Aghanashini (que não é a moça da foto acima) era uma mulher jovem, sem muitos adornos, nem precisava. Tinha uma beleza exuberante e estonteante, porém não dava valor a isso.
Os rapazes que a conheciam viviam cortejando Aghanashini que simplesmente não dava ouvidos aos galanteios masculinos que logo desistiam de assediá-la..
Entre seus afazeres cotidianos, Aghanashini era muito religiosa, devota do Senhor Krishna. Aghanashini vivia no mundo material, mas totalmente voltada para sua ascensão espiritual desde sua tenra infância.
Num belo dia surge em sua comunidade um homem de posses e fama, residente próximo da comunidade onde morava Aghanashini.
Apesar de ostentar sua riqueza material, este homem era de uma educação refinada e fora fazer negócios em tal comunidade.
Como não poderia deixar de ser, ele conheceu e se apaixonou por Aghanashini e passou a cortejá-la de todos os modos possíveis e imagináveis. A moça sempre educada o rejeitava e seguia sua vida de afazeres cotidianos e devoção ao Senhor Krishna.
O homem entrou em desespero e pediu para que Aghanashini ao menos o ouvisse. A moça cedeu, seria o primeiro passo para a conquista da moça, penso o homem.
O diálogo travado por ambos foi em sua essência o que reproduzimos abaixo:
Aghanashini - O que o senhor quer comigo?
Homem - Quero sua beleza, estou encantado com tanta formosura numa mulher sem enfeites que normalmente embelezam ainda mais as criaturas humanas do sexo feminino. Eu estou apaixonado por você distinta e bela Aghanashini.
Neste momento, o homem a envolveu pela cintura e confiantemente tentou beijá-la. Aghanashini com um movimento leve se desvencilhou do assédio do homem que em sua perplexidade perguntou?
- Perdão pelo meu ato, mas sua beleza me deixa transtornado.
Aghanashini disse:
- Se o nobre cavalheiro quer a minha beleza, volte daqui à cinco dias e a terá verdadeiramente por completo.
O homem partiu triunfante, certo de sua conquista.Duerante os cinco dias só pensava em Aghanashini a moça, por sua vez, iniciou um processo que chamo de beleza líquida.
Durante o período dos cinco dias tomou laxantes naturais e ainda provocava vômitos. Todos os seus excrementos ela guardava num balde.
No quinto dia, o homem aparece triunfalmente na casa de Aghanashni e a encontrou abatida , mais magra e pálida. Assustado ele perguntou se a moça nesse período tivesse contraído alguma doença e prontamente se ofereceu para levá-la imediatamente ao médico.
Aghanashini logo o acalmou e disse que estava bem, que passou por um processo de purificação do corpo e que guardou para o homem o que a beleza que nossos olhos imperfeitos não são capazes de enxergar. O homem obviamente não entendeu nada e ficou aguardando pelo desfecho da narrativa de Aghanashini.
A moça pegou o balde com todos os seus excrementos, entregou ao homem e disse:
- Tome aqui está a minha beleza física, o que realmente temos em nosso corpo em forma líquida. leve a minha beleza líquida com o senhor.
Pego de surpresa, o homem nem teve tempo de esbravejar ou protestar. Saiu carregando o balde com os excrementos de Aghanashini e nunca mais viram ou ouviram falar dele. Aghanashini por sua vez, retornou aos seus afazeres cotidianos e serviço devocional oa Senhor Krishna.
Esta estória verídica encerra conceitos para nossa reflexão:
Quem somos nós? Que corpo é esse que nossa alma espiritual habita ? Qual é a verdadeira beleza que carregamos? Como pode um corpo - que é uma máquina maravilhosa é verdade - ser constituído de um amontoado de carne, ossos, vísceras, excrementos e etc, ser objeto de disputa e até de morte em nome de uma tal de honra e amor? Afinal, o que é o amor? O que é o desejo, mesmo por um troço que em verdade não é nada-atrativo e nunca vai escapar dos processos de envelhecimento, doenças e morte?
Sabemos exercitar a mais nobre das qualidades da divindade que nos ampara, protege e Nos Ama verdadeiramente, sendo Ele sim a manifestação única do Todo-Atrativo?
Vamos pensar e refletir sobre isso e outras questões transcendentais que surgirão naturalmente a partir da leitutra e reflexão da "Beleza Líquida."
Fonte:http://blogtemposmodernosepassados.blogspot.com.br/
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