ANNA KARIÊNINA - LEON TOSTOI : LIVRO E FILME





Liév Tolstói escreveu 'Anna Kariênina' entre 1873 e 1877, prestes a completar 45 anos. Depois de escrever o romance 'Guerra e paz', entre 1863 e 1869, dedicara-se aos afazeres agrícolas, além de fundar escolas, elaborar e difundir teorias e técnicas pedagógicas polêmicas e estudar o grego com afinco. Ao mesmo tempo, foi acumulando uma impressionante quantidade de informações sobre o tsar Pedro, o Grande. Seu intuito era escrever um romance sobre a época em que Pedro I foi o imperador da Rússia. Após tentativas obstinadas, Tolstói desistiu do projeto. Por outro lado, nutria a idéia de fazer um relato sobre uma mulher adúltera, da alta sociedade. Durante um tempo, estes dois temas levaram vidas independentes em seu pensamento. Quando a imaginação os uniu, 'Anna Kariênina' começou a nascer. Em janeiro de 1875, a revista Mensageiro russo publicou os primeiros catorze capítulos de Anna Kariênina. Tolstói distribuiu ao longo do livro os temas que o inquietavam, discutidos pelos personagens - a guerra da Sérvia, a administração agrícola, o regime da propriedade da terra, a relação com os trabalhadores, a decadência da nobreza, a educação das crianças, o casamento, a religião, o serviço militar compulsório, as teorias de Spencer, Lasalle, Darwin e Schopenhauer. Estruturado em paralelismos, o livro se articula por meio de contrates - a cidade e o campo; as 'duas capitais' da Rússia (Moscou e São Petersburgo); a alta sociedade e a vida dos mujiques; o intelectual e o homem prático, etc. O tema é descentralizado a cada novo episódio. Os dois principais personagens, Liévin e Anna, só se encontram uma vez, em toda a longa narrativa. Mas nem por isso estão menos ligados, pois a situação de um permanece constantemente referida à situação do outro. Anna viaja a Moscou para tentar salvar o casamento em crise de seu irmão. Consegue ajudá-lo, mas acaba pondo a perder o seu próprio, apaixonando-se por um aristocrático militar por quem larga o marido e o filho pequeno. Liévin, um rico e jovem proprietário de terras rurais, vive às voltas com problemas de conflitos de classe de seus lavradores e questionamentos existenciais profundos. Nesta tradução, Rubens Figueiredo busca preservar ao máximo os traços do original russo. Frases longas foram mantidas em sua integridade, assim como a freqüente repetição das palavras. Além das notas de rodapé, elaboradas pelo tradutor, este volume conta com uma árvore genealógica dos principais núcleos familiares e uma lista completa de personagens, que facilitarão muito a leitura deste grande clássico.

Fonte:http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=1143885&sid=62497113814524607148414718

Uma das melhores obras de Tolstói, o romance Ana Karênina narra a história do amor difícil e controvertido vivido pela protagonista Ana na Rússia czarista. Ela é uma mulher casada que vai atrás de seu amante Vronski mas, arrebatada por uma paixão proibida, resvala cada vez mais para um abismo de mentiras e destruição. Tolstói questiona o significado da vida e da justiça social tendo como pano de fundo as crises familiares. É o maior romance do adultério na literatura universal.


Como todas as obras de Leon Tolstói, esse livro é extenso e critica a aristocracia com a propriedade de quem faz parte. Anna Karenina conta mais do que a história de uma mulher que se casou por conveniencia. Ele é um retrato da Rússia na epóca de Tolstoi (O livro foi escrito entre 1875 e 1877).
A sociedade Russa é representada por diversos personagens que aparecem durante o romance e as relações entre eles caracterizam as relações que existiam entre as várias classes sociais, além de falar sobre temas nada discutidos na epóca como aborto e o adultério.
Anna é uma mulher da alta sociedade e excelente mãe, casada com Alexei Karenine, um homem do estado, mundano e escravo das aparências. Tudo está bem até que ela se vê perdidamente apaixonada por Vonskri. Ela então abre mão de tudo para viver com seu amante. Como tem medo de não ser mais amada pelo mesmo, toma atitudes desesperadas.
Levine, jovem que corre atrás do porquê de sua existência, explora e analisa todas as perspectivas possíveis como religião e ciência.
Com todos os valores morais, religiosos e políticos envolvidos na trama, o leitor fica sempre entre o bem e o mal. As extensas lutas morais internas das personagens (chegando a incomodar, pois tendemos a tomar partido de alguma personagem) mostra porque essa obra é um clássico.
É muito interessante também a forma que ele aborda o socialismo e o comunismo e a forma irônica que fala sobre o capitalismo.
O final do romance é chocante e nada pretensioso, e eu, pessoalmente, fiquei decepcionada (não pela maneira que foi escrita, e sim porque tomei partido na história) mas é nele que as principais questões do livro são respondidas: Devemos ir contra tudo e contra todos para sermos felizes? Devemos nos preocupar com a opinião dos outros?
É um livro complexo, com muitas personagens e, como é um romance russo, cada personagem tem vários nomes. Ele tem uma abordagem filosófica e psicológica das personagens que permite suas dissertações religiosas no romance.

Fonte:http://trocaletras.wordpress.com/2009/03/14/anna-karenina-leon-tolstoi/


 
Ficheiro:AnnaKareninaTitle.jpg


Anna Karenina (Анна Каренина), ou Ana Karênina, em algumas traduções (Anna Karénina, na transliteração direta para o alfabeto latino), ou Anna Kariênina, conforme a edição mais recente em língua portuguesa (publicada no Brasil pela editora Cosac & Naify, em 2010), é um romance do escritor russo Liev Tolstói, publicado entre 1873 e 1877. É uma das obras-primas do autor, ao lado de Guerra e Paz.
Este romance tem um dos inícios mais conhecidos da literatura mundial: "Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira".

