ABUSO SEXUAL DE CRIANÇAS, ADOLESCENTES E ADULTOS

  PR tem 12 casos por dia de abuso sexual infantil; veja como identificar e denunciar

Paraná registra média de 12 casos por dia de abuso sexual infantil (Foto: divulgação)

Abuso sexual é uma atividade sexual não desejada, onde o agressor usa a força, faz ameaças ou exclui vantagens da vítima que se torna incapaz de negar consentimento. O abuso sexual dá-se quando alguém em uma posição de poder ou de autoridade se utiliza da confiança e do respeito de uma pessoa envolvida para atividades sexuais não consentidas, por exemplo: uma criança e um adulto , uma criança e uma criança mais velha, um paciente e um médico, um estudante e um professor etc.

Abuso de crianças é uma forma de abuso infantil em que um adulto ou adolescente mais velho usa uma criança para estimulação sexual.

Abuso sexual: o que é, como identificar e como lidar

Revisão médica: Dr. Gonzalo Ramirez
Clínico Geral e Psicólogo
maio 2021

O abuso sexual ocorre quando uma pessoa acaricia sexualmente a outra sem o seu consentimento ou a obriga a ter relações sexuais, utilizando meios emocionais e/ou agressões físicas. Além disso, é também considerado abuso quando o agressor expõe seu órgão sexual ou realiza masturbação em frente à vítima, sem que exista consentimento. 

Outras características de um abuso sexual são quando a vítima:

  • Não tem a capacidade de perceber o ato como uma agressão, por ser criança e não ter idade para compreender o que está acontecendo ou por possuir alguma deficiência física ou doença mental;
  • Está alcoolizada ou sob o uso de drogas que fazem com que a vítima não se 
  • encontre em seu perfeito juízo e possa dizer para parar.
  • Outras formas de abuso sexual são quando uma pessoa obriga a outra a acariciar seus genitais ou a presenciar conversas com conteúdo sexual, assistir atos sexuais ou espetáculos obscenos, filma ou tira fotos da vítima nua para mostrar aos outros.

    As principais vítimas destes abusos são as mulheres mas homossexuais, adolescentes e crianças também são vítimas frequentes deste tipo de crime. 

    Sinais que ajudam a identificar o abuso sexual

    A vítima que foi violada sexualmente pode não apresentar qualquer sinal físico, no entanto, a grande maioria apresenta os seguintes sinais e sintomas:

    • Mudança no comportamento como ocorre quando a pessoa era muito extrovertida, e passa a ser muito tímida;
    • Fugir do contato social e preferir ficar sozinho;
    • Choro fácil, tristeza, solidão, angústia e ansiedade;
    • Quando a vítima é uma criança ela pode até mesmo adoecer ou fugir do contato com os outros;
    • Inchaço, vermelhidão, laceração ou fissuras nas partes íntimas;
    • Rompimento do hímen, em meninas e mulheres que ainda não tinham tido contato sexual;
    • Perda do controle da urina e das fezes devido a fatores emocionais ou frouxidão dos músculos desta região devido ao estupro;
    • Coceira, dor ou corrimento anal ou vaginal;
    • Marcas roxas pelo corpo e também nas partes íntimas;
    • Sintomas de doenças sexualmente transmissíveis.

    Além disso, as meninas ou mulheres podem engravidar, sendo que neste caso é possível recorrer ao aborto de forma legal, desde que seja feito um boletim de ocorrência comprovando o abuso sexual.

    Para comprovação do abuso e o direito ao aborto, a vítima deve ir à polícia e dizer o que aconteceu. Por norma, uma mulher deverá observar cuidadosamente o corpo da vítima à procura de sinais de agressão, violação, e é necessário fazer um exame específico para identificar a presença de secreções ou espermatozoides do agressor no corpo da vítima.

    É melhor que a vítima não tome banho e não lave a região íntima antes de ir à delegacia para que não se percam as secreções, pelos, cabelos ou vestígios de unhas que possam servir de prova para encontrar e incriminar o agressor.

    Como lidar com o abuso sexual

    Para lidar com as consequências danosas causadas pelo abuso sexual a vítima de estupro deve ser amparada pelas pessoas mais próximas em quem confia, como família, familiares ou amigos, para que se recupere emocionalmente e em até 48 horas deverá ir à delegacia de polícia registrar a queixa do que aconteceu. Seguir este passo é muito importante para que o agressor possa ser encontrado e julgado prevenindo que o abuso volte a acontecer com a mesma pessoa ou com outras.

