A FLOR DO TEMPO : A EVOLUÇÃO HUMANA-HOMINAL,ESPÉCIES E RAÇAS


A FLOR DO TEMPO

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A “Quarta Ronda Planetária”: a Evolução Humana-Hominal
Ronda, Raças & Ashrams

É com imensa satisfação que divulgamos a “Flor do Tempo”, contendo a solução de muitos enigmas até então persistentes acerca de importantes temas teosóficos. Apesar da aparente mudança na formulação de alguns ciclos –quando na verdade certos padrões teosóficos ainda estiveram sob véus, aparentando, daí serem vagos e semi-científicos -, preserva-se aqui a essência dos postulados teosóficos.

Trata-e, pois, da síntese dos principais concertos acertados pelo desvelamento final da chamada Doutrina Secreta, cumprindo destarte o objetivo da “Restauração dos Mistérios Antigos” (e Eternos) preconizada para a conclusão do “Plano de preparação da humanidade para a Nova Era” (PPHNE) revelado por Bailey, empregando neste caso especialmente a Chave simbólica e a Chave astrológica, pois ainda que HPB julgasse que se detinha a Chave astrológica na ocasião, fácil é notar as grandes lacunas lá existentes quanto a esta ampla modalidade de saber.
O fato é que a almejada “síntese entre Ciência, Religião e Filosofia” que Blavatsky também pretendia para a Doutrina Secreta, não pode em hipótese nenhuma alimentar uma postura francamente anti-científica, sob o risco de suscitar um novo obscurantismo, a cegueira e o fanatismo entre os seus seguidores, entre os quais pode estar sempre se aninhando o ovo da serpente... a Síntese deve pois avançar, e o exemplo que a Conteporaneidade oferece de transversalidade cultural é capital.

Contudo, o nosso objetivo não é apenas trazer as coisas prontas, mas mostrar o caminho que pode conduzir a elas. Eis do que se trata, pois.






Trata-se, pois, de uma análise científica da “Quarta Ronda Planetária”, contendo a chamada “Evolução Humana-Hominal”, conhecida inicialmente como Homo sapiens e a sua subdivisão atual o Homo sapiens sapiens, também já em vias de conclusão.

Para alcançar tudo isto na seara teosófica, toca a um só tempo compreender o sentido do Mito/Símbolo e valorizar o papel da Ciência, dando a cada coisa a sua função. Alguns passos básicos têm sido dados, a saber:
1. Separar símbolo e realidade das descrições raciais, assim como o aspecto Hierárquico e o elemento Humano;
2. Buscar a referência histórica dos ciclos raciais/antropológicos (eras solares) e mundiais/paleontológicos (espécies, “rondas”).

Neste processo, certos recursos importantes foram alencados, tais como:
a. a percepção esotérica de Alice A. Bailey de que as Lojas da Hierarquia se assomam às energias das raças e possuem ciclos próprios e paralelos;
b. a informação científica de algumas correntes astrológicas sobre as Eras solares de 5,2 mil anos, com destaque para a cultura maia-nahua, havendo também calendários semelhantes de extração hindu, com sua própria cronologia, incluindo uma forma de manvantara racial com suas “Idades do Mundo”, como é o caso do calendário dos Brahma Kumaris, que é realmente muito interessante e acertado, ainda que terminamos por adotar uma variante baseada na Doutrina Cronocrator.
Calendário Brahma Kumari com Quatro Idades Mundiais
c. As sub-raças são sub-ciclos de 700 anos, os quais possuem expressão espiritual própria e secundária dentro do conjunto racial-ashrâmico.
d. A percepção científica da atual espécie humana (“homo sapiens”) abrangendo as descrições raciais em geral e a idéia de ronda (Grande Ano de Platão), valendo-se neste do registro de 12 mil anos do Manvantara hindu para os arcos da ronda.

Outras conclusões encontradas:
a. Cabe discernir entre raças-raízes e espécies humanas; as chamadas “Raças-raízes” são ciclos culturais humanos, matizados pelos ambientes geográficos, naturais e climáticos, e daí pela cor da pele das suas etnias.*
b. Não há de fato a sexta e a sétima raça-raiz, senão simbolicamente e como sobreposições, tema também encontrado em Bailey; e o Pentagrama rege assim a estrutura humana nesta ronda, a qual falta apenas o período da Nova Era (Aquário) para concluir.
c. Idéias míticas como a dos cíclopes lemurianos, devem ser tidos como alusão à terceira iniciação (que desperta o “terceiro olho”) que alcançavam os iniciados daquela raça;
d. O conceito de Manu se associa textualmente ao de manvantara (significa “entre dois manus”), ainda que a Teosofia também os relacione às raças; deste modo em nossa abordagem ela encontra a dupla-acolhida necessária através dos dois tipos de Manvantaras aqui citados: o cósmico-especimal (12 mil anos) –e Sanat Kumara faz um papel adequado aqui, ligado ao nascimento e à expansão do homo sapiens sapiens para as Américas há 15 mil anos-** e o solar-racial (5,2 mil anos).
e. As Rondas representam a evolução das espécies humanas, que até antes da terceira ronda eram chamados homidíneos. A espécie atual é dita Humano-hominal, a anterior foi humano-animal, e assim por diante.
f. Nesta ronda, o Pralaya foi dominado pela evolução hierárquica (sob a cultura xamanista) e o Manvantara é dominado pela evolução humana (de cultura religiosa); porém ao chegar na época lemuriana, a antiga cultura do xamanismo começou a ser superada e substituída pelas iogas.
g. No final do Pralaya e meados da Raça Lemuriana, aconteceu o “Fator-Shambala” de integração dos Centros de Consciência Planetária: Divindade (Sanat Kumara), Hierarquia e Humanidade, dando início à evolução espiritual desta última.


**“As formas mais modernas de Homo sapiens apareceram pela primeira vez  cerca de 120 mil anos.” (http://www.infopedia.pt/$homo-sapiens-sapiens) Há quem diga que o Homo sapiens tem 500 mil anos. Desde então ele vem destruindo as outras espécies de hominídeos para se tornar a única. O “Homo Sapiens há 15 mil anos atrás chega à América do Norte (e) há 13 mil anos o Homo sapiens chegou à América do Sul” (ver http://bloghistorico7.wordpress.com/2007/01/15/homo-sapiens-sapiens/)

AS ESPÉCIES E AS RAÇAS: CICLOS & ANALOGIAS

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Sabemos que a mística tem dado asas à imaginação quanto ao passado humano, mas respeitamos à Ciência acreditando que a razão deve ser uma base para a Verdade, ademais a questão das outras espécies hominídeas dá maior pano-pra-manga, para quem quiser enveredar por aí, mas nisto já não haveria espaço científico para pensar em civilizações. No máximo se acham templos isolados de dez ou doze mil anos como Göbekli Tepe (Turquia), não ultrapassando assim ao Neolítico, quando teve início a sedentarização e a agricultura sistemática que caracterizam o começo do período atlante.

É claro pois que as espécies e as raças humanas ou raízes não possuem relação direta alguma entre si, pois se tratam as espécies humanas de hominídeos e não de “raças”, ao passo que as raças devem ser enquadradas todas elas dentro da atual evolução humana-hominal e, sobretudo, através do próprio homo sapiens sapiens.
Poder-se ia até fazer uma analogia da evolução dos hominídeos com as chamadas seis raças-raízes desta ronda, pois existe de fato, esta analogia verossímel, presente na própria doutrina do Manvantara através do duplo-cômputo de “anos humanos” e “anos divinos”, sendo aqueles 360 vezes maiores do que estes –ver “Glossário Teosófico” (H.P.Blavatsy), verbete “Yugas”

Ora, nisto os chamados “anos humanos” do Manvantara remontam a 4,32 milhões de anos, justo no período em que começaram a aparecer os hominídeos (durante o), e os “anos divinos” são em 12 mil anos, quando começou a evolução espiritual humana, na passagem da Lemúria para a Atlântida, sob o contexto Shambaliano portanto. Ver o nosso artigo “O Manvantara sem Mistérios.” 

Citemos, pois: “Há apenas quatro milhões de anos, da evolução de um ramo dos símios surge, finalmente, o primeiro hominídeo, que se designa porAustralopithecus (‘macaco do Sul’). Esta distinção terá sido resultante da adaptação a um novo habitat, criado pela transformação da floresta equatorial em savana.” (http://bloghistorico7.wordpress.com/2007/01/)

Abaixo, temos imagem da “evolução dos hominídeos: Australopithecus (apareceram no sul, na África), Homohabilis (África), Homoerectus (África, Ásia e Europa), Homem de Neanderthal (Alemanha, Europa), Homo Sapiens ou Homem de Cro-magnom (África e América)” (http://www.ajudaalunos.com/cn/capi6.htm)

Passemos pois a “datar” esta evolução, incluindo agora o homo sapiens sapiens, observando não obstante que os estudiosos estão longe de apresentar um consenso sobre vários pontos, mas no geral segue a regra da aceleração da evolução da vida e seguramente obedece ao ritmo de tetraktyscomumente observado (coisa que o aprimoramento dos conhecimentos apenas tende a confirmar –ver mais adiante):

1. Australopithecus = 4 milhões de anos
2. Homohabilis = 2,5 milhões de anos
3. Homoerectus = 1,8 milhões de anos
4. Homem de Neanderthal = 300 mil anos
5. Homo Sapiens ou Homem de Cro-magnom = 40 mil anos
6. Homo Sapiens sapiens = 12 mil anos.

