou médica, muito menos oftalmologista. Mas estou escrevendo esse texto com a convicção de uma arquiteta que sabe muito bem o impacto da iluminação em um projeto pode causar na saúde e no bem-estar do ser humano.
Para que você entenda o que estou dizendo, preciso que volte comigo aos primórdios. Nosso corpo sempre foi guiado pelas fases do sol. Se você começar a reparar, a luz natural não tem a mesma tonalidade e intensidade ao longo do dia. O funcionamento do corpo humano, tanto no que diz respeito à produção de hormônios, quanto às sensações e sentimentos que temos, estão atrelados a luz do sol. Mas como dizer isso para uma geração que vive cerca de 90% do seu tempo trancada dentro de uma sala, ativa 24 horas por meio do celular, sem pausa ou descanso?
Já era de conhecimento público entre os especialistas em iluminação que a luz tem esse poder. Este assunto sempre ativava discussão em debates e fóruns especializados pelo mundo a fora. Porém, com a chegada da pandemia esse tema ficou mais latente. Existe um braço da arquitetura, chamado Human centric lighting ou, como chamamos em português, iluminação centrada no ser humano. Esse conceito discute exatamente isso: a entrega da luz certa, nos três momentos de intensidade correta e na temperatura ideal.
Algumas pesquisas mostraram que, ao longo da pandemia, um grupo de pessoas que saia eventualmente e ficava exposto à luz do sol teve sua produtividade e nível de serotonina (hormônio do prazer) muito mais alto do que um grupo de pessoas que ficou em isolamento total. Tudo bem Nic, mas o que isso tem a ver com a iluminação artificial? O que tem a ver com a minha casa ou escritório? E eu te digo: TUDO!
No projeto do escritório Bruno Gap Arquitetura, a iluminação é fundamental para a melhor produtividade no home office (Foto: Rafael Gap / Divulgação)
A luz artificial reproduz a solar em todas as suas fases e nós, como arquitetos, temos a responsabilidade de criar um ecossistema que ilumine os espaços de forma a gerar o menor impacto possível no corpo humano. Você já chegou em algum lugar e se sentiu bem, feliz, confortável, com energia alta e nem viu a hora passar, mas não soube dizer o motivo? Ou quem sabe, já chegou em um local onde em pouco tempo se sentiu agitado? Isso é causado pela luz.
Agora imagina esses sentimentos e sensações sendo estimulados no momento certo do seu dia. Philips Lighting realizou um estudo em uma escola de ensino fundamental nos Estados Unidos, usando uma transição de iluminação conforme as luzes do sol. A pesquisa comprovou um aumento de 33% na performance acadêmica comparado ao grupo que não teve alterações na intensidade ou na cor da iluminação durante seus dias de aula.
Há quem duvide desse conceito. Mas como diz o lighting designer David H. Bosboom, “o conjunto de evidências indica que os benefícios da iluminação são reais e significativos”. Já temos no mercado alguns mecanismos que podem ser usados para aliviar esses impactos. Entre eles estão o dimmer, que auxilia na diminuição da intensidade da luz, e as lâmpadas smarts e tunable white, onde é possível mudar cores e controlar a intensidade do branco, respectivamente.
O projeto do escritório Start Arquitetura tem diversas configurações de luz conforme a necessidade dos moradores (Foto: Divulgação)
Há também os LEDs integrados, no qual conseguimos especificar o tipo de iluminação correta para determinado ambiente. Além dos produtos em si, um bom projeto de iluminação pode auxiliar na diminuição dos efeitos causados por esses fatores. Dentro de um espaço fechado, é possível termos o controle sobre a luz, a ponto de criar as sensações que queremos e permitir que o corpo dê respostas a esse estímulo.
Na prática, funciona da seguinte forma: em uma casa, somente com o poder da iluminação, podemos explorar a atmosfera aconchegante e intimista. Para isso, usamos luz indireta e difusa, com um fluxo luminoso baixo e tonalidade mais amarelada, reproduzindo aquela golden hour (hora dourada, em tradução livre) que tanto amamos. Se você fizer ao contrário do que eu citei, tornará o ambiente mais frio e impessoal.
Isso significa que luz amarela é o ideal para os ambientes? Depende. Qual a sensação que você quer dar? Ou melhor, qual estímulo que você quer dar para quem estará nesse espaço? Essas perguntas devem ser respondidas antes de iniciar o projeto.
Qual a conclusão que tiramos disso? A pandemia, por mais terrível e avassaladora que seja, nos trouxe infinitas reflexões. É curioso pensar que a iluminação, tema tão pouco explorado e muito promissor no mercado da arquitetura e de interiores, tem todo esse poder, né? Mas ela tem. A iluminação, assim como a Covid-19, desafiou-nos a voltarmos a olhar para aquilo que realmente importa: a vida.