    Inicialmente a pessoa violada deve ser observada por um médico para realizar exames que possam identificar lesões, DSTs ou possível gravidez podendo ser necessário o uso de remédios para tratar estas situações e também calmantes e antidepressivos que possam manter a vítima calma para que possa se recuperar. 

    Além disso, o trauma emocional causado pelo abuso deve ser tratado com ajuda de um psicólogo ou psiquiatra porque o ato deixa muitas raízes de desconfiança, amargura e outras consequências que prejudicam a vida da pessoa em todos os sentidos.

    Consequência físicas e emocionais da violação

    A vítima sempre se sente culpada pela violação e é comum haverem sentimentos como 'Por que eu saí com ele?' ou 'Por que eu paquerei aquela pessoa ou deixei ela se aproximar?' No entanto, apesar da sociedade e da própria vítima sentir-se culpada, a culpa não é dela, mas sim do agressor.

    Após o ato a vítima poderá ter marcas profundas sendo comum haverem pesadelos frequentes e repetitivos, baixa auto-estima, medos, fobias, desconfiança, dificuldade para se relacionar com outras pessoas, dificuldade para se alimentar havendo transtornos como anorexia ou bulimia, maior tendência ao uso de drogas para fugir da realidade e não passar pelo sofrimento, tentativas de suicídio, hiperatividade, agressividade, baixo rendimento escolar, masturbação compulsiva que pode até mesmo ferir os genitais, comportamento anti-social, hipocondria, depressão, dificuldade para expressar seus sentimentos e de se relacionar com os pais, irmãos, filhos e amigos.

    Como lidar com o trauma causado pelo estupro

    A vítima deve ser amparada pela família e amigos e não deverá frequentar a escola ou trabalho, estando afastada destas tarefas até que se recupere física e emocionalmente.

    Na primeira fase da recuperação, com auxílio de um psicólogo a vítima deve ser estimulada a reconhecer seus sentimentos e as consequências da violação, que podem ser o convívio com AIDS ou uma gravidez indesejada, por exemplo.

    Outras duas estratégias para lidar com as consequências de uma violação sexual são:

    Remédios para acalmar e dormir melhor

    O uso de calmantes e antidepressivos como Alprazolam e Fluoxetina, podem ser indicados pelo médico ou psiquiatra para serem usados durante alguns meses para que a pessoa fique calma e consiga dormir tendo um sono reparador. Estes remédios podem ser usados por longos períodos até que a pessoa se sinta melhor e mantenha as emoções controladas mesmo sem eles.

    Técnicas para aumentar a auto-estima

    O psicólogo poderá indicar o uso de determinadas técnicas como se ver e conversar com o espelho, dizendo elogios e palavras de afirmação e apoio para que isso ajude a vencer o trauma. Além disso, podem ser usados outras técnicas para aumentar a auto-estima e tratamentos psicoterapêuticos para que a vítima possa se recuperar totalmente, embora este seja um processo demorado que pode demorar décadas para ser alcançado.

    O que leva ao abuso sexual

    Pode ser difícil tentar entender o que acontece na mente do agressor, mas o abuso sexual pode ser causado por um surto psicológico e outros fatores como:

    • Traumatismo ou lesão na região anterior do cérebro, uma área que controla os impulsos sexuais;
    • Uso de drogas que danificam o cérebro e afloram os impulsos sexais e agressivos, além de impedir a capacidade de decisão moralmente corretas;
    • Doenças mentais que fazem com que o agressor não veja o ato com um abuso, nem sinta culpa pelos atos cometidos;
    • Já ter sido vítima de abusos sexuais ao longo da vida e ter uma vida sexual confusa, longe da normalidade.

    No entanto, é preciso ressaltar que nenhum destes fatores justificam tal agressão e todo agressor deve ser penalizado.

    No Brasil o agressor pode ser preso, se for comprovado que ele é o autor do abuso, mas em outros países e culturas as penas variam desde apedrejamento, castração e morte. Atualmente, existem projetos de lei que tentam elevar a pena para os agressores, aumentando o tempo de prisão e também a implementação da castração química, que consiste no uso de medicamentos que diminuem drasticamente a testosterona, impedindo a ereção, o que impossibilita o ato sexual durante um período de até 15 anos.

