SHAKESPEARE,O BARDO INGLÊS INVENTOR DA TRAGÉDIA MODERNA

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Ilustração João Noberto

William Shakespeare nasceu, provavelmente em 23 de abril de 1564 e faleceu em 23 de abril de 1616. É considerado o maior poeta e dramaturgo da língua inglesa e o "inventor da tragédia moderna". É chamado frequentemente de "poeta nacional" da Inglaterra e de "Bardo de Avon" (ou simplesmente The Bard, "O Bardo").

De suas peças, nos chegaram 38, mais 154 sonetos, 2 longos poemas narrativos e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para os principais idiomas do plantea e são encenadas mais do que qualquer outro dramaturgo da história.

Muitos consideram Hamlet, Romeu e Julieta, MacBeth, Otelo e Rei Lear, suas obras primas, mas é impossível não dar o mesmo crédito a m Mercador de Veneza, ou uma Megera Domada, ou ainda um atordoante Ricardo III. No entanto, é certo dizer que Romeu e Julieta, por ser considerada a história de amor por excelência, e Hamlet, que possui uma das frases mais conhecidas da língua inglesa: "To be or not to be: that's the question", que proporciona tantas e tantas discussões, são suas obras mais conhecidas.
Shakespeare nasceu e foi criado em Stratford-upon-Avon, e aos 18 anos casou-se com Anne Hathaway, com quem teve três filhos: Susanna e os gêmeos Hamnet e Judith. Entre 1585 e 1592 Shakespeare começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um tornou-se um dos proprietários da companhia de teatro conhecida como The King's Men. William Shakespeare retornou para sua cidade natal em 1613, onde morreu três anos depois.


Sobre sua vida privada existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sua sexualidade e suas crenças religiosas e, sobretudo, sobre se algumas das obras foram de fato escritas por ele.
Shakespeare produziu sua obra teatral entre 1589 e 1613. Suas primeiras peças eram, sobretudo comédias e dramas históricos, gênero que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI, criando uma verdadeira "escola" sobre a qual muitos românticos a partir do final do século XVIII iriam seguir.


Porém suas obras-primas foram as tragédias. Entre 1608 e 1613 escreeveu peças como Hamlet, Lear e MacBeth, consideradas algumas das obras mais importantes da dramaturgia universal.

Em sua última fase, escreveu tragicomédias, também conhecidas como romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida.

Em 1623 surge uma primeira compilação da obra teatral de Shakespeare. Dois de seus antigos colegas de palco publicaram o First Folio, uma coletânea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria.

Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram a genialidade de Shakespeare, e os "vitorianos" o idolatraram como um herói nacional, com uma reverência que Bernard Shaw chamava de "bardolatria".

Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia , e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo. Shakespeare parece ser permanentemente contemporâneo, seus personagens são obcecados, mas, ao mesmo tempo possuem um caráter de marionete ao longo das tramas. Suas peças tem um estilo grotesco e caprichoso, em que a natureza é arbitrária, disforme e extravagante na estrutura. Em Shakespeare o prazer do narrador é insaciável, tal e qual uma Sherazade em introduzir constantemente mais e mais episódios, comentários e excursos novos; os saltos cinematográficos na história, antecipam em quatrcentos anos as narrações episódicas, épicas e multiplas que julgamos somente o cinema ter a capacidade de contar.

Ao mesmo tempo, politicamente, Shakespeare defende o sistema, chega mesmo a dizer em uma de suas peças "Quando a hierarquia é abalada...o sistema adoece". (Troilo e Cressida, ATO I, CENA 3). E é aí que reside sua filosofia social: Shakespeare vê o mundo através dos olhos de um cidadão abstrato, de mentalidade liberal, cético e, em alguns aspectos, desiludido; expressa concepções políticas que estão radicadas na idéia de direitos humanos – condena os abusos de poder e a opressão de que é vitima o povo comum, mas também condena os que chamam a arrogância e a prepotência. Em sua inquietação burguesa e receio de anarquia, expõe o princípio de “ordem” acima de todas as considerações humanitárias.