A trama gira em torno do caso extra-conjugal da personagem que dá título à obra, uma aristocrata da Rússia Czarista que, a despeito de parecer ter tudo (beleza, riqueza, popularidade e um filho amado), sente-se vazia até encontrar o impetuoso oficial Conde Vronski.
No decorrer da obra, também são tratadas questões importantes da vida no campo na Rússia da época, onde algumas personagens debatem a respeito das melhores maneiras de gerir suas propriedades de terras, bem como o tratamento com os camponeses, então chamados de mujiques.

Adaptações para o cinema
Esta história teve várias adaptações para o cinema, e entre as mais conhecidas estão:
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Anna_Karenina

No início da história, o príncipe Stepan Oblonsky, conhecido como Stiva, está discutindo com sua esposa, Dolly. Ele tinha um caso amoroso com a governanta dos seus filhos, e ela estava ameaçando deixá-lo. Ele está contente que sua irmã, Ana Karenina, chegará no dia seguinte para visitá-los e ajudar a acalmar as coisas entre ele e Dolly. Ana é casada com um destacado oficial em São Petersburgo, e circula nos mais altos círculos da sociedade russa com a reputação de ser uma mulher charmosa.
No mesmo dia, Oblonsky encontra seu amigo Constantine Levin, que acaba de chegar de sua propriedade rural. Levin está na cidade para ver a cunhada de Oblonsky, Kitty Shcherbatskaya, pois Levin está um tanto apaixonado pela jovem de dezoito anos. Oblonsky sugere um encontro com Levin mais tarde naquela noite no parque, onde Kitty costuma patinar no gelo.
Levin vai ao parque. Ele patina com Kitty e flerta intensamente com ela, mas ela demonstra sinais contraditórios. Durante o jantar com Oblonsky naquela noite, Levin descobre que tem um rival no amor de Kitty: o conde Alexis Kirilovich Vronsky. E, de fato, quando Levin se declara a Kitty, ela o rejeita, esperando que Vronsky faça sua proposta em breve.
Quando Oblonsky vai à estação de trem para encontrar Ana na manhã seguinte, ele encontra Vronsky, que está esperando por sua mãe para pegar o mesmo trem. Eles descobrem que Ana e a mãe de Vronsky viajaram na mesma cabine, e sua mãe gostou muito de Ana. Assim, Vronsky tornou-se fascinado pelo espírito e vitalidade de Ana. Antes que eles deixem a estação, um guarda ferroviário é atropelado e morto por um trem que estava passando. Diante dos apelos de Ana, Vronsky deixa 200 rublos para a viúva do guarda.
Ana habilmente convence Dolly a não deixar Oblonsky. No baile da noite seguinte, Kitty nota que Vronsky está distraído e desatento a ela. A fonte da sua distração fica clara quando ela observa Vronsky dançando uma valsa com Ana. Os dois estão completamente apaixonados, e o coração de Kitty fica despedaçado. Ela percebe que suas esperanças estão acabadas; Vronsky nunca quis se casar com ela.
Levin parte para ver Nicolai, seu irmão mais velho, que está doente e vive em condições depravadas. Desgostoso com toda a viagem, Levin deixa Moscou. Ana parte no mesmo dia que Levin, no trem para São Petersburgo. Durante uma breve parada, Vronsky surge na plataforma e diz a ela que ele está apaixonado e a seguirá até São Petersburgo. Ana afirma que isso é impossível e tenta retomar sua vida, mas ela está constantemente aborrecida com tudo.
A desilusão amorosa de Kitty Shcherbatskaya acaba se manifestando em sintomas físicos. Sua família decide mandá-la para uma estação de águas na Alemanha para que ela recupere sua saúde.
Na sua volta para São Petersburgo, Ana começa a circular mais frequentemente nos ambientes onde está certa de encontrar Vronsky. Ana diz para si mesma que ela simplesmente gosta da sua atenção, mas logo admite para si mesma que os sentimentos dele constituem a inteira paixão da sua presente existência. O comportamento de ambos rapidamente atinge o reino do Socialmente Inaceitável. Karenin é um homem extremamente preocupado com as aparências, e por essa razão ele confronta Ana. Ela desdenha sua preocupação, e o casal prontamente se afasta um do outro. Vronsky e Ana consumam seu amor e Ana diz, "Tudo está acabado. Agora nada mais tenho além você. Lembre-se disso."
Enquanto isso, Levin prepara sua fazenda para a chegada da primavera. Ao contrário de muitos proprietários, Levin aprecia o trabalho duro no campo. Oblonsky chega para visitar sua propriedade e vender uma de suas florestas a um negociante local chamado Ryabinin com um sério prejuízo. Antes que ele parta, Oblonsky conta a Levin que Kitty está doente e que Vronsky deixou Moscou em busca de Ana.
Em São Petersburgo, o caso de Vronsky e Ana torna-se rapidamente conhecido. A sociedade local está aguardando ansiosamente pela derrocada de Ana, e a família de Vronsky está ficando preocupada que este romance esteja distraindo-o de progredir na sua carreira. No meio de tudo isso, Vronsky está se preparando para participar de uma corrida de cavalos. Pouco antes da corrida, Vronsky visita Ana. Ela diz a ele que está grávida. Vronsky então se apressa para a corrida. Ana e seu marido comparecem à corrida, mas se sentam em lugares afastados. O cavalo de Vronsky cai e quebra a espinha, mas ele nada sofre.
Na corrida, Karenin observa como Ana reage fisicamente quando Vronsky cai. Ele a confronta sobre seu caso, dessa vez com mais intensidade. Ana confessa seus sentimentos por Vronsky e diz que odeia Karenin. Karenin exige que ela observe "condições externas de propriedade" até que ele possa se proteger, presumivelmente através de um divórcio.