    Fonte:https://www.tuasaude.com/consequencias-do-abuso-sexual/


Abuso sexual

O abuso sexual abrange vários tipos de agressões sexuais, como aliciamento e exploração sexual, assédio sexual e estupro.

 

O termo abuso sexual é utilizado de forma ampla para categorizar atos de violação sexual em que não há consentimento da outra parte. Fazem parte desse tipo de violência qualquer prática com teor sexual que seja forçada, como a tentativa de estupro, carícias indesejadas e sexo oral forçado.

No Brasil, a Lei 12.015/2009 integra o Código Penal e protege as vítimas nos casos dos chamados “crimes contra a dignidade sexual”. Apesar da existência da legislação e dos órgãos protetores, parte das vítimas de abusos sexuais apresenta resistência em denunciar os agressores. Entre os motivos da omissão da violência, estão medo (de ser julgada pela sociedade; de sofrer represália quando o agressor é uma figura de poder ou considerada pessoa de confiança), vergonha, burocracia das investigações e sensação de impunidade no julgamento dos culpados.

Segundo dados do Ministério da Saúde, a maior parte das vítimas de estupro é constituída de crianças e adolescentes, em torno de 70% dos casos denunciados. Os agressores mais recorrentes são membros da própria família ou pessoas do convívio da vítima.

O que é o estupro?

O estupro é o tipo mais grave de abuso sexual. Segundo a legislação brasileira, o estupro vai além da penetração (conjunção carnal), de forma constrangedora e sem consentimento. Sexo oral, masturbação, toques íntimos e introdução forçada de objetos, por exemplo, também se enquadram nessa categoria de violência sexual.

O estupro é caracterizado pelo uso de violência física ou psicológica, no qual o agressor ameaça a vítima para satisfazer o seu prazer.

Estupro x estupro de vulnerável

A legislação brasileira divide o crime de estupro entre menores e maiores de 14 anos:

Estupro de vulnerável - quando a vítima tem menos de 14 anos. Mesmo que haja consentimento no ato sexual ou demais atividades (como carícias), a lei julga o caso como estupro de vulnerável. O mesmo julgamento vale para pessoas com incapacidade de se defender, como é o caso de vítimas com deficiência mental ou física ou alguém que esteja sob efeito de droga.

A pena para o estupro de vulnerável vai de oito a 15 anos de prisão. Há agravamento na pena se houver lesão corporal grave (10 a 20 anos de reclusão) ou se resultar em morte da vítima (12 a 30 anos).

Estupro - quando a vítima tem mais de 14 anos. Como citado anteriormente, são os casos em que há constrangimento da vítima e uso de força física ou violência psicológica para conseguir qualquer vantagem sexual.

A lei prevê pena de seis a 10 anos de prisão para quem pratica o estupro. Quando a vítima é menor de 18 anos, a punição pode ser de oito a 12 anos de reclusão. Se houver morte, a pena aplicada é de 12 a 30 anos no regime fechado.

Estupro marital

Pouco discutido quando comparado aos outros tipos de estupro, o estupro marital é mais comum do que se imagina. Esse tipo de abuso sexual trata-se de quando o marido ou cônjuge obriga a esposa a fazer sexo com ele, usando de violência física e psicológica para conseguir o que quer.

Como a atividade sexual é presente nos relacionamentos, muitas culturas não enxergam o estupro marital como violência conjugal ou sexual, já que acreditam que é obrigação da mulher manter relações sexuais com o marido. Dos 193 países que integram a Organização das Nações Unidas (ONU), apenas 52 consideram o sexo forçado no casamento como crime.

Aliciamento e exploração sexual

O aliciamento é quando uma pessoa utiliza sua posição social para praticar abusos, ganhando a confiança até da própria vítima. Quando o aliciamento tem como objetivo o ganho financeiro do agressor, mesmo que ele não se relacione sexualmente com a vítima, há o crime de exploração sexual.

Facilitar a prostituição, exigir favores sexuais das vítimas para sua própria sobrevivência ou, como ainda ocorre em várias regiões do país, abusar sexualmente de crianças e adolescentes em troca de benefícios financeiros para a família da pessoa agredida (mesmo com o consentimento dos pais) são práticas de exploração sexual.