Nicole Gomes (@nicgomesarq) é arquiteta especializada em projetos e insights de iluminação. Contato: contato@nicgomes.com.br
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Colunistas/nicole-gomes/noticia/2021/02/arquiteta-discute-o-impacto-da-iluminacao-na-saude-e-no-bem-estar.html
Cada um dos tipos de iluminação – direta, indireta ou difusa – têm uma função específica na casa. Se usados da maneira correta, o seu lar pode ficar mais confortável e aconchegante, isso sem falar na decoração, que também sai ganhando com belos pendentes e lustres. Abaixo, entenda a função de cada tipo de iluminação:
Difusa
Essa é a forma mais popular de iluminação, aquela geral, instalada no teto e centralizada nos ambientes. Ela é muito eficiente para iluminar mesas de jantar e bancadas, pois distribui a luz de forma harmônica e homogênea. Uma dica: se você tem ambientes integrados, é interessante criar circuitos de energia elétrica separados para os espaços, assim é possível escurecer um cantinho e clarear outro, de acordo com a ocasião.
Indireta
Esse tipo é perfeito para atividades focadas, como ler, estudar e costurar, por exemplo. Realizar essas tarefas com a luz muito próxima dos olhos pode prejudicar a visão a longo prazo. Luminárias, pendentes e lâmpadas penduradas são ótimas opções para criar esse tipo de iluminação.
Direta
Aposte nessa opção para destacar algum cantinho da casa, como uma peça de decorativa, uma parede texturizada, aquela obra de arte que você adora ou qualquer item do lar que mereça estar sob pequenos holofotes. Spots e abajures são muito usados para este fim, valorizando a decoração do espaço.
Fonte:https://revistacasaejardim.globo.com/Casa-e-Jardim/Decoracao/noticia/2016/02/tres-tipos-de-iluminacao-que-toda-casa-precisa.html
Iluminação: 12 projetos com soluções criativas e acolhedoras
A luz correta pode transformar a atmosfera dos ambientes criando diferentes cenários
Além de funcional, a iluminação pode transformar a atmosfera dos ambientes criando diferentes cenários. A prova disso está nos 12 projetos com soluções criativas e acolhedoras, que você confira abaixo:
1. Vigas em evidência
Quando retirou o forro de gesso do teto para reformar o apartamento no prédio de 1970 no Leblon, Rio de Janeiro, o arquiteto David Bastos descobriu vigas de concreto armado. Imediatamente teve a ideia: “Por que não usá-las como elementos decorativos no projeto?”. Ele apostou em pontos de Led dimerizado dispostos entre as vigas e entre a laje e a borda do painel de madeira rebaixado, que delimita as áreas de circulação no living. “Deixei o teto mais leve, flutuante”, diz o arquiteto, que também usou pontos de luz em abajures e luminárias para desenhar atmosferas mais aconchegantes, caso os moradores não queiram usar a iluminação principal.
2. Mudança de clima
Neste apê em São Paulo, o Estúdio Urbhá criou um hall que mimetiza uma caixa de madeira frisada e revestida de folha de carvalho, feita pela Maranata Marcenaria, para acolher quem chega. “Repare que não há ponto de luz embutido no teto rebaixado”, diz a arquiteta Alana Furumoto, sócia de Mariana Fajnzylber. As lâmpadas estão acima da placa no teto, dando a sensação que este flutua.
3. Leitura focada
No home theater deste apê projetado para uma redatora que adora ler e colecionar toy art, o designer de interiores Gabriel Valdivieso criou a estante de laca, com fitas de Led em cada cubo. “Apesar do efeito lusco-fusco, a moradora visualiza as lombadas dos livros e os objetos”, diz.
4. Arte em destaque
O escritório Très Arquitetura projetou o hall de entrada com jeito de galeria de arte. Revestido de painéis de carvalho americano, o espaço expõe fotografia de Gabriel Wickbold, destacada pelas luminárias de sobrepor com conectores aparentes. Interligadas entre teto e parede, dão foco nos pontos desejados. “É uma iluminação indireta com linguagem jovem”, diz a arquiteta Fernanda Morais.
5. Boa claridade
Para este apartamento no Rio de Janeiro, o PKB Arquitetura projetou um pergolado de freijó, cujos pontos de iluminação são aleatórios. A laje de cimento aparente recebeu spots. Ao fundo, no jantar, um lindo pendente. “Os circuitos são independentes e automatizados, com várias cenas de acordo com o uso”, explica o arquiteto Pedro Kastrup.