Na estação de águas na Alemanha, Kitty conhece Varenka, uma jovem e piedosa mulher. Kitty tenta imitar seu senso de profunda espiritualidade e ser caridosa como a jovem. Ela não consegue atingir o mesmo tipo de compreensão com os menos afortunados que Varenka tem, mas passa a se conhecer um pouco melhor quando ela deixa a estação de águas. Enquanto isso, Dolly e as crianças mudam-se para sua propriedade no campo para economizar dinheiro enquanto Oblonsky está em São Petersburgo. Levin os visita, e Dolly sugere que ele proponha casamento a Kitty novamente. A sugestão embaraça Levin. Mas quando ele revê Kitty alguns dias mais tarde, ele percebe que ainda a ama.
Karenin decide que a única opção é forçar Ana a romper relações com Vronsky e ficar com ele. Ao menos exteriormente, isto preservará o status quo. Na mesma manhã, Vronsky recebe uma visita do seu amigo Serpukhovskoy, que oferece a ele a chance de dar um salto em sua carreira deixando o regimento. Vronsky recusa porque isso o afastaria de Ana.
Levin tenta evitar pensar em Kitty, que está vivendo com Dolly a menos de trinta quilômetros dali. Ele desenvolve uma "teoria" econômica de trabalho que envolve trabalho cooperativo e propriedade da terra. Ele tenta implementar a teoria na sua fazenda, mas os camponeses respondem com muito menos entusiasmo que Levin. No final de setembro, Levin recebe uma visita surpresa do seu irmão tuberculoso Nicolai. Nicolai está abatido e obviamente muito doente; sua morte é iminente. Depois que Nicolai parte, Levin afunda em melancolia. Ele começa a ver morte por toda a parte e fica deprimido sobre sua própria alma.
Os Karenins estão vivendo juntos em um estado de tensão. Ana continua a ver Vronsky fora da casa. Uma noite, os dois homens se encontram quando Vronsky está se apressando para ver Ana. Esta é a primeira noite em que Vronsky nota que os acessos de ciúme de Ana a tornam menos atraente para ele. Ana conta a ele sobre um pesadelo que teve envolvendo um velho camponês imundo. Vronsky teve o mesmo pesadelo e fica horrorizado. Karenin enfrenta Ana novamente. Diante da sua resolução implacável, ele diz que pretende começar o processo de divórcio.
Durante um jantar na casa dos Oblonskys, Levin e Kitty se reencontram e descobrem um novo interesse mútuo. Kitty dá a perceber que ela iria aceitar se Levin propusesse casamento novamente. Ele o faz, e eles começam a planejar seu casamento.
Ana fica perto da morte depois de dar à luz a filha de Vronsky. Vronsky está em outra sala, chorando. Ver Ana naquele estado de agitação incita Karenin ao perdão. Chorando abertamente, ele perdoa tanto a ela quanto a Vronsky em um estado de grande alegria e felicidade. Karenin envergonha Vronsky dizendo que, não importa quanto os dois o tenham humilhado, Karenin não deixará Ana. Devastado pela nobreza de Karenin, Vronsky vai para casa e tenta o suicídio, atirando em si mesmo com um revólver. A bala erra seu coração, e ele se recupera com a ajuda da sua cunhada. Enquanto se recupera, Ana permanece deslumbrada pelos generosos sentimentos do seu marido, mas ela ainda se sente asfixiada. Oblonsky, sentindo a tortura da situação, visita Karenin e o encoraja a iniciar o processo de divórcio novamente. Em um momento de emoção, Karenin concorda. Ao saber dessa notícia, Vronsky imediatamente abandona seus deveres militares e corre à casa dos Karenins. Mas embora Ana esteja exultante em vê-lo, ela não aceitará a oferta de divórcio de Karenin.
Levin e Kitty têm um maravilhoso casamento a despeito da preocupação de Levin com seu agnosticismo. As conversas de outros convidados sobre os casamentos fracassados que eles vivem ou conhecem dão uma nota sombria à cerimônia.
Ana e Vronsky deixam a Rússia e viajam pela Itália. Vronsky ganha um novo interesse em pintura e começa um retrato de Ana. Ele abandona este interesse quando ele encontra um pintor famoso chamado Mikhailov. A superior dedicação de Mikhailov à arte, juntamente com seu magistral retrato de Ana, reduzem grandemente a confiança de Vronsky. Eles decidem retornar à Rússia.
Levin está desiludido, pois seu casamento parece consistir em pequenas brigas que ele outrora tinha considerado risíveis em outros casais. As coisas não correm bem até que Levin recebe a notícia que seu irmão, Nicolai, está à beira da morte em Moscou. Kitty vai com eles e cuida do moribundo com grande cuidado e ternura. Levin ganha uma nova admiração por ela. Kitty anuncia sua gravidez pouco depois da morte de Nicolai.
Karenin sofre sob as humilhações da opinião pública e uma carreira estagnada. Sua única amiga é a Condessa Lydia Ivanovna, que o encoraja a juntar-se a ela em sua variedade de Cristianismo emocional. Quando retornam a São Petersburgo, Ana e Vronsky são recebidos com a infeliz notícia de que foram colocados à margem da alta sociedade, especialmente Ana. Mesmo assim, Ana testa isso comparecendo à opera. Ana cria uma cena e é insultada por membros da sociedade. Ana culpa Vronsky pela perda da sua posição social, obrigando-o a fazer constantes garantias do seu amor. Eles se mudam para sua propriedade no campo.
Muitas pessoas visitam os Levins na sua propriedade naquele verão. Varenka e Koznyshev têm um breve romance que termina quando Koznyshev se mostra muito tímido para propor casamento. Oblonsky chega com Vasenka Veslovsky, um jovem e belo playboy, que se apressa em flertar de forma inapropriada com Kitty. Levin, que já se sente inseguro sobre seu relacionamento com Kitty, teme um adultério e expulsa Veslovsky.