O aliciamento e a exploração sexual geralmente formam um círculo vicioso na vida da vítima, já que o agressor começa a colocar condições para o término dos abusos, dificultando as denúncias e o abandono das práticas sexuais.

Assédio sexual x abuso sexual

O assédio sexual é um dos tipos de abuso sexual. Nesse caso, não precisa haver contato físico para que haja a agressão. Palavras constrangedoras, tentativa de toques e avanços sem permissão da outra pessoa, constrangimento com brincadeiras de teor sexual, observações sobre partes do corpo da vítima, pressão psicológica em troca de favores fazem parte das atitudes de quem assedia uma pessoa.

Vale lembrar que o constrangimento é algo presente nos abusos de todos os tipos. Muitos chefes intimidam suas funcionárias com aproximações forçadas, convites para encontros sexuais ou oferta de benefícios em troca de sexo (ou sexo oral e masturbação).

O assédio sexual é recorrente em casos nos quais o agressor tem um cargo superior às vítimas. A cultura machista da sociedade perpetua a figura da “troca de favores” como algo normal, dificultando as denúncias das pessoas assediadas.

Importunação sexual

A nomenclatura do crime de importunação sexual é recente no Brasil. A prática consiste em qualquer ato que cause prazer sexual ao agressor e resulte no constrangimento da vítima, como os casos de homens que ejaculam em mulheres no transporte público.

Antes de ser chamado de importunação sexual, o crime era configurado como contravenção penal e resultava apenas em multa para o agressor. Com a nova tipificação, a pena pode ir de um ano a cinco anos de prisão.

Importância de denunciar

Somente uma parcela dos casos de abuso sexual, incluindo os assédios, chega ao conhecimento dos órgãos responsáveis por investigar os crimes sexuais. A conscientização sobre a necessidade de denunciar esses casos é fundamental para que mais agressores sejam punidos.

É importante lembrar que a culpa não é da vítima, independentemente do cenário em que ocorra a agressão sexual. Culpar a pessoa que foi assediada em seu trabalho ou estuprada por alguém só aumenta o sofrimento e não ajuda na diminuição dos crimes contra a dignidade.

O Disque 100 é um canal para denúncias de diferentes violações dos Direitos Humanos, entre elas os casos de abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Os dados recolhidos são encaminhados aos órgãos competentes e investigados. A ligação é gratuita, e a denúncia pode ser feita anonimamente.

Publicado por Lorraine Vilela Campos

Fonte:https://mundoeducacao.uol.com.br/sexualidade/abuso-sexual.htm

ABUSO SEXUAL: CRIANÇAS E ADOLESCENTES

PSICOLOGIA

Análise sobre o abuso sexual a crianças e adolescentes

Resumo

O termo abuso sexual é usado de modo geral para justificar qualquer abuso que de fato viole sexualmente outrem sem seu consentimento, fazem parte desse tipo de violência também à tentativa de estupro, carícias indesejadas e sexo oral, todos de forma forçado.  No Brasil a lei 12.015/2009 do código penal protege as vítimas os casos dos chamados “crimes contra a dignidade sexual”. Apesar da existência da legislação e dos órgãos protetores, grandes partes das vítimas de abusos sexuais apresentam resistência em denunciar os agressores. De fato o medo em denunciar o agressor é um dos grandes causadores dessa resistência (medo do julgamento perante a sociedade, medo por que muita das vezes o agressor é alguém de confiança da família) como também a vergonha e a burocracia da investigação.

Palavras-chave: Abuso, violência, crimes, sexual, estupro.

INTRODUÇÃO

Ao se referir à violência sexual encontramos duas vertentes que se encaixam dentro do assunto sendo elas: exploração sexual e abuso sexual. A exploração sexual tem ligação com o comércio de corpos e sexos, o acesso à exploração se da por meio de pornografia, prostituição, turismo sexual e tráfico.  Enquanto, que, abuso sexual ocorre quando um adulto tem interesse sexual por crianças ou adolescentes tanto com pessoas de vínculo familiar quanto em pessoas que não são do vínculo familiar (FLORENTINO, 2015).