Não há muita diferença fisiológica entre as duas últimas divisões, sendo o último tido como uma subespécie, que se caracteriza quase apenas culturalmente e em função de começar a agricultura e o processo cultural hoje conhecido.
Assim, apesar das incertezas que a Ciência ainda apresenta, em parte compreensível pela falta de documentação e pela natural relatividade de várias questões, este é o quadro que cabe adotar, o qual já não variará substancialmente.
As seis raças teosóficas, se enquadram apenas no homo sapiens da última ronda (pralaya-manvantara) de 26 mil anos, e as raças tidas como verdadeiramente humanas pelos teósofos começaram no início deste manvantara com a atlante (há 12 mil anos).
Não obstante, busquemos aqui a “analogia” em vista, apesar das contradições e dificuldades para tal:

1. Australopithecus ........................ “Raça Hiperbórea”
2. Homohabilis ............................... “Raça Austral”
3. Homoerectus .............................. “Raça Lemuriana”
4. Homem de Neanderthal ............. “Raça Atlante”
5. Homem de Cro-magnom ............ “Raça Ariana”
6. Homo Sapiens sapiens ................ “Raça Americana”

Aqui e ali existem pontos convergentes. Mas no início temos um problema: o Australopithecus é austral, e não boreal. Existe uma analogia interessante entre o Homo Sapiens sapiens e a “Raça Americana”. Se diz que a agricultura teria começado apenas com este, mas não duvidamos que de forma incipiente ou sutil, outras espécies possam tê-la praticado.

A Evolução da Vida e da Humanidade nas Escalas Maias de Tempo


Aos poucos vão sendo desvendados o significado dos ciclos maias e a natureza dos seus tantos calendários, muitas vezes melhor referenciados no universo nahua paralelo, afinal os aguerridos maias sofreram a sina de terem os seus preciosos códices incinerados para que desta forma perdessem os seus elos culturais ancestrais.

É da Tradição de Sabedoria a noção de que existem “escalas” na evolução da vida e do planeta. Os nove ciclos ou escalões maias associados aos “Nove Senhores do Tempo” está diretamente relacionado a isto, imprimindo um ritmo determinado através da proporção de “vinte vezes” a escala anterior, remontando aos primórdios dos grandes ciclos atuais da vida que culminam nas evoluções humanas.

Sabemos que a evolução da vida sobre a Terra ocupa já a conta de 3,5 bilhões de anos, desde o seu surgimento tão misterioso ainda para a Ciência como os próprios mecanismos e os propósitos desta evolução, quando começou a se organizara Biosfera, até os nossos dias de tecnologia avançada e além, quando se propõe começar os tempos da Noosfera.

Percebe-se daí que estes escalões maias de tempo, correspondem com razoável exatidão aos momentos mais importantes da evolução da vida e das espécies, penetrando na evolução humana atual a partir do sexto escalão. Tal coisa demonstra que a estrutura maia de tempo, se presta para medir os ciclos da vida, especialmente aqueles mais relacionados à evolução humana, sugerindo que os Antigos já conheciam a escala da evolução da vida, sobretudo com referencia aos ciclos humanos em geral e mais especialmente aos grandes ciclos da cultura.

Apesar destes escalões fazerem referência a ciclos, alguns deles são tão imensos que apenas podem ser vistos como calendários únicos. Claro que, como existem “ciclos dentro de ciclos” e ciclos paralelos no universo, existem classificações simultâneas a estas. Calabtun, Katun e Vinal, ostentam ou se referem diretamente ao valor 20, seus fractais ou projeções, e a escala Tun (que é a terceira) sofre uma adaptação para resultar no valor do ano solar maia-nahua arredondado de 360 dias.

O nono e maior deles, contudo, chamado Alautun, de 63 milhões de anos, extrapola qualquer traço de evolução pré-histórica humanóide e remonta ao Período Cretáceo, tempo em que os dinossauros estavam no seu apogeu e logo se extinguiram por razões de certa forma acidentais, a crer na mais importante teoria segundo a qual teria caído um grande meteoro na Terra (mais exatamente no Golfo do México), capaz de modificar o clima do planeta por um período importante (coisa que também costuma acontecer sob a ação de grandes vulcões e das glaciações).



No Paleolítico Inferior (4 milhões de anos atrás), quando surgiram as primeiras espécies de hominídeos, o ser humano começou a usar ferramentas de pedra, madeira e galhos. Por milênios o ser humano acompanhou as rotas migratórias dos animais, e com isto foi aprendendo sobre os ciclos da Natureza, abrigando-se em cavernas e fazendo uso de choupanas de galhos, palhas ou couro. O oitavo ciclo ou Kinchilkun, de 3,15 milhões de anos, se insere no começo deste período original que resultaria na formação do homo sapiens.

No Paleolítico Médio (cerca de 200 mil anos atrás) ocorreu a domesticação do fogo que levaram às práticas de assentamentos humanos mais permanentes como aconteceu nos registros dos sambaquis, surgindo também neste período evidências de cerimônias fúnebres. O sétimo ciclo maia, Kalabtun, de 157,6 mil anos, situa-se nos primórdios deste período.

No Paleolítico Superior (40 mil anos atrás) se criou anzóis, agulhas, machados e a arte rupestre. O aparecimento do Homo Sapiens em meados deste período, está ligado ao surgimento ou ao aperfeiçoamento da cerâmica e ao uso de cavernas como abrigo do frio que fazia naquele período de glaciação. Aqui existe uma lacuna nos ciclos maias.

Finalmente, no Mesolítico ou no Neolítico (10 mil anos atrás), conforme se queira classificar, a nossa sub-família sapiens deu início à criação e à agricultura, deixando de ser apenas um usuário da Natureza para se tornar um “colaborador”, como se costuma dizer. O ciclo Pictun, sexta escala mais do tempo, com 7,9 mil anos, se insere nos princípios deste período.

A partir dali, existem os cinco períodos de caráter histórico que servem realmente como ciclos, desde um aspecto social como o Baktun (de 400 ou, antes, de 394 anos) até os ciclos de natureza mais espiritual e individual como são o Katun (cerca de 20 anos, relacionado às conjunções sinódicas de Júpiter e Saturno), o Tun referente ao ano solar, e o Vinal relativo ao mês maia de 20 dias, assim como o Kin que se refere à unidade diária, que já não representa uma unidade vigesimal (salvo haverem os maias dividido o dia neste número de horas). Deste modo, o primeiro e o último ciclo entram em categorias especiais. Contudo, estes últimos ciclos escapam de certo modo ao foco do presente estudo acerca dos ciclos da vida, pois adentram em aspectos mais subjetivos acerca do conceito “vida”.

Vale mencionar também, a título de comparação, a existência de certos registros amplos na doutrina hindu do Manvantara, de surpreendente precisão científica, envolvendo ciclos análogos a Kinchiltun e a Pictun (oitava e sexta posições mais, respectivamente), onde os “anos humanos” (4,32 milhões de anos, surgimento dos hominídeos no início do Paleolítico) se associa indiretamente aos “anos divinos” (12 mil anos, começo da evolução racial humana atual no do Neolítico) através da proporção 360, que é o mesmo valor do Tun, a terceira escala maia de tempo, envolvendo assim um ritmo rigorosamente semelhante ao maia, apesar de eliminar a escala intermediária Calabtun.

Luís A. W. Salvi, Ik Ix (“Mago Cósmico”) Kukulkan


O Manvantara sem mistérios


O tema do grande ciclo Manvantara, abriga uma das mais famosas alusões às Idades Metálicas do mundo, um saber que rondou todo o Oriente e, provavelmente, o planeta inteiro.
O calendário cósmico do Manvantara, representa uma das grandes sínteses doutrinais da humanidade, contendo chaves insuspeitas e completas (materiais e espirituais, sociais e iniciáticas, etc.), no paralelismo das suas concepções.

O tema paralelo –ainda não suficientemente avaliado- dos ”anos divinos” e dos “anos humanos”, pode ser observado no “Glossário Teosófico” de Helena P. Blavatsky (verbetes “Manvantara” e “Yugas)”, assim como a devida chave-de-conversão de valor 360, que é o valor da circularidade, aduzindo assim ao tema um simbolismosolar de centro-e-periferia. A saber:
Manvantara “divino” de 12.000 anos x 360 = Manvantara “humano” de 4.320.000 anos
Este valor se reduz, pois, através da operação 360/12, dando ao valor-base 432 um simbolismo de globalidade.
Embora o tema seja geralmente divulgado na versão “humana” dentro da esfera de influência oriental, muitos optam pela versão “divina” que, afinal, tem relação com os fatos culturais, com a Tradição Universal -e é de resto inteiramente... científica. A versão “divina” confere, pois, a soma dos arcos cósmicos de tempo de 12 mil anos, contemplada pela Tradição Universal. Na tradição mazdeísta, estes grandes arcos de tempo cósmico, estão intercalados por dilúvios de água e de fogo, o que influenciou fortemente os autores bíblicos.
Alguns estudiosos têm se detido na versão reduzida “divina”. O texto a seguir, retirado da internet indiana, avalia as quatro Idades Metélicas pelo ângulo “divino”, dentro da curiosa natureza piramidal de tempo existente entre elas, análoga às proporções da Tetraktys pitagórica.

