TERRORISTA DE NICE É LIGADO AO ISLÃ RADICAL,DIZ PREMIER FRANCÊS

    Terrorista de Nice é ligado ao Islã radical

Tunisiano Mohamed Lahouaiej Bouhlel atropelou multidão durante festa do 14 de julho

PARIS — O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse na sexta-feira que Mohamed Lahouaiej Bouhlel, o homem por trás do ataque que deixou 84 mortos em Nice, estava relacionado ao terrorismo islâmico. Enquanto a investigação ainda está no estágio inicial, autoridades buscam descobrir exatamente quais eram as suas conexões com redes terroristas. Na quinta-feira, a polícia procurava potenciais cúmplices do motorista do caminhão que avançou sobre a multidão. — Ele sem dúvida é um terrorista ligado ao Islã radical de uma forma ou de outra — disse Valls a uma TV francesa. — Este é um ato terorrista e nós devemos descobrir quais são as conexões com organizações terroristas.

Na mesma entrevista, Valls disse que a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos reforçará seus recursos militares contra o grupo Estado Islâmico (EI) na reunião de ministros da Defesa dos países envolvidos, que acontece em 20 de julho em Washington.
— Vamos reforçar os recursos da coalizão nessa reunião muito importante — declarou Valls, negando qualquer falha das forças de segurança francesas.
Segundo o premier, o dispositivo de segurança para a festa do 14 de Julho foi o mesmo daquele mobilizado para o carnaval de Nice e para a Eurocopa 2016, disputada em parte na cidade de Nice.
NOITE DE TERROR
O homem responsável pelo atentado foi identificado como Mohamed Lahouaiej Bouhlel, um tunisiano de 31 anos. Morador de Nice, na Riviera francesa, o terrorista tinha três filhos e era divorciado. Fichado na polícia por crimes como roubo e violência, ele não era conhecido por ter opiniões radicais islâmicas.


Identidade de Mohamed Lahouaiej Bouhlel encontrada pela polícia francesa - Reprodução / Daily Mail
O caminhão branco de 25 toneladas avançou em alta velocidade pelo Passeio dos Ingleses, a avenida costeira de Nice, para onde centenas de pessoas se dirigiram para presenciar os fogos de artifício por ocasião do aniversário da Queda da Bastilha. O atentado foi classificado pelo presidente François Hollande como terrorista. A tragédia provocou terror em uma França já marcada por dois atentados extremistas em 2015.


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De acordo com uma fonte policial, o homem não estava na lista de vigilância dos serviços de inteligência da França, mas era conhecido pela polícia por relação com crimes comuns, como roubo e violência. Nascido na cidade tunisiana de Msaken, ele foi condenado em março em Nice por violência no trânsito.
O apartamento do suspeito foi revistado nesta manhã. Vizinhos o descreveram como uma pessoa solitária e quieta, que não conversava e se deslocava com bicicletas alugadas e um caminhão.
Fontes citadas pela TV francesa BFM TV afirmaram que Bouhlel estava deprimido e infeliz desde o divórcio, e que sofria de problemas financeiros.

O estado de emergência, que deveria terminar em 15 dias, foi prolongado por três meses. Este regime, decretado após os atentados de 13 de novembro, facilita as operações policiais e a prisão domiciliar de suspeitos. A tragédia provocou terror em uma França já marcada por dois atentados extremistas em 2015.

Este é um dos atentados mais sangrentos cometidos na Europa nos últimos anos. No dia 13 de novembro passado, extremistas do Estado Islâmico mataram em Paris 130 pessoas, 90 delas na casa de shows Bataclan.


Antes destes atentados, a França já havia sido atingida pela violência terrorista nos ataques de janeiro de 2015 contra a revista satírica Charlie Hebdo e um supermercado kosher, que deixaram 17 mortos e que foram seguidos por vários outros ataques e tentativas.

Uma criança não identificada está entre as vítimas do atentado. Imagem ganhou as redes sociais e gerou comoção em todo o mundo. Segundo uma fonte médica, 54 crianças estão hospitalizadas.



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