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Kim Cattrall e Jason Lewis em O Sexo e a Cidade
Os homens ideais são os mais novos?
As
mulheres que tomam o gosto a homens muito mais novos já não voltam atrás no
paladar. Cozinhar a energia destes com a experiência dos mais velhos é sucesso
garantido. Alguém passa a receita?
Porque é que
as mulheres que gostam de homens mais novos são panteras, pumas e jaguares, e os
homens que preferem lolitas são uns pedófilos? Uma pergunta muito comum nos
dias que correm. Vejo-a dominar as conversas dos cavalheiros e fico a pensar em
como é triste a sua falta de memória.
Durante séculos, senhora que
se fizesse acompanhar por um rapazinho tinha tudo menos nome de felino – ou era
insultada, ou alvo de chacota. Já eles, os sucedâneos de Nabokov (o célebre
autor de Lolita),
só tinham de esperar pelo momento certo. Se não fosse antes, pelo menos aos 50
anos, com a crise da meia-idade, herdavam o direito legítimo de trocar esposas
gastas por exemplares novinhos em folha de beleza e fidelidade. Outros tempos,
como tento explicar aos meus amigos, que ainda não se habituaram a ser trocados
por homens mais novos (alguns
também são trocados por mulheres, mas isso fica para outro artigo).
O
novo dicionário feminino é americano, como quase todas as modernices das últimas décadas. A puma tem entre 20 e 30 anos e
gosta de sair com meninos. Regra geral, encontra-os em eventos desportivos ou
no local de trabalho. As suas relações costumam ser breves porque acaba por
cansar-se dos amigos imberbes e da falta de dinheiro do miúdo para a levar
a jantar a um restaurante decente.
O termo cougar ficou célebre com a
Samantha de Sexo e a Cidade –
são as mulheres com mais de 35 anos que procuram homens disponíveis,
divertidos, criativos, aventureiros e… mais jovens. Grandes frequentadoras de
bares, discotecas, praias e hotéis de charme, muitas usam Wonderbra (ou
implante de silicone) e roupa justa para acentuar as formas.
Às que nunca casaram ou
tiveram filhos acontece, por vezes, caírem na tentação de imaginar um futuro
risonho ao lado dos seus finalistas do curso de marketing.
As mulheres de 50 anos, ou
mais, cheias de estilo, dinheiro e muita vontade de se divertirem com
rapazinhos são as Jaguares.
Lembrem-se da pinta do automóvel e está tudo dito.
Foram os sexólogos que
acenderam o rastilho quando vieram balizar as idades de ouro do sexo. Para eles, o auge dá-se algures entre os
18 e os 25 anos; para elas, a boa vida começa a partir dos 35. Não é preciso
ser um génio da matemática para chegar à fórmula sexual perfeita: mulher de 40 +
homem de 20.
A combinação tem claras
vantagens para a economia: as panteras não
precisam de consultar o saldo para marcar mesa no melhor restaurante da cidade,
e as jaguares vão passar uma semana ao Brasil como quem dá um salto à feira de
Carcavelos. Esta disponibilidade financeira só exige uma contrapartida: tempo
livre. Coisa que os senhores mais velhos, demasiado ocupados a gerir as suas
promissoras carreiras, não têm para gastar com o prazer. Sobram os rapazes,
que, não dispondo de cartões dourados, têm uma energia ilimitada! Aposto que
nunca se deitam preocupados com a queda
da Bolsa de Nova Iorque ou com o último relatório do Banco de Portugal. No máximo, fazem o
que têm a fazer e depois adormecem a pensar se haverá ondas no Guincho, no dia
seguinte.
Os alarmistas falam de uma
pandemia. Olham para Madonna e tremem só de pensar que o vírus pode passar das
divas para as mulheres comuns. O pior, prevê-se já em revistas e blogues, é que
há risco de a doença ser crónica – quem troca o velho beco pela nova
auto-estrada, pode nunca mais voltar à casa da partida.
Sim, os homens mais novos
também têm defeitos: não
são dados a conversas muito profundas, nem têm paciência para dramas
existenciais. Em contrapartida, estão livres de ex-mulheres chatas e longe dos
traumas de infância que hão-de empurrá-los para o divã do psicanalista quando chegarem
aos 40. Ah, também podem usar calções, tangas e sungas sem dramas abdominais…
O ideal, como costuma dizer
uma amiga sábia – e solteira –, era cozinhar a sabedoria dos 50 com o charme
dos 40, o picante dos 30 (é nesta idade que costuma dar-lhe para experimentar
tudo e isso às vezes tem piada) e a energia dos 20. Mas, isso, só com uma
Bimbi, não é?
Os homens e os macacos
A diferença entre o código
genético dos homens e o dos chimpanzés é de apenas 1,6 por cento e o
comportamento sexual de ambas as espécies parece aproximar-se cada vez mais. Um
estudo científico das universidades
de Boston e Harvard revelou que os chimpanzés preferem as fêmeas
mais velhas. A explicação é biológica: têm um sistema de acasalamento promíscuo
(ao contrário do humano, que pressupõe ligações mais duradouras com o sexo
oposto) e as fêmeas permanecem férteis durante toda a vida; nas mulheres, pelo
contrário, o pico da fertilidade ocorre entre os 20 e os 25 anos. Aos 50, por
norma, atingem a menopausa.
Eles preferem as jovens
Uma das explicações
científicas para a preferência dos homens por mulheres mais jovens é a da
preservação da espécie – também serve para desculpar a poligamia. Ou seja: como
os homens são férteis quase até ao final da vida, não investem tanto em
relações exclusivas para alagar as possibilidades de descendência;
simultaneamente, preferem mulheres mais jovens porque estas asseguram a procriação
até mais tarde.
Mas se a reprodução deixar de
ser o motor do acasalamento,
será que eles continuam a preferir as mais novas?
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