Certamente Shakespeare não era um revolucionário, tampouco um lutador por natureza, mas estava do mesmo lado daqueles que impediriam o renascimento de uma monarquia constitucional, auge de qualquer ideia de civilização nos séculos XVI e XVII.

Seus dramas históricos deixam suficientemente claro que seus interesses e inclinações vinculavam-no às camadas sociais que englobavam a classe média e a aristocracia de mentalidade liberal que adotara a concepção de vida da classe média, e que formavam um grupo progressista, em contraste com a antiga nobreza feudal que ainda existia.

Apesar de sua simpatia pela atitude da classe dominante em relação à vida Shakespeare manteve-se do lado do saudável senso comum, da justiça e do sentimento espontâneo. Cordélia é a mais pura consubstanciação dessas virtudes em pleno ambiente feudal. Personagens como Brutus, Hamlet, Timon e Troilo representam mais puramente o tipo quixotesco. O idealismo transcendente, a ingenuidade e a credulidade de todos eles são qualidades que têm em comum com Dom Quixote.

A única característica peculiar destes personagens, na visão shakespeariana, é o terrível despertar do embuste e da ilusão em que viviam e o infortúnio imenso que decorre do reconhecimento tardio da verdade. Seu anterior contentamento com as condições vigentes e o otimismo a respeito do futuro foram abalados, e, embora se mantivesse fiel ao principio de ordem, ao apreço pela estabilidade social e à rejeição do ideal heróico da cavalaria feudal, parece ter perdido a confiança no absolutismo maquiavelista e numa economia implacavelmente aquisitiva.

O desvio de Shakespeare para o pessimismo tem sido relacionado à tragédia do conde de Essex, na qual o patrono do poeta, Southampton, também estava envolvido, e também há referencias a outros eventos desagradáveis na história do tempo, como a inimizade entre Elizabeth e Maria Stuart, a perseguição dos puritanos, a gradual transformação da Inglaterra num Estado policial, o fim do governo relativamente liberal de Elizabeth e a nova tendência feudalista com Jaime I, o clímax no conflito entre a monarquia e a classe média de mentalidade puritana, como possíveis causas dessa mudança. O fato de que, daí em diante, o poeta sente mais simpatia pelas pessoas que são fracassos na vida pública do que por aquelas que têm boa sorte e sucesso. Tem particular afeto por Brutus, o trapalhão político e sujeito azarado. O pessimismo de Shakespeare ostenta as marcas de uma tragédia histórica.

Pode-se dizer quehá duas fases bem distintas na obra de Shakespeare:

O autor dos poemas “Vênus e Adônis” e “Lucrécia” ainda é um poeta que obedece ao gosto humanista em moda e escreve para círculos da aristocracia palaciana. A lírica e a Épica eram as formas literárias favoritas nos círculos palacianos cultos, ao lado das quais o teatro, apesar de um atrativo público, era considerado uma forma relativamente plebéia de expressão. A literatura renascentista inglesa à época era cortesã e diletante.

Quanto à origem desses littérateurs, sabemos que Marlowe era filho de um sapateiro, Peele de um ourives, Dekker de um alfaiate, e Ben Jonson teria começado exercendo o mesmo ofício de seu pai: pedreiro. Mas sabe-se também que somente uma proporção relativamente pequena de escritores era oriunda das camadas inferiores da sociedade, sendo a maioria proveniente da pequena nobreza, do funcionalismo e da rica classe de mercadores.

Na era elisabetana, a cultura literária se torna uma das mais importantes aquisições que se esperava de um homem bem-nascido. A literatura estava em voga e era de bom-tom discorrer sobre poesia e discutir sobre problemas literários. O estilo afetado (maneirista) da poesia da moda foi inteiramente transferido para a conversação ordinária; até mesmo a rainha falava nesse estilo artificial. E não falar naquele tom era considerado um sinal de falta de educação tão grave quando não saber falar francês [à época].

