O QUE É A BISSEXUALIDADE ?



A bissexualidade consiste na atração sexual, romântica e/ou emocional por pessoas do gênero feminino e do gênero masculino com níveis variantes de interesse por cada um, e à identidade correspondente a esta orientação sexual.
Bissexual é portanto, em uma de suas acepções, o termo aplicado a pessoas que se sentem atraídas pelos gêneros masculino e feminino. O número de indivíduos que apresentam comportamentos e interesses de teor bissexual é maior do que se suporia à primeira impressão, devendo-se a pouca discussão desta situação essencialmente a uma tendência geral para a polarização da análise da sexualidade, tanto em nível acadêmico como, muito mais marcadamente, em nível popular, entre a heterossexualidade e a homossexualidade.

Visão social da bissexualidade

Embora, teoricamente, por se apresentar também nela uma faceta de heterossexualidade, no sentido da atracção por indivíduos do sexo oposto, segundo o olhar de homossexuais exclusivos, a bissexualidade pode parecer mais facilmente aceita. A verdade é que em geral, há incidências específicas de preconceito contra pessoas bissexuais partindo tanto de certos homossexuais quanto de heterossexuais. Por exemplo, a percepção das pessoas bissexuais como a ponte que trouxe a AIDS dos homossexuais para os heterossexuais, pode ser considerada com uma demonstração de bifobia. Outra face da bifobia se dá quando certos homossexuais consideram a bissexualidade pouco mais que um meio-termo confortável entre a heterossexualidade estabelecida e a identidade homossexual pela qual lutam por estabelecer. Além disso pessoas bissexuais podem ser alvo tanto de homofobia (por parte de alguns heterossexuais) quanto de heterofobia (por parte de alguns homossexuais). Nos dias de hoje têm sido comum também o uso do termo queer na denominação tanto de pessoas bissexuais como homossexuais numa tentativa de fugir do dualismo e subcategorização humana, englobando num único termo as pessoas que possuem uma orientação sexual divergente da heterossexualidade dominante.
No entanto, em termos históricos mais amplos, o comportamento bissexual foi aceito e até encorajado em determinadas sociedades antigas, especificamente, entre outras, na Grécia, e em determinadas nações do Oriente Médio.

Relatórios Kinsey

Em termos de estudos quanto à Bissexualidade, sublinha-se em notoriedade e importância para estudos posteriores do assunto os Estudos de Kinsey, publicados em 1948 e 1953, quanto a um estudo cujas conclusões afirmavam, entre outras constatações, que grande parte da população norte-americana tinha algumas tendências bissexuais de intensidade variante. Embora algo criticados, em particular quanto à selecção dos indivíduos a quem se aplicaram os inquéritos correspondentes ao estudo, estes vieram a tornar-se uma referência notória no que toca a estudos da sexualidade, e apresentou pela primeira vez a noção de que a bissexualidade é, possivelmente, muito mais comum do que se pensa, mantendo-se por isso também importante em campos teóricos - em particular pela noção apresentada da sexualidade humana ser composta não por duas alternativas únicas, a heterossexualidade e a homossexualidade, mas por um espectro de interesse e comportamento sexual, que tem as duas como extremos.