Sendo assim, é considerada constitutiva essa atitude de agressão do ser humano e os controles desses impulsos destrutivos se dão pelo processo de socialização. Com tudo, o uso da agressividade é decorrente da violência, tendo os fins destrutíveis que podem ser considerados voluntário-involuntários, racional/irracional, consciente/inconsciente. Os vínculos que foram criados com outras pessoas se tornam internalizados e ficam de lado os que são externos (CAPITÃO e ROMARO, 2008).

De acordo com Florentino (2015) dentre esses assuntos cabe considerar que o abuso sexual faz o levantamento sobre violência domestica, violência sexual, e principalmente a violência contra crianças, adolescente e adultos. Diante desses levantamentos é possivel destacar que o sexo da vítima não importa, o agressor possui desejos e pode ser que esses sejam saciados dentro da própria família por longos tempos e por cobertura de alguns parentescos.

O objetivo deste trabalho é aprofundar o conhecimento por meio de pesquisas bibliográficas. Acerca do assunto escolhido – abuso sexual – onde são acometidas crianças, adolescentes, e muitas vezes mulheres adultas também, que não estão de acordo com o ato sexual e são violentadas, devidas as agressões e não respeitarem suas decisões.

DESENVOLVIMENTO

O que é o Abuso sexual

O respeito ao próximo inclui também o respeito pelas decisões que o mesmo toma, sendo assim, a relação sexual tem se tornado algo cada vez mais propagado e difundido na sociedade, atualmente sua representação tem sido de formas distorcidas do que se pensava relacionável. Ocorrendo desenfreadamente a busca de novas situações não importando se vai além dos limites permitido para que não ultrapasse os direitos de outro ser humano (PFEIFFER e SALVAGNI, 2005).

Define-se abuso ou violência sexual na infância e adolescência como a situação em que a criança, ou o adolescente, é usado para satisfação sexual de um adulto ou adolescente mais velho, (responsável por ela ou que possua algum vínculo familiar ou de relacionamento, atual ou anterior), incluindo desde a prática de carícias, manipulação de genitália, mama ou ânus, exploração sexual, voyeurismo, pornografia, exibicionismo, até o ato sexual, com ou sem penetração, sendo a violência sempre presumida em menores de 14 anos (Pfeiffer e Salvagni, 2005, apud adaptado de ABRAPIA, 1997, p. 198).

Entretanto, mesmo tendo evolução nos processos morais e legais de defesa da criança e adolescente, os casos de abusos sexuais ainda existem e não deixa de acontecer, e muito menos, deixa de ser visto de forma onde é um crime que deixa sequelas, danos, traumas e até mesmo transtornos e patologias que são consideradas irreparáveis para as vítimas (PFEIFFER E SALVAGNI, 2005).

O abuso acontece quando um adulto ou adolescente mais velho usa de crianças e adolescentes para satisfação de seus prazeres sexuais. É considerado praticas de abuso sexual carícias, manipulação das genitálias, ânus e mama, ato sexual com ou sem penetração, entre outros. As violências são na maior parte presumidas em menores de quatorze anos (PFEIFFER E SALVAGNI, 2005).

Dessa forma, é importante ressaltar que os casos de abuso sexual têm ligações diretas com a imagem de “poder” que o agressor passa para as vítimas, por se tratar de ter algum grau de parentesco, sendo da família ou bem próximo da família. Por ser assim, se torna um alvo difícil de suspeitar e resulta na complicação da necessidade de confirmação dos abusos sexuais infantis (PFEIFFER E SALVAGNI, 2005).

Ainda assim, a violência sexual, ou seja, o abuso sexual é considerado um problema alarmante da saúde pública. De acordo com Pfeiffer e Salvagni (2005), p. 198 “O abuso sexual infantil é considerado, pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Estudos realizados em diferentes partes do mundo sugerem que 7-36% das meninas e 3-29% dos meninos sofreram abuso sexual.”. O que caracteriza que esse problema de saúde publica reconhecido pela própria OMS acomete crianças de ambos os sexos, sejam eles, feminino ou masculino.

Abuso de poder intrafamiliar e o processo de denuncia

De acordo com Platt et al., 2018, os casos de abusos sexuais mais prevalentes tem sido com meninas numa faixa etária entre 5 a 10 anos, considerando a importância em não descartar que acomete os meninos também. Porém, em uma proporção bem reduzida ou pouco discutida. Portanto, esses casos são mais de natureza intrafamiliar, durante o período de 1999 a 2003 um estudo alcançou um levantamento de dados que considerava que os pais dentro de suas próprias casas são os autores dessas violências.