A literatura converte-se num jogo de sociedade, populariza-se, ganha as ruas, e consequentemente o teatro. Não por acaso a existência material de um dramaturgo escrevendo para os teatros públicos, que eram imensamente populares em todas as classes da sociedade, era uma constante no período que chamamos de teatro elizabetano. Era uma profissão estável e mais tranquila do que a de "escritor livre" que dependia exclusivamente de um patrocinador privado.

É verdade que as peças em si eram malpagas – Shakespeare adquire sua fortuna não como dramaturgo, mas como acionista de um teatro – porém, a constante procura nas bilheterias, garantiam uma renda regular. Assim, quase todos os escritores da época trabalhavam para o teatro pelo menos por algum tempo. Todos tentavam a sorte no teatro, embora muitas vezes com certo constrangimento.

No final da Idade Média inglesa, as grandes casas senhoriais tinham seus próprios atores – em emprego permanente ou temporário – bem como seus próprios menestréis.

Na era Elisabetana já começa uma busca desenfreada por patrocinadores. O antigo relacionamento patriarcal entre mecenas e protegido estava em processo de dissolução.

É justamente nesse época que Shakespeare aproveita a oportunidade para transferir seus talentos para o teatro.


Essa mudança para o teatro marca o início de uma segunda fase do desenvolvimento artístico de William Shakespeare. As obras que agora escreve já não possuem o tom classicizante e afetadamente idílico de suas primeiras produções, mas ainda se harmonizam com o gosto das classes superiores. São, em parte, crônicas altaneiras, grandes peças históricas e políticas, nas quais a idéia da monarquia é exaltada, em comédias alegres, exuberantemente românticas, que se desenrolam cheias de otimismo e alegria de viver, despreocupadas com os cuidados do dia-a-dia, num mundo completamente fictício.


Perto da virada do século, começa o terceiro e trágico período no desenvolvimento de Shakespeare. O poeta abandona o eufemismo e o romantismo jocoso das classes superiores da sociedade, mas também parece ter se distanciado das classes médias. Escreve suas tragédias para o grande e heterogêneo público dos teatros londrinos, sem levar em conta esta ou aquela classe em particular. Mesmo as chamadas comédias desse período estão repletas de melancolia.


Segue-se então uma quarta e última fase no desenvolvimento do poeta: um tempo de resignação e suave tranqüilidade com tragicomédias que uma vez mais refletem um certo estado de ânimo romântico. Shakespeare deixa a classe média, que dia a dia se torna mais míope, mais tacanha e intolerante, em seu puritanismo, cada vez mais atrasada e distante. Os ataques das autoridades civis e eclesiásticas contra o teatro aumentam; e os atores e dramaturgos contam uma vez mais com seus mecenas e protetores nos círculos da corte e na nobreza e adaptam-se mais aos gostos deles. Shakespeare volta a escrever peças em que predominam os elementos romântico-fabulosos e que são, em muitos aspectos, reminiscência dos espetáculos e "máscara de corte".


Três anos antes de morrer, no auge de seu desenvolvimento, Shakespeare retira-se do teatro e pára inteiramente de escrever peças, não se sabe muito bem por quê. Se Shakespeare deixou o teatro saturado ou desgostoso, uma coisa é certa, durante a maior parte de sua carreira teatral, ele se manteve numa relação muito positiva com seu público, embora favorecesse diferentes segmentos deste durante as várias fases de seu desenvolvimento e acabasse não sendo capaz de identificar-se completamente com qualquer deles, em todo o caso Shakespeare foi o primeiro, se não o único grande poeta em toda a história do teatro, a atrair e a receber plena aprovação de um público numeroso e heterogêneo que abrangia quase todos os níveis da sociedade.