Orientação sexual, identidade, comportamento

Associação Americana de Psicologia afirma que orientação sexual "descreve o padrão de atração sexual, comportamento e identidade, por exemplo homossexuais, bissexuais eheterossexuais". "Atração sexual, comportamento e identidade podem ser incongruentes. Por exemplo, atração sexual e/ou comportamentos não podem necessariamente ser compatíveis com a identidade. Algumas pessoas podem se identificar como homossexuais ou bissexuais, sem ter tido qualquer experiência sexual. Outros tiveram experiências homossexuais, mas não se consideram gays, lésbicas ou bissexuais. Além disso, a orientação sexual cai ao longo de um continuum. Em outras palavras, alguém não tem que ser exclusivamente homossexual ou heterossexual, mas pode sentir vários graus de ambos. Orientação sexual se desenvolve através de uma vida de pessoas de diferentes pessoas percebem em pontos diferentes em suas vidas que são heterossexuais, bissexuais ou homossexuais.[1]
De acordo com Rosário, Schrimshaw, Hunter, Braun (2006), "o desenvolvimento de uma identidade sexual lésbica, gay ou bissexual é um processo complexo e muitas vezes difícil. Ao contrário dos membros de grupos minoritários (por exemplo, minorias étnicas e raciais), a maioria das pessoas LGB não são criados em uma comunidade de outros semelhantes, de quem eles aprendem sobre a sua identidade e que reforçar e apoiar essa identidade. contrário, as pessoas LGB são muitas vezes criados em comunidades que são ignorantes ou abertamente hostis em relação à homossexualidade."[2]
Em um estudo longitudinal sobre o desenvolvimento da identidade sexual entre gays, lésbicas e bissexuais (LGB) jovens, os seus autores "encontraram provas considerável mudança na identidade LGB sexual ao longo do tempo". Jovens que haviam identificado tanto como gay / lésbica e bissexual antes da linha de base foram aproximadamente três vezes mais chances de identificar como gay/lésbica do que como bi em avaliações subseqüentes. Dos jovens que haviam identificado apenas como bi em avaliações anteriores, 60-70% continuaram a identificar como bissexual, enquanto cerca de 30-40% assumiram uma identidade gay / lésbica longo do tempo. Os autores sugeriram que "embora haja jovens que constantemente se auto-identificaram como bissexuais ao longo do estudo, para outros jovens, uma identidade bissexual serviu como uma identidade de transição para uma futura identidade gay/lésbica.[2]
Bissexuais geralmente começam a se identificam como bissexuais em seus primeiros vinte anos de média.[3][4] Mulheres bissexuais têm mais frequentemente a sua primeira experiência heterossexual antes da sua primeira experiência homossexual, enquanto os homens bissexuais com mais frequência têm a sua primeira experiência homossexual antes da sua primeira experiência heterossexual.[5]

Prevalência

Um estudo realizado em 2002 nos Estados Unidos pelo National Center for Health Statistics descobriu que 1,8% dos homens com idade entre 18-44 se consideravam bissexuais, 2,3% homossexuais e 3,9% se identificavam como "algo mais". O mesmo estudo descobriu que 2,8% de mulheres com idades entre 18-44 se consideravam bissexuais, 1,3% homossexual, e 3,8% como "algo mais".[6] O The Janus Report on Sexual Behavior, publicado em 1993, mostrou que 5% dos homens e 3% de mulheres se consideram bissexuais e 4% dos homens e 2% de mulheres se consideravam homossexuais.[6] A seção 'Saúde' do The New York Times declarou que "1,5 por cento de mulheres americanas e 1,7 por cento de homens americanos identificar-se [como] bissexual."[7]
O trabalho do Dr. Alfred Kinsey em 1948, "Sexual Behavior in the Human Male", descobriu que "46% da população masculina tinham apresentado tanto atividades heterossexuais como homossexuais , ou "interagiu" com às " pessoas de ambos os sexos, no decurso da sua vida adulta."[8] Kinsey não gostou do uso do termo "bi" para descrever os indivíduos que participem em atividades sexuais com machos e fêmeas, preferindo usar o "bi" em seu sentido original biológicos como hermafrodita: "Até que seja demonstrado que o gosto em uma relação sexual depende do indivíduo contendo em de sua anatomia estruturas de ambos os sexos , ou capacidades fisiológicas masculinas e femininas , é lamentável chamar essas pessoas de bissexuais "(Kinsey et al., 1948, p. 657).[9] Dr. Fritz Klein acredita que a atração emocional e social são elementos muito importantes na atração bissexual. Um terço dos homens em cada grupo não apresentaram excitação significativa. O estudo não provava serem eles assexuais, Rieger e afirmou que a falta de resposta não alterou as conclusões gerais.

Simbolos

Um símbolo comum da comunidade bissexual é a bandeira do orgulho bissexual, que tem uma faixa magenta na parte superior para a homossexualidade, uma azul na parte inferior para a heterossexualidade e uma violeta, misturado a partir do magenta e do azul, no meio para representar a bissexualidade.[10]

Os triângulos sobrepostos.
Outro símbolo com o mesmo esquema de cores é um par de sobreposição de triângulos rosa e azul (o triângulo rosa é um símbolo bem conhecido para a comunidade homossexual) sendo o centro roxo na parte onde os triângulos se encontram.[11]

Simbolo Bissexual da lua.
Muitos indivíduos homossexuais e bissexuais têm um problema com o uso do símbolo do triângulo rosa, uma vez que era o símbolo que o regime de Hitler utilizava para marcar e perseguir os homossexuais (semelhante à Estrela de Davi amarela constituída de dois triângulos sobrepostos). Portanto, o símbolo da lua dupla foi concebido especificamente para evitar o uso dos triângulos.[12] O símbolo da lua dupla é comum na Alemanha e nos países vizinhos. Outro símbolo usado para a bissexualidade é um diamante roxo, conceitualmente, derivado do cruzamento de um dois triângulos, rosa e azul (respectivamente), colocados sobrepostos um ao outro.