Um dia, Dolly vai visitar Ana na propriedade de Vronsky. Embora no início ela fique impressionada pelo luxo em que Ana e Vronsky vivem, e pela vitalidade de Ana, ela em breve se sente desconfortável. Eles têm que conviver com pessoas de classes inferiores e estão rodeados de parasitas. Além disso, Ana está em declínio: ela se recusa a aceitar a oferta de divórcio de Karenin, pouco cuida da sua filha, toma morfina para dormir, e usa controles de gravidez por temer que Vronsky perca o interesse nela se engravidar novamente.
Ana está cada vez mais paranóica e dependente de Vronsky. Quando ele comparece às eleições em Moscou e fica um dia a mais que o planejado, ela o engana para que ele retorne. Vronsky sente-se cada vez mais sufocado por suas demandas. No fim, ela concorda em escrever a Karenin pedindo o divórcio e o casal se muda para Moscou.
Os Levins também estão em Moscou, esperando pelo nascimento do seu primeiro filho. Levin sente-se desconfortável na cidade, mas faz o melhor que pode. Sob influência de Oblonsky, Levin não só faz as pazes com Vronsky mas também concorda em visitar Ana, a quem ele nunca tinha encontrado. Levin fica completamente fascinado por Ana. Quando ele retorna para casa, Kitty fica furiosa por ele ter ido ver Ana e poder ver a mudança nele. Ele fica acordado até tarde confortando Kitty e garantindo a ela o seu amor. Enquanto isso, o fascínio de Ana sobre Vronsky está desmoronando; eles frequentemente trocam hostilidades. Ela não teve notícias de Karenin sobre seu pedido de divórcio, e isto faz suas relações serem ainda mais tensas. Esta noite, Kitty entra em trabalho de parto. O nascimento leva 22 horas e Levin reza pela primeira vez em anos. Quando seu filho nasce, Levin experimenta um sentimento de profunda alegria e felicidade.
Oblonsky visita Karenin para pressioná-lo sobre o divórcio de Ana. Karenin reage com grande emoção e afirma que seu Cristianismo não o permitirá fazer tal coisa. Enquanto isso, as relações entre Ana e Vronsky continuam a azedar. Ana torna-se mais ciumenta, e Vronsky torna-se mais frio e distante. Vronsky passa mais tempo fora de casa, e sua mãe o encoraja a casar com a jovem Princesa Sorokin. Eles brigam naquela noite e novamente na manhã seguinte; Vronsky a deixa desgostoso. Ana toma uma dose de morfina e escreve um bilhete para Vronsky implorando seu perdão e pedindo para que ele retorne de uma vez. Então, em desespero, ela vai visitar Dolly.
Os próximos capítulos tratam principalmente dos pensamentos de Ana. Ela vai ver Dolly, mas Kitty está lá. As duas irmãs reagem a Ana de forma pouco delicada, e elas têm pouco sobre o que conversar. Ela parte e retorna para casa, onde acha tudo e todos repulsivos. Desesperada para ver Vronsky, ela parte para a estação de trem de Nizhni. No caminho da estação, Ana está em um terrível estado mental. Para ela, tudo é desprezível e o mundo está cheio de feiúra, miséria e ódio. Esmagada, ela sai do trem depois de uma parada. Ela encontra o cocheiro de Vronsky, que entrega um bilhete frio da parte do seu patrão. Sentindo-se miserável, ela vaga pela plataforma. Subitamente, ela se lembra do funcionário que morreu no primeiro dia em que ela encontrou Vronsky, e decide o que deve fazer. Ela desce até os trilhos e espera pelo trem que se aproxima. Ela morre pedindo perdão a Deus, e sua última visão é a do camponês do seu sonho.
Dois anos mais tarde, há um grande movimento de simpatia russa pelos povos eslavos governados pelos sérvios. Quando Koznyshev, o meio irmão de Levin, vai à estação de trem para seguir para a fazenda de Levin, há vários grupos de homens que estão seguindo como voluntários para combater com os eslavos. Um desses voluntários é Vronsky. O movimento voluntário é a única esperança de Vronsky; ele tem sido um farrapo desde a morte de Ana. A luta deu a ele alguma coisa para se interessar. Alexis Karenin tomou a filha de Vronsky, e ele é incapaz de pegá-la de volta. Vronsky envelheceu muito e age como se estivesse em uma prisão mental.
O lar dos Levins é um exemplo de trabalho útil e felicidade doméstica. Levin é torturado por dúvidas religiosas e lutas espirituais, e estes assuntos o estão perturbando tanto que mesmo Kitty começou a se perguntar o que está se passando na cabeça do seu marido. Nas suas palavras, a questão básica de Levin é: "Se eu não aceito as respostas dadas pelo Cristianismo às perguntas da minha vida, que respostas eu aceito?" Ele medita sobre seu momento de oração durante o trabalho de parto de Kitty e constantemente questiona e se tortura sobre suas dúvidas. Às vezes isso se torna tão forte que ele deseja se matar. Ele tenta se distrair com sua família e o trabalho na fazenda, com relativo sucesso.
Ele experimenta uma epifania em uma conversa com um camponês chamado Teodoro. Ele percebe que já tem estado vivendo por Deus. Ao apreciar sua família e seus empregados, e dedicando-se ao bem-estar dos outros ao seu redor, ele está se comportando da maneira que Deus deseja que ele faça. Ele reforça esta crença quando uma tremenda tempestade acontece e ele corre para procurar Kitty e o bebê nos bosques. Enquanto busca por eles, um raio atinge uma árvore na sua frente. A árvore é queimada e tomba aos seus pés. Quando ele os encontra ilesos um momento mais tarde, ele é dominado pelo alívio. A experiência renova sua crença em Deus. Mais tarde naquela noite, Levin reflete uma vez mais sobre a natureza das suas questões, e decide que sua crença em Deus pertence somente a ele, e que não tem o direito de fazer comentários sobre os relacionamentos das outras pessoas com o Senhor. Kitty chega e pergunta sobre o que ele está pensando, mas ele tem escrúpulos sobre falar com ela sobre isso. É um assunto pessoal, ele percebe, que pode não afetar sua vida exterior mas que fará toda a diferença na sua paz interior.
 