“A grande era ou quatro épocas no Hinduísmo são: Satya YugTreta YugDwapar Yug e Kali Yug. Satya Yug ou a Idade da Verdade é dita durar por quatro mil anos divinos, Treta yuga para três mil, Dwapara Yug de dois mil e Kali Yug vai durar mil anos divinos. Acredita-se também que essas três grandes idades já passaram, e estamos agora a viver na quarta. As quatro idades estão se diz simbolizar as quatro fases da evolução humana em que os homens gradualmente perderam a consciência do seu eu interior. Outra teoria explica essas épocas do tempo com base no grau de perda de integridade no mundo. Ele diz que, durante Satya Yug apenas a verdade prevaleceu (sânscrito Satya = verdade), Treta teria perdido ¼ da verdade, Dwapar perdeu ½ da verdade e Kali é deixado com apenas ¼ da verdade.Mal e desonestidade substituem a verdade nas últimas três idades ou yugs.” (http://rainbowstampclub.blogspot.com/2009/08/festivals-of-india-janmaashtami.html)
Já na versão “humana”, resultam os números quase astronômicos como de 4.320.000 (mais de quatro milhões) de anos no total do Manvantara –e outros ainda muito maiores através das suas projeções! Os maias também detinham valores não menores, em suas escalas de tempo mais afastadas.
Não obstante, tais valores, “humanos” ou “divinos”, não seriam estranhos, seja à ciência espiritual, seja à ciência profana. Comecemos pela última.

A evolução material humana

Ora, avaliando cientificamente esta conta -e considerando que estamos nas suas etapas finais segundo algumas correntes-, um tal ciclo estendido remontará desde a atualidade até os começos da Época Pliocênica, quando surgiram os primeiros hominídeos. Citemos:
“O Plioceno está compreendido entre cerca de 5 e 2 milhões de anos atrás. (...) Possivelmente o maior destaque desta época seja o desenvolvimento doshominídeos, os ancestrais dos seres humanos, no leste da África. (Wikipédia)
Tal coisa confirmaria que este Manvantara, se destina a medir a evolução paleontológica do ser humano, as suas espécies em evolução, portanto, e não a evolução antropológica das raças humanas. Assim, alguma luz começa a surgir em torno deste misterioso assunto, e podemos concluir que se trata daevolução material da humanidade no seu conjunto.
Com certa exatidão, o Plioceno existiu entre 5,3 à 1,8 milhões de anos, às vezes abrangendo também o Mioceno de transição (resfriamento da Terra, entre 6 a 5.3 milhões de anos atrás).
Ora, este período citado de 5,3 milhões de anos do Pliosceno, é extremamente eloquente naquilo que diz reseito à doutrina tradicional dos ciclos da evolução espiritual humana, que se desenvolve sobre ciclos fractais com base no valor 5,2, (ver a respeito em nossa obra “A Espiral do Tempo”), desta forma:

52 anos ........ “Fogo Novo”: mudança de geração;
520 anos ...... “Pachacuti”, Ciclo-Fênix: mudança étnica;
5.200 anos ... “Era solar”: mudança racial;
52 mil anos .. “Era galática”: mudança de espécie-raiz; (etc.)

Percebe-se, no entanto, quanto aos começos do Plioceno, uma defasagem importante em relação ao ciclo manvantárico de 4,3 milhões de anos. Ora, seguramente se aplica também à evolução das espécies humanas, o preceito de considerar as duas primeiras etapas evolutivas como não-humanas, de transição ou “preparatórias”, tal como Blavatsky faz em relação às raças, ou como Bailey declara no tocante às iniciações humanas. No caso, é fácil relativizar a natureza humana destas primeiras espécies de hominídeos, que antecedem em muito o homo erectus.
O Plioceno segue apenas até a chegada do homo erectus (que pertence ao Pleistoceno), e não inclui as últimas etapas de evolução humana, sobretudo dohomo sapiens sapiens, o qual como veremos entra realmente numa outra categoria, contemplada também pela doutrina do manvantara. A transição entre Plioceno e Pleistoceno há 1,8 milhões de anos, é como um corte central do manvantara, separando as espécies mais primitivas e materiais, das espécies mais evoluídas e espirituais e que são já homo erectus.

Não é caso, ainda, da verdadeira seção espiritual do manvantara, que veremos a seguir e que abarca uma verdadeira evolução espiritual da humanidade, e não de indivíduos isolados que formaram no máximo bandos ou grupos de investigação, como aconteceu por muito e muito tempo...
Esta mudança de perspectivas planetárias, se deveu ao crescimento do conhecimento espiritual, à capacitação especial de certos indivíduos ("profissionalização" espiritual) e ao avanço da própria humanidade.

A nova seção espiritual

Na prática, poderemos deduzir que o manvantara espiritual, representa uma quintessência culminante do manvantara material.
Assim, se na esfera material a evolução tarda alguns milhões de anos, no plano espiritual estaremos trabalhando com apenas alguns milhares de anos. E tal coisa, mais uma vez, não escaparia às percepções da Ciência, em termos gerais.
Cabe então buscar a parte “divina” da evolução do tempo, que por contraste deverá fazer alusão à evolução espiritual humana. E é fato igualmente, que as ciências materiais e espirituais dão sólido aporte às nossas pretensões.
Desde o ângulo profano, a Ciência nos oferece a percepção do surgimento do homo sapien sapiens há cerca de dez mil anos atrás, que é a espécie atual, na qual se encontram desenvolvidas inclusive as várias raças humanas.
A seção espiritual do manvantara, que caracteriza a evolução do homo sapiens sapiens, se define pela implantação da verdadeira religiosidade humana, que é a transposição da espiritualidade para o planos das massas ou das sociedades, e pela presença e revelação de Deus-em-ação na humanidade em geral, graças às práticas superiores da intermediação divina, da expiação cármica e da intervenção superior. Por isto, não é possível pretender eliminar a religião e o culto religioso, porque esta é a única espiritualidade que o povo ainda é capaz de compreender e se beneficiar de fato.

Já no plano da Ciência espiritual, surge então uma referência tão importante quanto misteriosa, através da mítica chegada de Sanat Kumara a este planeta, “em meados da época lemuriana”. Sanat Kumara é a grande chave que desencadeia a história espiritual da humanidade –não dos seres humanos como indivíduos iniciados, mas das massas humanas até então abandonadas espiritualmente (ou de raças e não de ashrams), já que de forma individual ou de elites, havia desenvolvimento espiritual desde os tempos mais remotos das espécies humanas, como a Ciência sabe hoje identificar, o que teria até mesmo servido como elemento alavancador para a evolução destas espécies.
No próprio plano das raças, a manifestação divina de Sanat Kumara divide a evolução desta quarta ronda, entre as raças xamânicas anteriores e as raças religiosas posteriores à sua vinda, sendo este o fator que determina a exclusão de 2,5 raças-raízes (ditas pré-humanas”) no registro das raças verdadeiras dentro do cômputo habitual.
Contudo, será necessário rever, previamente, certos conceitos acerca das raças, cuja descrição e cronologia têm sido apresentadas de forma ainda algo velada e misturada pelos teósofos, porque na época se tratava de uma grande revelação original, da qual apenas parte do mistério podia ser revelado, em função da condição vigente da humanidade então.

Mesmo Alice A. Bailey, esoterista “de cepa” que apurou os mistérios teosóficos, ainda afirmava que Sanat Kumara teria vindo há 18,5 milhões de anos atrás (cf. “Tratado de Magia Branca”)... A confusão de idéias e os improvisos cometidos neste campo, chegam ao absurdo de se pretender ver o ser humano a conviver com os dinossauros! Assim, é preciso esquecer estes números, ou reconvertê-los através de chaves adequadas para a realidade factual.
Não é difícil encontrar hoje as verdadeiras chaves raciais, através do estudo das tradições comparadas. No caso, a principal fonte de informação será as culturas maias-nahuas, tão em voga nesta passagem de 2012. Trata-se, pois, dos ciclos de 5,2 mil anos, que cabem cinco vezes no Ano Cósmico, e que representam as chamadas Eras solares, que os maias-nahuas atribuem aos ciclos antropológicos da evolução humanas, da mesma natureza das raças-raízes, acarretando em catástrofes planetárias cíclicas e transformações ambientais profundas, inclusive atribuídas ao próprio ser humano, como afirma a Bíblia acerca do Dilúvio e o mito de Atlântida.

Basta então fazer os cálculos. O momento definido como “meados da raça lemuriana”, nos confere no registro maia-nahua algo como doze mil anos atrás, que é um arco de tempo cósmico e um manvantara espiritual. É natural que um “Deus” chegue num momento como este, que afinal responde pela abertura de um período do planeta. É o que chamamos de “Solstício cósmico”, na passagem da Era de Câncer, signo este também definido como a “Porta dos Homens” na Tradição de Sabedoria.
Este ciclo coincide com o começo da espécie humana atual, o homo sapien sapiens, além de marcar a recolonização das Américas no final da última grande glaciação. Alguns autores afirmam que o Dilúvio universal possui relação com o degelo planetário ocorrido na ocasião. Isto faz sentido, pois a Queda da Atlântida descrita por Platão, sob um grande dilúvio, também aconteceu há onze mil anos atrás -como vimos mais acima, a tradição mazdeísta coloca um dilúvio de água e outro de fogo na passagem dos dois arcos cósmicos do tempo. Contudo, não é possível situar ali a raça atlante como tal, que antes estaria começando. Este tipo de confusão é comum, tem natureza exegética e se deve, em parte, à realidade do duplo registro de tempo no manvantara.