Fonte:http://pequenahistoriadoteatro.blogspot.com.br/

POR QUE É CONHECIDO COMO O BARDO

William Shakespeare também é referido como "O Bardo". O bardo termo originalmente significou um amigo que gosta de escrever poemas de fato Shakespeare ganhou muitos amigos através de suas peças.
1. Estes dias "The Bard" é usado para chamar um poeta respeitado e famoso. Um dos poetas mais respeitados de todos os tempos é William Shakespeare. Esta é a primeira resposta à pergunta por que é conhecido como Shakespeare, o Bardo. Antes de William Shakespeare tornou-se "O Bardo", o poeta que foi dado esse título era Robert Burns. Ele era o famoso poeta da Escócia.
2. A segunda resposta para a pergunta, por que é conhecido como Shakespeare, o Bardo. O Bardo palavra tem origens antigas. Foi usado pela primeira vez para descrever um poeta que gosta de escrever versos líricos. Obras do poeta também deve retratar a paixão. Poetas celtas ou escritores de sátira e elogios foram os primeiros a ser chamados de Bardos. Depois, mais tarde o termo, o Bardo foi usado para descrever um cantor ou um poeta a tribo que está abençoado com o incrível talento de escrever e contar versos de heróis reverenciados. Eles também foram os encarregados de dizer elogios para os membros da tribo mortos.
3. A terceira resposta para a pergunta, por que é conhecido como Shakespeare, o Bardo. Durante o primeiro século na Grã-Bretanha, trovadores e poetas eram chamados de Bardos. Este termo foi inventado por um escritor chamado Lucas.
4. A resposta quarto para a pergunta, por que é conhecido como Shakespeare, o Bardo é porque Bardos são escritores de grandes tribulações, grandes vidas e grandes paixões. Estes incluem atos heróicos, histórias de amor e histórias de guerra. Neste aspecto William Shakespeare é muito direito a ser chamado como um dos Bardos. A maioria das obras de Shakespeare influenciou até mesmo as gerações jovens de hoje, porque todos eles falaram sobre amor, guerra e morte. Cada pessoa pode certamente referir a todos esses temas. Os sentimentos evocados por suas peças e obras literárias são sentimentos de qualquer pessoa de qualquer época pode compreender.
5. A quinta resposta por Shakespeare foi chamado, o Bardo foi porque durante os promotores de jogo em tempo costumo usar o termo como uma ferramenta de marketing para atrair mais pessoas para assistir ao jogo. Eles costumam usar a linha de tag, Tales O bardo que as pessoas possam facilmente entender o que o jogo é tudo. As peças eram geralmente realizadas durante as festas da cidade, incluindo os criados por Shakespeare. Ele ficou conhecido como o Bardo no quintal, para o festival realizado no pátio ou o Bard on the Beach, para o festival jogar realizada perto da praia.

Fonte:http://pt.myhotarticles.appspot.com/

A intimidade de Shakespeare


Livro mostra como o bardo inglês se inspirava no cotidiano para escrever suas peças clássicas

A notável obra de William Shakespeare (1564-1616) tornou-se imortal graças à ação de dois amigos, John Heminges e Henry Condell, que, sete anos após a morte do dramaturgo, cuidadosamente reuniram em livro a maior parte de sua escrita. Salvaram-se, assim, obras-primas como Hamlet, Macbeth e Rei Lear. O que eles não pensaram na época foi guardar registros do cotidiano do bardo inglês, ou seja, documentos sobre os caminhos que relacionam a vida que ele desfrutou com a literatura criada por ele.
Foi esse o ponto de partida para o pesquisador americano Stephen Greenblatt escrever Como Shakespeare se Tornou Shakespeare, que a Companhia das Letras lança nesta semana. Considerado pai da corrente teórica do novo historicismo, Greenblatt traça relações originais, como o catolicismo da família do bardo e o fantasma de Hamlet, para tentar preencher lacunas sobre a biografia shakespeariana. Sobre isso, o acadêmico conversou com o Estado por telefone, desde Boston.
Qual é a maior virtude de Shakespeare que permitiu sua obra perpetuar ao longo dos séculos?
Uma boa questão. Não tenho uma única resposta para definir um artista tão sublime. Para começar, ele avançou a fronteira linguística, pois não é apenas em inglês que sua obra se sobressai. Pode-se dizer que ele criou grandes histórias, o que também seria uma explicação. Ou ainda que sua escrita não se prendeu ao subjugo dos reinados que se formavam, pois Shakespeare foi como Homero, um artista que privilegiou o homem e não o poder. Mas, sua vida ainda está envolvida em muito mistério, o que dificulta uma resposta precisa. O certo é que Shakespeare teve a capacidade para, ao entrar na alma de seus personagens, descrever com argúcia as pessoas que o rodeavam – na verdade, ele enfrentou um desafio que continua atual, ou seja, o de atingir tanto o espectador com gosto refinado como aquele pouco interessado em arte e deixar ambos maravilhados.
Além disso, Shakespeare era também um grande poeta, não?
Em sua época, ele era famoso por sua poesia. Há muitas referências sobre seu trabalho nesse tempo, estudos que reforçam justamente tal qualidade. Ele teve uma vida maravilhosa como poeta, e isso se refletia obviamente em suas peças: Shakespeare era muito sensível aos valores poéticos do texto e, a cada nova montagem, ele pensava cuidadosamente o que era preciso mudar, fazendo inúmeras alterações.

