COMO DESMASCARAR UM FALSO TRADICIONALISTA



O mundo é cheio de armadilhas.
Por um lado, temos os falsos “espiritualistas” que, possessos pelas doutrinas demoníacas de Blavatsky e da Sociedade Teosófica (bem como de suas muitas metástases), saem pelo mundo a proclamar os absurdos e aberrações defendidos nas fantasiosas e bizarras obras blavatskyanas como se isso fosse um conhecimento “secreto” e “antigo”.
Esses sujeitos penetram como uma mancha de óleo por todos os cantos. Parasitam linhagens tradicionais, fazem-se sacerdotes nelas, escrevem livros e, dessa maneira, espalham o adharma por todo o canto.
De outro lado, temos a influência deletéria do kardecismo, com suas “reencarnações”, seu mundo povoado de espíritos de mortos, seus espíritos “obsessores” , seus médiuns a rabiscar idiotices das mais variadas, suas mensagens do “além” e todo o gênero de cretinices sentimentais e chorosas, próprias para dar um falso alento às pessoas espiritualmente ignorantes que estão abaladas com a perda de algum ente querido ou amargurados com saudades de alguém que morreu.
Essas duas “correntes” amarram o imaginário do povo e, de um jeito ou de outro, tratam de se enfiar na cabeça deles, essas idéias transvestidas com nomes como “fé”, “caridade”, “amor ao próximo” ou “esoterismo”.
Dificilmente se acha alguém cuja mente não foi atacada por esses vírus.
Entre “budistas” é quase pandêmico.
Isso sem contar a maldição chamada “ecumenismo” ou “diálogo inter-religioso” que ajuda mais ainda a disseminar a idéia de que “tudo é certo”, “tudo leva ao mesmo fim”, “todas as crenças levam a Deus” ou outras frases idiotas do tipo.
Na verdade, aceitando tudo e crendo em tudo, não se aceita nem se crê verdadeiramente em nada. Aí está o truque. Na medida em que vão se “esgarçando” as mentalidades, tornando permissível todo tipo de influência , de troca, de miscigenação, lentamente vai se diluindo a essência das doutrinas, transformando-as em um tipo de massa disforme, onde cada um vai dando uma forma que deseja, acrescentando ornamentos, retirando aquilo que considera inconveniente, substituindo pedaços por outros que acha mais aprazíveis e assim por diante.
Idéias completamente distantes, sem nenhuma correlação, vão se aproximando, se amoldando, se transformando “a gosto do freguês”.
No Estado de São Paulo, por exemplo, há um templo Shingon, na cidade de Suzano, onde se encontra uma imagem de “Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida” ao lado dos altares budistas.
“Nossa Senhora” é a representação da mãe de Jesus, ou seja, segundo o cristianismo, é a mãe do deus encarnado que veio ao mundo para remir a humanidade de seus pecados.
Isso envolve várias crenças sérias:  a) A humanidade é portadora de um pecado universal que precisa ser remido; b) Esse pecado é o pecado do primeiro homem, Adão; c) deus, cheio de misericórdia para com a humanidade pecadora, se encarnou; d) deus é uno, mas é composto de três pessoas, tanto que uma delas, o Filho, se transformou em homem para salvar a humanidade decaída; e) A mulher que serviu de instrumento para parir ao deus encarnado é “imaculada”, ou seja, não foi tocada pelo “pecado de Adão e Eva” (veja-se o título “da Imaculada Conceição”);f) Os relatos contidos nos livros sagrados dos cristãos são verídicos; g) As crenças em relação aos poderes “milagrosos” da imagem de terracota “aparecida” no Vale do Parnaíba são verídicos, ou seja, ela realmente tem poderes...
Mediante tudo isso, perguntamos: O que isso tem a ver com Budismo? Qual a relação entre as exposições doutrinais dos sutras e de toda a longa Tradição Budista com essas crenças cristãs? O que faz um templo budista, que deveria ser repositório dos ensinamentos do Dharma, abrigar todas essas crenças de forma implícita, ao colocar uma imagem cristã em um de seus altares?
A resposta é simples: Na verdade, não se crê no Dharma Budista e também não se crê no Catolicismo...Tanto faz.
Da mesma forma, no principal templo zen da Cidade de São Paulo, Busshinji, há uma forma verdadeiramente bizarra de sincretismo religioso: “Kannon Aparecida, o Bodhisattva da Paz Universal”.
A invenção é baseada no sincretismo dos “Kakure Kirishitan”, ou seja, nos “cristãos secretos” do Japão Feudal, apesar da florida explicação dada aos crédulos freqüentadores do templo.
Como o cristianismo era perseguido no Japão , os cristãos japoneses, para ludibriarem os perseguidores, começaram a chamar as imagens do Bodhisattva Kannon de “Maria Kannon”, ou seja, usavam imagens budistas para cultuar a santa católica.