Seja como for, a coincidência exata entre a data de chegada de Sanat Kumara com a posição lemuriana neste registro solar maia-nahua (compartilhado com várias outras escolas e tradições), deve ser visto como mais uma indicação de ser este é o verdadeiro registro das raças-raízes. Os cálculos mais amplos até podem servir, eventualmente, para tratar das espécies humanas e pré-humanas.
Esta visão das raças, também é deveras científica, e se relaciona aos modelos culturais que prevalece na humanidade ao longo dos tempos. A raça árya encerrou agora os seus cinco mil anos, e coincide com a organização do Estado, da Ciência e da Civilização, tal como o concebemos; por assim dizer. No período atlante que o precedeu, as sociedades se organizaram em aldeias e desenvolveram a agricultura. E no anterior ciclo lemuriano, havia as tribos e sobretudo os nômades, praticando a caça, a coleta e a pecuária -e tudo isto já estava eivado de valores religiosos e espirituais.

Percebe-se, não obstante, que o “naturalismo” dos lemurianos já se identifica em parte com o dos homens primitivos, adentrando assim na verdadeira pré-história da evolução cultural. Contudo, a própria idealização de um modelo de vida, leva no seu tempo à uma atrofia e à conseqüente mudança de padrão cultural, sobretudo face ao crescimento populacional.

Ocorre também de termos aqui um afastamento do padrão espiral do manvantara, pois as Eras solares são ciclos regulares de valores semelhantes. Não obstante, os fatos falam por si. Ademais, estes ciclos estão sujeitos ao princípio dos fractais de tempo (que é uma espiral), acima vistos.
Para o manvantara espiritual , temos um padrão de tempo de 10 mil anos, com suas Idades sucessivas de 4 (Ouro), 3 (Prata), 2 (Bronze) e 1 (Ferro) mil anos, e estaríamos na sua última etapa ou Kali Yuga, preparando assim o próximo Manvantara, por assim dizer, ou mais exatmente o Pralaya, que é a contraparte do Manvantara (que é o período de Criação ou de organização da vida material) e se lhe alterna como o Dia e a Noite de Brahma.

Pralaya costuma ser pouco comentado e constitui tema de mistério, mas seguramente está relacionado às raças ocultas e também a uma fase de elevada espiritualização (e de renaturalização) da humanidade e do planeta. Na prática, este Pralaya começa ao cabo da Era de Aquário, porém nesta já ocorre a preparação do mundo para ele, através de uma síntese cultural e do amadurecimento espiritual humano.

Assim, ciência e espiritualidade se reúnem de uma forma perfeita numa das mais pronfundas e completas sabedorias sobre a evolução humana. É digno de nota que o Manvantara contempla até mesmo uma forma piramidal ou espiral de registro do tempo, dando às espécies mais antigas, maior tempo do que às espécies mais recentes, como sucede de fato nas Ciências.

Outras acepções

Apenas para mencionar, o calendário chamado Manvantara integra uma doutrina mais ampla que é o Brahmanismo, diretamente relacionado às “Leis de Manu” e à organização da sociedade hindu “clássica”, com sua ordem social particular, comumente criticadas hoje mas seguramente portadoras de memórias de excelência insuspeitas.
Bastaria para isto, entrever que as castas estão associadas aos ashramas, etapas-de-vida capacitadoras dos estágios sociais que tratam de organizar. Assim, já não podemos relacionar as castas tão somente ao nascimento. Indo mais longe, podemos sem dificuldades dizer que, de início, sequer havia a casta-de-nascimento (jativarna), mas apenas um sistema de educação integral e permanente –o varnashramadharma-, para verificar a capacidade e a vocação das pessoas.
Outro instrumento original, era o emprego da astrologia, em especial para definir e conhecer os casais ideais ou as almas-gêmeas, tal como ainda hoje se faz para avaliar as compatibilidades, numa aplicação já reduzida dos antigos saberes.

Contudo, todos sabemos o quanto é difícil aplicar um sistema tão puro e elevado, que paire para além dos privilégios de nascimento, raça, sexo e condição econômica. De modo que o ideal áureo do Brahmanismo, similar aos sonhos mais exaltados de todos os sociólogos, não tardaria por se corromper, pela imposição de jati, o vínculo-de-nascimento.
Ora, neste quadro de capacitação social, as etapas-de-vida (descritas como de estudo, casamento, instrução e renúncia), tinham uma direta relação com as iniciações humanas. As instituições eram temas de excelência (almas-gêmeas, etc.), e permitiam uma evolução espiritual plena. E nisto se aplicava um calendário evolutivo semelhante ao do Manvantara (e do Pralaya que lhe segue), seja para a vida humana material, como para os ciclos da evolução espiritual. O Manvantara se presta perfeitamente como calendário iniciático, e também social, uma vez que as iniciações humanas seguem idealmente uma cronologia piramidal, com valores literalmente análogos aos da Tetraktys ou, antes, seguindo às proporções do Manvantara (4-3-2-1).

De modo que além desta abordagem planetária, a doutrina do Manvantara também se prestaria à aplicações no âmbito social e na própria esfera individual. E ainda numa terceira aplicação, se poderia falar de uma vertente realmente étnica. Porém, temos tratado destas questões em outros trabalhos, em especial sobre o manvantara social e iniciático. De modo que, para maiores detalhes, remetemos o estudante para nossas obras “Brahmanismo – a síntrese social” e “Pedagogia Áurea”, ambas do Editorial Agartha, AP.

Com tudo isto temos, sob a restauração e o desvelamento dos Mistérios Eternos, uma prova derradeira de que a doutrina tradicional dos Ciclos, representa também uma realidade positiva e abarcante.

Luís A. W. Salvi, 30 Agosto de 2012.

TEMPO-ESPAÇO NO MITO ATLANTE

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“(...) hoje, sem poetas que desvendem seus destinos, e afastados das leis que regiam os povos felizes da Idade de Ouro, os homens sofrerão cada vez mais, até que sejam restaurados os princípios áureos da prodigiosa tradição primordial.” (A. Castaño Ferreira, “A Tradição Primordial”, Revista Dharana, n. 01)

O “Timeu” e “Crítias” de Platão, são as fontes originais das informações existentes sobre a Atlântida. Porém, por todas as razões, há que debruçar-se com o devido critério sobre esta espécie de fonte antiga.
Há muito pouco de “científico” e de literal em Platão, no que tange por exemplo à sua descrição da Atlântida. Não tanto por culpa do sábio, talvez, mas pelas camadas de traduções que teria atravessado a lenda através dos tempos, e sobretudo por causa das dificuldades de compreensão dos verdadeiros significados do relato trazido por Sólon desde o Egito (Delta do Nilo), que está muito longe de ser acessível ao leigo e à mentalidade atual... Não se trata, pois, de desprezar os mitos como fazem alguns, mas sim de conhecer a fundo os Mistérios e os Símbolos da Tradição. Blavatsky convidou a retirar os véus de Ísis, ainda que ela apenas tenha começado esta grandiosa missão. Cabe aos seus verdadeiros seguidores fazer avançar a tarefa, em nome da Restauração dos Mistérios Eternos.
Vejamos apenas um dos problemas que temos, ainda na esfera “estrutural”, acerca do suposto recebimento deste manuscrito de Sólon: “a dita transmissão carece de validade histórica pelo fato de ser cronologicamente impossível que Sólon tenha estado no Egito na época do rei Amásis, como é sugerido pelo texto (21e); razão pela qual o episódio deve ter sido manipulado por Platão.” (Rodolfo Lopes, em “Timeu-Crítias”, Platão, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra).
Assim, é possível que a suposta origem egípcia da lenda tenha apenas o fim de emprestar credibilidade e antiguidade ao texto, ou meramente valor literário a fim de enriquecer a lenda. Não obstante, a forma não desmente o valor da fábula!
Bem, a América tampouco é uma ilha, mas Cristóvão Colombo também pensou se tratar disto, e é possível que por aí possamos começar a desenredar este novelo. Ademais de eventual questão de tradução e transmissão, ter-se-ia que ver se os egípcios e sobretudo os gregos, fazem maior distinção lingüística entre os continentes e as ilhas.

Neste quadro mítico ou fabuloso, entra pois a questão da Atlântida, “afundada” há uns 11 (onze) mil anos segundo Platão. Ora, a Terra adquiriu a sua forma atual desde o Cenozóico, que significa falar em termos de 65,5 milhões de anos!, de modo que no período relatado de 11 mil anos atrás bem pouco se transformou de significativo na face da Terra; e nem Platão ou sua fonte original teria realmente pretendido afirmar isto. O afundamento da Atlântida em apenas "um único dia e noite de infortúnio", também soa coisa das mais inverossímeis. Daí vale dizer: “Mas (...) não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.” (II Pe 3:8)

Toda vinculação entre raças e mudanças geológicas importantes, afronta verdadeiras cláusulas-pétreas da Ciência. Aparentes alusões geológicas, são sempre mais seguras estarem no terreno do mito e do símbolo. Porém, se a hipótese geológica não se sustenta, resta ainda a pouco explorada hipótese geográfica, que mais adiante trataremos de analisar.

