MÍDIA SEM PAPEL : REDUZIR O CONSUMO É POSSÍVEL



Muito melhor do que reciclar papel, é reduzir o consumo. Por isso, ainda me surpreende muito o desperdício massivo envolvido na comunicação impressa.
Esse papo das gráficas de revistas e jornais de que são sustentáveis não me convence. São centenas de toneladas de papel que vão para o lixo quase que instantaneamente. Por exemplo, para boa parte das pessoas, um jornal vira embrulho de peixe ou forro de gaiola após um simples folhear para conferir as fotos. É muito desperdício! Sem falar nos folhetos de publicidade…
Deixei de consumir o papel de jornais e revistas há alguns anos. Recentemente, cortei os livros também — essa decisão também tem a ver com o fato de ser um fardo enorme carregar toda a biblioteca que vou acumulando sempre que mudo de casa.
Como é depender exclusivamente de mídia eletrônica, para alguém que sempre foi viciado em papel? Para mim, está tudo ótimo. Melhor que antes até.
Ler livros no Kindle é excelente. Não tenho do que reclamar. Os únicos livros que ainda talvez compre são aquelas edições especiais com capa dura e papel mais durável, para ler e reler várias vezes por toda a vida — tipo bíblia.
Já ler sites e notícias no tablet (iPad 2, no meu caso) ainda não é muito confortável porque o aparelho é meio pesado. No entanto, a experiência de leitura ainda é bem melhor que as jurássicas revistas e jornais. Outro dia peguei um desses catálogos semanais de anúncios (tipo Veja ou Época) e achei muito ruim o reflexo da luz na página e todo o trabalho de ficar tentando deixar reta a revista aberta no colo.
Ler sites comuns no iPad às vezes não é muito agradável porque as letras ficam pequenas. Mas aplicativos gratuitos específicos como o Zite, ou de sites como Huffington Post ou CNN fornecem uma experiência de leitura ótima.
Notei um único lado negativo na dependência exclusiva de mídia eletrônica para leitura.
Sinto que é mais difícil ter concentração para ler. Ao acostumar a ficar escaneando conteúdo interessante na web, agora, ao menor sinal de tédio, tenho o impulso de saltar para o próximo parágrafo, capítulo ou seção.
Foram-se os tempos em que sentava com um livro na mão e lia tudo sem pular nada, totalmente concentrado. Mas isso parece ser mais um efeito colateral da internet em geral do que das mídias eletrônicas.

Fonte:http://maegaia.com.br/2012/04/midia-sem-papel/

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