Referências

  1.  [1]
  2. ↑ a b Rosario, M., Schrimshaw, E., Hunter, J., & Braun, L. (Fevereiro, 2006). Sexual identity development among lesbian, gay, and bisexual youths: Consistency and change over time. Journal of Sex Research, 43(1), 46–58. Retrieved April 4, 2009, from PsycINFO database.
  3.  Fox, Ronald C. (1995). Bisexual identities. In A. R. D'Augelli & C.J. Patterson (Eds.), Lesbian, gay, and bisexual identities over the lifespan. New York: Oxford University Press.
  4.  Weinberg, Thomas S. (1994). Research in sadomasochism: A review of sociological and social psychological literature. Annual Review of Sex Research, 5, 257–279.
  5.  Hyde, Janet Shibley, John D. DeLamater. Understanding human sexuality, 361. New York, NY. 10th ed.
  6. ↑ a b Frequently Asked Sexuality Questions to the Kinsey Institute. The Kinsey Institute. Página visitada em 16 de fevereiro de 2007.
  7.  Carey, Benedict. "Straight, Gay or Lying? Bisexuality Revisited", The New York Times, 5 de julho de 2005. Página visitada em 24 de fevereiro de 2007.
  8.  Research Summary from the Kinsey Institute.
  9.  Kinsey, A. C., Pomeroy, W. B., & Martin, C. E. (1948). Sexual behavior in the human male. Philadelphia and London: W. B. Saunders.
  10.  Page, Michael. Bi Pride Flag. Página visitada em 16 de fevereiro de 2007. "The pink color represents sexual attraction to the same sex only, homosexuality, the blue represents sexual attraction to the opposite sex only, heterosexuality, and the resultant overlap color purple represents sexual attraction to both sexes (bi)."
  11.  Symbols of the Gay, Lesbian, Bisexual, and Transgender Movements (26 de dezembro de 2004). Página visitada em 27 de fevereiro de 2007.
  12.  Koymasky, Matt; Koymasky Andrej (14 de agosto de 2006). Gay Symbols: Other Miscellaneous Symbols. Página visitada em 18 de fevereiro de 2007.

Ligações externas




Você sabia? Lista traz 12 celebridades bissexuais


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Sabia que o vocalista do grupo Green DayBilly Joe Armstrong, disse que sempre foi bissexual e que “é uma coisa linda”? E que Lindsay Lohan, que está sempre trocando de namorado, também já afirmou ser bissexual? Não importa a orientação, o talento continua o mesmo, mas é sempre interessante saber que algumas celebridades falam abertamente de sua vida pessoal e não têm medo (e por que deveriam ter, né?) de dizer que preferem se relacionar com homens e mulheres. Listamos 12 famosos bissexuais.
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Confira na galeria abaixo (clique em cada imagem para ampliar):_

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Fonte: Buzzfeed 


O que determina a bissexualidade?



Neste artigo me proponho a falar sobre um assunto pouco compreendido pela maioria: a bissexualidade.

Segundo o psiquiatra e psicodramatista Ronaldo Pamplona, no seu livro Os onze sexos, nascemos homens ou mulheres - biologicamente falando, mas isso sozinho não definirá nossa vida sexual. Iremos desenvolver durante nossa vida a formação da identidade sexual. E a maioria dos autores que estudam a psique humana dizem que isso ocorre na infância, em média entre os 5 e 7 anos de idade. Na prática é a sensação que nosso sexo psicológico está de acordo ou não com nosso sexo anatômico.

Quando a identidade sexual não está de acordo com a anatomia, é o que chamamos de transexualidade. Ou seja, ter um corpo de homem mas sentir-se com uma 'alma' feminina, esses são os casos que desejam cirurgias, mudança de sexo, etc.

Quando falamos de homossexualidade ou bissexualidade não temos nenhum problema com a relação corpo x identidade. O homossexual e o bissexual têm uma identidade sexual bem formada, gostam de suas características anatômicas e não desejam alterá-las.