Tal como na Bíblia (Genesis), os Mitos de Criação originais do Egito envolvem o tema do surgimento nas águas, como neste mito solar: “Segundo o mito da criação de Heliópolis,no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus.”
Depois, “na outra ponta das Escrituras”, temos uma rara e importante explicação literal dos símbolos, dada com generosidade por São João no seu Apocalipse: “E disse-me: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, e multidões, e nações, e línguas.”  (17:15).
Assim, o verdadeiro “dilúvio” dos mitos antigos é a cultura-de-massas, que invade o mundo no ocaso dos ciclos raciais e demandado uma “nova criação” civilizatória, num lugar apartado ou organizado em meio a este “caos original”.
Nisto, uma citação de São Pedro, também reúne as duas pontas deste novelo:

“(...) pela palavra de Deus desde a antiguidade existiram os céus, e a terra, que foi tirada da água e no meio da água subsiste. Mas pelas quais pereceu o mundo de então, coberto com as águas do dilúvio.” (II Pe 3:5-6)
Ou seja, quando o poder da Palavra (que São Pedro admite assim também haver existido antes de Jesus) ou da Luz e Cultura inicial se perdeu –já que...
No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:1-3)-,
...as coisas retornaram naturalmente ao seu “caos” original -e isto trata basicamente de uma Ordem-de-Mundo, já que os Antigos tinham em tão alta conta os valores humanos, espirituais e civilizatórios. Um ciclo da humanidade havia terminado. Uma “Nova Criação” haveria de ter lugar, após um período devido de transição e preparação.

Ainda a questão “geológica”

“(...) a exemplo da questão da Agartha, a resposta verdadeira para o dilema atlante, tampouco é geológica, e sim geográfica.”


Houve uma grande ilha no Atlântico central, há muitos eóns. A Ilha Brasillis ou Bras Islands, é o escudo original que se desprendeu da África.
Certo é que o Escudo Brasileiro foi bastante destacado do subcontinente por muito tempo. Ele é bem mais antigo que os Andes, por exemplo. Enquanto a Ilha Brasillis rumava para o Ocidente, os Andes eram levantados das profundezas marinhas.
No tempo da Conquista ainda havia o grande Lago de Parima, em Roraima, onde os incas iam buscar ouro, originando a célebre Lenda de El Dorado, não muito distante de Manaus, a Manoa também mítica da lenda. 
Num passado mais remoto, o Pantanal matogrossense era um verdadeiro Oceano Interior, e quando a Planície Amazônica inundava, havia uma separação de águas no meio da América do Sul. Ainda antes, os pampas estavam todavia em formação, criados pela soma da erosão dos Andes e dos sedimentos marinhos. 
Porém, para ter uma noção aproximada do que era, basta observar as projeções hoje feitas da Terra sob o degelo das calotas polares.

De modo geral, as altitudes mais baixas, as quais são de natureza sedimentar, são também as mais recentes. Por isto, a projeção de uma inundação sob o degelo das calotas polares, nos restitui uma imagem aproximada do que tem sido a Terra nos períodos mais recentes, antes de que, sob a última glaciação, as águas fossem condensadas nas calotas polares –e neste caso, a situação anterior era realmente ainda mais submersa.
Porém, tais coisas quase nada significam de objetivo, em relação à lenda da Atlântida, senão em termos muito superficiais ou então simbólicos. Blavatsky assinala aspectos esotéricos nos relatos de Platão:
“Posseidon – O último grande continente Atlante restante. É feita referência à ilha de Atlantis de Platão, como um termo equivalente na filosofia esotérica. [Poseidonis é o 'terceiro passo' de Idaspati ou Vishnu, de acordo com a linguagem mística dos livros sagrados.” (“Doutrina Secreta”, II, 809).] (G.T., H.P.B.)
De toda maneira, existe outra questão simbólica nisto: eis que a pseudo-imersão de Atlântida, poderá se afigurar profética de uma “Nova Atlântida”, sob o curso atual e futuro das coisas! Ademais, existem analogias culturais significativas entre a “Velha” e a “Nova” Atlântida. Trata-se de uma retomada de certas práticas culturais, que antes eram cultuadas pelas elites atlantes, e que agora serão devidamente socializadas, em função de haver passado duas raças desde então. Pois esta é a diferença normal existente entre a evolução da Hierarquia e da Humanidade, que é de dois graus espirituais, pois Hierarquia começou a evoluir nas duas raças anteriores às humanas.
Seguiremos não obstante analisando o tema geológico, como forma de corroborar ainda alguma simbologia. Contudo, a exemplo da questão da Agartha, a resposta verdadeira para o dilema atlante, tampouco é geológica, e sim geográfica. Porém, tal coisa depende muito da capacidade das pessoas de sair da esfera do mito e da mística, para penetrarem no âmbito da História e da realidade. 

A solução geográfica

“Há coisas que são objetos de crença, e outras não, por serem temas da Ciência. Então, é preciso saber discernir estes pontos.”

Retornando daí à lenda de Platão, quando o sábio grego dirige seus olhos ao “meio” do Atlântico, para além das “Colunas de Hércules”, ele aponta simplesmente para as Américas, tais e quais são em nossos dias, com bem poucas modificações.
Ora, a Atlântida de Platão era muito grande, pois era “maior que a Líbia (África do Note) e a Ásia (Menor) juntas”. E não era apenas uma ilha, mas várias, tal como as Américas são dois grandes blocos, entre outras insularidades. Por isto também se falava às vezes acerca das duas grandes Atlântidas, tal como Guenón considera em “Formas Tradicionales y Ciclos Cosmicos”, e que os teósofos chamam de Ruta (ao Norte) e Daitya (ao Sul) –este termo sânscrito também estaria associado aos “gigantes”, comumente relacionado aos atlantes e dois quais a Bíblia faz menção antes do Dilúvio, e que lutaram contra os deuses como fizeram os titãs gregos.
Como se vê mais abaixo, em mapa da obra “Atlântida e Lemúria” de A. P. Sinnet, ambas possuiriam uma “analogia” mais do que evidente com as duas grandes Américas, especialmente sob a forma como estas se apresentariam supostamente então. Ora, fica óbvio para nós, a necessidade de unificar ou de substituir um tema pelo outro! Ambas as Américas, foram grandes blocos desprendidos da unidade original, numa fase posterior de Pangea, ou antes: A América do Norte “saiu” da Laurásia, e a América do Sul “saiu” de Gondwana, como abaixo se vê na segunda configuração.
Fonte: www.mundofisico.joinville.udesc.br
Interessante observar que a Pangea, que pode chegar a ter uns 230 milhões de anos, não deixa de lembrar os relatos do Genesis: “E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi. E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.” (1:9-10)
Ciclicamente, porém, os continentes se reagrupam e depois se dispersam novamente. Hoje estamos numa fase de expansão, onde as Américas se afastam e o Atlântico se expande, numa média de 10 centímetros por ano. Uma das terias afirma que esta expansão irá até o final, reunindo-se os Continentes novamente mas num sentido oposto ao de Pangea, dentro de 230 milhões de anos, de modo que no acharíamos na atualidade quase na metade deste processo. Porém, não descartamos que este processo irá somente até chegar ao seu ponto-de-equilíbrio, com a perfeita distribuição dos continentes pelo planeta, e depois retornem para a Pangea original, por assim dizer.
De todo modo, estas estimativas de 480 e 960 milhões de anos, nos remetem a um padrão cíclico conhecido, que é o da escala decimal.

Contudo, o citado teósofo “data” a sua configuração Ruta-Daitya em “200.000 anos atrás” (ver na parte superior do “mapa”, abaixo), o que é quase pífio do ponto-de-vista da transformação geológica. Antes de Ruta e Daitya, haveria Atlantis, um grande continente. Citemos (o grifo é nosso):
“Atlântida (Atlantis) (grego) - O continente que estava submerso no Atlântico e Pacífico, de acordo com os ensinamentos secretos de Platão. [A terra habitada pela quarta Raça-mãe. Quando ele estava no auge de sua prosperidade (há cerca de um milhão de anos atrás), Atlantis ocupara a maior parte da área hoje coberta pelo Oceano Atlântico Norte, chegando pelo N.E. para a Escócia, e a N.O. para o Labrador, e cobrindo pelo sul a maior parte do Brasil. O grande cataclismo ocorreu há cerca de 80.000 anos atrás e destruiu quase tudo o que restou deste vasto continente. (Scott-Elliot, History of Atlantis).] (G. T,. H.P.B.)
Aqui temos então novos problemas, por associar humanidades e civilizações a períodos tão remotos do planeta. Poder-se-ia até folgar em pensar que a alusão ao continente afundado, fosse apenas erudita ou especulativa, e que somente muito mais tarde é que sociedades humanas nele viveram, quiçá no seu ocaso, e ainda assim estaremos no terreno do símbolo. Porém, este não é o consenso comum, que oscila antes entre a fantasia e o ceticismo.
No geral, os “dados tradicionais” e teosóficos discordam da Ciência, nas formas e nas datas que apresentam para a evolução dos Continentes. Nos termos atuais da Ciência, estes adquiriram a sua configuração atual há cerca de um milhão de anos (ver desenhos da evolução dos Continentes, acima).
Assim, à parte outras questões, existe uma defasagem geral nestas apreciações, coisa que talvez possamos atribuir à incipiência da Ciência da época. Os primeiros teósofos procuraram seguir a Ciência, no tempo em que isto ainda era precário. Perceberam muita coisa corretamente, mas por vezes faltou o acabamento dos detalhes, por assim dizer.

