MÃE DE SANTO OU IYALORIXÁ


Mãe Stella com 86 anos de idade

Iyalorixá[1] ou Iyá (mãe) ou ainda Yalaorixá é uma sacerdotisa e chefe de um terreiro de Candomblé Ketu.
Iyá no dialeto Yorubá significa (mãe), bem como a junção Iyaiyá (mamãe) ou Iaiá (tendo o mesmo significado de mamãe, senhora, forma carinhosa de falar com a mãe, ou senhora da fazenda muito usada pelos escravos). Palavra utilizada em muitos segmentos das religiões afro-brasileiras, principalmente no Candomblé. Pode ser usado antes de uma palavra como é o caso de Iyabassê, Iyakekerê, Iyalorixá, Iyá Nassô, como pode se usar a palavra para se referir às Iyámi significando (minha mãe), também chamadas de Iyami-Ajé (minha mãe feiticeira) ou Iyami Agbá que significa (minha mãe anciã)
Ela é a responsável por tudo que acontece, ninguém faz nada sem sua prévia autorização. Sua função é sacerdotal, ela faz consultas aos Orixás através do jogo de búzios, uma vez que no Brasil não temos o habito de consultar o Babalawo, que é o sacerdote supremo do jogo de Ifá, devido a ausência do mesmo da tradição afro-brasileira desde a morte de Martiniano do Bonfim, que segundo os mais antigos foi por volta de 1943 que faleceu o último Babalawo sacerdote supremo do culto de Ifá no Brasil, que não temos participação ativa de um Babalawo em nossos ritos, durante esse período o professor Agenor Miranda era convocado para fazer o jogo para saber dos Orixás quem seria a mãe-de-santo nos grandes terreiros baianos, com os avanços tecnológicos e com a imigração voluntária de africanos para o Brasil começaram a surgir novos Babalawôs na tradição do Candomblé, necessário se faz diferenciar o jogo de Ifá, do jogo Merindelogun e jogo de búzios.
Contando com a ajuda de muitas pessoas para a administração da casa, cada um tem uma função específica na hierarquia, mas todos sabem fazer de tudo para um caso de emergência. A responsabilidade, a quantidade de filhos-de-santo, de clientes, e a quantidade de problemas a serem resolvidos, não se comparam ao de uma casa menor. A Iyalorixá das grandes casas conta com a ajuda de um grupo de auxiliares. (ver hierarquia).
Ao passo que nas casas menores a Iyalorixá, além da função sacerdotal acumula diversas outras funções, devendo ser conhecedora das folhas sagradas, seus segredos e aplicações litúrgicas, em caso de rituais ligados aos Eguns ou se especializa ou consulta um Ojé quando necessário, quando a casa ainda não tem um Axogun confirmado ela mesmo faz os sacrifícios, quando a casa ainda não tem Alagbê normalmente a Iyalorixá convida Alagbês das casas coirmãs para tocar o Candomblé, na ausência da Iyabassê ou Ekedi ela mesmo faz as comidas dos Orixás, costura as roupas das Iaô, faz as compras, tudo depende dela.
As Iyalorixás mais populares, conhecidas e que se destacaram foram Mãe Olga do Alaketu[2][3][4], Mãe Aninha, Mãe Senhora e Mãe Menininha do Gantois[5][4][6]


Referências

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/

Mãe Olga do Alaketu


Iyalorixás do Candomblé, ao centro Mãe Olga do Alaketu

Olga Francisca Régis ou Olga do Alaketu (Salvador, 192529 de setembro de 2005) foi uma iyalorixá de Candomblé do Terreiro Ile Mariolaje em Matatu de Brotas, Salvador, Bahia.
No final do século XVII, durante a expansão do Daomé sobre o reino de Ketu, no reinado de Akibiohu, duas netas do rei foram seqüestradas e vendidas como escravas na Bahia. Uma delas era Otampê Ojarô que, após nove anos trabalhando como empregada doméstica teria fundado, já alforriada, o Terreiro do Alaketu.
Mãe Olga era filha de Dionísia Francisca Régis, descendente de Otampê Ojarô, herdeira da linhagem real africana Arô, do antigo reino de Ketu, ex-Daomé, hoje área do Benin, na África Ocidental.[1] Também foi batizada e crismada pela Igreja Católica.
Em 1997 foi laureada com a Ordem do Mérito Cultural, pelo Governo do Brasil.[2]

Mãe Olga de Alaketu, Gilberto Gil, Ministro da Cultura, Mãe Stella de Oxóssi.

