O Cego de Jericó - Emmanuel
“Dizendo: Que
queres que te
faça? E ele respondeu: - Senhor,
que eu veja.” – (LUCAS, 18:41.)
faça? E ele respondeu: - Senhor,
que eu veja.” – (LUCAS, 18:41.)
O cego de Jericó é das grandes figuras dos ensinamentos evangélicos.
Informa-nos a narrativa de Lucas que o infeliz andava pelo caminho,
mendigando... Sentindo a aproximação do Mestre, põe-se a gritar, implorando
misericórdia.
Irritam-se os populares, em face de tão insistentes rogativas. Tentam
impedi-lo, recomendando-lhe calar as solicitações. Jesus, contudo, ouve-lhe a
súplica, aproxima-se dele e interroga com amor:
- Que queres que te faça?
A frente do magnânimo dispensador dos bens divinos, recebendo liberdade
tão ampla, o pedinte sincero reponde apenas isto:
- Senhor, que eu veja!
O propósito desse cego honesto e humilde deveria ser o nosso em todas as
circunstâncias da vida.
Mergulhados na carne ou fora dela, somos, às vezes, esse mendigo de
Jericó, esmolando às margens da estrada comum. Chama-nos a vida, o trabalho apela
para nós, abençoa-nos a luz do conhecimento, mas permanecemos indecisos, sem
coragem de marchar para a realização elevada que nos compete atingir. E, quando
surge a oportunidade de nosso encontro espiritual com o Cristo, além de
sentirmos que o mundo se volta contra nós, induzindo-nos à indiferença, é muito
raro sabermos pedir sensatamente.
Por isso mesmo, é muito valiosa a recordação do pobrezinho mencionado no
versículo de Lucas, porquanto não é preciso compareçamos diante do Mestre com
volumosa bagagem de rogativas. Basta lhe peçamos o dom de ver, com a exata
compreensão das particularidades do caminho evolutivo. Que o Senhor, portanto,
nos faça enxergar todos os fenômenos e situações, pessoas e coisas, com amor e
justiça, e possuiremos o necessário à nossa alegria imortal.
Do livro “Caminho, Verdade e Vida”,
Emmanuel/Chico Xavier
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