PESQUISADORES DESCOBREM QUE CÃES PODEM PROTEGER E DETECTAR DOENÇAS INCLUSIVE O CÂNCER



Pesquisadores descobrem como cães podem detectar doenças

Cada vez mais precisa graças aos modernos aparatos tecnológicos, a medicina diagnóstica tem um novo aliado — mais prosaico, porém, bastante eficiente: o focinho dos cachorros. Pesquisas recentes mostram que o "melhor amigo do homem" tem um faro e tanto para doenças, principalmente o câncer. Com narizes afiados, os "doutores caninos" conseguem identificar a presença de substâncias indicadoras de diversos males que normalmente só seriam descobertos por equipamentos sofisticados.

Desde que começaram a ser domesticados, há cerca de 14 mil anos, os cães usam o focinho para ajudar seus donos. No início, farejavam de longe a presença de inimigos ou de presas em potencial. Mais tarde, passaram a integrar equipes de detecção de drogas. Com seus 220 milhões de células olfativas — o homem tem apenas 5 milhões —, eles são capazes de encontrar substâncias ilícitas mesmo quando muito bem escondidas, localizar pessoas soterradas e detectar jazidas de minérios.

É natural que a medicina começasse a investigar se os cachorros poderiam ser aliados dos laboratórios no diagnóstico de doenças. E eles passaram no teste. Recentemente, a revista especializada European Urology deu destaque a uma pesquisa do urologista francês Jean-Nicolas Cornu, que mostrou a eficácia dos focinhos na detecção do câncer de próstata. Com uma simples amostra de urina, os cachorros alcançaram 91% de precisão nos diagnósticos.

Na pesquisa, um pastor-belga foi treinado durante dois anos pelo método de condicionamento para cheirar e reconhecer na urina de portadores desse tipo de câncer compostos voláteis que são biomarcadores dos tumores malignos. As 66 amostras — metade delas positiva — foram congeladas para preservação e, depois, aquecidas. O animal, então, foi colocado em contato com todas, sem que os pesquisadores soubessem quais eram de pacientes com câncer ou pessoas saudáveis. O pastor diagnosticou o câncer corretamente em 30 das 33 amostras positivas. E acertou mais que os médicos: em um dos três casos nos quais supostamente havia errado, o paciente passou por nova biópsia que comprovou o câncer de próstata.

"O estudo mostra que os cachorros podem ser treinados para detectar esse tipo de câncer farejando a urina, com uma taxa de sucesso significativa. Ele sugere que o câncer de próstata provoca um odor diferente na urina. Identificar a substância volátil envolvida na doença poderá nos levar a uma ferramenta em potencial para o diagnóstico preciso", disse ao Estado de Minas Jean-Nicolas Cornu. "Certamente, os cachorros conseguem reconhecer o odor de uma molécula que é produzida pelas células cancerígenas. Mas ainda não sabemos qual é e, infelizmente, os cães não podem nos dizer."

Em sua mucosa nasal, os cães têm um rico depósito de nervos olfativos, que se conectam à região do lobo cerebral, altamente desenvolvida em termos sensoriais. Os cães, diz Cornu, usam o farejamento para maximizar a detecção de odores, cuja capacidade é mil vezes superior à humana. Farejar significa inalar e exalar o ar rapidamente, uma atividade que aciona o hipotálamo, área do cérebro associada a comportamentos sexuais e sociais.

Salvadores

Muitas vezes, mesmo cães sem treinamento conseguem detectar doenças. No artigo “Dogs smell cancer, diabetes, danger, diseases, death & bed bugs”, o consultor em medicina microbiológica americano Donald Reinhardt descreve o caso de uma mulher que entrou em coma diabético. O cachorro dela latiu incessantemente até que os vizinhos chamassem a polícia. Pouco depois de chegar à emergência, ela foi medicada e saiu do coma. "Por trás desse evento em particular há o fato de que labradores conseguem detectar hipo e hiperglicemia em pacientes diabéticos antes mesmo que um exame indique que eles têm a doença", escreveu Reinhardt.

Pelo menos uma instituição já está treinando cachorros para detectar baixos níveis de açúcar no sangue. "Mas exatamente como eles conseguem perceber se a pessoa tem hipoglicemia continua um mistério", disse Mark Ruefenacht, fundador da Dogs for Diabetics, em Concord, na Califórnia, nos Estados Unidos. Portador da doença, Ruefenacht criou a ONG em 2003, inspirado pelo fato de um labrador que ele treinava para servir de guia a cegos o acordar durante a noite. "Eu havia me esquecido de checar o nível de açúcar no sangue antes de dormir, e acho que o cão percebeu que a glicose estava alta", relata. Os cães – com nível de precisão de 90% – são treinados e doados a portadores de diabetes 1.

No início do ano, uma labradora tornou-se popular no Japão por conseguir detectar, com alto grau de precisão, câncer de intestino, mesmo os de fase inicial. Assim como no caso dos tumores de próstata e do diabetes, os cientistas acreditam que compostos químicos desse tipo de câncer circulem pelo corpo e sejam identificados pelos cães. Com isso, abre-se perspectiva para desenvolvimento de testes que descubram a doença antes que ela se espalhe pelo organismo.