Referências

  1. The New York Times. Olga de Alaketu, 80, Afro-Brazilian Priestess (html) (em inglês). Página visitada em 7 de Junho de 2011.
  2. Ministério da Cultura do Brasil (27/12/2002). Lista de homenageados com a Ordem do Mérito Cultural 1995 – 2002 (html). Página visitada em 7 de Junho de 2011.
Mãe Menininha do Gantois

Maria Escolástica da Conceição Nazaré (Salvador, Bahia, 10 de fevereiro de 1894 - 13 de agosto de 1986), conhecida como Mãe Menininha do Gantois, foi uma Iyálorixá (mãe-de-santo) brasileira, filha de Oxum.


Mãe Menininha.
Biografia
Nasceu em 1894, no dia de Santa Escolástica, na Rua da Assembléia, entre a Rua do Tira Chapéu e a Rua da Ajuda, no Centro Histórico de Salvador, tendo como pais Joaquim e Maria da Glória. Descendente de escravos africanos, ainda criança foi escolhida para ser Iyálorixá do terreiro Ilê Iyá Omi Axé Iyamassê, fundado em 1849 por sua bisavó, Maria Júlia da Conceição Nazaré, cujos pais eram originários de Agbeokuta, sudoeste da Nigéria.
Foi apelidada Menininha, talvez por seu aspecto franzino. “Não sei quem pôs em mim o nome de Menininha… Minha infância não tem muito o que contar… Agora, dançava o candomblé com todos desde os seis anos”.
Foi iniciada no culto dos orixás de Keto aos 8 anos de idade por sua tia-avó e madrinha de batismo, Pulchéria Maria da Conceição (Mãe Pulchéria), chamada Kekerê - em referência à sua posição hierárquica, Iyá kekerê (Mãe pequena). Menininha seria sua sucessora na função de Iyalorixá do Gantois. Com a morte repentina de Mãe Pulchéria, em 1918, o processo de sucessão foi acelerado. Por um curto período, enquanto a jovem se preparava para assumir o cargo, sua mãe biológica, Maria da Glória Nazareth, permaneceu à frente do Gantois.
Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras. Sucessora de sua mãe, Maria da Glória Nazareth, foi sucedida por sua filha, Mãe Cleusa Millet. "Minha avó, minha tia e os chefes da casa diziam que eu tinha que servir. Eu não podia dizer que não, mas tinha um medo horroroso da missão (...): passar a vida inteira ouvindo relatos de aflições e ter que ficar calada, guardar tudo para mim, procurar a meditação dos encantados para acabar com o sofrimento." [1]
O terreiro, que inicialmente funcionava na Barroquinha, na zona central de Salvador, foi posteriormente, transferido para o bairro da Federação onde hoje é o Ilê Axé Iyá Nassô Oká, na Avenida Vasco da Gama, do qual Maria Júlia da Conceição Nazaré sua avó também fazia parte. Com o falecimento da iyalorixá da Casa Branca Iyá Nassô, sucedeu Iyá Marcelina da Silva Oba Tossi. Após a morte desta, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iyakekerê) tomar a posse como Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram outra Ilé Axé, o (Terreiro do Gantois), instalando-se em terreno arrendado aos Gantois - família de traficantes de escravos e proprietários de terras de origem belga - pelo cônjuge de Maria Júlia, o negro alforriado Francisco Nazareth de Eta.[2] Situado num lugar alto e cercado por um bosque, o local de difícil acesso era bem conveniente numa época em que o candomblé era perseguido pelas forças da ordem. Geralmente, os rituais terminavam subitamente com a chegada da polícia.[3]
Em 1922, através do jogo de búzios, os orixás Oxóssi, Xangô, Oxum e Obaluaiyê confirmaram a escolha de Menininha, então com 28 anos. Em 18 de fevereiro daquele ano, ela assume definitivamente o terreiro. "Quando os orixás me escolheram eu não recusei, mas balancei muito para aceitar", contava.
A partir da década de 1930, a perseguição ao candomblé vai arrefecendo, mas uma Lei de Jogos e Costumes, condicionava a realização de rituais à autorização policial, além de limitar o horário de término dos cultos às 22 horas. Mãe Menininha foi uma das principais articuladoras do término das restrições e proibições. "Isso é uma tradição ancestral, doutor", ponderava a iyalorixá diante do chefe da Delegacia de Jogos e Costumes. "Venha dar uma olhadinha o senhor também."
Mãe Menininha abriu as portas do Gantois aos brancos e católicos - uma abertura que, em muitos terreiros, ainda é vista com certo estranhamento. Mas afinal, a Lei de Jogos e Costumes foi extinta em meados dos anos 1970. "Como um bispo progressista na Igreja Católica, Menininha modernizou o candomblé sem permitir que ele se transformasse num espetáculo para turistas", analisa o professor Cid Teixeira, da Universidade Federal da Bahia.
Nunca deixou de assistir à missa e até convenceu os bispos da Bahia a permitir a entrada nas igrejas de mulheres, inclusive ela, vestidas com as roupas tradicionais do candomblé.[4]
Aos 29 anos, Menininha casou-se com o advogado Álvaro MacDowell de Oliveira, descendente de escoceses. Com ele teve duas filhas, Cleusa e Carmem. “Meu marido, quando me conheceu, sabia que eu era do candomblé… A gente viveu em paz porque ele passou a gostar de Candomblé. Mas, quando fui feita Iyalorixá, passamos a morar separados. No meu terreiro, eu e minhas filhas. Marido não. Elas nasceram aqui mesmo”. [5]
Em uma entrevista à revista IstoÉ, mãe Carmem conta que ela adorava assistir telenovelas, sendo que uma de suas preferidas teria sido Selva de Pedra.[6] Era colecionadora de peças de porcelana, louça e de cristais, que guardava muito zelo. Não bebia Coca-Cola, pois certa vez lhe disseram que a bebida servia para desentupir os ralos de pias, e ela temia que a ingestão da bebida fizesse efeito análogo em si.[6]
Mãe Menininha do Gantois faleceu em Salvador em 1984 de causas naturais, aos 92 anos de idade.

