QUEM É REALMENTE RELIGIOSO - NÃO DEUS,MAS A RELIGIOSIDADE

Quem é realmente religioso?

Por milhares de anos você tem permanecido identificado com a mente, tem despejado muita energia nela. Ela segue girando e girando, por meses e anos. Mas se você conseguir permanecer um observador silencioso, um observador na colina, então pouco a pouco a energia, o momentum, é perdido e a mente chega a parar.

No dia em que a mente parar, você chegou. A primeira visão do que é Deus e de quem é você acontece imediatamente, porque uma vez que a mente para, toda a sua energia que tinha permanecido envolvida com ela é liberada. E essa energia é tremenda, é infinita: ela começa a descer em você. É uma grande bênção, é graça.

Os chamados revolucionários seguem fracassando porque eles continuam tentando dar um jeito nas mesmas coisas da mente. Alguém acredita em Deus e daí aparece um revolucionário que diz, 'Não há Deus algum e eu não acredito em Deus'. Mas ele é tão fanático com suas idéias como as pessoas que acreditam em Deus.

Crentes e descrentes, ambos são fanáticos. Uns se apegam ao sim e outros se apegam ao não, mas sim e não, ambos são partes da mente. Você escolhe uma parte e um outro alguém escolhe a outra parte. Um é cristão e o outro é hindu, mas ambos são mentes. Um escolheu a Bíblia e o outro escolheu os Vedas, mas ambos são partes da mente.

Então, quem é realmente religioso? Aquele que não fez escolhas a partir da mente. Você não pode chamá-lo cristão, nem hindu, nem comunista; você não pode chamá-lo teísta nem ateu. Ele simplesmente é. Ele é indefinível. Você não consegue rotulá-lo. Ser é tão vasto que não pode ser rotulado. Nenhuma palavra é adequada o suficiente para descrever o ser. Em tal vastidão, a liberdade; em tal vastidão, a felicidade.

Osho, em "Unio Mystica - Vol. II"
Gentilmente cedido pelo blog Osho-br 


Não Deus, mas religiosidade


Os deuses do passado estão mortos, e não podem ser ressuscitados. Eles se tornaram irrelevantes para a consciência humana; foram criados por uma mente muito imatura.

O homem atingiu a maioridade. Ele precisa de uma visão diferente dos deuses, precisa de um tipo diferente de religião. Ele precisa ser libertado do ontem, porque só então o amanhã se tornará possível. O velho deve morrer para o novo vir a ser.

É bom que os deuses velhos tenham sido mortos – mas é difícil para a humanidade dizer-lhes adeus. A humanidade se tornou muito familiarizada com eles. Foram de grande consolo, conforto e conveniência; foram um tipo de segurança. Ao derrubá-los, uma pessoa se sente amedrontada, assustada.

A mente deseja permanecer com o conhecido porque o conhecido é o familiar, o caminho já trilhado. A mente sempre teme entrar no desconhecido. O desconhecido, por um lado, desafia, atrai; por outro, dá medo. Ele é imprevisível, a pessoa não sabe qual será a consequência de antemão.

E a mente sempre é ortodoxa, convencional. A mente é uma convenção, a mente é tradicional, a mente é tradição. Assim, o problema sempre se coloca neste ponto: a mente se agarra ao passado e a vida quer entrar no futuro, e há uma luta suprema constante entre a mente e a vida.

Os que escolhem a mente permanecem mortos. Aqueles que escolhem a vida contra a mente são o sal da terra.

Não se trata apenas de que os deuses de ontem estão mortos, o próprio conceito de um Deus pessoal não tem mais nenhum significado. No futuro não haverá deuses, nem haverá um Deus, pode haver apenas religiosidade.

Tentem entender isto. Deus não pode ter uma forma no futuro, e se você insistir na forma não haverá nenhuma religião. Só o sem forma pode ser concebido – uma qualidade, não uma pessoa; uma energia, não um ser. Não Deus, mas religiosidade. Nem qualquer religião particular – cristianismo, hinduísmo, islamismo –, mas só religiosidade.

Aqueles capazes de perceber isso podem sofrer uma grande transformação em suas vidas. Os que podem ver que Deus tem de ser derrubado em favor da religiosidade e que as religiões devem desaparecer em favor da religiosidade, estas são as pessoas do futuro.

E eu só estou falando com as pessoas que pertencem ao futuro. Não estou interessado nos que estão mortos, não estou interessado nos cemitérios. E os cemitérios podem ser belos... mas, mesmo nesses casos, ainda são cemitérios.
Osho, em "A Revolução: Conversas Sobre Kabir"

Deus


Essa existência nunca foi criada. Toda a discussão em torno disso está absolutamente errada. Todas as religiões pensam que tudo precisa ser criado, do contrário de onde as coisas viriam?

Mas as religiões nunca pensam: “De onde vem Deus? Se Deus criou mundo, de onde ele veio? Quem o criou? E se Deus pode ser removido, então qual o sentido de trabalhar com uma hipótese desnecessária? Esse é um princípio básico de toda pesquisa científica: não use hipóteses desnecessárias. Trabalhe sempre com o mínimo de hipóteses.

Se Deus precisa ser criado por outro Deus, ainda maior, você irá chegar a um absurdo, àquilo que, em lógica, se chama regressum infinitum. Você irá regredir infinitamente e não irá encontrar a resposta. A pergunta continuará exatamente no mesmo ponto em que estava: “Quem criou o Deus definitivo?"

A existência nos basta. Por isso eu falo sobre o divino, mas não sobre Deus. Deus é uma invenção dos sacerdotes, dos padres. Deus é uma ficção para consolar você, para fazer com que você tenha medo, se sinta culpado.

Todas as religiões dependem de sua culpa, de seu medo, mas isso não é uma religiosidade autêntica. A religiosidade autêntica o tornará destemido, sem medos: não um escravo, não uma marionete nas mãos de um Deus desconhecido que é uma ficção.
Osho, em "Osho de A a Z - um Dicionário Espiritual do Aqui e Agora"


Fonte: http://www.palavrasdeosho.com/

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