O que mais o surpreendeu na pesquisa sobre Shakespeare?

O desafio em meu livro é tentar mostrar como Shakespeare, a partir da análise de sua obra, parecia ser um homem criativo e generoso, alguém consciente do mundo que o cercava e das delicadas relações envolvendo mulheres, homossexuais, judeus, mas que, por outro lado, na vida real, era alguém prudente, cauteloso, que se aposentou cedo, ou seja, com preocupações típicas de um representante da atual classe média.
É possível dizer, a partir de suas peças, que Shakespeare tinha uma natureza bissexual?
Bem, é difícil ler sua obra sem suspeitar de estar diante de um homem que não apresentava um limite definido entre o que hoje definimos como homo e heterossexual. Afinal, Shakespeare escreveu uma das mais notáveis poesias amorosas do idioma inglês para um jovem. Também em algumas de suas peças há a descrição do amor de um homem pelo outro (geralmente, por alguma razão, o personagem é chamado de Antônio – confira, por exemplo, em Noite de Reis e O Mercador de Veneza). Procurei tratar com cuidado desse assunto. Não sou Joyce, Anthony Burgess ou qualquer outro romancista que poderia maquiar algum fato e torná-lo ficção. Apenas relato histórias. Por outro lado, como na época não havia a divisão ontológica entre homossexuais e heterossexuais, acredito que ele não se preocupava com essa distinção. Afinal, apesar de a sodomia ser considerada, na época, uma ofensa criminal punível até com a morte, não há registros de condenações desse tipo.
Sua curiosidade sobre Shakespeare já está saciada ou pretende escrever mais sobre ele?
Sim, continuo com minha pesquisa. Agora mesmo, trabalho em um livro sobre a qualidade de Shakespeare em contar uma história e de como seus personagens acreditavam desfrutar de uma vida digna de ser relatada e como isso nos parece familiar. Meu interesse atual está na relação entre literatura e história, o processo pelo qual certas obras de arte são notáveis por parecerem escritas diretamente para nós mesmo que seus autores já não estejam mais vivos há muito tempo.

Fonte:http://blogdofavre.ig.com.br/

Shakespeare: O Inventor da Humanidade.