Homenagens


Mãe Menininha, aos 8 anos de idade.

O terreiro está localizado na rua Mãe Menininha do Gantois (antiga rua da Boa Vista, renomeada em 1986),[1] no Alto do Gantois, bairro da Federação, em Salvador. Após a sua morte, seus filhos deixaram seu quarto intacto, com seus objetos de uso pessoal e ritualísticos. O aposento foi transformado no Memorial Mãe Menininha e é uma das grandes atrações do Gantois.

Ederaldo Gentil e Anísio Félix. "In-Lê-In-Lá", 1976
In-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-lá, Oilá
In-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-lá
Os candomblés estão batendo, foguetes explodem no ar
Em louvor a Menininha, senhora, mãe e rainha do Gantois
Pelo seu aniversário de cinquentenário de Ialorixá (3x)
Ôôô, ÔôÔôôÔô, salve mamãe Oxum, salve meu pai Xangô (2x)
Cinquentenário de batalhas, cinquentenário de fé
Desde quando recebeu os poderes de Maria dos Prazeres Nazaré
Sua vidência se alastrou, iaô iaô iaô ô (2x)
Sacerdotisa de uma raça, rainha de uma nação,
na luta na defesa dos descrentes, ela sempre estendeu suas mãos
Hoje os candomblés estão batendo a seu nome venerar
Ia-mi-mojubá, salve o seu axé, seu candomblé do Alto do Gantois (2x)
In-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-lá, Oilá
In-Lê-In-Lá Lá Lá Ê, In-Lê-In-lá

A beleza do mundo, heinTá no Gantois
E a mãe da doçura, hein
Tá no Gantois...
Dorival Caymmi. "Oração de Mãe Menininha", 1972.
No ano de 1976, foi homenageada pela Escola de Samba carioca Mocidade Independente de Padre Miguel, com o enredo "Mãe Menininha do Gantois", do carnavalesco Arlindo Rodrigues. O samba foi interpretado pela cantora Elza Soares e o puxador Ney Vianna:

Já raiou o dia
A passarela vai se transformar
Num cenário de magia
Lembrando a velha Bahia
E o famoso Gantois

Arerê, arerá
Candomblé vem da Bahia
Onde baixam os orixás

Oh, meu pai Ogum na sua fé
Saravá Nanã e Oxumaré
Xangô, Oxossi
Oxalá e Yemanjá
Filha de Oxum
Pra nos ajudar
Vem nos dar axé
Com os erês dos orixás

Refrão
Oh, minha mãe
Menininha
Vem ver, como toda cidade
Canta em seu louvor com a Mocidade

A agremiação ficou em terceiro lugar e Mãe Menininha, apesar da idade, se fez presente e ajudou com o "pedido" de licença para realização do enredo, junto aos Orixás.[7]

 Bibliografia

Referências

  1. a b Mãe Menininha do Gantois: uma biografia, por Cida Nóbrega e Regina Echeverria, pp. 19, 279. Salvador: Corrupio; Rio de Janeiro : Ediouro, 2006.
  2. União de Cultura Negra em Santa Catarina - Uniafro. Dados biográficos.
  3. Fundação Gregório de Mattos. Salvador - Cultura Todo Dia.
  4. Ministério da Cultura. Fundação Cultural Palmares. Mãe Menininha do Gantois, história de amor pelos orixás e pela Bahia, por Oscar Henrique Cardoso.
  5. Mãe Menininha. Cultura Black, 8 de abril de 2010.
  6. a b Mãe Menininha do Gantois - O Brasileiro do Século, categoria "Religião" - IstoÉ (visitado em 3-3-2009)
  7. http://www.galeriadosamba.com.br/V41/ES.asp?FY9J9DLJI76