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Segundo Vicentin e Valle, 2009, apud Dessen e Silva, 2005, as crianças que sofrem violências sexuais e as consequências desses atos agressores passam que depender de uma figura que transmita proteção e cuidado, e na ausência dessa figura protetora ou “defensora” as crianças que são vítimas passam a ser expostas a viver dentro de uma negligência e vulnerabilidade da família, tendo que enfrentar essa exposição durante todo o período de infância.

Considera que quando o autor da violência sexual é o pai biológico, ele trai a confiança da criança e aproveita-se de sua vulnerabilidade ou imaturidade, garantindo o silêncio da vítima seja com promessas, chantagens ou ameaças, frequentemente se beneficiando da conivência, seja pela não percepção da mãe e dos outros membros da família. A autora complementa que a vítima vive uma situação traumática e conflituosa, permeada por diferentes sentimentos, como medo, raiva, prazer, culpa e desamparo. Pode haver raiva dirigida à mãe, por não protegê-la, o que retroalimenta o medo de revelar a violência em função do receio de que não acreditem nela (vítima) ou a considerem culpada (Vicentin e Valle, 2009, apud Araújo 2002, p. 180).

As vítimas ainda são expostas a traumas psicológicos que são desencadeados devidos ao abuso sexual, entre eles são classificados a depressão, ansiedade, fobias, uso de drogas, transtornos de estresses pós-traumático e/ou tentativas de suicídio. Com tudo, essas consequências psicológicas são variáveis considerando que cada criança e adolescente corresponde de maneira diferente (VICENTIN E VALLE, 2009).

No processo de denuncia é importante que ocorra o acolhimento de profissionais qualificados e uma abordagem responsável com as vítimas. Por se algo que viole seus corpos, seu psicológico e sua intimidade, essas vitimas se sentem desprotegidas tanto diante da família como da sociedade, o que gera uma informação muitas vezes distorcida da real situação. Por isso, os profissionais dessa área são bem preparados para que ocorra a melhor busca de informações e que não haja interferências ou ate mesmo ruídos que prejudiquem (JACINTO, 2009).

METODOLOGIA

A metodologia é todo o processo de criação de um projeto, trabalho, pesquisa, estudo e afins. Utilizou-se de fontes e sites como: Scielo, Google Acadêmico, livros, noticias com levantamentos de dados, livros fornecidos pela biblioteca física e virtual da faculdade Multivix de Cachoeiro, auxilio de computadores, celulares, impressoras, Xerox, caderno, lápis, folhas de resumos, energia eletrica e materiais que são parte da criação.

Considerando que todo o material usado para confeccionar esse artigo são documentos que foram públicados, bem como, revistas, artigos cientificos, livros e resumos, nada que foi dito nesse trabalho foi inventado ou criado. Buscou-se fonte para embasamento e coerência e coesão do mesmo.

CONCLUSÃO

Com base nas pesquisas realizadas foram encontrados levantamentos de estudos feitos em diversas cidades, estados e países. Sendo assim, concluímos que os casos de abuso sexual e violência sexual é um problema de saúde pública em vários lugares do mundo, e a organização mundial de saúde (OMS) elenca um banco de dados frequentemente, bem como, busca orientar nas capacitações de profissionais que trabalharam diretamente com esses casos.

Segundo dados do ministério da saúde, a maior parte das vítimas de estupro é constituída por crianças e adolescentes, em torno de 70% dos casos denunciados. Os agressores mais comuns são membros da própria família ou pessoas do convívio da vítima.

Durante todo o levantamento de dados, é considerável que todos os dias acontecem violência sexual, uma vez que, os conteúdos de pedofilia e pornografia infantil estão disponíveis em sites e lugares acessíveis a grande maioria da sociedade. As crianças e adolescente que são expostos a esses tipos de violências carecem de atenção, cuidado e proteção.

