IMAGEM RARA MOSTRA O NASCIMENTO DE UM SISTEMA PLANETÁRIO


Foto da estrela jovem HL, capturada 
pelo observatório Alma - 
ALMA (NRAO/ESO/NAOJ)


Observatório no Chile mostra rara imagem do nascimento de um sistema planetário

Imagem de mais alta resolução já produzida pelo Alma revela planetas recém-nascidos em torno de jovem estrela


Imagem composta da jovem estrela HL Tauri e sua vizinhança vistas pelo telescópio espacial Hubble e pelo observatório Alma (no detalhe): disco protoplanetário apresenta lacunas que teriam sido produzidas por planetas em sua órbita
Foto: ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Hubble (ESA/NASA)
Imagem composta da jovem estrela HL Tauri e sua vizinhança vistas pelo telescópio espacial Hubble e pelo observatório Alma (no detalhe): disco protoplanetário apresenta lacunas que teriam sido produzidas por planetas em sua órbita - ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Hubble (ESA/NASA)


RIO – Imagem de mais alta resolução já produzida pelo 
observatório Alma (sigla em inglês para Grande Rede Milimétrica/submilimétrica do Atacama) deu aos astrônomos o primeiro e mais detalhado vislumbre do processo de nascimento de um sistema planetário. Nela, é possível ver as falhas no disco de material restante da formação da jovem estrela HL Tauri, a cerca de 450 anos-luz de distância da Terra, na forma de anéis concêntricos que seriam resultantes da “limpeza” feita pelos planetas recém-nascidos nas suas órbitas em torno do astro.
- Quando vimos esta imagem pela primeira vez ficamos maravilhados com seu espetacular nível de detalhes – conta Catherine Vlahakis, uma das cientistas do projeto Alma. - A HL Tauri não tem mais de 1 milhão de anos de idade e, apesar disso, seu disco parece estar cheio de planetas em formação. Só esta imagem já vai revolucionar nossas teorias sobre a formação de planetas.
Com sua construção praticamente concluída, a um custo de cerca de 1 bilhão de euros (mais de R$ 3 bilhões), o Alma conta com 66 antenas instaladas a mais de 5 mil metros de altitude no Planalto de Chajnantor, no Deserto do Atacama, Chile, e desenhadas para detectar radiação na faixa milimétrica/submilimétrica do espectro, entre o infravermelho e micro-ondas. Estas antenas podem ser separadas por distâncias de até 16 quilômetros, simulando uma enorme antena com este diâmetro. Isso dá ao revolucionário observatório uma resolução, isto é, a capacidade de diferenciar dois objetos muito próximos, de apenas 35 miliarcossegundos, o equivalente a ver uma moeda a mais de 110 quilômetros de distância e mais poderosa que a do telescópio espacial Hubble.
Veja a animação sobre o nascimento de um sistema planetário:
Além disso, a faixa do espectro em que ele opera fornece aos astrônomos um quase inédito acesso ao chamado “Universo frio”, o que inclui as imensas nuvens moleculares cujo colapso gravitacional dá origem a novas estrelas e planetas.
- A maior parte do que sabemos sobre a formação de planetas hoje é baseada apenas em teorias – diz Tim de Zeeuw, diretor-geral do Observatório Europeu do Sul (ESO), uma das instituições responsáveis pela construção e operação do Alma. - Até agora, imagens com este nível de detalhe só tinham sido produzidas em simulações de computador ou ilustrações artísticas, mas esta imagem em alta resolução da HL Tauri demonstra o que a Alma pode fazer quando opera na sua maior configuração e dá início a uma nova era na nossa exploração sobre a formação de estrelas e planetas.



Estrelas jovens como a HL Tauri nascem de nuvens de gás e poeira que entram em colapso pelo efeito da gravidade, formando núcleos quentes que eventualmente dão início às reações de fusão nuclear típicas destes astros. Inicialmente, porém, estas novas estrelas permanecem escondidas em casulos do material restante de sua formação e não podem ser vistas em luz visível. Enquanto isso, este material acaba por se acomodar em um disco em torno delas, chamado “disco protoplanetário”, onde, com o tempo, colisões e a gravidade unem as partículas de poeira, que podem então crescer até se tornarem cometas, asteroides e planetas. E estes últimos perturbariam o disco de tal forma que criam anéis, lacunas e buracos como os vistos na imagem do Alma.
- Estas características (na imagem) são quase certamente resultado da ação de corpos planetários que estão se formando no disco – afirma Stuartt Corder, vice-diretor do observatório. - Isto é surpreendente, já que se achava que estrelas tão jovens não teriam corpos planetários tão grandes que seriam capazes de produzir estruturas como as que vemos na imagem.
Já Tony Beasley, diretor do Observatório Nacional de Radioastronomia dos EUA (NRAO, na sigla em inglês), outra das instituições responsáveis pela construção e operação do Alma, destaca que pesquisas com esta ajudam a melhor compreender como se formou o nosso próprio Sistema Solar:
- Este novo e inesperado resultado nos dá uma incrível visão do processo de formação de planetas com uma clareza que é essencial para entender como nosso Sistema Solar nasceu e como os planetas se formam por todo o Universo.


Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/ciencia/observatorio-no-chile-mostra-rara-imagem-do-nascimento-de-um-sistema-planetario-14475318#ixzz3IPsKoG5z



Telescópio do Chile revela fotos mais detalhadas já vistas de novos planetas
SANTIAGO (Reuters) - Algumas das imagens mais detalhadas já feitas de novos planetas nascendo ao redor de uma estrela foram publicadas nesta quinta-feira, o que astrônomos disseram poder transformar as teorias sobre formação planetária.
No alto do deserto chileno, o Conglomerado de Larga Milimetragem/submilimetragem do Atacama (Alma, na sigla em inglês), observou o disco do futuro planeta em torno da jovem estrela HL Tauri, produzindo as fotos mais nítidas já tiradas em comprimentos de onda de submilímetros.
As imagens mostram anéis concêntricos claros na poeira deixada pela formação da estrela, e os intervalos indicam haver planetas ainda em formação, abrindo caminho através do material.
A HL Tauri, localizada a cerca de 450 anos-luz, tem perto de um milhão de anos, um bebê para os padrões astronômicos. Com essa idade, as teorias atuais apontam que deveria haver poucos sinais de formação planetária à volta da estrela, disse Stuartt Corder, vice-diretor do Alma, à Reuters.
“Mas o que descobrimos é que, nesta fase muito jovem, vemos todos estes intervalos no anel, no disco, e estes intervalos são preenchidos por enormes núcleos planetários”, afirmou.
“Por isso, mesmo nessa idade tão jovem, o Alma descobriu que já há núcleos planetários se formando, então o processo de formação planetária tem que ocorrer muito mais rápido e muito mais cedo do que jamais imaginamos”.
As estrelas são formadas em berçários de poeira e nuvens de gás, que implodem sob o efeito da gravidade até entrarem em ignição. Ao longo do tempo, os restos de gás e poeira que cercam a estrela se juntam e formam planetas, cometas e asteroides.
A descoberta é a primeira observação do Alma com um método novo e poderoso que se aproxima de sua configuração final. Em junho, sua antena definitiva foi instalada.
(Por Rosalba O'Brien e Jorge Vega)

Fonte: http://oglobo.globo.com/mundo/telescopio-do-chile-revela-fotos-mais-detalhadas-ja-vistas-de-novos-planetas-14486599


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