Ligações externas

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/

Maria Stella de Azevedo Santos

Mãe Stella2.jpg
Mãe Stella de Oxóssi
Odé Kayode


Maria Stella de Azevedo Santos, Mãe Stella de Oxóssi, Odé Kayodê, nasceu no dia 2 de maio de 1925, em Salvador, Bahia. É a quarta filha de Esmeraldo Antigno dos Santos e Thomázia de Azevedo Santos. Seus irmãos, por ordem de nascimento são: Coryntha de Azevedo Santos (falecida), Bellanizia de Azevedo Santos (falecida), José de Azevedo Santos, Milta de Azevedo Santos e Adriano de Azevedo Santos.
Sua avó materna foi Theodora Cruz Fernandes, filha de Maria Konigbagbe, africana de etnia egbá[2]. Aos nove anos de idade, Maria Konigbagbe estava na aldeia quando mandaram que ela entregasse uma encomenda em um navio, assim que chegou foi presa e trazida para o Brasil.
Sua tia, Dona Arcanja, também conhecida como Dona Menininha, tinha o posto de arobá no Gantois e de Sobalojú[3] no Opô Afonjá nos tempos de Mãe Aninha, de quem era afilhada. Por volta dos treze anos de idade, Mãe Stella apresentou um comportamento não esperado, o que fez com que Dona Arcanja procura-se ajuda do oluô Pai Cosme de Oxum, o qual declarou que ela deveria ser iniciada e que seu caminho era de iyalorixá. Com isso Dona Arcanja decidiu procurar Mãe Menininha do Gantois. Dona Joaninha, que era governanta da casa, foi que acompanhou Mãe Stella na consulta. Depois de esperar muito para ser atendida, uma filha do Gantois apareceu na sala e avisou que ninguém mais seria atendido naquele dia.[4] Aborrecida, Dona Joaninha seguiu para casa, e relatou o ocorrido à Dona Arcanja, que resolveu levar Mãe Stella ao Ilê Axé Opô Afonjá no dia 25 de Dezembro de 1937, quando foi apresentada à Mãe Aninha. Esta entregou Mãe Stella aos cuidados de Maria Bibiana do Espírito Santo, Mãe Senhora.
Mãe Stella a conta:
"Voltei para casa com a imagem de tia Aninha, imponente e misteriosa, que com um gesto meio mágico tirou uma fruta – uma maçã vermelha – de uma grande gamela que estava no altar de Xangô, e me entregou. Achei ótimo, esnobei meus irmãos, ainda mais quando me disseram: - Só você ganhou a fruta do pé do santo... Não me saía da cabeça a imagem da ossi dagã. Só falava nela e, então, fui informada de que ossi dagã era o cargo que ela ocupava no axé. Um ano depois, voltei com minha tia Arcanja, a Sobalojú do Opô Afonjá, e Joaninha, companheira de todas as horas. Tia Aninha já tinha falecido e a ossi dagã reinava como iyalorixá do Axé Opô Afonjá."
Em 12 de setembro de 1939, aos quatorze anos, Mãe Stella foi iniciada por Mãe Senhora e recebeu orukó (nome) de Odé Kayodê. Mãe Stella conta que quando foi realizada sua iniciação, ela "não pensava em nada", "não tinha noção" do que estava acontecendo:
"É interessante o desígnio, a força dos orixás. Meu caminho era ser iyalorixá. Se tivesse ficado no Gantois, casa que guarda os santos de minha avó e meus tios, não poderia realizar meu caminho. Só em 1976, quando fui escolhida lá, entendi isso... é engraçado a força do odu, do destino. Era uma guerra de orixás. Minha herança era de Iansã – minha avó Theodora –, mas Odé me queria."
Lizete Fernandes Copque, prima, companheira de infância de Mãe Stella e iniciada no Gantois para Iansã, relembra:
"Vi Stella voltar para casa de cabeça raspada, com 14 anos. De vez em quando ela caçava; mandava que eu e meus irmãos sentássemos e caçava, dançando; era igual ao que se vê hoje no barracão."
Mãe Stella estudou no colégio Nossa Senhora Auxiliadora, dirigido pela professora D. Anfrísia Santiago. Formou-se pela Escola de Enfermagem e Saúde Pública, exercendo a função de Visitadora Sanitária por mais de trinta anos.
Em 29 de junho de 1964, foi designada ' Kolabá[5] por Mãe Senhora. Filha dileta de sua mãe-de-santo, pouco a pouco foi aprendendo os grandes mistérios e segredos do candomblé. Ainda em vida de Mãe Senhora fizera exercer a função de mãe de uma iaô - Celenita – que era filha de Ogum.
Em 19 de março de 1976, foi escolhida para ser a quinta iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá, conforme consta no livro de atas do conselho religioso do próprio terreiro, a seguir:
Transcrição da ata registrada no dia 19 de março de 1976 do livro de Atas do Conselho Religioso:
Aos dezenove dias do mês de março de 1976 (hum mil novecentos e setenta e seis), presentes 136 pessoas, todas com suas assinaturas gravadas no livro de Atas do Conselho Religioso deste Axé, às 10 horas e 45 minutos, no Barracão, eu, Fernando José Pacheco Vasquez, Secretário da Sociedade Civil (Obá Xorun), dirigi-me a todos os presentes, solicitando que se aproximassem da mesa onde seria realizado o jogo para a escolha da futura Iyalorixá, uma vez que antes do jogo ser iniciado, o professor Agenor Miranda, Babalaô, considerado o único Oluô no Brasil, filho espiritual da falecida Eugênia Anna dos Santos (Mãe Aninha), irmão da também falecida Ondina Valéria Pimentel, vindo do Rio de Janeiro exclusivamente para esta cerimônia, irá fazer uma dissertação do que acontecerá em seguida. Com a segurança que lhe é peculiar, e a franqueza