Portanto, é preciso estar atento aos sinais e sintomas demostrados pelas crianças e adolescente, se há necessidade de uma conversa, da imposição de confiança e buscar conhecer o comportamento que não condiz com o humor satisfeito da criança. Por ser um tema amplo e que aponta agressões e violência que invade a individualidade do outro é importante ouvir e entender a criança/adolescente, compreendendo que seu discurso pode vir a ser importante para causar o fim da agressão em caso de intrafamiliar ou extrafamiliar, violência e/ou abuso sexual.

REFERÊNCIAS

CAPITÃO, Cláudio Garcia. ROMARO, Rita Aparecida. Caracterização do abuso sexual em crianças e adolescentes. Psicol. Am. Lat.  n.13 México jul. 2008. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X2008000200014 Acesso: 27 de out. de 2019

FLORENTINO, Bruno Ricardo Bérgamo. As possíveis consequências do abuso sexual praticado contra crianças e adolescentes. Fractal: Revista de Psicologia, v. 27, n. 2, p. 139-144, maio-ago. 2015. Disponível em: pdf http://www.scielo.br/pdf/fractal/v27n2/1984-0292-fractal-27-2-0139.pdf Acesso em: 27 de out. 2019

JACINTO, Mônica. O valor da palavra da vítima nos crimes de abuso sexual contra crianças. Psicóloga e servidora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/pagina-1447.html Acesso em: 28 de out. 2019

PFEIFFER, Luci. SALVAGNI, Edila Pizzato. Visão atual do abuso sexual na infância e adolescência – Jornal de Pediatria. 0021-7557/05/81-05-Supl/S197. 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa10.pdf Acesso em: 28 de out. 2019

PLATT, Vanessa Borges. BACK, Isabela de Carlos. HAUSCHILD, Daniela Barbieri. GUEDERT, Jucélia Maria. Violência sexual contra crianças: autores, vítimas e consequências. Artigo • Ciênc. saúde colet. 23 (4) Abr 2018. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csc/2018.v23n4/1019-1031/ Acesso em: 28 de out. 2019

VICENTIN, Silvia Cavalcante. VALLE, Tânia Gracy Martins do. Relações familiares permeadas por violência sexual do pai contra a filha. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. 222 p. ISBN 978-85-98605-99-9. Disponível em: http://books.scielo.org/id/krj5p/pdf/valle-9788598605999-10.pdf Acesso em: 30 de out. 2019

Publicado por: LILIANA RODRIGUES MONTEIRO

Fonte:https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/psicologia/abuso-sexual-criancas-adolescentes.htm

 Tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes


Abuso sexual pode acontecer com ou sem contato físico. Saiba mais

 

 

Abuso sexual é toda forma de relação ou jogo sexual entre um adulto e uma criança ou adolescente, com o objetivo de satisfação desse adulto e/ou de outros adultos. Pode acontecer por meio de ameaça física ou verbal, ou por manipulação/sedução. Na maioria dos casos, o abusador é uma pessoa conhecida da criança ou adolescente – geralmente familiares, vizinhos ou amigos da família.

 

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o abuso sexual não acontece, necessariamente, com contato físico. Existem diferentes tipos de abuso sexual que acontecem sem contato físico e é importante que todas as pessoas no entorno da criança estejam atentas para os sinais apresentados por quem sofre uma ou mais violações.

 

Abuso sexual de crianças e adolescentes com contato físico

São os atos físicos que incluem toques nos órgãos genitais, tentativas de relações sexuais, masturbação, sexo oral e/ou penetração. Eles podem ser legalmente tipificados em: atentado violento ao pudor, corrupção de menores, sedução e estupro. Também é importante destacar que, contato físicos “forçados”, como beijos e toques em outras partes do corpo, podem ser considerados abuso sexual.

 

Tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes sem contato físico

Ainda que não envolva qualquer contato físico, o abuso sexual de crianças e adolescentes ainda é uma grave violação de direitos humanos, que deve ser denunciada às autoridades e pode trazer grandes traumas emocionais e psicológicos para as vítimas; Entenda cada um dos tipos de abuso sexual de crianças e adolescentes que não envolvem ‘toques’:

 

Assédio sexual

O assédio sexual, que pode ser expresso em forma verbal, não verbal ou física, é todo o comportamento indesejado de caráter sexual. Baseia-se, na maioria das vezes, na posição de poder do agente sobre a vítima, que é chantageada e ameaçada pelo agressor.

