MEDITAÇÃO DRUÍDICA



Visualização dos Ciclos Naturais


Essa é uma sugestão pessoal para ser realizada durante o mês e visa trabalhar os ciclos lunares, dentro de nossos ciclos pessoais em conformidade aos trabalhos meditativos do Caer Siddi.

Comece com uma
meditação simples e, em seguida, faça a visualização dos seguintes elementos:



Imprima o gráfico acima (para facilitar a visualização) e coloque o seu nome no centro.

A cada novo ciclo lunar iremos trabalhar um novo símbolo, ligado ao Druidismo e à Cultura Celta, com o objetivo de expandir a nossa consciência.

Vamos começar com a Lua Minguante, para "limpar" as energias, com o símbolo do Ogham Luis que rege a proteção e a riqueza: "Luis é a sorveira, o abrir dos olhos, olhando atentamente o que está ao redor, percebendo as possibilidades de toda a realidade próxima. É a percepção do que está ali. É a guardiã vigilante em posição na entrada da mente, do coração. É o vigia iluminando a noite com luz de tochas. É o estado alerta que ajuda a garantir a segurança da cidade ou de si mesmo, um castelo de bem-estar para o indivíduo e para o grupo." - Bellovesos Isarnos.

Com a entrada da Lua Nova, vamos trabalhar a expansão da alma com o Triskel, que rege os
Três Reinos Celtas: Céu, Terra e Mar.

Na Lua Crescente, vamos visualizar o Caldeirão da Abundância que está presente em muitos mitos celtas e, neste caso, será regido por Dagda que, no folclore irlandês, era chamado de "O Bom Deus" e possuía todas as habilidades e conhecimentos, sendo bom em tudo.

E, na Lua Cheia, visualizaremos o
Triban, o símbolo da Awen que, para os povos galeses, era a inspiração divina, o fluir da plenitude e o caminho da iluminação interior.

Os símbolos são forças ancestrais que, inconscientemente, nos conectam ao Outro Mundo, onde poderemos acessar as várias possibilidades de crescimento e o poder da nossa verdadeira essência.

Que assim seja!




Meditação dos Três Caldeirões

A meditação é fundamental ao autoconhecimento, o aprofundamento no caminho druídico e o contato com o divino, para alcançarmos o equilíbrio físico, mental e espiritual. A seguir uma meditação baseada nas práticas de Ian Corrigan - Arquedruida e líder da ordem druídica ADF.

Sentados, relaxem os ombros, os braços e as pernas. Apóie firmemente os pés no chão e mantenha a coluna ereta. Feche os olhos e respire profundamente expandindo a barriga e enchendo o peito de ar, segure durante 3 segundos e expire soltando o ar... Relaxe! (repita três vezes)

Os pensamentos passam por você como nuvens... Respire tranquilamente e deixe a sua mente imaginar.

Não muito longe, debaixo dos nossos pés - o fluxo de energia da Terra encontra o seu caminho que flui em rios profundos, muitas vezes ele sobe à superfície do mundo através de rachaduras e eixos.

Imagine agora que o fluxo se amplia, ligando-o às águas a partir da base dos seus pés, seguindo pelas pernas até a base da sua coluna. Respire fundo e imagine um caldeirão, no seu ventre, enchendo-se com as águas da terra... Conforme o caldeirão enche, sinta a força do seu corpo, o calor do sangue e a dureza dos ossos... Energizado e fortalecido pelo fluxo de energia da Terra, no Caldeirão do Aquecimento, respire profundamente e relaxe o corpo, deixando ir embora todas as tensões.

Respire tranquilamente...

Imagine agora que o fluxo de água sobe pela sua coluna. Respire fundo e imagine um caldeirão, na altura do seu coração, enchendo-se com as águas da terra... As águas brilhantes da terra enchem o Caldeirão do Movimento e você se torna consciente da sua mente, das suas emoções e de tudo que o conecta a grande teia da vida... Energizado e fortalecido pelo fluxo de energia da Terra, sinta-se em harmonia com o Todo.

Respire tranquilamente...

Imagine agora que o fluxo de água sobe do peito, até a altura dos olhos. Respire fundo e imagine a energia de ascensão das águas preencher o Caldeirão da Sabedoria com o poder da Terra... Conforme esse caldeirão enche, pense o que lhe inspira à alma e quais são os seus objetivos na vida... Energizado e fortalecido pelo fluxo de energia da Terra, sinta-se abençoado pelos Deuses.