de sempre, ele se dirigiu aos presentes nos seguintes termos: "Não estou aqui para ser agradável a quem quer que seja, sei que muitos dos presentes já fizeram sua escolha, porém eu estou aqui para cumprir a determinação de Xangô, e advirto a todos os filhos e filhas, Obás e Ogãs, e a todos vinculados a este Axé, que vontade de Xangô é Lei, é sagrada, e sua escolha, sobre quem quer que caia, terá de ser por todos acatada e respeitada, e a filha deste Axé que for por ele escolhida não deverá se deixar levar pelo coração, e deverá, sim, agir com justiça e sabedoria, promovendo a união de todos, e acima de tudo ter pulso forte para manter a hierarquia, doa em quem doer". A hierarquia, ele repetia que tinha de ser mantida acima de tudo. Sentou-se em seguida para dar início ao jogo. Ao seu lado direito estava sentada Eutrópia de Castro (Iyakêkêrê), aos eu lado esquerdo o Assobá Deoscóredes dos Santos, e em volta destes, representações do Engenho Velho, Gantois, Bate-Folha, e de diversas outras Casas da Bahia e do Rio de Janeiro, e ainda os membros do Conselho Religioso. O Professor Agenor Miranda segurou os búzios e concentrou-se. Todos os presentes conservaram um silêncio absoluto, atentos ao professor. Ele deu início à leitura, e falou EJIONILÊ, recolheu os búzios e, após uma pausa, jogou-os novamente e falou ODI, e novamente usados os búzios falou OXÉ, em seguida OSSÁ, após nova concentração usou novamente os búzios e falou EJILASEBORÁ, apresentando Oxossi, em seguida falou ÔFUN trazendo ORUKÓ de ODÉ KAIODÊ; novamente o professor usou os búzios e voltaram OSSÁ e OXÊ, os Odus de Odé Kayodê, filha do Axé a quem Xangô escolhia e determinava ser a nova Iyalorixá. O professor Agenor se dirigiu aos presentes, dizendo que se ali, naquele momento, houvesse algum Oluô, ou pessoa que sabe ler nos búzios, que se aproximasse e viesse ler e constatar o que ali estava determinado por Xangô. Em seguida, como é de praxe, o Assobá partiu um OROBÔ e pediu a Xangô confirmação do que disseram os búzios, e por duas vezes seguidas a palavra foi confirmada com ALAFIÁ. O Professor Agenor procurou saber quem atendia pelo nome de Odé Kayodê, e Stela Azevedo se apresentou e foi notificada pelo Professor Agenor ser ela a escolhida por Xangô para dirigir os destinos do Axé. Dirigindo-se a mim, solicitou que eu notificasse em voz alta o que Xangô acabara de determinar. Comuniquei aos presentes que, por determinação e vontade de Xangô, fora escolhida a filha do Axé de nome Stela Azevedo - Odé Kayodê - Kolabá, para ser a Iyalorixá a partir daquele instante. Todos os presentes acolheram minhas palavras de pé e com uma salva de palmas. Em seguida, um a um, os filhos deste Axé de Opô Afonjá, os representantes das diversas casas ali presentes, os visitantes, todos, enfim, foram cumprimentar a nova Iyalaxé, que se curvava à vontade de Xangô, e como mais nada atinente ao assunto tivesse de ser registrado, encerrei a ata feita no livro de Atas do Conselho Religioso, assinando a mesma, em Salvador, 19 de março de 1976, eu, Fernando José Pacheco Vasquez, Secretário (Obá Xorun), o Presidente Carybé, senhor Hector Bernabó (Otun Obá Onasokun) e os diretores presentes, Mario M. Bastos, Deoscóredes Maximiliano dos Santos.
Quando Mãe Stella foi escolhida iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá, Dona Milta explicou que não conseguia aceitar o peso da responsabilidade que caía sobre os ombros da irmã:
"Corri para dona Menininha do Gantois, implorando que ela desse um jeito, mas ela, Mãe Menininha, disse: 'Isso não é comigo, isso é com os orixás, eles sabem que Stella tem força, eles a conhecem. Vi que era um poder maior e lembrei de Camões, 'Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta...' Vi que não podia fazer nada."
Em 1981, Mãe Stella visitou templos e casas de orixás em Oshogbo na Nigéria. Ela cumprimentava as pessoas, era recebida por todos e, uma vez, ao entoar um canto para Oxum, à sua voz incorporaram-se outras. Houve total entendimento e todos se emocionaram. O mesmo se deu nas cidades de Ile-Ifé e Ede. Apesar das barreiras linguísticas, fez amigos e foi homenageada. Em 1983 o professor Wande Abimbola, à época reitor da Universidade de Ile-Ifé, fez questão de realizar em Salvador, na Bahia, a II Conferência da Tradição dos Orixá e Cultura, porque sabia haver em Salvador raízes profundas da cultura yoruba.
O primeiro pronunciamento público de Mãe Stella foi na II Conferência Mundial de Tradição dos Orixá e Cultura, de 17 a 23 de Julho de 1983, em Salvador, quando lançou ideias originais sobre o sincretismo. Ela também participou da III Conferência Mundial de Tradição dos Orixás e Cultura, em 1986, em Nova Iorque, EUA.
Em 1987, Mãe Stella integrou a comitiva organizada por Pierre Verger para a comemoração da Semana Brasileira na República do Benin, na África. Sua presença mereceu destaque e ela foi recebida com honras de líder religiosa.
Em 1999, Mãe Stella conseguiu o tombamento do Ilê Axé Opô Afonjá pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), órgão ligado ao Ministério da Cultura.