O que determina a atração sexual?
Uma outra questão importante é a orientação afetivo-sexual, que faz parte da identidade sexual e também tem a influência de fatores que são biopsicossociais. Essa orientação afetivo-sexual diz respeito a sensação interna que cada pessoa tem de ser capaz de se relacionar amorosa e/ou sexualmente com alguém. É ela que vai determinar a sua atração sexual.
Se essa atração ocorrer por alguém de sexo igual ao seu - será uma atração homossexual, se a atração sexual for por alguém de sexo diferente do seu - será uma atração heterossexual, ou ainda se a atração sexual ocorrer tanto pelo sexo feminino como pelo masculino - será uma atração bissexual.
Não se sabe exatamente como essa orientação - inclinação - sexual se define, mas o mais importante é deixar claro que a orientação sexual não é uma opção pessoal. Também não é uma imaturidade sexual, nem uma 'safadeza' e sim uma orientação sexual desenvolvida com influências psicossociais e biológicas que ainda não se sabe ao certo o quanto podem interferir nessa orientação.

Essas questões ainda não são completamente definidas pela ciência. É importante deixar claro que essa orientação afetivo-sexual e seus desejos independem da vontade do sujeito, da vontade de seus pais ou familiares ou do grupo social que frequente.
Como funciona a bissexualidade?
Quando falamos de bissexualidade falamos de uma identidade de gênero bissexual, ou seja, a mulher (biologicamente falando) se sente psicologicamente mulher mas terá atração e desejo por homens e mulheres, o homem (biologicamente falando) se sente psicologicamente homem, mas terá atração por homens e mulheres.
A sexualidade do bissexual no dia-a-dia
Essa bissexualidade pode ocorrer em se sentir de forma igual essa atração, como pode ser vivida com uma vida sexual mais frequentemente heterossexual e com relações homo - ocasionais - ou mais que ocasionais. Também pode ocorrer com uma vida sexual mais frequentemente homossexual e com relações hetero - ocasionais - ou mais que ocasionais.
Como as pessoas sabem se são bissexuais ou se são homossexuais?
Uma pessoa bissexual percebe seu desejo, sua atração, por ambos os sexos. Se, por exemplo, um homem desconfia ser homossexual e não bissexual, é porque ele percebe sua não-atração, sua dificuldade de desejo por mulheres.
O que pode influenciar na busca de mais relações homo ou heterossexuais?
Por toda uma aprendizagem, pressão familiar e social, muitas pessoas com orientação bissexual podem restringir sua experiência a heterossexualidade ou a ter algumas aventuras ocasionais na homossexualidade. Mas se a orientação é bissexual os desejos bissexuais irão acontecer, na vida real, nas fantasias sexuais e em sonhos eróticos.
As pessoas podem assumir a bissexualidade em qualquer idade?
Sim. Existem muitas situações que podem interferir na vida das pessoas. Uma pessoa com uma orientação bissexual pode viver uma relação de amor intenso e significativo o que faz com que essa pessoa viva na heterossexualidade muito tempo. Mas é possível que se houver uma crise nessa relação, se houver uma separação, uma viuvez ou até a aproximação de alguém que se torne interessante e saiba seduzir, que o desejo bissexual venha à tona.
Estudo mostra que metade das pessoas eram bissexuais na década de 50
Kinsey, um estudioso da sexualidade humana, nos ajudou a entender os mecanismos da bissexualidade tanto de homens como de mulheres em Sexual behavior in the human male (1948) e Sexual behavior in the human female(1953), demonstrando através da escala Kinsey que avaliava o desejo, ou seja, a orientação afetivo-sexual. Na década de 50, segundo essa escala, 46% dos entrevistados eram exclusivamente heterossexuais, 4% exclusivamente homossexuais e 50% não se apresentavam exclusivamente nem homo e nem heterossexuais, mas bissexuais.
Fica como dica para as pessoas que quiserem entender melhor esse grande estudioso da sexualidade humana e suas ideias, o filme Kinsey: vamos falar de sexo, que entrou em cartaz há algumas semanas.