Respire tranquilamente...

Sinta a energia fluindo por todo o seu corpo, preenchendo-o completamente... O poder da terra agora se une ao poder dos céus.

Respire tranquilamente...

Imagine acima de você uma estrela que brilha como o fogo de uma lareira. Veja o poder do fogo, irradiar um raio de luz sob o Caldeirão da sua cabeça.

A luz nas águas da terra brilha como o ouro e lhe traz à iluminação, que através do seu corpo, desce até encher o Caldeirão do seu coração.

Irradiando esse brilho dourado, descendo até chegar ao Caldeirão do seu ventre, preenchendo-o intensamente com o calor do fogo dos céus.

Respire fundo e deixe a água e a luz se misturarem em você.

Vire as palmas da mão para cima e deixe fluir, pelos braços, o poder da terra e do céu... É pelo poder das mãos, que a magia é trabalhada. Veja uma chama dançando, com o poder do céu, no centro da água bem na palma da sua mão. Mantenha essa visão e abra os olhos.

Olhe para sua mão e sinta o calor e o formigamento das palmas. Traga suas mãos e coloque-as no peito, sinta o seu corpo sendo todo preenchido com o fogo e a água. Feche os olhos.

Respire fundo, agora a água encontra com a chama e se transforma em névoa... Relaxe os braços sob as pernas e deixe a névoa lhe envolver em uma enorme esfera brilhante. Sinta a energia, você está centrado entre a terra e o céu, dentro da Fortaleza dos Druidas - o Draoi Caher (cai-er dree).

Mantenha essa visão, por um tempo, para trabalhar a magia em sua vida.

Respire fundo e lembre-se da sua conexão com a terra e o céu... Permita que a chama recue para tornar-se menos quente, passando pela cabeça no Caldeirão da Sabedoria, pelo peito no Caldeirão do Movimento e pelo ventre no Caldeirão do Aquecimento.

A chama dança alegremente sobre as águas e flui, naturalmente, de volta para a fonte, apagando-se lentamente. Energizado e fortalecido, retorne ao nosso mundo... Fàilte!



Grupo de Estudos Caer Siddi



Rowena Arnehoy Seneween ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.

Website:
www.templodeavalon.com
Brumas do Tempo: www.brumasdotempo.blogspot.com
Três Reinos Celtas:www.tresreinosceltas.blogspot.com
E-mail: rowena@templodeavalon.com


30 Dias Druídicos: 14°Meditação

Quando pensamos em meditação, normalmente nos vem à cabeça aquela imagem típica de monges budistas, sentados em seu templo, em posição de lótus e olhos fechados. Esse é o estereótipo mais comum do “meditar” que nós temos, e podemos até pensar nele como apropriado aos celtas (algumas pessoas sugerem que a posição de Cernunnos no Caldeirão de Gundestrup sugere uma postura de meditação, mas na verdade, ela simplesmente me parece uma posição apropriada para o sentar de um povo que não usava cadeiras com frequência…). Mas o que é meditar, qual o significado dele para o Drudismo e como ela pode nos ajudar?
Meditar é a arte de buscar no seu interior as respostas para o exterior. Claro, racionalmente, isso normalmente seria “pensar”. Na meditação, muito mais do que a mente racional está em uso. Nosso inconsciente, nossas emoções, nosso espírito, tudo isso entra na balança. Por isso, a meditação é a forma de contemplar o mundo através do seus sentidos interiores, aqueles que são mais próximos do mundo espiritual. Através da meditação, muitas barreiras que nosso lado racional coloca no nosso caminho caem por terra. Através da meditação, a nossa comunicação é feita de espírito para espírito, envolvendo o ser humano e a questão. É por isso que ela é a forma mais comum de se entrar em jornadas visionárias ou viagens xamânicas.
Isso ocorria entre os celtas? Não sabemos. Legal né? A verdade é que não temos a certeza de nada sobre isso. Antes que todos se decepcionem e abandonem esse bardo falando sozinho, temos evidências de práticas semelhantes entre eles. É difícil imaginar os sábios das árvores, os Druidas, sem crer que eles se perdessem em contemplação pela natureza em sua volta. Sua espiritualidade não era apenas racional, mas também contemplativa, para atribuir tanto valor às forças naturais, que seriam tão abstratas para outros povos. Temos referências de bardos da Terras Altas da Escócia entrando em casas escuras, onde ficariam deitados com pedras sobre o peito, esperando receber o Imbas. Ainda que não recebesse esse nome, a arte meditativa provavelmente estaria presente na espiritualidade céltica da mesma forma que em quase todas as outras culturas do mundo.
Então, podemos simplesmente sentar e pensar que estaremos praticando uma meditação druídica? Claro que não. Para isso, para nos aproximarmos de alguma forma de meditação que se aproxime do Druidismo, temos de nos aproximar dos auto-conceitos das culturas druídica e céltica. Uma vez que o entendimento básico do funcionamento da teologia céltica (e, em variados graus, em outras espiritualidades indo-européias) é o de uma relação entre Tribo e Terra, as formas de meditação teriam de ser baseadas na sua relação como ser humano (Tribo) com o meio natural (Terra). A ligação dos Druidas com as árvores nos fornecem muitas formas interessantes de meditação, a ponto de algumas ordens druídicas modernas chamarem seus grupos de “bosque”. Há grupos que praticam formas de meditação baseadas nas árvores do Ogham, como grupos Asatruares fazem meditação rúnica. Algumas formas de apoio meditativo, por incrível que pareça, encontram respaldo nos estudos da cultura céltica. A privação sensorial, utilizada por certas formas de xamanismo é vista como uma prática muito semelhante ao já citado Imbas Foronaí.
No geral, tudo é reconstrução e, mais ainda, construção. Sim, porque a espiritualidade, por mais baseada no passado que seja, não pode ficar restrita apenas a ele. A forma de contemplação oferecida pela nos traz o insight, o alentoda alma necessário a tornar uma religião mais presente em nossas vidas. E, só por isso, a sua aplicação dentro do Druidismo se torna uma adição mais que importante.