 Prêmios

  • Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura.
  • Em 2009, ao completar setenta anos de iniciação no Candomblé, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade do Estado da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura.
  • Em 2010, recebeu das mãos da vereadora Olívia Santana uma placa pelo centenário do terreiro Opó Afonjá ao lado do ministro da Cultura, Juca Ferreira e do secretário estadual da Cultura, Márcio Meirelles, no Plenário da Câmara de Salvador, Bahia. (fontes: Diário Oficial do Legislativo, 15 de Julho de 2010.)

 Livros de Mãe Stella de Oxóssi

  • "E Dai Aconteceu o Encanto", Maria Stella de Azevedo Santos e Cléo Martins, Salvador, 1988.
  • "Meu Tempo é Agora ", Maria Stella de Azevedo Santos. 1a Edição: Editora Oduduwa, São Paulo, 1993. 2a Edição: Vol.1. Salvador, BA: Assembléia Legislativa da Bahia, 2010.
  • "Lineamentos da Religião dos Orixás - Memória de ternura"- Cléo Martins, 2004; participação especial de Mâe Stella - Alaiandê Xirê- ISBN 8590467813.
  • "Òsósi - O Caçador de Alegrias", Mãe Stella de Òsósi, Secretaria da Cultura e Turismo, Salvador, 2006
  • "Owé - Provérbios" - Salvador - 2007.
  • "Epé Laiyé- terra viva", conta a história de uma árvore que ganha pernas e vai lutar pela construção de um mundo que respeita o meio-ambiente. Em sua trajetória o personagem ganha ajuda do orixá Ossain, divindade que domina o conhecimento sobre o mundo vegetal. Salvador - 2009.

Notas

  1. Mãe Stella de Oxóssi
  2. O Egba é um subgrupo étnico dos yorubas da Nigéria, formado ainda pelas subdivisões: Ake, Owu, Oke Ona, Gbagura e Ibara. Cada subdivisão tem seu próprio rei. O termo Egba refere-se a boa parte dos nativos da cidade de Abeokuta, a capital do estado de Ogun. Localiza-se no sudoeste da Nigéria. Tem cerca de 751 mil habitantes. Durante o período colonial britânico, o colonizador apontou o rei de Ake como o principal governante e portanto este é conhecido como o rei da terra do Egba. Os títulos dos reis das subdivisões são: Alake da terra dos Egba, o Olowu de Owu, o Agura de Gbagura, o Oshile de Oke Ona, e o Olubara de Ibara. Vale notar que que a cidade original dos Egba se encontrava em torno da pedra Olumo, que hoje se chama Oke Ona Egba.
  3. O olheiro de Xangô.
  4. Sobre esse episódio, Mãe Menininha falaria mais tarde que "Stella era para ser daqui, mas não foi por causa de um recado mal dado."
  5. Título relacionado ao culto de Xangô.

