A RODA DA MEDICINA



A RODA DA MEDICINA


A Roda da Medicina é o caminho das quatro direções que conduz ao conhecimento. É também chamada de Jornada dos Quatro Ventos. Uma jornada lendária que o principiante empreende para tornar-se uma pessoa de conhecimento. A Roda da Medicina é a mandala do Xamã Inca "Hatun Laika", apesar de não existir um símbolo que a represente, assim como não há nada escrito, nem imagens a serem veneradas, profetas humanos ou filho de uma divindade. Nenhuma dessas coisas é necessária. A meta da jornada por meio da Roda da Medicina é despertar nossa visão, possibilitando-nos descobrir e abranger o divino que há em nós e, com isso, restabelecer nossa conexão com a natureza e com o mistério do cosmo, adquirindo capacidade e sabedoria para utilizá-los.

Os "Quatro Ventos" são assinalados como os quatro pontos cardeais de uma bússola.

Começa pelo Sul, pelo Caminho da Serpente, onde abandonamos as vestes do passado, como a serpente abandona sua pele.

A Oeste fica o Caminho do Jaguar, é onde perdemos o medo e enfrentamos a morte.

Ao Norte pegamos o Caminho do Dragão, onde descobrimos a sabedoria dos longínquos antepassados e estabelecemos o elo de ligação com o divino.

O Caminho da Águia a leste, que é o vôo rumo ao sol e a viagem de volta a nossa casa, para exercitarmos a visão no contexto de nossa vida diária e no trabalho. A lenda explica que esta é a jornada mais difícil que o xamã tem que enfrentar.

Segundo dizem, poucos conseguem ir além da jornada de iniciação. Xamãs verdadeiros são raros. E raras as pessoas de conhecimento. Muitos dos que trilharam essa estrada pararam no meio do caminho, e ficaram satisfeitos em se tornar curadores e homens de medicina. Converteram-se em mestres do seu próprio rumo. E há aqueles que são seduzidos pelo poder. Perdem-se durante o trajeto. E a jornada pode durar pelo resto de suas vidas. O círculo da Roda da Medicina, é uma grande espiral. Não é porque, se reconciliou com o passado e libertou-se da morte e do medo do futuro, que estará vivendo como um guerreiro, pisando firme no presente como se fosse uma criatura de poder. Não se permita cair na armadilha pela simplicidade desta teoria. O presente não dura. Converte-se em passado assim que expomos. É a sombra que produzimos. É a nossa sombra.

Poucos completam o círculo, comungando com seus ancestrais no Norte e, superando esse poder no Leste, tornam-se criaturas de conhecimento, Filhos do Sol.


OS QUATRO VENTOS

Os Quatro Ventos está ligado a cada uma das Direções, cada um deles tem um Espírito Guardião, um Totem Animal, estão associados a um Elemento, a uma estação e guarda uma série de lições de poder que ensina a caminharmos com beleza sobre a Mãe Terra.

Os Espíritos Guardiões são os Seres responsáveis para nos ensinar o poder da sua respectiva direção.

ÁGUIA - O Guardião do Vento Leste é Wabun, aquele que nos traz o vento morno do Leste, a promessa da primavera, a abertura para a busca da iluminação ao nascer do sol. É a direção da visão, da criatividade e da expansão da consciência. Está ligado ao nascimento e a energia masculina. Após o inverno é tempo de despertar, onde as sementes brotam com toda sua pureza e energia que recebeu do Pai-Sol.
A Águia, aquela que voa mais alto e mais longe enxerga, é o totem animal de Wabun. O fogo é o seu elemento, e ao construirmos um altar xamânico do Círculo da Vida ela, essa direção é representada por uma vela.

Sua cor é o amarelo. A direção leste é o caminho do visionário, da onde vem o poder da luz, um portal para o espírito. Procure se sentar ao Leste e conecte-se com o Sol ou o fogo, pedindo clareza, criatividade, força, maior espiritualização e definir um novo projeto ou ciclo de vida.

COIOTE - O Guardião do Vento Sul é Shawnodese, aquele que nos traz do Sul o vento quente do verão, que promove o crescimento e a fruticação. É a direção do caminho da cura da criança interior e do amor. É um local de inocência, humildade, fé e confiança.

Seu animal totem é o Coiote que nos prega peças para nos ensinar, quando esquecemos a nossa criança interior e de nossa inocência. Está ligado ao sol do meio-dia.

Seu elemento é a Água, e em nosso altar a representamos com um copo de água. Sua cor é o vermelho. A direção sul é o caminho do curador, um portal para as emoções. Procuremos sentar ao Sul perto de um riacho ou ao lado de uma fonte d'água, percebendo suas emoções, identificando suas feridas e procurando conectar-se com sua criança interior, deixe fluir seus sentimentos, avaliando suas ações e procurando uma maneira de evitar ser pego numa armadilha. Lembre-se de ter confiança e fé em si e no mundo.

URSO - O Guardião do Vento Oeste é Mudjekeewis, aquele que nos traz do Oeste o vento fresco do outono, que favorece a instrospecção e a contemplação da colheita. É a direção que indica o caminho da cura física, o poder da transformação e introspecção.

Seu animal totem é o Urso que nos convida a entrarmos na escuridão da caverna, onde enfrentaremos nossos medos.

