AS RELAÇÕES ENTRE MAGIA E CIÊNCIA



Magia e Ciência
 
Se um homem antigo pudesse ver a tecnologia atual em funcionamento ele diria que isso é magia. A visão do homem antigo é uma visão mágica, diferente do homem moderno que tem uma visão guiada pela ciência.

Eu não quero ser apenas um homem moderno, quero reivindicar tudo aquilo que me pertence e ser, ser ancestral e atual.

A ciência quer entender profundamente o porquê.

A magia quer fazer acontecer a partir do próprio ser.

A ciência quer acabar com o mistério, quer desvendar e explicar como funciona.

A Magia quer usar o mistério para mudar a realidade.

A ciência quer revelar. A Magia reconhece o mistério e quer ser parte dele.

Ambas podem ser testadas, experimentadas e avaliadas, mas possuem métodos, objetos e disposições diferentes.

O mundo da ciência é regido pela razão, mas o Mago não é um louco.

O mundo da magia é regido pela encantamento, mas o Cientista não deve deixar de maravilhar-se com o mistério.

Eles não estão em campos opostos, apenas diferentes.

A Magia é Arte que possui sua própria (cons)ciência.

A Ciência é a Razão encantada consigo mesma.

A Ciência é a Magia da Razão encantada consigo mesma.

Há na ciência um auto-enfeitiçamento.

Não preciso entender para ser Mago, preciso ser Artista.

Não preciso ser artista para ser cientista, preciso controlar minha própria loucura, inclusive a racional.

Até hoje me maravilho com a funcionalidade daquilo que é chamado Magia apenas porque foge ao nosso entendimento e produz seus efeitos.

Maravilho-me com o Tarot e me pergunto como cartas podem revelar verdades de diferentes ordens a nosso respeito.

Como cartas que são tidas como coisas inanimadas, sem vida, podem, ao interagir com nossa consciência revelar os mistérios da mesma?

Maravilho-me com a Numerologia e me pergunto como números podem revelar a nossa alma?

Maravilho-me com a Umbanda e sua mágica ciência das vibrações dos Orixás e me pergunto como elas podem alterar a nossa percepção?

Maravilho-me com a Jurema e me pergunto como uma planta pode possuir tanto poder e tanta sabedoria?

Maravilho-me com Ayahuasca e o sagrado Teonanacatl e faço-me a mesma pergunta.

Não sei. E ante o mistério e seu encantamento surge a percepção da beleza da própria Natureza. E descubro que há em tudo a Divindade, descubro sem entender, descubro pelo Sentir.

E é esse mistério que seduz a ciência no seu caminhar. Sim, pois ela busca desvendá-lo da mesma forma que um apaixonado deseja desnudar a amada. Mas acabar com o mistério seria matar a própria paixão da ciência e é por isso que a maior parte dos casamentos termina, porque foi dado cabo do mistério.

Se um homem entende perfeitamente uma mulher ele perde a paixão. Ele e Ela precisam entender que o mistério é necessário e deve ser cultivado.

É por isso que há muito, antes mesmo de Einstein, se busca entender a mente da Divindade, mas o homem não entende nem a si mesmo...

E assim a despeito da ciência e da sociedade fundada em bases racionais o mistério perdura e assombra as casas velhas da ciência, através de médiuns, crop circles, ovnis e das teorias científicas que se querem fazer de verdades.

A ciência quer ser um sol. A magia é sempre Lua.

Assim não há oposição entre o mistério e a razão. Há sedução. E a cada desvelar a sedução aumenta. É apenas uma pena quando os homens ficam seduzidos por si mesmos, pelo seu ego, pela sua vaidade. Esse é o pecado maior. E também a maior virtude, pois o amor de si mesmo é o fundamento do Amor. Na vaidade há Narciso e Dionísio.

A maior qualidade do mistério é despertar em nós reverência e humildade.

Quem tiver entendimento, que o abandone, só assim poderá compreender.

Quem tiver olhos, que se torne cego, só assim poderá ver.

Quem pensa que entende, deixe de pensar, assim o entendimento virá. Mas antes urge aprender a pensar.

Parece que estou a delirar, mas não há modo de explicar. É assim que o mistério nos deixa, enlouquecidos, apaixonados, Magos.

A magia da razão nos torna cientistas e filósofos.

A razão da magia é nos fazer artistas, magos.

Fernando Augusto
 
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