A ciência conclui: homens bissexuais existem



Boa notícia para os homens bissexuais: os cientistas decidiram que vocês existem. Pesquisadores da Universidade Northwestern confirmaram que os bissexuais realmente se excitam por homens e mulheres.
Naturalmente, os homens atraídos por ambos os sexos vêm dizendo isso há anos, mas há seis anos os pesquisadores da Northwestern disseram que esses homens deveriam estar apenas confusos sobre sua sexualidade.
O primeiro estudo acabou se mostrando errado, mas você não pode culpar os pesquisadores por não confiar com precisão no relato de por quem se sentem atraídos os homens bissexuais. E, realmente, numa época como essa, algumas pessoas estão tão perdidas quanto à sua própria orientação sexual que requerem terapias intensivas para fazê-las perceber que não são gays (ou quem sabe o contrário).
O estudo anterior, de 2005, pode ter sido distorcido porque os pesquisadores recrutaram homens através de anúncios em publicações gays. Para melhorar suas chances de encontrar homens estimulados pelos dois sexos, os pesquisadores recrutaram sujeitos de espaços on-line especificamente feitos para bissexuais.
Eles também exigiram que os participantes tivessem experiências sexuais com pelo menos duas pessoas de cada sexo, e um relacionamento romântico de pelo menos três meses com pelo menos uma pessoa de cada sexo.
Todos os participantes usaram sensores conectados a seus genitais enquanto assistiam pornô gay e pornô lésbico. Os pesquisadores descobriram que os homens bissexuais responderam a ambos os vídeos, enquanto os homens gays e heterossexuais não.
Pelo menos, agora, os bissexuais não podem dizer que ninguém os entende – a ciência acabou de revelá-los (embora o motivo para tanta atração por todos os lados seja mais obscuro). Infelizmente, os cientistas ainda não voltaram sua atenção para as mulheres bissexuais ainda; quer dizer, será que elas existem também?[Jezebel]




Quem são e o que querem os bissexuais?


A ideia parece simples a princípio, mas, na prática, costuma ser difícil explicar a alguém o que é ser bi. Bissexual é quem sente atração sexual por pessoas de ambos os sexos. Ok, nisso todo mundo concorda. Mas, me diga, como funciona essa atração?

Bissexuais precisam transar sempre com um homem e uma mulher ao mesmo tempo? São promíscuos por natureza? Estão só de “zueira” e não querem nada sério com a vida e relacionamentos? São gays que não querem se assumir ou estão num processo de transição entre a heterossexualidade a homossexualidade?

Existem muitas maneiras diferentes de ver a bissexualidade, e algumas delas bastante carregadas de preconceito. Na indústria pornô, por exemplo, é comum nos filmes para o público hetero a existência de cenas em que duas mulheres se pegam ao transar com um cara. Essa é a ideia mais clássica da bissexualidade feminina: de que existe pra satisfazer o fetiche masculino do sexo entre duas mulheres.

Já a representação da bissexualidade masculina parece mais uma extensão do pornô gay. Geralmente, as cenas são feitas por dois gays e a mulher presente é uma mera coadjuvante. Ou então, um dos caras parece todo “machão” e o outro um gay que se aproveita do tesão desse macho pela mulher presente na transa. É uma maneira de satisfazer o fetiche gay do sexo com homens supostamente heterossexuais.

Felizmente, o cinema pornô está longe ser aquela “manifestação artística” que melhor descreve a realidade das coisas. Aliás, eu diria de cara que a atração sexual por homens e mulheres é apenas uma parte da orientação sexual. Ser bissexual também implica sentir-se livre para se envolver emocionalmente e afetivamente com pessoas de ambos os sexos, o que é mais difícil ainda de ser entendido por quem vê isso de fora.

Não significa que bissexuais sejam incapazes ou não queiram ter um relacionamento sério com uma única pessoa, seja ela homem ou mulher. Muito menos significa que não sejam capazes de se satisfazer sexualmente ou emocionalmente com um único alguém. Bissexuais se apaixonam, amam, namoram e podem casar, como qualquer outro ser humano, hetero ou gay. Só não limitam suas possibilidades a um único gênero.

Também não quer dizer que bissexuais estão mais predispostos à putaria ou à infidelidade do que os outros seres. Amor e sexo funcionam para os bi da mesma forma que para as outras expressões da sexualidade humana. Associar a bissexualidade a perversões ou à promiscuidade é um preconceito similar ao sofrido por gays, lésbicas, e etc, etc, etc. Aliás, só pra colocar um contraponto, qualquer passada rápida pela internet revela que a maior parte do conteúdo pornográfico existente ainda é de heterossexuais para heterossexuais.