Fonte:http://www10.brinkster.com/ricardomoraes/pt/res/resanaka.htm
 
 
“Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira.” Esta enigmática frase inicia o romance de Leon Tolstoi. Ela introduz a situação que fará Ana sair de São Petersburgo para ir até Moscou tentar salvar o casamento do irmão Stiepan Arcádievitch Oblonski. Ana karênina depara-se com Vronski, um homem jovem e sedutor, bem diferente do seu marido Karenin, vinte anos mais velho do que ela e mais preocupado com a sua posição aristocrática do que com a vida pessoal e familiar. Quando o inicia-se o caso entre Ana e Vronski, Karenin tem uma atitude de cautela, pedindo para que a esposa fosse ao menos discreta nos seus amores. Um exemplo disto é momento no qual Vronski sofre um acidente durante um campeonato de equitação e Ana se desespera:
- Que te pareceu incorreto no meu comportamento?- O desespero que não soubeste esconder quando caiu um dos cavaleiros.Karenin aguardava que ela respondesse, mas Ana permaneceu calada, o olhar fixo diante de si. - Já te pedi que te comportasse corretamente em sociedade para que as más línguas nada tivessem a dizer de ti. De uma vez falei-te, mesmo, das nossas relações íntimas; agora, não, agora falo das relações externas. Comportaste-te de forma inconveniente e desejaria que isto não voltasse a repetir-se. (Ana Karênina p. 209).
Ana enfim, decide-se a abandonar o filho e o marido e vai viver com o amante, mas sua vida não se torna um “mar de rosas”, já que ela sente que terá de pagar um preço pela atitude: ser vista como uma mulher adúltera e sem escrúpulos. Aos poucos, Ana se desespera no medo de perder tudo que lhe restou: o amor de Vronski. Por mais que este lhe dispusesse cuidados e carinhos ela não se sente segura. Coração insaciável é o de Ana, que se torna possessiva e dualista. Às vezes fica feliz por ter tomado a decisão de abandonar a família para viver com Vronski, em outros momentos, se sente culpada por estar longe do filho que teve com Karenin. As brigas entre Ana e Vronski se tornam cada vez mais freqüentes e ela cobra atenção do amante:
_ Naturalmente quisestes ficar e ficaste. Fazes tudo o que queres (...) – exclamou, cada vez mais exaltada. - Acaso alguém aqui discute os teus direitos? Queres ter razão, pois fique com ela. Vronski fechou a mão, endireitando-se, e no rosto pintou-se-lhe uma expressão ainda mais firme. - Para ti é uma questão de casmurrice, sim, de casmurrice – repetiu ela, olhando fixamente Vronski, quando encontrou um qualitativo para aquela expressão que tanto a irritava. – Para ti o que importa é saber qual de nós acabará por sair vencedor. Mas para mim... – outra vez sentiu compaixão por si própria e pouco faltou para romper a chorar. – Se soubesses o que significa para mim a tua hostilidade, sim, é essa a palavra! Se soubesses o medo que eu tenho de uma desgraça em momentos assim, o medo que tenho de mim mesma! – e Ana voltou o rosto para esconder as lágrimas. .(ANA KARÊNINA Vol.2 p. 250.).A morte de Ana é sua vingança contra Vronski, que para ela, já havia esquecido de seu amor. Descontrolada ela se suicida na mesma estação de trem na qual os dois se conheceram. “Escrito na estrelas”? Difícil questão a ser respondida, já que Leon Tolstoi construiu o romance sob um clima de maus presságios da protagonista, agoniada por viver uma história de amor condenável aos olhos de todos e que por isso, sempre esperava que algo de mal fosse acontecer para destruir a felicidade conseguida a custo de lágrimas alheias. Vronski tem a guerra da Sérvia como solução para a sua tristeza.
_ O meu único mérito – tornou Vronki – está em que a vida para mim nada mais significa. Apenas sei que ainda me resta energia suficiente para entrar na liça e matar ou morrer. Compraz-me saber que existe alguma coisa por que possa das a minha vida, e não porque precise dela, mas apenas porque se me tornou odiosa. Assim servirá a alguém – acrescentou, com um movimento de impaciência do maxilar, resultado da dor no maxilar que o atormentava e, outrossim, não lhe permitia falar com a expressão desejada. (ANA KARÊNINA VOL.2 p. 320.).Um romance de adultério? Uma crítica à sociedade aristocrata? A estória de amor entre Ana e Vronski poderia ter se tornado piegas e exageradamente romântica, não fosse a habilidade de Tolstoi em incutir-lhe um tom introspectivo e dualista que leva o leitor a sentimentos diversos em relação à Ana... ora culpada, ora vítima de uma paixão desenfreada por um homem que lhe proporcionaria todos os carinhos que a família clássica da aristocracia não lhe proporcionava mais.
 
 
Fonte:http://licrisdevaneiosliterarios.blogspot.com.br/2009/05/ana-karenina-leon-tolstoi.html
 
 
 
 
Li e reli Anna Karenina há algum tempo. Quando realmente gosto de um livro, leio, volto, releio sem pudores ou preguiça. Os temas: ciúme, fé, fidelidade, família, casamento, sociedade, progresso, desejo carnal, o campo, a cidade, e a paixão são evocados nesse livro e Tolstói carrega nas tintas do espiritualismo.
Um pouco sobre o autor…
Antes de falarmos sobre o romance “Anna Karenina” é necessário falar um pouco sobre : Leon Tolstoi. Sobre ele podemos dizer que recebeu herança de uma das famílias mais antigas na Rússia. Sua educação acadêmica e cultural seguiu o rígido e tradicional padrão do século XVIII. Uma de suas particularidades sempre foi a auto-análise acentuada.