Certa vez perguntei a Superxeng qual autor ele gostaria de ter conhecido. Sem cair em dúvidas, ele logo me respondeu: William Shakespeare. O bardo inglês é um assombro para qualquer leitor autêntico. Ele é o autor central da literatura no Ocidente. Poucos escritores conseguiram se aproximar dele, tão grande é a vastidão do intelecto de Shakespeare.
Os maiores críticos de Shakespeare são William Hazlitt e Samuel Johnson. Ambos notaram que o maior diferencial do dramaturgo inglês estava na criação das personagens. De fato, as grandes personagens do teatro shakesperiano são homens e mulheres fabulosos. O eminente crítico Harold Bloom, certamente o maior crítico de literatura ainda vivo, percebeu que as criações de Shakespeare são algumas das figuras literárias mais inteligentes de todos os tempos. Elas são inteligentes que  possuem consciência da obra em que estão atuando.
Antes de Shakespeare, não existiam os monólogos no teatro. Através dos monólogos, Shakespeare conseguiu criar uma experiência humana profunda: a capacidade de ouvirmos a nós mesmos, longe das vozes dos outros. Esse homem que para e escuta a si mesmo é uma criação de Shakespeare. Hamlet, talvez a personagem mais fascinante de toda a literatura, sempre cresce intimamente quando para e escuta a si mesmo. Ao mergulhar profundamente nos monólogos, Hamlet termina a peça sabendo tudo o que é possível saber na vida humana. Apenas Dom Quixote, a personagem de Cervantes, compartilha esse tipo de saber com Hamlet.
Nada explica Shakespeare. Nenhuma teoria ou modismo acadêmico conseguem abarcar a vastidão de sua obra. Shakespeare não se adequa a algum tipo de regra, como bem notou Voltaire. Ele é um universo particular, que exige do leitor uma visão mais aberta aos detalhes de suas peças. Para qualquer bom leitor, Shakespeare é uma biblioteca gigantesca de sabedoria e vida num tempo ilimitado.
Fonte:http://superxeng.blogspot.com.br/
 

William Shakespeare: Homem de todos os milênios


No ano 2000, virada de século, o
canal GNT mostrou um belíssimo
documentário de quase duas horas sobre
William Shakespeare.
 Alguém inventou que o milênio que findara teria um representante. O que eu sei, por ter gravado, é que os dois nomes escolhidos ou quem sabe finalistas foram: Leonardo da Vinci e William Shakespeare. Este último ficou como o HOMEM DO MILÊNIO.
 Não estou criticando, apenas mostrando fatos televisivos. Para mim, foi um susto.
Mas como? Por quê? Como artista plástica e conhecendo bem a vasta e complexa
obra de Leonardo, a mim parecia que a ele caberia a homenagem. E assim, acompanhei os dois documentários. Aliás, muito bem feitos.
 Tive um ganho maravilhoso, pois até então eu conhecia pouco e mal a obra do bardo gênio. Caí de amor por essa obra; passei a ler as obras e ver todos os filmes disponíveis.
 De resto, meus amigos e fiéis seguidores, quero dizer que: to be or not to be, o homem do milênio não faz a menor diferença.
 Eles sempre serão Homens de todos os milênios,
E para completar, abro a revista Veja, e por absoluta
casualidade, duas reportagens sobre os homens do
milênio: Shakespeare e da Vinci.
Na matéria sobre Shakespeare a revista traz uma crítica sobre o filme Anonymus do diretor alemão Roland Emmerich. O filme é ambientado no século XVI e atribui as obras de Shakespeare ao poeta lírico Edward de Vere, o décimo conde de Oxford.
Vou transcrever exatamente o que está na manchete da reportagem:
 
"Era ou Não Era, Eis a Questão”.
"Ao duvidar que Shakespeare foi Shakespeare, o novo filme de Emmerich seria uma boa diversão de domingo, não fosse a cria bastarda de um tempo que iguala o fato à convicção." (REVISTA VEJA)

"Hollywood desonra o bardo". (REVISTA VEJA)

"A obra de William Shakespeare esteve em paz e contribuindo ao mundo por mais de dois séculos". (REVISTA VEJA)

"No correr dos anos, com a ligeireza própria do descompromisso, apareceram mais de setenta candidatos a Shakespeare, entre eles o dramaturgo Christopher Marlowe, assassinado aos 29 anos, e Francis Bacon, que, sendo filósofo e cientista, entrou na lista de gaiato". (REVISTA VEJA)
Shakespeare's Globe Theatre
William Shakespeare - Homem de todos os tempos.