Por fim, dizer que a bissexualidade é um estágio de transição entre uma vida hetero e uma vida homossexual, pra mim, soa também como um preconceito (um pré-conceito, mesmo no sentido etimológico do termo). Já me deparei com muitos gays que não coadunam com a ideia de que a bissexualidade exista, que consideram essa expressão diversa da sexualidade como uma forma de não se assumir gay.

Como para toda pessoa que possui uma sexualidade divergente da heterossexualidade normativa, se assumir bissexual é um processo longo e doloroso. Então, considerando que o mais difícil – não se reconhecer como hetero – já foi superado, por que diabos um bissexual não se assumiria gay se assim o fosse? A mim parece que ainda temos um caminho longo a percorrer para que a sociedade, de forma geral (incluindo heteros, gays e tudo que está entre os dois), consiga compartilhar da ideia de que a sexualidade humana é muito mais complexa e diversa do que apenas algumas palavras são capazes de expressar.



Por que as homens bissexuais são menos aceitos do que as mulheres?



"Bom, eu sou homem e eu tenho fetiches considerados totalmente estranhos e totalmente incompreendidos para muitos heterossexuais e até homossexuais própriamente ditos.
Gosto de me parecer mulher, de me vestir de mulher, porém sempre gostei mais de mulheres e até hoje sinto mais atração pelo sexo feminino. Porém no caso dos homens eu sinto atração a aqueles que tenham um toque mais feminino, principalmente os travestis. Não curto aqueles tipos de homem macho com um tom mais masculino. Aliás, um homem masculino puro nunca foi o meu forte.

Eu gosto mais da femininidade, não importa se é de homem ou mulher.

Inclusive eu vejo uns videos porno com um travesti e uma mulher transando juntos (Sim, existe), e eu acho maravilhoso e me imagino no meio dessa cena.
Muitos me julgam anormal por este comportamento por eu ser quase um travesti que gosta travestis e mulheres também. Mas isso não vem ao caso.

O que eu queria entender é por que as mulheres bissexuais são mais abertamente aceitas do que os homens?
Por que os homens são mais restritos aos seus desejos do que as mulheres?

Por que para uma mulher, a bissexualidade é normal e para um homem é considerada anormal?

Sou eu então uma pessoa anormal?

Não digo que as mulheres também não sofram desse preconceitos, mas eu vejo que são mais abertamente aceitas do que os homens. Inclusive existem inumeros casos de mulheres ditas 'heterossexuais' tendo relações homossexuais com outras mulheres.

Agora quanto aos homens, sempre querem restringi-los contra as suas vontades. Muitos deduzem pré-julgando que o cara não se descobriu ainda e que na verdade é um gay enrustido e muitos insistem em dizer que não existem homens bissexuais.
Interessante que tem até mulheres bissexuais que condenam os homens serem bissexuais.

Experimente um homem heterossexual que vê uma cena com duas mulheres se beijando. O cara vai ao delirio.
Por que com uma mulher hetero a reação não é a mesma coisa com os homens bissexuais? Sei que não são todas, tem até umas que adoram até demais. Mas muito raro.

Mas o que é incrivel é como um homem bi é totalmente repudiado e com as mulheres a aceitação é totalmente diferente. Até as própriamentes ditas heterossexuais, as aceitam numa boa.

Eu faço essa pergunta porque eu contei uma vez para uma garota com quem eu me apaixonei sobre as minhas fantasias. Ela até gostava de mim, mas me rejeitou depois disso. Mas o interessante é que ela também já teve um relacionamento homossexual, porém ela sempre insistiu ser heterossexual
E também há preconceitos por partes dos homossexuais e já fui rejeitado por um transexual sabendo que eu tbm gosto de me vestir de mulher como ele.

Rejeição é uma coisa complicada. =/

Eu vejo que a bissexualidade é mais difícil de ser compreendida do que a homossexualidade, principalmente para os homens, é triste isso. = P

Na minha opinião, eu acho que é uma coisa deveria ser ser mudada e acabar de vez com esse mundo machista e que tanto as heteros como homossexuais compreendem que a bissexualidade existem sim, principalmente para homens como eu!

Vivemos num mundo hoje em dia aonde a mulher pode tudo e homem não pode nada.

É apenas a minha opinião."




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