Note-se então o aspecto inverossímel desta simetria acima, entre as futuras Américas e Ruta-Daitya, pois salta aos olhos que uma tal configuração é redundante! Note-se até como, deixando de lado a questão da proporção, estes êmulos até se assemelham, traindo quiçá a percepção do autor! A informação-de-origem não estava equivocada, a sua interpretação moderna, talvez.
Ou seja: elimina-se a redundância, e “dá-se o nome real aos bois” –apesar de que a forma das Ruta e Daitya “americanas”, tampouco fosse exatamente esta.

Neste sentido, a Ciência tampouco acataria nem uma Atlantis e nem a Posseidon, apresentadas nestes mitos geográficos como fases da destruição do “velho continente”, uma anterior-unificadora e outra posterior-residual a Ruta-Daitya.
A Ciência busca explicar o surgimento e a evolução dos Continentes. Porém, os místicos quase se limitam a especular sobre os supostos “fundamentos” científicos da lenda, lida na sua pobre literalidade...
O místico não-iniciado está condenado a ser um mitômano. O mitômano é um fabulista, que não usa o mito mas é por ele usado, pois não compreende a função do mito, como linguagem popular e véu. Ou, no dizer de Max Heindel: “O mito é um símbolo velado contendo uma grande verdade ‘cósmica’.”
Daí ele não analisar o mito, não questionar e nem investigar o assunto a fundo. Opta por tomar o mito ao pé-da-letra, de maneira infantil, como fazem os “crentes” comuns que acreditam em toda sorte de coisa, e que com sorte ainda crêem em algo realmente mais espiritual... Mas o verdadeiro iniciado, retira os véus para construir as realidades através das sugestões dadas pelos mitos e pelas fábulas, com o auxílio do estudo e da sua intuição.
Ora, se mitologia é fulcro tradicional das religiões, que às vezes a admitem em deferência ao vulgo, ela já deve merecer um outro trato internamente. Por isto, as coisas apenas andam bem realmente, quando existe no interior de uma igreja não apenas uma ordem administrativa, mas também esotérica ou iniciática. De outra forma, esta igreja poderá promover o obscurantismo e o dogmatismo, trazendo um carma social de ceticismo e retaliação, tendo por decorrência a implantação de outro extremo equilibrante através de um materialismo igualmente cego.
Por isto, muitos destes místicos transitam num lamentável limbo ideológico, pois não alcançam nem fazer Ciência e nem Filosofia, quando o ideal seria reunir ou aproximar ambas as coisas através do estudo, cada uma no seu valor, pela unidade da Tradição de Sabedoria!
E isto é tanto mais verdadeiro, quanto se necessita realizar sínteses culturais e aprofundar a exegese dos Mistérios, e não requentar os velhos mitos. Afinal, a função da Filosofia não é fazer Ciência, mas agregar valor às coisas; por isto o mito lhe basta comumente. Uma não pode substituir e “encampar” a outra, mas devem trabalhar em uníssono como corpo-e-alma.
Os místicos precisarão admitir que, mesmo a Ciência estando sujeita a modificações e aprimoramentos, não é possível bater tão de frente com ela. Sob pena de colocarmos a razão numa lixeira e a serviço do nosso emocional, passando para um terreno perigoso da crendice.
Até porque há coisas que são objetos de crença e outras não, por serem temas da Ciência. Então, é preciso saber discernir estes pontos. Coisas predominantemente materiais, pertencem antes ao domínio da Ciência objetiva.

Ah, quantas oportunidades oferece este nosso tempo vibrante de transversalidade e multiculturalismo, de informações reunidas das idades, sob todas as perspectivas e modais, às vezes até demais levando à vulgo à confusão, mas para um espírito sincero capazes até de formar as bases de Renascimento maior! Bastaria citar uma plêiade de nomes com suas obras revolucionárias e maravilhosas, em todos os campos a cultura, para ter claro em mavioso potencial renovador, próprio de toda e qualquer esquina-do-tempo, e a nossa realmente não há de ser das menores, haja visto aquilo que se sabe sobre as acumuladas transições e ciclos.
Daí merecer ser trazidas aqui as palavras deste grande iniciado que foi o Marquês de Saint Yves d’Alveydre, porta-voz da informação correta e autor da grande síntese do Arqueômetro, vindo a obra que inclui este texto a ser realmente publicada somente na aurora do século extinto após seu desenlace, por julgar que o seu tempo não o suportaria.

"Oxalá que, em lugar de ser a serva da Anarquia governamental, a escrava da Força, o instrumento da ignorância, da iniquidade e da ruína pública de todas as nossas pátrias européias, a Ciência, levando de novo a tiara sobre a cabeça e o báculo na mão, subisse de novo às suas antigas cimas luminosas!

“Sim, presidindo de novo as relações entre os povos, realizasse por fim o que os profetas de todas as Religiões lhe tem profetizado, que divino concerto reuniria de novo os membros ensangüentados da Humanidade!

“Isto já não seria um Cristo na Cruz cobrindo toda a Terra, senão um Cristo glorioso refletindo todos os raios sagrados da Divindade, todas as artes, todas as ciências, todos os esplendores e todos os favores deste Espírito divino que iluminou o passado, e que através de dolorosas gestões, tende de novo a iluminar o futuro. 

“A economia pública, livre do peso espantoso do armamento e dos impostos, tocaria com sua varinha mágica todo o existente.

“Veríamos então renascer o Egito antigo, com seus Mistérios purificados, Grécia no esplendor transfigurado de seus templos órficos, a nova Judéia, mais bela ainda que a de Davi e Salomão, a Caldéia de antes de Nemrod.

“Então, tudo, do cume à base da organização humana, se renovaria; tudo se iluminaria e se conheceria, desde o fundo dos Céus até o forno imenso do centro de Terra.

“E não existe mal intelectual, moral ou físico, a que a união das Faculdades docentes e a união positiva do Homem com a Divindade, não pudessem providenciar remédio seguro.

“As vias santas da Geração seriam de novo descobertas, as da Vida santificada, as do Trânsito iluminadas por inefáveis consolos, adoráveis certezas; e a Humanidade inteira realizaria a palavra do Profeta deslumbrado pelos Mistérios da outra Vida: 'Oh , morte!, onde está o teu aguilhão?'”
Marquês de SAINT-YVES D’ALVEYDRE (1842-1909),
 em "A Missão da Índia na Europa".

Então, e em nome de um esclarecimento quiçá definitivo acerca desta conturbada questão que há milênios inquieta os espíritos, nós podemos, desde o ângulo geográfico, levantar uma dupla-hipótese –latitudinal e longitudinal- para a posição desta Atlântida pseudo-insular, sem pretender não obstante esgotar a riqueza das questões suscitadas por este mito maior que seguramente varre e congrega muitas capas de situações. Eis daí:


1. LATITUDE. A idéia da posição atlante no “centro do Oceano” seria latitudinal, o que nos remete à faixa aproximada da América Central e o México, e não a algo outro situado em meio ao próprio Oceano entre os Continentes hoje conhecidos. O termo “atlante” possui um importante radical nahua, atl, que significa água, o Elemento (sutil, ou psiquismo) que marcou aquela Civilização.
Francis Bacon, quando relata a sua “Nova Atlântida” (1610), aguça a sua intuição mítica descrevendo quase literalmente a cultura mexicana, descoberta pela Conquista. É evidente que, tal como elaborou a sua “República” ideal, Platão também quis alertar para a transitoriedade das coisas, especialmente num paraíso de elites mostrando a situação crítica de uma civilização decadente, em muitos aspectos por não poder fazer uma crítica aberta aos seus compatriotas, para não receber a sorte de seu mestre Sócrates.
Acima: “Atlantis”, Lloyd K. Townsend
Dilúvio: "a colheita do carma"

René Guenón (op. cit.) declara que a Atlântida representa pacificamente uma cultura tropical, em contraposição com a cultura “hiperbórea” mais setentrional - ainda que a latitude do Paralelo 36 das Colunas de Hércules ante as quais estaria a ilha de Platão, não seja exatamente tropical. Ainda assim, é na Zona Tropical que caberia ver o núcleo original da civilização atlante, pois o clima da região favorece sobremodo o temperamento psíquico, a religiosidade e os valores da burguesia, próprios dos povos atlantes.
Porém, cabe considerar que, no tempo de Platão, a civilização meso-americana recém havia sido fundada, sob um sincretismo de forte influência chinesa –e muitas provas arqueológicas têm sido reunidas nesta direção. Deste modo, seria difícil situar neste ambiente uma “crise civilizatória” de tal monta, a não ser que se trate de um mito (e um processo) fundador, como cabe à cronologia de Platão para a “destruição final” da Atlântida, remontando na verdade ao começo da Era solar atlante há uns dez mil anos.

Aqui entramos, não obstante, numa outra hipótese, que tem sido até bastante explorada pela especulação agarthina. Sucede que, se no México a civilização veio à luz somente no século VI a.C. –que foi um momento portentoso da humanidade, por se tratar da metade da Era solar árya, com sua grande mudança de valores e busca por proteger e divulgar a Tradição para os tempos materialistas que viriam, inclusive fundando novas civilizações tradicionais-, na América do Sul a Civilização verdadeira era já tão antiga quanto a egípcia. Então, a alusão à Atlântida poderia ser vaga, e talvez a civilização em crise na ocasião fosse a sul-americana. Esta declaração de imprecisão em Platão, não complica ainda mais um problema que na prática já tem se mostrado insolúvel, e ao qual os historiadores de todas as épocas jamais tem considerado com maior seriedade.