No experimento, a cadela treinada fez 74 testes de farejamento, por vários meses. As amostras vieram de 48 pessoas com câncer de intestino e 258 saudáveis, ou que tiveram tumores, mas já curados. Metade delas pertencia a indivíduos com pólipos intestinais, que, embora benignos, podem ser precursores desse tipo de câncer. Parte do teste foi feita com material de pacientes com outros problemas do aparelho digestivo, como úlcera, diverticulite e apendicite.

A labradora conseguiu identificar quais as amostras eram cancerígenas com 95% de acertos.


Fonte:Paloma Oliveto - Correio Braziliense
Publicação: 06/03/2011


Cães conseguem detectar câncer de pulmão com o olfato


Os cães têm uma grande capacidade para detectar o câncer de pulmão com seu olfato apurado, uma descoberta que abre caminho para um diagnóstico precoce desta doença, afirma um estudo realizado na Áustria e publicado nesta quarta-feira.


"Os cachorros não têm qualquer problema para identificar os pacientes com tumores cancerígenos", explica Peter Errhalt, chefe do departamento de pneumologia do hospital de Krems (nordeste da Áustria) e um dos autores da descoberta.


Os cães do estudo sentiram o cheiro de 120 amostras de hálito de pessoas doentes e saudáveis e conseguiram identificar em 70% dos casos as que sofriam com câncer de pulmão.


Este resultado é tão promissor que está previsto um novo estudo de dois anos com amostras de 1.200 pessoas, indicou Peter Errhalt em coletiva de imprensa.


Os resultados do estudo austríaco coincidem com outros testes realizados nos Estados Unidos e Alemanha.


O objetivo em longo prazo é determinar quais são exatamente os odores que os cachorros são capazes de detectar, explica Michael Muller, do hospital Otto Wagner de Viena, que colaborou com o estudo.


Se for alcançado este objetivo, os cientistas poderão construir uma espécie de "nariz eletrônico" para diagnosticar o quanto antes o câncer de pulmão e aumentar assim as possibilidades de sobrevivência dos pacientes.

Fonte:AFP - Agence France-Presse
Publicação: 05/12/2012 15:31Atualização: 05/12/2012 16:31

Conviver com cães evitaria algumas infecções em bebês

WASHINGTON - As crianças que convivem com cães têm menos chances de apresentar alguns tipos de infecções nos ouvidos ou problemas respiratórios do que aquelas que não têm bichos de estimação, segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira.

O estudo, publicado na revista americana Pediatrics, não especifica os motivos do resultado, mas sugere que ficar perto de um cachorro que passa parte de seu dia ao ar livre fortaleceria o sistema imunológico da criança em seu primeiro ano de vida.

Os gatos também ofereceriam este tipo de proteção para os bebês, mas o efeito seria menor do que com os cães.

O estudo incluiu 397 crianças, com entre nove e 52 semanas, na Finlândia. Durante um ano, elas foram levadas pelos pais para análises de sua saúde.

A conclusão dos médicos foi de que os bebês que convivem com gatos ou cães têm 30% menos chances de apresentar sintomas de infecções respiratórias - que incluem tosse, rinite e febre -, enquanto quase metade provavelmente não sofrerá infecções de ouvido.

"As crianças que tiveram contato com cães e gatos em casa ficaram significativamente mais saudáveis durante o período de estudo", destacam os médicos do Hospital Universitário Kuopio na Finlândia.

A diferença mais notória foi observada entre as crianças que convivem com um cachorro dentro de casa por seis horas ao dia, contra aquelas que não têm bichos de estimação ou os colocam para fora de casa.

"Apresentamos uma evidência preliminar de que ter um cão pode ser benéfico contra infecções no trato respiratório durante o primeiro ano de vida", destaca o estudo.

"Consideramos que o contato com animais ajudaria a amadurecer o sistema imunológico, levando a uma resposta imunológica mais tranquila e a uma breve duração das infecções", destaca.

O resultado foi significativo, inclusive depois que os cientistas descartaram outros fatores influentes, como não ter sido amamentado, ficar em creche, ser criado por fumantes ou por pais com asma, ou conviver com outras crianças.

Além de ter menos infecções nos ouvidos e infecções respiratórias, os bebês que vivem com cães tendem a precisar de menos tratamentos com antibióticos na comparação com aqueles que vivem em casas sem mascotes.

Estudos anteriores demonstraram resultados diversos, desde aqueles que apontaram que ter bichos de estimação não representa nenhum benefício às crianças até os que afirmam que o contato com animais ofereceria proteção contra resfriados e doenças estomacais.

Mas os autores do estudo na Finlândia destacam que sua análise se diferencia por ter  concentrado exclusivamente o primeiro ano de vida e não inclui a presença de outras crianças.
 
Fonte:AFP - Agence France-Presse
Publicação: 09/07/2012
http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2013/02/07

 

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