Em 1844, Leon freqüentou a Universidade de Kazan. Muito cedo ele mostrou um desprezo para o aprendizado acadêmico, mas se interessou o suficiente na faculdade de Direito (o melhor caminho de estudo) para freqüentar as aulas com alguma regularidade. A Universidade de Kazan, próximo a São Petersburgo, em Moscou, foi um grande centro social para a classe superior. Depois de formado, passou um período em Moscou e logo se alistou na guarnição do Cáucaso, seguindo seu irmão Nicolai, oficial do exército russo.
Em 1856, após abandonar a carreira militar, Leon Tolstoi passou a viver em sociedade, ampliando suas relações pessoais. Viajou à Europa, visitando diversos países. Ao regressar, isolou-se em sua propriedade rural, determinado a dedicar-se à literatura. Casou-se nesse período com Sofia Bers, com quem teve nove filhos. O objetivo fundamental da natureza de Tolstoi era a busca da verdade, para dar sentido da vida, aos objetivos finais de arte, à felicidade da família -e a Deus. No casamento, sua alma encontrou uma liberação desta busca incessante, e uma vez se aproximando de seu ideal de felicidade de família, Tolstoi entrou no maior período criativo de sua vida.
Em 1865, iniciou a elaboração de “Guerra e Paz”, uma das maiores obras literárias de todos os tempos. Trata-se de um extenso romance que aborda as guerras napoleônicas e traça um quadro da sociedade russa do século 19.
Em fins da década de 1866, Leon Tolstoi escreveu “Anna Karenina”, que também obteve grande repercussão. Aos poucos, suas inclinações se voltaram para a religião. Leon Tolstoi se tornou pouco a pouco um cristão evangélico, uma espécie de apóstolo, pregando para os seus. Ao renegar a religião ortodoxa, acabou excomungado pela Igreja. Quando escreveu “Anna Karenina”, Tolstoi entrou em crise prolongada. Para ele, o sentido da vida consistia em viver em função de uma “bondade interior”, concluiu. Somente através do compromisso emocional e religioso se poderia descobrir esta verdade natural. Ao interpretar os Evangelhos, Tolstoi descobriu que toda a mensagem de Cristo estava contida na idéia de que “vós não resistais ao mal”. Essa doutrina da “não-resistência” se tornou a base de Tolstoi: um sistema de idéias em que se prioriza viver de acordo com a natureza, renunciando aos refinamentos artificiais da sociedade.
Suas posições políticas também se radicalizaram, tendendo ao anarquismo. Tolstoi criou uma escola alternativa para a qual chegou a redigir os livros didáticos. Suas convicções cada vez mais exaltadas atraíam a atenção de místicos do mundo inteiro. Ao mesmo tempo, ampliava-se sua fama de grande romancista.
Distanciando-se cada vez mais de sua família, Tolstoi decidiu entrar para um mosteiro. Planejou a fuga e, no dia 31 de outubro de 1910, finalmente embarcou num trem, acompanhado apenas da filha Alexandra e de um criado. Com a saúde abalada, foi obrigado a descer na cidadezinha de Astapovo, sendo acolhido pelo próprio agente da estação.
O fato tornou-se público e telegramas e visitas começaram a chegar de toda a Rússia e de outras partes da Europa. Leon Tolstoi resistiu apenas alguns dias, falecendo pouco depois.
E agora, vamos ao romance.
O romance começa com a crise na família Oblonsky quando Dolly, sua mulher, descobre que seu marido tem uma amante. Anna Karenina, irmã de Sr. Oblonsky, chega para reconciliar o casal e dissuade Dolly de obter um divórcio. Ele tinha um caso amoroso com a governanta dos seus filhos, e ela estava ameaçando deixá-lo. Anna é casada com um destacado oficial em São Petersburgo, e circula nos mais altos círculos da sociedade russa, com a reputação de ser uma mulher charmosa e invejada por sua beleza.
Quando Oblonsky vai à estação de trem para encontrar Anna, ele encontra um certo tenente Vronsky, que está esperando por sua mãe que chegaria no mesmo trem. Eles descobrem que Anna e a mãe de Vronsky viajaram na mesma cabine, e sua mãe gostou muito de Anna. Assim, Vronsky tornou-se fascinado pelo espírito e vitalidade de Ana. Antes que eles deixassem a estação, um guarda ferroviário é atropelado e morto por um trem que estava passando. Diante dos apelos de Anna, Vronsky deixa 200 rublos para a viúva do guarda.
No mesmo dia, Oblonsky encontra seu amigo, Constantine Levin, que acaba de chegar de sua propriedade rural. Levin é um proprietário de terras, socialmente desajeitado, mas de coração generoso, ele é intelectual e filósofo, mas destina o seu pensamento para questões práticas como a agricultura. Ele pretende ser sincero e ter uma vida produtiva em tudo que faz, e se demite do seu cargo no governo local, porque ele a vê como algo inútil e burocrático. Levin é uma figura de proa na novela. Ele está na cidade para ver a cunhada de Oblonsky, Kitty Shcherbatskaya, pois Levin está muito apaixonado pela jovem de dezoito anos. Oblonsky sugere um encontro com Levin mais tarde naquela mesma noite em um parque, onde Kitty costuma patinar no gelo.
Levin vai ao parque. Eles patinam juntos e flerta intensamente com ela, mas ela demonstra sinais contraditórios. Durante o jantar com Oblonsky, naquela noite, Levin descobre que tem um rival no amor de Kitty: o conde Alexis Kirilovich Vronsky. E, de fato, quando Levin se declara a Kitty, ela o rejeita, esperando que Vronsky faça sua proposta em breve.
No baile da noite seguinte, Kitty nota que Vronsky está distraído e desatento a ela. A fonte da sua distração fica clara quando ela observa Vronsky dançando uma valsa com Anna. Os dois estão completamente apaixonados, e o coração de Kitty fica despedaçado. Ela percebe que suas esperanças estão acabadas; Vronsky nunca quis se casar com ela.