6. Tom acolhedor
A iluminação define a cozinha, que combina os estilos industrial e escandinavo, no apartamento projetado pelo escritório PKB Arquitetura. “Acima da pia usamos lâmpadas de 2.700K, temperatura que dá mais conforto para as tarefas do que a luz fria normalmente usada”, diz a arquiteta Fernanda Carminate. No teto, mais dois pontos: um de foco e outro difuso.
7. Escultura iluminada
O escritório Plure Arquitetura explorou soluções para este apê que seguem o estilo da moradora, uma produtora de vídeo despojada e amante de design. Logo na parede da entrada, instalou a arandela texturizada de 120 cm de diâmetro. “Faz as vezes de uma escultura e tem configuração de luz para vários usos: meia-luz, para TV ou estudos”, diz a arquiteta Kanô Ferreira. Os spots atendem aos momentos que necessitam de mais luz, assim como a régua que pontua a cozinha.
8. Pontual e dramática
A arquiteta Clarissa Strauss adora projetar lavabos e se divertiu com este ambiente. “Diferentemente do banheiro, não precisamos de tanta luz, então é possível ter uma iluminação mais dramática”, explica. Assim, ela optou por sanca no teto para criar um efeito indireto e por spots pontuais, para marcar a bancada de pedra basaltina, material que também reveste o piso e as paredes. Um grande espelho dá profundidade e duplica os balizadores, enquanto outros antigos brincam com a assimetria.
9. Efeito extra
O projeto luminotécnico quebra a rigidez do estilo industrial conferido pelo cimento polimérico das paredes no banheiro projetado pelo arquiteto Guilherme Torres. “O diferencial foi criar uma fonte extra de luz proveniente do gabinete com portas de policarbonato, além da iluminação indireta atrás dos espelhos, que funcionam como portas do armário”, conta.
10. Nicho horizontal
O arquiteto Renato Mendonça desenhou o nicho, que ocupa a largura da parede, para representar uma cabeceira convencional, acima da cama, neste quarto de casal. Assim, ele pôde criar uma iluminação especial instalando uma fita de Led no friso de laca acetinada. “Essa é uma solução econômica para evitar uso de perfis de alumínio e para que a fita fique escondida, apresentando apenas o efeito desejado”, explica. O nicho serve de apoio a inúmeros objetos, como a coleção de vidros Once Upon a Time, de Guto Requena.
11. Impressão difusa
Um quarto confortável, tranquilo e repousante. Esse pedido foi atendido pelo arquiteto Leonardo Junqueira, com grande auxílio da iluminação no projeto deste apartamento. Ele tirou a luz de cima da cabeceira e a direcionou para os lados: uma fita de Led foi aplicada no cortineiro e um perfil de alumínio com Led embutido ilumina o closet. Abajures completam o projeto, que apostou na paleta de tons neutros.
12. Para relaxar
“Luz direta no quarto não tem sentido”, afirma o arquiteto Daniel Bolson. Para o quarto de casal neste apê em Porto Alegre, ele optou pela iluminação indireta que valoriza o desenho do painel de lâmina de teca catedral. “A fita de Led é aplicada atrás da cabeceira da mesma madeira e fechada com vidro leitoso para a marcação ficar difusa”, explica.
Iluminação natural abundante: 18 ambientes com claraboias
Este recurso construtivo, que pode ser usado em qualquer cômodo, permite a entrada de iluminação natural e ventilação à ambientes internos
A claraboia nada mais é do que uma abertura no alto de uma construção, fechada por caixilho com vidro ou outro material transparente, que permite trazer maior ventilação e entrada de luz natural ao ambiente. Versátil, ela pode ser instalada em qualquer cômodo e ainda apresenta mais uma vantagem: o aumento de iluminação natural dentro de casa pode diminuir a necessidade de uso de energia elétrica.
Confira abaixo 18 projetos para te inspirar:
Na sala de jantar
Um almoço em família fica muito mais agradável com entrada de luz natural.
Na cozinha
O ambiente pode ficar ainda mais aconchegante e funcional ao adicionar uma claraboia, já que luz e ventilação natural são extremamente importantes neste cômodo.
No quarto
O ambiente mais íntimo da casa pode ganhar uma nova cara com uma claraboia posicionada logo acima da cama.
Nas áreas de circulação
A passagem de um cômodo para o outro pode ter um toque todo charmoso e especial ao usar claraboias.
Nos jardins de inverno
Os jardins de inverno são uma ótima alternativa para quem quer ter um pouco mais de verde dentro de casa. As claraboias ajudam a fornecer a iluminação e ventilação necessárias para o crescimento das plantas.
No banheiro
Já pensou tomar uma ducha ou aproveitar alguns minutos na banheira enquanto aprecia as estrelas?
No escritório
Que tal trabalhar olhando o céu? Com uma claraboia, o seu home office pode ter ampla iluminação natural (dispensando o uso de lâmpadas durante o dia!).
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