Caral, costa do Peru: tão antiga quanto as Grandes Pirâmides!
Nisto, Alice A. Bailey escreveu que o templo atlante estava localizado “no centro da América do Sul” (ver “Tratado de Magia Branca”). Isto levou a muitas especulações, que passam pelas andanças do Coronel Fawcett, especialmente pelo Brasil. Porém, eventualmente tal coisa poderia ocorrer no mundo andino. A descrição da capital atlante com seus três anéis d’água e situada ante um grande lago, tem sido atribuída à La Venta Olmeca (o primeiro povo civilizado da região), mas também à Tenochtitlan asteca e à Tiwanaku andina.
Uma Atlantis semelhante à Tenochtitlan méxica, com “colunas” na entrada e terraços flutuantes

A capital atlante possui então esta configuração especial. Estes três anéis possuem naturalmente uma dimensão simbólica, fazendo alusão aoPushkara, o Reino Trino que reúne os Três Centros de Consciência planetários: a Divindade, a Hierarquia e a Humanidade, que o moderno sincretismo também designa de Shambala, Agartha e Vaikuntha.
A capital Atlante, e o Pushkara ou o Reino Trino.

A pintura tibetana dada, ilustra detalhes desta situação, ainda que a esfera exterior esteja reunida na sua base. Abaixo, esquematizamos o tema, demonstrando certa geometria sagrada que estrutura este quadro-de-evolução, diretamente relacionada aos planos (ou “alinhamentos”) de consciência: Espírito, Alma e Personalidade.


Não obstante estarmos tratando aqui de questões ideais, não estamos exatamente no território do mito ou do símbolo, ou mesmo no terreno do “fantástico” e da especulação, mas de uma tradição imemorial relacionada em especial aos grandes momentos fundadores das civilizações, que sucedem sob o alinhamento dos Três Centros de Consciência planetários citados.

2. LONGITUDE. A Atlântida pseudo-insular, estava também localizada em meio aos grandes Oceanos, os quais eram tidos então pelos gregos como um só, uma vez que para eles as Américas eram apenas algumas “ilhas” avantajadas.
É evidente que os Antigos conheciam de há muito as Américas. Fenícios, chineses e talvez até os egípcios, andaram por estas bandas da Terra. Contudo, o desenho e a extensão exata destas regiões não seriam bem conhecidos.


Mapa do almirante turco Piri-Reis, 1513
Platão também insiste em chamar a Atlântida de “ilha(s)”, havendo até sete delas, como acontece com as estrelas da constelação das Plêiades ou "as Atlântidas" (filhas de Atlas), cuja posição no Sidéreo situada “no cifre do Touro” também está relacionada às coordenadas da "civilização" atlante original. Esta constelação está associada ao “pivô do mundo”, e junto a elas passa a Via Láctea dos Argonautas. Adiante voltaremos a este tema.
Representação das Plêiades ou Atlântidas
Porém, para além das ilhas já haveria continentes, a Ásia em especial: “No lado de lá é que está o verdadeiro mar e é a terra que o rodeia por completo que deve ser chamada com absoluta exatidão ‘continente’.” (Timeu-Crítias)
Os gregos já tinham notícias da Ásia, e possuíam plena certeza da circunferência da Terra, afinal a Lua e o Sol detém também esta mesma forma. Entre a Ásia e a Europa/África, havia um grande Oceano, e no seu centro estavam as Atlântidas, que são praticamente as nossas atuais Américas.
Existem m muitos vestígios de uma Tradição Antípoda na Antiguidade, no período atlante, entre dez e cinco mil anos atrás, a parte culturalmente mais desenvolvida do planeta eram justamente as Américas, onde se realizou o caldeamento racial atlante.
Anteriormente, a Lemúria havia disseminado um forte culto clânico e territorial, então os Kumaras determinaram a necessidade de realizar uma grande migração para um novo local do globo, para o qual já haviam sido enviados desde décadas antes batedores e emissários, a fim de preparar os povos locais e verificar as condições –ver a nossa obra “Intradimensão”, Ed. Agartha.
Esta é a medida tradicional de renovação civilizatória adotada pelos Adeptos: a migração, o êxodo. E nunca o embate frontal e violento, porque “não se põe vinho novo em odres velhos”.  Citemos, pois, o nosso “poema” intitulado “O Ninho”:

Ó semeador, esqueceste porventura a tua ciência?
E tu pastor, olvidaste por acaso o teu rebanho?
O pintor, cansou de recriar imagens de beleza?
E o navegante, sabe ainda seguir o rumo das estrelas?
Lembrai, pois, todos vós, que tens o dom de multiplicar a vida:
É preciso criar os berçários para os seres sagrados do amanhã!

Quando formos capazes de criar ambientes para todos
a renovação estará assegurada;
O desafio de conviver nas diferenças,
é tudo o que precisamos realmente conquistar.

Todo começo é uma nova oportunidade
no recomeço nós trazemos a pureza
e buscamos resgatar a razão das Origens
- o Sentido real das coisas.
Sob o sagrado Equilíbrio criador!

Esta nova dupla-perspectiva dada ao tema, certamente vem enriquecer de sobremodo as pesquisas. E traz luzes novas sobre estes difíceis mistérios, também abrindo portas para o futuro.

Sobre a Astrologia

"A Arqueometria de Gaia é perfeita, pois a transição dos Continentes está justamente alinhada com a transição dos quadrantes ou dos arcos zodiacais."

Se a questão geológica nem sempre pode ser tomada ao pé-da-letra em Platão, eivada como está por símbolos de ampla natureza, a parte cronológica todavia é bem mais instigante. Uma vez que o cômputo científico das raças-raízes como civilizações (dando-lhes o período de 5,2 mil anos, como faziam os maias), atribui à organização da Atlântida não mais do que 10,5 mil anos –exatamente onde Platão situa a queda final (?) do Continente.
Apesar a imprecisão de algumas destas situações, a data em questão tem a virtude de definir a passagem dos arcos do Manvantara, assinalando com bastante exatidão o surgimento do homo sapiens sapiens, que é o humano atual, como abaixo de observa dentro da organização do ano Cósmico.


Também ali, “em meados do período lemuriano” (Era de Leo), se declara ter vindo à Terra a figura excelsa de Sanat Kumara, a deidade manifesta, criando um novo paradigma de evolução humana e planetária, a partir da chegada deste que seria o grande Manu cósmico, atendendo o conceito de Regente do Manvantara, termo que significa “entre dois Manus”, ciclo que ocupa os arcos de 12 mil anos do ano cósmico na Filosofia do Tempo Hindu:
 “Manvantara literalmente significa: Período entre dois Manús (Manu-antara).” (“Glossário Teosófico”, verb. “Manvantara”). “(Manvantara) = Total : 12.000 anos” (op. Cit., verb. “Yugas”)

Não obstante, Blavatsky assinala algo sobre este ciclo, que deve levar a pensar: “Manvântara significa simplesmente um período de atividade, ao contrário de Pralaya ou período de repouso, sem referência alguma à duração do ciclo de tempo.” (G.T. H.P.B., verb. “Mahamanvantara”) A cronologia de Platão, tampouco é exatamente científica, mas simbólica e cultural. O padrão-de-tempo do Manvântara, em sentido decrescente, sugere antes se tratar de um processo espiritual.
Esotericamente, a Hierarquia lemuriana alcançava então a sua Terceira Iniciação, por se tratar da Terceira Raça-raiz. Neste grau, o iniciado tem um contato pessoal com o Rei do Mundo, de quem recebe ademais o toque do seu Cetro Adamantino para estabilizar a aura do iniciado. Contudo, por analogia o grande Senhor do Mundo também fez a sua aparição manúsica, dando início a um novo ciclo mundial, inclusive coordenando a Grande Migração asiática para as Américas, onde logo teria lugar o ciclo atlante. Nisto, o Estreito de Bering por onde passou a grande leva migratória, tem analogia geográfica com as Colunas de Hércules (que na verdade são montes situados de cada lado do Estreito de Gibraltar), pois separa dois hemisférios do Globo distintamente polarizados.
Bering está associado à Era de Libra, que em várias tradições possui relação com as Origens (ver em Ibn Arabi, por exemplo), até por sinalizar a idéia do Equilíbrio, da harmonia criadora. Por esta razão, naquela faixa –que por sua vez está relacionada à Lemúria-, também existe um grande portal, o chamado trílito de Tonga, mais ao Sul pois esta já representa uma transição meridional... E é o oposto das Colunas de Hércules, pois estas se acham próximas do Grau Zero em Greenwich.

A Arqueometria de Gaia é perfeita, pois a transição dos Continentes está justamente alinhada com a transição dos quadrantes ou dos arcos zodiacais -ver a nossa obra “O Oráculo de Gaia - a Grande Crônica da Terra: um Estudo de Arqueoastronomia Integrada”, Ed. Agartha. Manifestando assim a premissa hermética de que “assim como é em cima é em baixo, para que se cumpra o milagre da unidade das coisas”. Quem sabe, esta Unidade sagrada se manifeste, mais do que em qualquer outra coisa, no Mesocosmos planetário, racial, social..!