Shakespeare escreveu:
"Nem tudo que reluz é ouro" (Mercador de Veneza)
"O que não tem remédio, remediado está" (Otelo)
" Meu reino por um cavalo" (Ricardo III )
" Há mais coisas entre o céu e a terra do que sonha a nossa vã filosofia" (Hamlet)
William Shakespeare é o mais amplo e abrangente dramaturgo de que temos notícia. O mais traduzido e encenado em filmes, peças, livros, etc.
 E como diz Harold Bloom, profundo conhecedor da obra Shakespeariana," a idéia do personagem ocidental, do ser como agente moral, tem diversas origens: Homero e Platão, Aristóteles e Sófocles, a Bíblia e Santo Agostinho, Dante e Kant, e quem mais o leitor desejar acrescentar, mas a personalidade é uma invenção shakespeariana, e tal feito constitui não apenas a grande originalidade de Shakespeare, mas também, a razão maior de sua perene presença".
Shakespeare tinha uma superioridade intelectual acima da maioria. Ele tornou-se o grande mestre da sondagem do abismo existente entre o ser humano e seus ideais. Para Bloom, ele é o autor da "invenção do humano".
 O grande crítico e historiador francês Hyppolite Taine dizia que Shakespeare, e depois Balzac, "são os maiores repositórios de documentos que possuímos sobre a natureza humana".
 Os sentimentos sublimes, os sórdidos, a perversidade, a generosidade, a melancolia, o desespero, a paixão correspondida, a paixão sem esperança, a paixão proibida, o deboche, a ironia, o humor corrosivo, o humor ingênuo, o ciúme, a inveja, a ambição pelo poder, enfim, tudo está plasmado em suas peças e poemas. “O bardo inglês é um legado que se constitui numa das manifestações artísticas mais importantes da humanidade."
 É importante acrescentar certas particularidades deste homem genial e o único considerado universal:
- Tinha a capacidade única de descrever e perceber  as pessoas em  seus atos e atitudes como elas realmente são sem jamais  julgá-las além de absoluta ausência de ego.
- Os autores que mais influenciaram Shakespeare foram: Ovídio (de família abastada foi para Roma estudar retórica) com Metamorfoses e Michel de Montaigne (de formação sólida e erudita) com Ensaios. Ovidio lhe deu a idéia de que tudo muda constantemente, e que o universo está em permanente mutação.  Com Montaigne o questionamento absoluto e sentimento cético.
- Ele não acreditava que suas peças fossem encenadas após sua morte. Não havia interesse de sua parte em publicá-las.
- Acreditava apenas em seus poemas e que através deles entraria para a história.
- Um homem comum utiliza, ao longo de sua vida, não mais que dois mil vocábulos. Um erudito pode fazer uso de seis a sete mil. Shakespeare usou mais de vinte mil, além de ser o criador de inúmeras palavras e estruturar a língua inglesa.
- "Seus personagens não se revelam, mas  se desenvolvem e o fazem porque tem a capacidade de se auto-recriarem. Escutam a própria voz. Falam consigo mesmo, no nobre caminho da individuação". Harold Bloom
 


Hamlet - intelecto , perplexidade, abismo.
Lear (Rei Lear) - sofrimento absoluto
Falstaff - vitalidade
Otelo - entre o Bem e o Mal a dignidade
Rosalinda (Como Gostais) - espirituosidade
Macbeth - ruína - imaginação passiva- medo - Macbeth
matou o sono.
 SONETO LXX
Se te censuram, não é teu defeito,
Porque a injúria os mais belos pretende;
Da graça o ornamento é vão, suspeito,
Corvo a sujar o céu que mais esplende.
Enquanto fores bom, a injúria prova
Que tens valor, que o tempo te venera,
Pois o Verme na flor gozo renova,
E em ti irrompe a mais pura primavera.
Da infância os maus tempos pular soubeste,
Vencendo o assalto ou do assalto
distante;
Mas não penses achar vantagem neste
Fado, que a inveja alarga, é incessante.
Se a ti nada demanda de suspeita,
És reino a que o coração se sujeita.
                  William Shakespeare 




"Não sei se Deus criou Shakespeare, mas sei que Shakespeare é o grande responsável pela nossa criação".                        Harold Bloom

" Shakespeare dá vida a mente".

                        Harold Bloom
Fonte:http://louborghetti.blogspot.com.br/

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