Seu elemento é a Terra, e representamos essa direção em nosso altar com uma pedra, cristal ou um pote com terra. Sua cor é o preto. A direção oeste é o caminho do guerreiro, o portal para o corpo. Essa direção esta representada pelo por do Sol. Sente-se ao oeste vendo o sol se por e sinta a escuridão o cercando e transformando-se numa grande caverna escura, procure meditar profundamente envolto em total silêncio. Lute contra si mesmo, enfrente os desafios que se apresentam, sinta-se morrer e renascer, dentro da Mãe Terra que nos curou e nos regenerou através de sua força feminina.

BÚFALO BRANCO - O Guardião do Vento Norte é Waboose, que nos traz o vento frio do inverno, que purifica a terra e obriga os homens ao isolamento da renovação. É a direção que nos indica o caminho que devemos seguir, aonde o guerreiro irá aprender com os conhecimentos dos mestres ancestrais.

Seu totem animal é o Búfalo Branco que nos ensina a agradecer humildemente as dádivas recebidas. Seu elemento é o Ar, que representamos como um incenso em nosso altar. Sua cor é o branco que simboliza a pureza da neve. A direção norte é o caminho do Mestre, o portal para a mente, onde aprendemos a sabedoria dos ancestrais. Procure sentar-se voltado para o norte numa alta montanha no meio da noite, buscando conectar-se com os ancestrais que com sua sabedoria irão abrir nossas mentes, libertando-nos de antigos padrões que ainda tenhamos, fazendo-nos pensar, sentir e agir no novo horizonte que se abre a nossa frente.

Cada direção é também ligada a uma hora do dia. O Leste com a madrugada e o nascer do Sol de um novo dia, o Sul com o meio-dia e o Sol à pino, o Oeste com o crepúsculo, quando o Sol vai descansar, o fim do dia e o tempo de reflexão e repouso, e o Norte com a meia-noite, o descanso e a renovação.
Cada um dos Quatro Ventos, das Quatro Estações e as Quatro Horas do dia, estão relacionados às influências no nosso modo de vida. De acordo com a cosmologia nativa, são especiais qualidades de influência do vento o poder que predominatemente carregamos de nosso nascimento, como nossa marca pessoal, codificado em nossa mente.
Os nativos relatavam tudo o que podia ser observado e entendido do meio-ambiente. Qualquer princípio ou lei cósmica ou natural, que afetava a vida do homem, os mistérios do nascimento e morte, o destino dos homens, podiam ser entendidos através da observação das forças naturais em ação.
Os nativos converteram o intangível até uma forma que pudesse ser entendida e relatada através de comparações (metáforas), com a natureza, com os animais, plantas e minerais. Animais selvagens, por exemplo, dividem o meio ambiente com eles. Eles conhecem os hábitos individuais e características de cada espécie, conhecem os diferentes temperamentos, e sabem que cada animal tem a sua personalidade própria. Eles comparam os segredos da natureza e as qualidades que possuem com características similares encontradas nos animais, répteis, pássaros, peixes, etc.
Em outra palavras, os nativos personificam essas forças intangíveis, que muitos povos de outras culturas associam humanizando seus deuses. Eles todavia, usam mais animais, plantas, minerais do que representações humanas. Essas personificações são chamadas de " TOTENS" .  

METTA  (liguagem Pali) - "Amor abnegado (sem ego) e boa vontade", uma das qualidades da mente pura. A bondade amorosa, benevolência, amizade, boa vontade e interesse ativo para com o próximo é um dos dez "paramis" do Theravada. escola do Budismo e o primeiro dos quatro "estados sublimes"(Brahmaviharas). Este é o amor sem apego (Upadana).
O cultivo da bondade amorosa (Metta Bhavana) é uma forma popular de meditação no budismo.Na tradição budista Theravada, essa prática começa, com o praticante a cultivar a bondade amorosa para consigo mesmo, em seguida seus entes queridos, amigos, professores, estranhos, inimigos e, finalmente, para com todos os seres sencientes. (Meditação da compaixão)




"Mãos que servem são mais santas que lábios que oram."
Primeiramente, é necessário compreender o ciclo de ação e reação que rege a natureza. Cada ato, gesto, palavra e pensamento gerado pelo indivíduo, é uma causa que terá o seu respectivo efeito. O nosso futuro é consequência de nossos pensamentos, palavras e ações no presente.

"Ajudar, sempre. Ferir, nunca."
Quando efetivamente nos tornamos conscientes desse fluxo, naturalmente ajustamos nosso comportamento e buscamos praticar somente boas ações - agir com gentileza, cortesia, respeito, consideração, sempre visando o bem do próximo. Este salto quântico na consciência e no comportamento corresponde ao desabrochar da espiritualidade no indivíduo.

"Ame a todos. Sirva a todos."
Praticar o bem é trilhar o caminho da espiritualidade. O destino desse caminho é a purificação, a plenitude, a Suprema Bem-Aventurança, a Felicidade Absoluta - quando cessa a dualidade, experimentamos Deus integralmente.

"Um coração compassivo é a marca da verdadeira educação."

Tudo o que você fala é um reflexo dos pensamentos internos. Tudo o que você faz é um reflexo da ação interior. Assim, agir de acordo com seu impulso interior é Dharma (Retidão). Falar o que você sente dentro de si é Sathya (Verdade). Refletir sobre o que você experimenta em seu coração é Shanti (Paz). Compreender adequadamente as sugestões do coração é Ahimsa (Não-violência). Consideração por tudo que emana do coração é Prema (Amor). Os cinco valores são, portanto, reflexos dos sentimentos que emanam do coração. Ser verdadeiramente humano significa ter completa harmonia entre pensamento, palavra e ação. Se houver divergência entre pensamento, palavra e ação, qual é o resultado? Ação infrutífera.”




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