ANTROPOLOGIA E ZOOLOGIA - A CONFIGURAÇÃO HUMANA

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“A cabeça, o tronco e os membros podem ser vistos como metamorfoses da forma geometricamente perfeita da esfera: a cabeça é a esfera perfeita, assim como é o Sol, o tronco é algo fragmentário como a Lua e os membros irradiantes como as estrelas.” 

Antropologia e Zoologia – 
A configuração humana

O critério decisivo que podemos visualizar na configuração humana é a trimembração do corpo físico. Nos anos seguintes, esse critério será completado por vários outros aspectos. Trata-se aqui de uma visão particular, conveniente ao 4º ano e que deve ser apresentada sob a forma de um aspecto geral. A cabeça, o tronco e os membros podem ser vistos como metamorfoses da forma geometricamente perfeita da esfera: a cabeça é a esfera perfeita, assim como é o Sol, o tronco é algo fragmentário como a Lua e os membros irradiantes como as estrelas: É preciso lidar com esses elementos de maneira concreta e artística e com muitas variações de exercícios. Para isso, se oferece a observação concreta de pessoas, de desenhos, de formas, de modelagem, de pintura, e da recitação de poesias apropriadas. É importante tratar detalhadamente das funções relacionadas com as diversas partes do corpo. O que faz o homem com a sua cabeça, com o tronco e com os membros? Se estas relações forem assimiladas artisticamente e em conformidade com a vida real, então um desenho, mencionado por R. Steiner em seu curso metodológico e didático, poderá ser incluído de forma viva no ensino. As crianças descobrem rapidamente o essencial: “O que pode ser feito coma cabeça?” “A gente pode ver com ela”. “Pode-se ouvir”. “O nariz permite cheirar”. “A gente pode sentir o sabor de algo”. “Ela nos permite pensar”. Todas essas observações podem ser estimuladas e resumidas pelo professor. Com a cabeça e com seus órgãos, o homem pode formar uma imagem do mundo, percebendo-o e refletindo sobre ele. Com isso, ele carrega dentro de si um mundo próprio, que forma um mundo à parte do grande mundo, e que leva uma vida própria. O homem conquista a sua autonomia pela organização da sua cabeça. Se um artista quisesse dar a isso uma forma de imagem, como o faria? “Procurem vocês mesmos fazê-lo”. Ora, nada exprime de maneira mais abrangente e elementar essa forma autônoma, emancipada do resto do mundo, do que essa esfera. Os alunos reconhecem que a função e a forma da cabeça correspondem uma à outra. Uma relação análoga pode ser observada no tronco. A forma está fechada na parte posterior do tronco e em direção à cabeça, é mais aberta na frente e na parte inferior, ou seja, em uma direção o tronco se aproxima da esfera e, em outra ele forma uma concha, que é a forma de um fragmento de esfera. Quais as funções que ocorrem nesse âmbito? São os processos rítmicos da respiração e da circulação. A respiração revela que se trata de uma alternância entre algo interior e algo exterior. O homem inspira e expira, ele acolhe algo do mundo exterior, assimila-o e devolve-o transformado ao mundo exterior. Ele transforma o grande mundo, um pouco, em algo que é dele, mas não termina esse processo defmitivamente, já que devolve ao mundo o que dele recebeu, embora um tanto transformado. A imagem cristalizada fisicamente dessas e de outras funções do homem, na sua parte mediana, é o hemisfério. As crianças perceberão logo que a forma irradiante dos membros é uma imagem visível dos impulsos da vontade que se dirigem para fora. Os braços e as pernas permitem ao homem atuar no mundo do trabalho. Como os raios, suas intenções se dirigem ao mundo ambiente por meio dos seus órgãos da atividade. Nessa oportunidade convém apontar para as duas direções implícitas na radiação. Através dos membros, não temos apenas um fluir de dentro para fora. Algo flui para fora através dos membros, mas aquilo que os membros produzem testemunha sempre que algo penetrou dentro do indivíduo, nos impulsos da vontade que têm sido provocados nele. Também neste caso, a função e a forma corpórea constituem uma unidade. Quando as crianças dão a isso uma expressão artística plástica, talvez convenha chamar a atenção delas para a força que plasma a esfera de dentro para fora e para a força que de fora dá forma aos membros dirigidos para fora. Um é a imagem do repouso, o outro reflete a dinâmica e ambos correspondem às funções das respectivas áreas. Ao colocar-se em atitude de reflexão perante o objeto em questão, a criança conheceu um primeiro aspecto configurador da Fisiologia humana, no sentido de um agrupamento de função. Este aspecto se revelará fecundo quando for estudado o universo dos animais. A experiência prática confirma que uma introdução antropológica requer, ao menos, três dias, e possivelmente, uma semana inteira. Vem em seguida a introdução aos primeiros animais. 

Fonte: http://www.antroposofy.com.br/wordpress/antropologia-e-zoologia-a-configuracao-humana/#sthash.FpL3q3Zt.dpuf

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