A desilusão amorosa de Kitty Shcherbatskaya acaba se manifestando em sintomas físicos. Sua família decide mandá-la para uma estação de águas na Alemanha para que ela recupere sua saúde. A desilusão amorosa de Kitty acaba se manifestando em sintomas físicos. Na estação de águas, na Alemanha, Kitty conhece Varenka, uma jovem e piedosa mulher. Kitty tenta imitar seu senso de profunda espiritualidade e ser caridosa como a jovem. Ela não consegue atingir o mesmo tipo de compreensão com os menos afortunados que Varenka tem, mas passa a se conhecer um pouco melhor quando ela deixa a estação de águas.
Levin a visita, e Dolly sugere que ele proponha casamento a Kitty novamente. A sugestão embaraça Levin. Mas quando ele revê Kitty alguns dias mais tarde, ele percebe que ainda a ama. Kitty dá a entender que ela aceitaria se Levin propusesse o casamento novamente. Ele o faz, e eles começam a planejar o casamento.
Na sua volta para São Petersburgo, Anna começa a circular mais freqüentemente nos ambientes onde está certa de encontrar Vronsky. Ela diz a mesma que gosta da atenção de Vronsky, mas logo admite para si que os sentimentos dele constituem a paixão da sua presente existência. O comportamento de ambos rapidamente atinge o reino do socialmente inaceitável.
Karenin, marido de Anna é um homem extremamente preocupado com as aparências, e por essa razão ele confronta Anna. Ela desdenha de sua preocupação, e o casal prontamente se afasta um do outro. Vronsky e Anna consumam seu amor.
Em São Petersburgo, o caso de Vronsky e Ana torna-se rapidamente conhecido. A sociedade local está aguardando ansiosamente pela derrocada de Anna, e a família de Vronsky está ficando preocupada que este romance esteja o impedindo de progredir na sua carreira.
Karenin, marido de Anna, sofre sob as humilhações da opinião pública e uma carreira estagnada. Sua única amiga é a Condessa Lydia Ivanovna, que o encoraja a juntar-se a ela em seu cristianismo emocional. Quando retornam a São Petersburgo, Ana e Vronsky são recebidos com a infeliz notícia de que foram colocados à margem da alta sociedade, especialmente Anna.
E agora, como essa história toda vai terminar? Bem, não serei eu aquele que contará todas as felicidades e tristezas, cabe ao leitor ter a coragem de ler as muitas páginas desse ótimo romance. E vou para por aqui para que você leia.
“Anna Karenina” é um romance psicológico no qual o uso do “monólogo interior” de todos os personagens é constante. Cada personagem principal, através do auto-discurso, expõe sua vida interior recapitulando suas motivações, suas experiências anteriores, seus planos para o futuro. O monólogo interior dá definição verbal para os processos semi-articuladas de consciência dos personagens nesse romance.
Outro ponto que merece ser observado neste romance formidável é a descrição que Tolstoi nos oferece dos padrões de casamento sem esperança, na sociedade urbana. Apesar de exibir a união feliz de Kitty e Levin, Tolstoy, em última análise, afirma que os casamentos baseados apenas no clamor do sexo enfraquecem a busca do indivíduo para a “bondade imanente”.
Enquanto Tolstói escreveu Anna Karenina, no entanto, ele ainda exultava com o sucesso de seu próprio casamento. O casamento é um compromisso, porque a família representa parte integrante de sua busca da realidade essencial. Seus interesses externos e seu amor são veículos que ajudam a descobrir a verdade da bondade interior.
Se em “Guerra e Paz”, Tolstoi dá atenção especial para as forças da consciência de massa e mudança cultural em um contexto histórico, ‘Anna Karenina’, em um nível muito mais íntimo, ilustra as forças que permitem aos indivíduos enfrentar os desafios. Eles devem superar a crise e a estagnação com o compromisso ou então sucumbir.
Concupiscência carnal, vestuário ornamental, alimentar fantasias são outros sintomas da influência corruptora da civilização. De acordo com suas crenças, Tolstoi renunciou a todos os direitos autorais de suas obras desde 1881, repartiu sua propriedade entre os seus familiares e vestido de camponês, comia apenas vegetais. Desistiu de bebidas alcoólicas e tabaco, envolvidos em trabalho manual e mesmo em aprender a fazer as suas próprias botas. Renunciando a arte criativa de seus refinamentos corruptos, Tolstoi escreveu trechos polêmicos e contos que incorporavam a sua nova fé.
Enquanto Anna é a figura central e simbólica da história, Konstantin Levin é o seu herói. Anna e aqueles ao seu redor derivam sua experiência de vida dos padrões altamente desenvolvidos da civilização urbana, enquanto Levin é um produto das circunstâncias menos rígidas e individualistas que fazem parte das origens primais da Rússias. Seus valores derivam de sua ligação profunda à propriedade ancestral, enquanto Anna depende de seu papel social como uma dama da alta sociedade. Apesar de suas origens opostas, ambos os protagonistas buscam um significado mais profundo para a vida além das restrições definidas pela sociedade contemporânea. Anna e Levin procuram o amor como sua essência de vida. Mas como veremos, por caminhos diferentes.
Enfim, em “Anna Karenina”, encontramos um Tolstoi extremamente crítico aos padrões sociais da época e que nos coloca diante de personagens que estão dispostos a viver, amar e buscar o amor e suas verdades pessoais.
Um clássico é uma história que atravessa o tempo. E mesmo com sua linguagem datada, os dramas e as escolhas pessoais de seus personagens nos fazem refletir acerca do que existe de mais complexo e mais envolvente – as relações humanas dentro do mundo que criamos ou somos obrigados a viver.
Anna Karenina é um clássico universal, uma obra que deve ser lida. E merece um lugar na sua estante e entrar para a lista de seus melhores livros.