 Bibliografia

  1. CAMPOS, Vera Felicidade de Almeida. Mãe Stella de Oxóssi: perfil de uma liderança religiosa. 1a edição. Vol. 1. 1 vols. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar Editor Ltda, 2003.
  2. JOAQUIM, Maria Salete. O papel da liderança religiosa feminina na construção da identidade negra. Vol. 1. 1 vols. Pallas Editora, 2001.
  3. LODY, Raul. Com Cléo Martins. Faraimará, o caçador traz alegria: Mãe Stella 60 anos de iniciação. Vol. 1. 1 vols. Rio de Janeiro, RJ: Pallas Editora, 2000.
  4. SANTANA, Marcos. Mãe Aninha de Afonjá: um mito afro-baiano. 1a-edição. Vol. 1. Salvador, BA: Egba, 2006.
  5. SANTOS, Deoscóredes Maximiliano dos. História de Um Terreiro Nagô. 2a.edição. Editora Max Limonad. 1988.
  6. SANTOS, José Félix dos, e Cida Nóbrega. Maria Bibiana do Espírito Santo, Mãe Senhora: saudade e memória. Salvador, BA: Corrupio, 2000.
  7. SANTOS, Maria Stella de Azevedo. Meu Tempo é Agora. 2a Edição. Edição: Oscar Dourado. Vol. 1. 1 vols. Salvador, BA: Assembléia Legislativa da Bahia, 2010.
  8. VERGER, Pierre Fatumbi. Orixás deuses iorubás na África e no Novo Mundo. Edição: Arlete Soares. Tradução: Cida Nóbrega. Vol. 1. 1 vols. Salvador, BA: Corrupio, 2002.

[editar] Ver também

I. Relacionados ao Ilê Axé Opô Afonjá:
1. Ialorixás do Ilê Axé Opô Afonjá, Salvador:
(ordem cronológica)
2. Iyalorixás do Ilê Axé Opô Afonjá, Rio de Janeiro:
(ordem cronológica)
3. Outros:

II. Relacionados à Casa Branca do Engenho Velho:
1. Iyalorixás da Casa Branca do Engenho Velho:
  • Iyá Nassô Oió Acalá Magbô Olodumarê, foi a primeira Iyalorixá da Casa Branca do Engenho Velho.
Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A3e_Stella
Mãe de Santo Stela Fala



Mãe Stella com 86 anos de idade já provocou muitas polêmicas quando assumiu seu posto de ialorixá aos 49 anos.

Depois da morte de Mãe Menininha, Mãe Stella mesmo sendo de outro terreiro, assumiu o trono de mãe de santo mais poderosa da Bahia. “Mãe Menininha era uma doçura de pessoa. Eu já sou pouco acessível, não tenho muita paciência”, confessa Mãe Stella.

Com uma ar de revolta e indignação Mãe Stella fala sobre a questão de como as pessoas vem para pedir algo. “As pessoas confundem muito as coisas. E acho que é culpa dos tempos atuais. Outro dia vi na TV, ou no jornal, não lembro, que uma mãe de santo aceitava consultas pagas em cartão de crédito. Não pode, né? Os templos de candomblé parecem hoje com anfiteatros modernos.”
Seu terreiro mantém até hoje a tradição, com alguns pedidos para que asfaltasse o terreiro, ela se recusou, o chão é de terra. Também proibio que os filhos de santos comprassem máquinas modernas para depenar galinhas e cortar quiabo, isso para conservar a tradição. Não aprova que blocos de carnaval utilizem imagens de orixás em seus figurinos. "O Carnaval é uma festa profana. Quer brincar, pular, cantar, tudo bem, mas não misture as coisas", diz.

Dentro de seu terreiro funciona uma escola da prefeitura, e mesmo assim Mãe Stella vetou o ensino de qualquer religião, "Eu poderia aproveitar que a escola fica dentro do terreiro para pedir que ensinassem o candomblé. Mas religião não se impõe". Mãe Stella almoça com padres, tem contato com o prefeito evangélico, mas não mistura as religiões, "O sincretismo não leva a nada. Enfraquece os dois lados. Não vejo vantagem nenhuma em misturar São Jorge com Oxóssi".

