O NASCIMENTO CÓSMICO DO SER HUMANO


O NASCIMENTO CÓSMICO DO SER HUMANO

Evoluímos para o nada? Como tudo na vida, a evolução tem um objetivo e, como nada na vida tem um objetivo para o nada, ela só pode existir se nos conduzir a uma meta prévia e cosmicamente definida.
Para quem acredita em reencarnação a evolução é um processo contínuo e tem apenas uma pausa quando, num dado nível de evolução, a consciência objetiva se extingue.
Existimos espiritualmente fora do tempo e espaço antes de nascermos e cada um de nós tem uma idade cósmica específica de acordo com o número de encarnações. Ou seja, o nosso nível evolutivo depende do número de encarnações que tenhamos vivenciado.  É a vida, por meio de nossa consciência objetiva (nossos cinco sentidos físicos) que produz o gradual despertar da consciência em nós através do movimento do tempo e espaço.
Diferentemente do mundo espiritual, a vida é movimento e é este movimento que produz a evolução em todos os seres vivos. É por esta razão que a vida se reveste de uma importância cósmica fundamental no processo do despertar da consciência cósmica.
Enquanto não abrirmos completamente nossa consciência, a maioria de nós existe no plano espiritual em estado de dormência. Ainda estamos nos preparando para nascer no mundo espiritual. Por isso, precisamos encarnar e experienciar o movimento da consciência.
Ora, o tempo e o espaço são efeitos da consciência objetiva dada através dos nossos cincos sentidos (a saber: tato, paladar, olfato, audição e visão). Sem estes sentidos não temos nenhuma referência espaço-temporal. Portanto, ao morrermos naturalmente perdemos todos estes sentidos e nossa consciência mergulha num estado sem movimento e, portanto, extático, sem evolução.
O movimento só pode ocorrer a partir de um referencial. Dizemos que algo sem move quando no decorrer do tempo a distância entre este e outra coisa se altera. Ao encarnarmos nossa consciência é movida pelo tempo e espaço. E, tudo que se move evolui. Assim, podemos deduzir que a vida é a principal motriz da evolução. Vivendo, nossa consciência está o tempo todo se movendo e, portanto, evoluindo inevitavelmente. A consciência se move através do pensamento.
É por esta razão que a vida e o viver são tão importantes. Cada momento que vivemos implica numa mudança de consciência e, consequentemente, de algum grau de evolução mesmo que não tenhamos autoconsciência disto.
Sendo assim, o importante não é o que tenhamos na vida basicamente (como bens materiais) para atribuir a ela (a vida) algum valor. O valor dela é existir. O nosso valor é existir, ou melhor, ter consciência (em algum grau) e isto envolve todos os seres vivos.
Neste sentido, não há diferença entre a vida de um pobre de bens e um afortunado materialmente, por exemplo, no aspecto espiritual enquanto função da vida, do viver. A dedução deste pensamento é que a velhice, algum tipo de deficiência, o acúmulo de bens ou a falta destes não são impedimentos para o crescimento interior enquanto houver movimento da consciência. Consequentemente, não há uma vida inútil. Toda vida, em sua trajetória pessoal é, foi e será a coisa mais importante na evolução de uma encarnação.
Não importa a velhice, não importa algum grau de impotência física ou material. Cada segundo consciente é fundamental rumo ao despertar da consciência de forma integral. E, quando este despertar ocorre a consciência permanece despertar depois que o ser iluminado morre. Só mantemos a consciência desperta após a morte se, antes, tivermos despertado a consciência enquanto vivíamos.
Cada hora, cada minuto, cada segundo é extremamente precioso para a nossa encarnação. Podemos resumir de uma forma muito simples que, antes de tudo, precisamos estar vivos. A primeira coisa que nos mantém vivos e que depende de nossa decisão, já que a respiração é automática e natural, é a alimentação. Então, antes de tudo, a alimentação é a coisa mais básica e fundamental para todos os seres vivos. É por esta razão que devemos sempre agradecer pelo alimento que comemos.
No nível humano o alimento espiritual também é imprescindível para acelerar o nosso nascimento cósmico.
Acordamos quando um de nossos (ou todos) sentidos objetivos, seja a audição, o tato, o olfato ou visão desperta. A partir daí a nossa consciência começa a se mover. É também por esta razão que sempre devemos agradecer por acordarmos.
Assim, uma vida saudável, tanto física quanto mentalmente, é a coisa mais importante a ser preservada, pois, nos foi dada a oportunidade de evoluirmos até alcançarmos a plena consciência da imortalidade, quando também atingimos a paz profunda. Devemos agradecer cada fração de segundo por estarmos conscientes.
Podemos resumir, portanto, que a vida é o bem mais precioso, pois, ela nos permite evoluir e não importa se estejamos em cima de uma cama, numa cadeira de rodas, desprovidos de membros, etc. Cada minuto desperto é fundamental para o nosso crescimento espiritual.
Na vida, precisamos de bem pouco, como já disse o grande filósofo grego Sócrates. Basta estarmos vivos para nos regozijarmos com isto!
Se é verdade que precisamos também alimentar nossos espíritos, isto implica, no entanto, apenas melhorarmos a nossa qualidade de vida.
A vida nos dá o movimento necessário à nossa evolução e esta evolução nos conduz à consciência da imortalidade.
Eis, portanto, a partir desta premissa, a razão porque devemos agradecer por estarmos vivos, por nossos alimentos, pela conservação de nossa saúde e por acordarmos todos os dias.
O ser humano não se encarna por castigo ou punição, mas para atingir a comunhão com Deus. A vida é um presente divino e por ela devemos agradecer todos os instantes.
Hideraldo Montenegro

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