Ciente disto, a Sabedoria “humana” tratou de assinalar com Portais todos estes locais sagrados de inicialização de ciclos, tal como buscou demarcar também os momentos de amadurecimento das Civilizações com pirâmides.
Do ponto-de-vista astrológico, as Colunas de Hércules (alusivas também às dualidades atlantes) tem relação com o signo/era de Gêmeos. Além dele, está o signo/era de Câncer, ambos relacionados ao período atlante.
Este período assinala uma mudança crítica na humanidade, quando o ser humano começa a abandonar em definitivo omodus vivendi multimilenar da existência primitiva entregue ao ritmo natural, para vir a assumir o sedentarismo e a agricultura ostensiva, mudando radicalmente as suas relações com a Natureza, sob os ditames da cultura-de-massa. Para os Antigos, este foi um período crítico da humanidade, onde o emocional estava muito aflorado, sendo basicamente trabalhado através da religião, mas dando margem à magia, à feitiçaria, ao fanatismo e às paixões, não obstante sob uma ampla explosão populacional. A chegada da Arianidade, pôs um freio num quadro de guerras religiosas clânicas-tribais endêmicas no final do ciclo, dando lugar ao surgimento da verdadeira Civilização, com ecumenismo e espírito-de-síntese.
Mas também ali tem início os novos paradigmas espirituais, sob uma Hierarquia espiritual que passa a custodiar a evolução humana e a organizar as civilizações nascentes, inaugurando os processos de iniciação coletiva. Com isto começam a aparecer as verdadeiras raças humanas. Na Atlântida, as Hierarquias espirituais alcançaram a condição de “homem verdadeiro” ao acessarem a iluminação. Por isto muitos autores afirmam que a verdadeira humanidade foi semeada apenas a partir nesta raça-raiz.
Obviamente nada houve ali destas “fantásticas tecnologias” que aparecem no imaginário humano, pois eram sociedade pré-racionais, por assim dizer, cujo apreço ao sensível lhes dava muito maior inclinação para buscar o sensorial, o natural, o devocional e o imaginativo. Da mesma forma como no neo-atlante Egito, já sob novos paradigmas culturais, suas grandes obras são frutos "meramente" de muita ciência, devoção e esforço humano, e não da suposta posse de poderes especiais ou tecnologias fantasiosas. 
Vale notar então a vinculação entre Hércules e Atlas (o primeiro rei da Atlântida), o herói solar e o gigante insondável, relacionados a axis mundi, em especial o último. Hércules é o discípulo perfeito que ajuda o mestre a cumprir o dharma divino, sem distorcer, corromper ou reduzir. Nomeia uma constelação circumpolar que representa o pólo da direção solar... 
Porém, para cá das colunas de Hércules, ou do signo de Gêmeos, começava o ciclo áryo de civilização, tido como uma etapa superior da cultura, com traços inclusive supra-humanos naquilo que diz respeito às suas Hierarquias espirituais, graças ao seu aceso à energia da Quintessência ou ao Éter. Ali começou a ser semeado o próprio futuro cósmico da Terra, no qual finalmente entraremos ao cabo desta Nova Era.
A “Grande Atlântida”, nada mais é que a Quarta Ronda mundial, a atual, onde se desenvolve a espécie humana em evolução, dentro dum período de no máximo 30 mil anos, e a se encerrar ao cabo de dois mil anos. Inserida provavelmente em ciclos cósmicos de maior envergadura, porém já sem acepção humana.
O Mar Mediterrâneo, representa o Manvantara, a Zona do tempo da Civilização, em especial “para cá” das Colunas gêmeas (em Gemini), que é o mundo conhecido de Platão. Para além disto está o Pralaya, o Grande Mistério entregue aos ditames da Natureza, ou às diferenças dos Antípodas. 
Assim, o verdadeiro “drama da Atlântida”, decorre exatamente entre as Colunas gêmeas e a data assinalada por Platão: a Era Solar atlante.


Estas seriam, pois, as configurações “atlantes” principais de que tratamos aqui:
a. A “Grande Atlântida”: a Quarta Ronda Mundial, de uns 30 mil anos atrás para cá (abrangendo a espécie homo sapiens): a visão paleontológica.
b. A Atlântida: a Quarta Raça-raiz, de perfil agro-sedentário e religioso, entre dez e cinco mil anos atrás: a visão antropológica.
c. A “Nova Atlântida”: a Quarta Sub-raça árya, das culturas áryo-atlantes: Egito, China e, em especial, as Américas: a visão etnológica.

d. A Atlântida Profética: A Quarta Loja da Hierarquia, Albion, nas terras (sul-) americanas, a se desenvolver através da Era de Aquário: a visão ontológica.
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Bibliografia:
BLAVATSKY, Helena P., “Glossário Teosófico”
BACON, Francis, “Nova Atlântida”
BAILEY, Alice A., “Tratado de Magia Branca”
GUENÓN, René, “Formas Tradicionales y Ciclos Cosmicos”
LOPESRodolfo, Timeu-Crítias”, Platão, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbra
PLATÃO, “Timeu-Crítias”
SALVI, Luís A. W., “Intradimensão”, Ed. Agartha.
SALVI, Luís A. W., “O Oráculo de Gaia - a Grande Crônica da Terra: um Estudo de Arqueoastronomia Integrada”, Ed. Agartha.
SINNET, A. P., “Atlântida e Lemúria”.

A Cidade Sagrada: das fundações atlantes ao 2012


Posseidon, a capital Atlante

Muitos são os indícios acerca da antiga Atlântida, da Bíblia até Platão, passando por um sem-fim de relatos étnicos.
Sir Francis Bacon (hoje associado ao Mestre Saint Germain, regente da Nova Era) soube identificar perfeitamente a descrição da Atlântida de Platão, com as realidades então descobertas no Novo Mundo. Esta é a gênese da sua “A Nova Atlântida”, uma descrição quase literal da cultura mexicana...

O curioso é que, na época de Platão, a Alta Cultura pré-colombiana tinha apenas alguns poucos séculos de vida. No entanto, parece que muitos dos seus cânones já estavam perfeitamente implantados.

Assim, quando as lendas apresentam uma Atlântida estava localizada no “meio do Oceano Atlântico”, esta é uma descrição precisa para situar o México, sem necessitar imaginar algum outro Continente. A idéia de que a Atlântida “afundou” nas águas, pode perfeitamente ser uma metáfora ou até uma distorção interpretativa. E ainda que a “datação” da Atlântida de Platão, a coloque pelo final da última glaciação, este contexto mítico ainda passa por inverossímel, até que tenhamos alguma forma de registro científico desta remota época, na qual pelo contrário, não se teria ainda a noção de civilização, e recém se começava a praticar a agricultura sob um regime social tribal.

Novos dados têm sido incorporados desde a época de Bacon. Sabe-se agora, que a primeira grande capital mexicana, a La Venta dos Olmecas, tinha uma forma semelhante à Posseidon de Platão.

Sabemos que a civilização mexicana nasceu sob o signo do gênio criador, e foi fortemente influenciada pela cultura atlante asiática, isto é, a China, que colonizou o Golfo do México na época do Buda (há 2.600 anos atrás), como prova um sem-número de dados culturais comuns entre a olmeca e a China de então. 

No Sul da China, foram encontrados resquícios do calendário Tzolkin de 260 dias. A “Conta larga”, que trata dos ciclos de 5,2 mil anos (2 x 2.600) surgiu já na Olmeca, e depois com muito custo pode ser conservado, vindo a ser custodiada na prática pelos maias, que logo absorveram as novidades vindas do Golfo e adjacências. Este tipo de calendário amplo, costuma ser suscitado especialmente na transição destes grandes ciclos, como acontece agora, ou mesmo nos seus meados, como ocorreu na época do Buda, sujeito a uma profunda reformulação cultural, voltada para o materialismo e a fragmentação, o que explicaria o desejo dos zelosos chineses de buscar uma região nova para preservar a Sabedoria das Idades...

A forma de Posseidon/La Venta, segue um padrão-fundador de civilizações, com formato cósmico-circular, denotando uma elevada perspectiva de unidade e de universalismo. Os seus três círculos de água, simbolizam o valor mil alusivo ao ideal milenar de civilização, que é a perspectiva necessária para organizar as bases de uma raça-raiz, dentro do calendário cronocrator de formação social...


Na verdade, a forma da Posseidon não difere na prática em nada da Shambala dos tangkas tibetanos, com sua trina divisão de setores destinados à Divindade, à Hierarquia espiritual (ashrams) e à Humanidade (raça-raiz).
É bem possível que, apesar das aparências, todas as cidades míticas tenham uma forma arredondada. A Jerusalém celeste do Apocalipse, por exemplo, enaltece o valor “12” que remete ao Zodiacal e à ordem espacial. Alguns intérpretes assim o viram, como observamos na gravura abaixo.

A forma quadrada, realmente representa um ideal no tocante à humanidade, e no entanto, o ser humano não evolui sem a atenção das forças superiores. Por esta razão, a configuração ideal é uma espécie de “quadratura do círculo”, algo como fazem as mandalas enfim. Daí que a exegese apurada, vê na expressão “Roma quadrata” não exatamente uma cidade quadrangular, mas sim uma cidade dotada de quatro divisões, como ocorria com tantas capitais de impérios antigos, como Cuzco e Tenochtitlan.


Como época de refundação civilizatória que é o 2012, dentro dos ciclos de 2.600 anos que são fractais do ano cósmico de 26 mil anos, hoje se apresenta um resgate da Cidade sagrada através das Cosmópolis, as “Cidades da Luz”, como expressões da nova Shambala.



Fonte:http://teosofiacientifica.blogspot.com.br/



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