Fonte:http://barddkunvelin.wordpress.com/

MEDITAÇÃO : O CAMINHO DRUÍDICO

Como contraponto à extroversão dos ritos, devoções e criação inspirada (que formam o lado visível do caminho druídico), torna-se necessário ter um pouco de introversão, recolhimento, serenidade que equilibrem o todo, e é aí que entra a meditação.
A imagem do Druida vestido de branco e sentado em contemplação à sombra do grande carvalho nos vem tão naturalmente ao espírito que parece estranho que os historiadores Gregos e Romanos que os conheceram diretamente não tenham deixado nada escrito sobre isso...
Um texto irlandês sobre cura datado do período medieval diz que nas casas de cura (descritas como amplas, arejadas e com água corrente à mão), após o banho de vapor (não dessemelhante à tenda do suor xamânica) os pacientes eram
encorajados à prática de dercad, ou contemplação, para alcançar um estado de sítcháin ou paz -- Jason Kirkey notou que "sítcháin-dercad" tem virtualmente o mesmo sentido que a expressão shamatha-vipassana, que descreve uma técnica específica de meditação Hindu e Budista onde apenas se observa a respiração e ocasionais pensamentos que se intrometam nessa observação.
Na AODA, a ênfase é dada à
meditação discursiva, onde se escolhe um tema específico (uma frase, um símbolo, um conceito) e os pensamentos que surgem devem se ater apenas ao tema escolhido, sem digressôes -- essa prática tem suas raízes no Renascimento Druídico do século XVIII, e veio às Ordens druídicas fundadas naquela ocasião a partir de manuais de meditação devocional da Igreja Anglicana, mas isso não tira a validade nem desmerece a eficácia da prática em si.
Grupos mais ligados aos
Culdees, os Cristãos Celtas primitivos, se dedicam à prática da recitação de "mantras", frases repetidas em Irlandês, com o uso de rosários para manter a contagem.
Eu criei uma
prática meditativa baseada em Nove Palavras em Irlandês, Galês e Gaélico, que às vezes faço com um rosário de 27 contas, 3 grupos de 9, mas na maioria das vezes apenas entôo as Palavras -- no entanto, uma meditação favorita à qual recorro com frequência é a de ouvir o silêncio: concentro a atenção no fato de haver silêncio dentro de meus ossos, vou expandindo o foco para fora do corpo e à volta dele, e logo o mundo é um campo de silêncio que os sons atravessam de lá para cá como peixes no oceano, e logo eles se tornam irrelevantes diante da beleza do Silêncio, que é o outro lado da Grande Cançâo e participa dela...Bendita a Paz e a sua Contemplação
Bendita a Mente atenta ao Pensar
Benditos os Sons que guiam a Mente
ao Silêncio que tudo sustenta
Fonte:http://obosquedojavali.blogspot.com.br/

Comentários