Eles não eram budistas. Tanto não eram que muitos preferiram morrer do que abandonar o cristianismo. Só se utilizavam de um subterfúgio...
Agora, qual é a desculpa do Busshinji? Aproximar Kannon dos brasileiros?
Isso é um imenso desserviço ao Budismo. Os “convertidos” ao Budismo, em sua imensa maioria, trazem uma mentalidade cristã arraigada, apesar deles mesmos não perceberem.  Vivem tentando filtrar as doutrinas budistas através de suas lentes cristãs e, para “ajudar” no processo de confusão total, chega um japonês que devia lhes ensinar o Budismo e estabelece um culto sincrético, como se Kannon fosse um tipo de “Nossa Senhora” no Budismo, desprezando todo o repertório confuso de crenças que os convertidos já tem...
Dessa maneira, a coisa toda vira uma confusão total. Buda vira “Deus”, Kannon vira “Nossa Senhora”, os vários bodhisattvas viram “santos”, as leituras do Dharma são chamadas de “Missa” e os monges de “padres”...Não, caro leitor, não estou sendo irônico, é exatamente assim que chamam as coisas dentro da maioria dos templos budistas.
Há “budistas” que chegam ao disparate completo de chamarem Jesus de “o Buda Jesus” e eu já ouvi até “o Buda Chico Xavier”...
Ora, se Jesus era um “Buda”, o que há de mais em cultuar a mãe desse “Buda”? E se Chico Xavier era também um “Buda” o que ele acreditava e escrevia (reencarnação, mediunidade etc.) também é “Budismo”, não é mesmo?
E assim, de mistura em mistura, acreditam estar praticando o “Dharma”...
De um terceiro lado, temos aqueles que se opõem à estas coisas, ou seja, os tradicionalistas, perenialistas etc...
No entanto, também nesse meio estão os farsantes, os mentirosos, os imbecis de todo gênero e sabor.
O falso tradicionalista só adota pontos da Tradição que lhes são convenientes, ou seja, cuida de falsear aqueles que lhe contradizem.
Adora citar autores que não leu ou que conhece só de “orelhada”.
Cita frases sem contexto, sem data, traduções de traduções, preferindo confiar na “Wikipédia” do que nos textos originais.
Sendo assim, “monta” as tradições como lhe convém e, desse boneco de retalhos, faz a sua própria “Tradição Perene”...
O pseudo-tradicionalista não gosta de ter seus erros apontados. Se não tem mais argumentos, parte para o ataque pessoal, arranca os cabelos e diz que o outro é um ‘moderno’, um ‘revisionista’ ou que não entende nada do que está falando...
Outra característica do pseudo-tradicionalista é a dissociação entre teoria e prática. Ele , ao menos teoricamente, acredita em uma coisa, mas faz outra completamente diferente.
Dizendo acreditar em valores como honra, dignidade, decência, valor, virilidade, justiça etc., vive a mentir, a atacar a honra alheia na certeza de que não será retaliado, a se cobrir com um manto confuso de idéias que consegue juntar ateísmo pseudo-racionalista, evolucionismo darwiniano, psicanálise e psicologia junguiana, esquerdismo, ecumenismo, pacifismo etc., com Tradição.
Conheci personagens verdadeiramente especializados em viver submersos num mar profundo de contradições.
Em salas fechadas, eram tradicionais, monarquistas, gibelinos, atacando com veemência aos ‘inovadores’, aos ‘falseadores’ e afirmando com garbo suas próprias posições.
Bastava que alguém abrisse a porta e os chamasse para o próximo encontro “inter-religioso” onde se uniriam com espíritas, teosofistas, maconheiros, clube dos travestis e outras coisas do gênero, para que eles se levantassem sorrindo, sem a menor sombra no semblante e seguissem para o evento em questão.
Outros, dizendo que a “tradição é universal” acham lícito se enfiarem em todas as religiões possíveis de uma só vez. Sendo assim, pela manhã são “budistas”, à tarde vão à Igreja Ortodoxa e de noite participam de uma roda de Umbanda. Aí, quando podem, são iniciados em todas as tradições possíveis, como se isso contasse pontos em seu “currículo espiritual”. É comum acharem esses tipos querendo dar ‘lições’ e dizendo: - Eu sou iniciado no taoísmo pelo mestre Sen Xu Tian, no budismo pelo Lama Ketshup Rinpoche, no hinduísmo pelo guru Shavaskananda, na Umbanda pelo Pai Boca de Sapo, no Candomblé pelo Baba Motumbo Rôla, fui monge do Monte Athos por dois meses ordenando por Dom Xarlatanidis , no Zen pelo Monge Fujiro Nakombi , no Shingon pela monja Takaropau Nogato e ainda tenho meu próprio centro espírita chamado de “Lucius”que é um espírito que eu “incorporo”.
Desnecessário dizer o verdadeiro pandemônio da mente de pessoas assim...
Em outras palavras, de todos os lados é necessária uma extrema precaução. Esses tempos difíceis, muito difíceis.
 
Fonte:http://chakubuku-aryasattva.blogspot.com.br/

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