A mãe de santo também é muito paparicada por líderes políticos, mas nunca se deixou levar por oportunistas. "O político que chega aqui mal-intencionado, à procura de promoção, ou de voto, nem passa da porta", diz Stella.
Fonte:http://principiosdedeus.blogspot.com.br/2012/06/mae-stella-com-86-anos-de-idade-ja.html
Balaio de Ideias: Cosmogonia yorubá

Mãe Stella traz reflexão sobre cosmogonia na visão do Candomblé. Foto: Marco Aurélio Martins / Ag A TARDE/ 21.05.2010

Este escrito, assim como alguns que se seguirão a ele, visa levar ao conhecimento dos leitores o “corpo religioso” em que se fundamenta o candomblé: sua cosmogonia, dogmas, liturgia e rituais. O artigo de hoje fala sobre cosmogonia, que é a explicação que as religiões, culturas e até mesmo a ciência – teoria do “Big Bang” – dão para esclarecer a origem do universo. A intenção é diminuir os conceitos preconcebidos de maneira errada que alguns têm sobre essa religião iniciatória. Ela é misteriosa, sim! Não porque a base em que se sustenta não possa ser transmitida, mas pelo fato de seus adeptos serem iniciados e por isto mesmo vivenciarem uma experiência com o sagrado que é individual, portanto, difícil, ou melhor, impossível de ser transmitida. Aqui será relatada uma parte da cosmogonia do candomblé, que conta a seguinte história mítica para demonstrar como a Terra foi criada:
“No Orum, Oduduwa unida a Oxalá formavam um só orixá – Obatalá –, símbolo do casal mítico primordial, propulsor da ‘Criação’, existente nas cosmogonias de diferentes culturas. No princípio de tudo, quando não havia separação entre o que está em cima e o que está embaixo, Oxalá e Oduduwa viviam juntos dentro da Cabaça-da-Existência. Eles viviam muito apertados naquele local, tendo que dormir um em cima do outro. O que determinava quem dormiria por cima ou por baixo eram os sete anéis que eles possuíam. Oxalá sempre conseguia colocar quatro anéis e por isto tinha o privilégio de ficar por cima. Oduduwa se conformou com aquela situação por muito tempo, mas um dia ela disse que usaria os quatro anéis. Oxalá não aceitou e a luta entre o casal/irmão foi tão grande que a ‘Cabaça’ se rompeu em duas metades, ficando Oxalá na parte superior e Oduduwa na parte inferior. Estava rompida a união do casal primordial. O Orum (Céu) já não podia mais ser a ‘residência’ dos dois orixás. Outro local precisava ser criado. Olorum resolveu, assim, criar o Aiye (Terra).
O oráculo de Ifá foi consultado e determinou que a missão de criar a Terra deveria ser realizada por Oxalá. Para que a missão tivesse êxito, Exu precisaria receber sua oferenda. A divindade suprema, Olorum, entregou a Oxalá a Cabaça-da-Existência, contendo nela o germe de tudo que há no mundo. Devido à grande ansiedade de realizar a tarefa, Oxalá se esqueceu de dar oferenda a Exu. Assim, Ele não pôde contar com o apoio do orixá símbolo da existência diferenciada, o princípio dinâmico de propulsão, mobilização, transformação e crescimento que conduz à criação. Oxalá se esqueceu da importância de Exu Yangí, a primeira matéria criada, formada de água e terra; a primeira matéria que daria forma a todas as outras subsequentes, inclusive daria forma à humanidade.
“A ansiedade de Oxalá lhe causou grandes problemas. Olorum tinha dito a Oxalá que durante sua missão ele estava proibido de ingerir vinho-de-palma: bebida que possui alto teor alcoólico. Aconteceu que a ansiedade sentida por Oxalá fez com que sua necessidade de beber água aumentasse. Em pouco tempo de viagem, todo o suprimento de água que Oxalá tinha levado foi logo consumido. Sentindo uma sede insuportável, Oxalá se viu forçado a ingerir a seiva do tronco do dendezeiro que Exu, cumprindo sua tarefa de fazer com que não fossem negligenciadas as ordens de Ifá, tinha colocado em seu caminho. Oxalá tomou uma bebedeira e caiu no sono. Sua esposa/irmã, Oduduwa, ao vê-lo naquele sono profundo, recolheu a Cabaça-da-Existência e foi devolvê-la a Olorum, que a passou, então, para Oduduwa – contraparte feminina de Oxalá – a importante missão de criar a Terra.”
A história mítica acima descrita é muito maior e mais profunda. Nela os adeptos do candomblé encontram importantes lições que os ajudam a compreender o mundo. Uma delas é o fato de que todas as tarefas precisam ser executadas com concentração, sem ansiedade, e com a cabeça livre de qualquer substância entorpecente, inclusive pensamentos que adormecem a mente. Outra lição é que fazer oferendas, dar presentes, é um ato mágico que ajuda na obtenção de simpatizantes para nossas causas.

Maria Stella de Azevedo Santos é Iyalorixá do Ilê Axé Opô Afonjá

Fonte:http://mundoafro.atarde.uol.com.br/?tag=mae-stella-de-oxossi

MINISSÉRIE MÃE DE SANTO (VÍDEO)



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