Fonte:http://www.bonslivrosparaler.com/romance-psicologico/anna-karenina/

Para quem acha que é mais um romance de mulher adúltera, pode estar enganado. Esse livro conta toda a situação política da Rússia no século XIX. Anna só aparece lá pela página 60 e some bem antes do témino do livro.
A 1ª vez que tive contato com Tolstoi foi quando eu fiz um curso de Teologia e li "O reino de Deus está em vós", ele prega o cristianismo pacífico, é tipo de uma anarquia, já que recusa o governo dos homens, o poder da igreja e principalmente a estupidez da guerra. No livro "Anna Karenina" é fácil identificar as ideias descritas no "O reino de Deus está em vós", atráves do personagem Liêvnin, que é o próprio Tolstói, seu alter-ego.
Era leitura do
desafio literário do mês de março, mas, pelo menos para mim, literatura russa não dá para ler direto em um mês sem ao menos fazer uma pesquisa sobre a situação naquela época, se for para eu ler e não entender, prefiro não ler. Foi por isso que eu fiz Teologia, inventei de ler a Bíblia e não entendi nada, fiz o curso, além de depois conseguir ler a Bíblia, tive uma das maiores experiências da minha vida.Teologia significa estudos sobre Deus, não quer dizer que é sobre religião, embora esteja totalmente ligada uma coisa com a outra, é a busca do homem por algo superior. Tanto que a palavra religião vem do latim religare, ou seja ligar o homem a Deus, o tal do elo perdido. Ironicamente eu sou cética que é diferente de ser ateu, ser cético é não ter certeza se Deus existe porque não tem como provar, já ateu significa negação de Deus, ele não acredita de jeito nenhum.
Voltando ao "Anna": É um livro que precisei pesquisar um pouco, portanto não é uma leitura fácil. Tolstói é extremamente detalhista na descrição física e psicológíca dos personagens, também a descrição do ambiente: a casa, os móveis, os empregados, a cidade, os amigos, a política, os ricos, os camponeses, é possível criar um filme na sua cabeça com todas as informações que ele passa sobre tudo.
Anna era uma mulher influente na sociedade, tinha sua vida normal com seu marido e filho, tudo transcorria muito bem, era bem tratada pelo marido (isso me lembrou muito "
Casa de bonecas") e até que algo a tirou de sua vidinha rotineira, algo despertou dentro dela e viu que as coisas não estavam tão bem como ela imaginava, de repente ela percebeu que era capaz de amar outra pessoa além do marido e que para ter esse amor ela deveria abdicar sua vida confortável, estar à margem da sociedade, ao invés de ser influente, agora seria motivo de escândalo. Mas até que ponto somos capazes de suportar insultos, rejeição por defender o nosso amor ou nossas crenças? O quanto se suporta por amar mais o outro que si próprio? Tudo isso traz a própria anulação, humilhação, todas as nossas verdades são confrontadas. Ela tinha ido salvar o casamento do irmão e destruiu o seu próprio. Ela era linda, perfeita, simpática, até dar um basta e mostrar que não sabia o que era capaz de fazer até perceber que vivia uma ilusão, obedecia regras pré-estabelecidas pela sociedade, fazia o que era para o bem geral e não o bem para ela mesma, mas infelizmente Anna não conseguiu ser forte o suficiente para suportar tudo. Anna representa a Rússia. Seu marido representa os nobres que prezam a aparência, a boa vida e a hipocrisia, seu amante representa o militarismo, a guerra. Os costumes da época são um tanto curiosos, por exemplo: a família para ser chic, falavam em francês entre si, para ser cult falavam em alemão, era como uma negação da própria cultura, é achar que o estrangeiro é mais evoluído. Anna quebrou paradigmas, a Rússia também deveria sair da zona de conforto e romper com o conformismo e lutar com amor, o amor que Anna demonstrou quebrando todas as barreiras sociais, não com armas, mas com ações. O nome Anna significa, em hebraico, cheia de graça. Graça significa "favor não merecido", amar sem esperar nada em troca porque o outro nem merece tanto. É o amor doador. Por exemplo: Graças a Deus! quer dizer: mesmo não merecendo esse amor de Deus, foi-me concedido!
Ai que vontade de falar muito e de mais personagens e de todas as ideias que passam na minha cabeça, mas cada dia falamos menos, tudo está se resumindo a 144 caracteres (twitter), ninguém tem mais paciência para grandes reflexões.
Agora estou pronta para ler Guerra e Paz, dizem que é o melhor livro dele.

O FILME
 


Embora haja 3 ou 4 filmes, vi o mais recente com Sophie Morceau, Sean Bean e Alfred Molina, enfoca mais a história da Anna, é fiel ao livro, atores, figurino, cenário e trilha sonora, perfeitos. Muito bom!

Fonte:http://organizando-o-caos.blogspot.com.br/2010/07/anna-karenina-leon-tolstoi.html

ÚLTIMA VERSÃO CINEMATOGRÁFICA

Dirigido por Joe Wright, famoso por suas adaptações literárias para as telonas --ele já comandou filmes como "Orgulho e Preconceito" e "Desejo e Reparação"--, "Anna Karenina", baseado no romance do russo Liev Tolstói.

Na trama, quem vive a personagem que dá título ao longa é a atriz Keira Knightley. Ambientado em 1874, a história exibe a extravagante sociedade do império Russo em que Anna Karenina ocupa uma posição na alta sociedade de São Petesburgo e é casada com Karenin (Jude Law), um alto funcionário do governo.

Divulgação
Atriz Keira Knightley em cena de "Anna Karenina", longa dirigido por Joe Wright que estreia em fevereiro em São Paulo
Atriz Keira Knightley em cena de "Anna Karenina", longa dirigido por Joe Wright
 
Anna viaja para Moscou após receber uma carta de seu irmão mulherengo, pedindo que ela o ajude a salvar seu casamento.
A caminho, ela conhece a Condessa Vronsky (Olivia Williams), que é recebida na estação de trem por seu filho, o galante oficial da cavalaria Vronsky (Aaron Taylor-Johnson). Quando Anna é apresentada à Vronsky, surge uma atração mútua que não é ignorada.

Fonte:http://guia.folha.uol.com.br/cinema/1210241

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