MARINA JARDIM : AS BELAS CORES DA ARTE POPULAR DO JETIQUINHONHA

Festas e manifestações da cultura popular fazem parte dos motivos de Marina Jardim (Arquivo Pessoal)

 

Obras de Marina Jardim são reunidas em exposição na Galeria Gustavo Capanema, da Assembleia Legislativa de Minas Gerais

A artista que é autodidata estará expondo 30 trabalhos inéditos

 
 É na infância passada em Rubim, no Vale do Jequitinhonha, que a artista plástica Marina Jardim tem buscado inspiração para criar seus quadros, hoje espalhados por todo o país. São lavadeiras nas margens dos rios, crianças brincando com pipas, festas de marujos, violeiros afinando seus instrumentos, enfim, as mais ricas manifestações culturais de sua cidade e região, retratadas com estilo que as torna universais. “Pintar um quadro é buscar o que está dentro, dar forma e registrar na tela”, afirma Marina.

Parte representativa do trabalho da artista – com suas cores fortes e expressivas – pode ser vista a partir de hoje na Galeria Gustavo Capanema, da Assembleia Legislativa. Na mostra, a Marina, que é autodidata, estará expondo 30 trabalhos inéditos, em óleo sobre tela. De acordo com ela, que vive em Belo Horizonte, em sua nova fase, sem perder as características originais de sua pintura, ela acredita ter conseguido dar um salto.

“Estou num momento de transição, no qual as borboletas já abriram asas e começam a alçar outros voos. Meu trabalho está ganhando nova dimensão. Um dia desses me peguei pintando alguns sonhos, fazendo novas experimentações”, revela Marina, que é também ilustradora e poeta. Durante a abertura da exposição, será apresentado recital poético-musical, com participação de Gil Botelho (gaita), Moca (percussão), Ailton Botelho (violão) e do poeta e repentista Gonzaga Medeiros.

Marina Jardim

Abertura nesta segunda-feira, às 19h, na Galeria de Arte Gustavo Capanema, Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho. De segunda a sexta-feira, das 8 às 18h. Entrada franca. Informações: (31) 3423-1940. Até dia 24.
 
Fonte:http://divirta-se.uai.com.br/app/noticia/arte-e-livros/2013/05/13/
 
 
 
As Aventuras Musicais de Marina Jardim

A obra artística de Marina Jardim responde de modo simbólico a forma desta jovem pintora interpretar a realidade. As obras recentes são registros de brinquedos populares e poéticos, com uma renovada visão de piões, pipas e canções de roda. Com pinceladas circulares, Marina resgata a essência dos enigmas existentes no Vale do Jequitinhonha. As pinturas são fragmentos do tempo e do espaço e complementos de notas musicais.
Entramos num ambiente cada vez mais impreciso onde as referências ao mundo real se diluem criando uma realidade autônoma com um valor interior. Volta-se a atenção em direção à infância num claro processo de desmaterialização.
Com um primoroso traço, as linhas adquirem a presença de códigos com misteriosas leituras ancestrais. O agrupamento de linhas reveste as obras de uma tensão vital de energias que cria um ritmo que nos sugerem a fascinação de um conjunto mágico do universo da criança.
A repetição de temas com sutis variantes, concedem um caráter musical a pintura. São sílabas cromáticas que emitem sons. A cor é uma evocação, despregando tons vermelhos, azuis e violetas. As tonalidades são harmoniosas de uma escala cromática tênue e fina, revitalizada com precisos toques da artista. As tonalidades propõem texturas virtuais que outorgam sensualidade a expressão artística.
A obra de Marina Jardim acrescenta novas qualidades a linguagem plástica. É uma artista que atreve, que inova, que não interrompe a pesquisa diante suas conquistas. É uma pintora de extrema intuição, que já conquistou espaço no panorama das artes plásticas de Minas Gerais. Acredito que estamos diante de uma artista de uma sensibilidade musical.

Fonte:http://marinajardim.com.br/o-que-disseram/criticos-colecionadores/magno-fernandes-dos-reis/




AS MÚLTIPLAS FACETAS DA OBRA DE MARINA JARDIM : SINGULAR E PLURAL

A capacidade de criar e de expressar do ser humano confirma-se, cada vez mais, como infinita. Os limites do homem são os limites de sua própria humanidade.
As artes nos mostram como podemos estender, mais e mais, intensamente, os limites do possível. Ir ao encontro da Utopia, do não-feito ainda!
Se estas afirmações se aplicam para todos os campos das artes, o que se destaca como marca individual neste universo de possibilidades de criação, de leituras e re-leituras da vida, de interpretações e de expressões de nossos sonhos, crenças, valores, e devaneios?
- A individualidade da criação e a singularidade da obra de arte!, é a resposta.
Somente aprendendo e apreciando o singular de uma obra de arte, poderemos entender a pluralidade de nossa cultura, a diversidade de nossa gente e a infindável riqueza de recursos de nossa humanidade.
Marina Jardim é um exemplo de artista singular e plural.
Singular na forma e na técnica – arrojadas – de lançar cores fortes e muito rítmo em suas telas. Seus quadros tem a sua marca e sua identidade. Se reconhece de longe um Marina Jardim.
Plural porque expõe todas suas lembranças e experiências, vistas, vividas, aprendidas e armazenadas em nosso inconsciente coletivo, gerador de nossa mineirice e brasilidade.

FORMA E CONTEÚDO

Se olharmos com cuidado as cores fortes e misturadas, os traços firmes e a técnica apurada nas telas de Marina Jardim, podemos apreender a riqueza e a beleza de seu trabalho.
Se olharmos as mesmas telas por seus conteúdos marcados por histórias e imagens de infância, rítmos e danças populares, podemos aprender muito do dia-a-dia das pessoas que vivem no interior da cultura brasileira, percorrer pelas telas a vida presente no sertão das gerais. As marcas em Marina vieram de sua meninice lá prás bandas de Rubim, no Vale do Jequitinhonha.
Se nos deixarmos levar pelas pinturas e telas de Marina, se nos misturarmos às suas cores e rítmos, com certeza vamos nos sentir parte da festa do Rosário, cair nos batuques, rir dos palhaços nos circos, correr atrás dos bois Janeiro e cantar com as folias de reis.
Nela, arte e vida se retratam, se permitem, se possibilitam! E quando se fundem numa tela, nos tornam cúmplices e herdeiros.
Só os artistas conhecem o ponto do doce deste encontro do homem com sua humanidade. Marina cada dia mais se aprimora nessa arte de nos fazer singular e plural, forma e conteúdo, cor e rítmo, herdeiros e produtores de humanidade.

Por Tião Rocha
Antropólogo
Educador Popular
Folclorista
Presidente do CPCD

Fonte:http://marinajardim.com.br/o-que-disseram/antropologos-pesquisadores-folcloristas/sebastiao-rocha/

Festejos e Cultura Popular

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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