 

Abuso sexual verbal

O abuso sexual verbal pode ser definido por conversas abertas sobre atividades sexuais – falas erotizadas - destinadas a despertar o interesse da criança ou do adolescente ou a chocá-los. Um exemplo do abuso sexual verbal são os telefonemas obscenos..

 

Exibicionismo e Voyeurismo

O exibicionismo é o ato de mostrar os órgãos genitais ou se masturbar em frente a crianças ou adolescentes ou dentro do campo de visão deles. Já o voyeurismo pode ser explicado como o ato de observar fixamente atos sexuais ou órgãos genitais de outras pessoas quando elas não desejam ser vistas, obtendo satisfação sexual com essa prática. Nas relações sexuais entre adultos, tanto o exibicionismo quanto o voyeurismo podem ser práticas sexuais consentidas.

 

Exibição de material pornográfico

Geralmente, a pornografia é classificada como uma forma de exploração sexual de crianças e adolescentes, já que o objetivo dessa violência é a obtenção de lucro financeiro para o agressor ou de abuso sexual com contato físico. No entanto, quando o agressor exibe materiais pornográficos a meninas e meninos e os obriga a assistir, é uma forma de abuso sexual sem contato físico.

 

Consequências do abuso sexual para crianças e adolescentes

Antes de tudo, é importante ressaltar que a violência sexual não produz o mesmo resultado sobre todas as crianças e adolescentes submetidos a ela. Além de cada criança ou adolescente reagirem de forma diferente a situações de abuso sexual, há também muitos fatores externos que moldarão o impacto que essa violência terá na vida da vítima no futuro. Alguns deles são: a duração do abuso; o grau de violência; o grau de proximidade entre o agressor e a criança, o grau de sigilo sobre o fato ocorrido e a existência e eficiência do atendimento da rede de proteção à criança e do adolescente.

 

Sinais de abuso sexual a curto prazo

Além de marcas físicas como lesões, hematomas e doenças sexualmente transmissíveis, é importante notar alguns sinais de que uma criança ou adolescente pode estar sendo vítima de abuso sexual: mudanças bruscas de comportamentosem explicação aparente; mudanças súbitas de humor; sonolência excessiva; perda ou excesso de apetite; baixa autoestima e isolamento social; evasão escolar; medo de escuro ou de ficar sozinho, entre muitos outros sinais de alerta.

 

Também é essencial destacar que a existência de um ou mais sinais nem sempre indica que uma criança ou adolescente sofreu abuso sexual.

 

Consequências a longo prazo do abuso sexual na infância e adolescência

• Sequelas dos problemas físicos gerados pela violência sexual. Lesões, hematomas e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) podem interferir na capacidade reprodutiva, podendo levar, em casos mais graves a uma maior morbidade materna e fetal.

 

• Dificuldade de ligação afetiva e amorosa, devido a um profundo sentimento de desconfiança pelo ser humano em geral, por temor de reviver a experiência traumática ou por dissociação entre sexo e afeto, gerando sentimentos de baixa autoestima, culpa e depressão prolongada por medo da intimidade.

 

• Dificuldades em manter uma vida sexual saudável. Aqui, as vítimas podem ter reações divergentes: podem evitar qualquer tipo de relacionamento sexual por traumas que bloqueiam o desejo; vivenciar baixa qualidade nas relações sexuais; desenvolver incapacidade de distinguir sexo do afeto; ter compulsivo interesse sexual para provar que são amadas e para se sentirem adequadas, entre outros comportamentos disfuncionais.

 

• Dependência em substâncias lícitas e ilícitas. Importante ressaltar que não se deve fazer qualquer associação mecânica entre abuso sexual e uso de drogas. No entanto, há relatos de pessoas que confessaram ter usado drogas inicialmente para cuidar de sentimentos, esquecer a dor, a baixa autoestima e, mais tarde, o uso se tornou um vício.

 

É extremamente importante saber ouvir e acolher a criança ou adolescente que passou por alguma situação do abuso sexual.  Evitar reações extremas e perguntas inquisitórias; denunciar a suspeita às autoridades e buscar um atendimento médico e psicossocial humanizado para as vítimas. Em caso de qualquer suspeita de abuso sexual de crianças e adolescentes, denuncie!

Fonte:https://www.childhood.org.br/tipos-de-abuso-sexual-de-criancas-e-adolescentes

 

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