COM PÉS MUITO VELOZES DE BARRO - MAURO SCHORR(ORUA)



"Olhando escondidas artérias que chegam de longe ao ser cidade, que lhes trazem vida abundante, com suas águas preciosas azuladas, por outro lado, se vêem imensas veias carburadas, esburacadas, gastas, que as chamam de estradas e rodovias, veias que ao anoitecer, possuem milhares de pontos minúsculos vermelhos, serão glóbulos ou hemácias poluídas os seus carros, que carregam perigosamente seus núcleos centrais, as consciências atômicas humanas?"

Este artigo é visionário, bem atual, como uma conversa de outro mundo sobre agricultura, meio ambiente, transporte, religião e política, é desconcertante por que é simples e direto, busca mesmo é soluções emergenciais, para a gente abrir e revirar os olhos, esticar os braços, soltar as asas, saltar e voar para outras dimensões possíveis. Estão convidados, para mergulharem na noite das noites, e se aquecerem no coração do Sol Central, basta respirarem fundo e ir em frente, com vontade!

Me ajudem a refletir sobre nossa sociedade da antiga a moderna:

Uma civilização que viveu com guerras o tempo todo, o poder dirigido por homens egoístas e ambiciosos, o que construiu hoje:




Introdução a Problemática da Crise das Inutilidades
Por exemplo, a expansão do império romano e seus valores capitalistas se sofisticaram após 2.000 anos de história, construindo um novo império industrial competitivo e corporativo, de informação, de concentração de terras, capital, poder político e sua intensiva exploração. Culturalmente temos hoje tentáculos sombrios dirigindo a vida humana neste planeta, onde novas escalas de seus fúteis negócios são bombardeadas constantemente na mídia concentrada, formando um mar de inutilidades, poluições ecológicas, mentais e espirituais, muito distantes realmente de nossa real necessidade como espécie e como seres divinos a serem despertos em toda a plenitude.

Estamos sendo convidados a não podermos mais alcançar a plenitude em nossas vidas e em nossa cultura desta forma, e a vivermos dentro de uma liberdade controlada e vigiada, que acoberta a impunidade dos dirigentes deste enorme e conservador processo.

De certa forma, o eixo central da crise econômica atual, pode ser explicado pela excreção sem sentido, deste imenso mundo de inutilidades, que tem seu imenso preço e custo para nosso planeta e para a paz e harmonia a nossa evolução. Para as coisas sábias e essenciais, nunca há crise e nem carência ou crise nenhuma, e lamentávelmente, nem recursos existem ou investimentos sérios são feitos.

A disseminação dos ogms, organismos geneticamente modificados ou transgênicos, põem em risco toda a segurança alimentar do planeta, e fazem dependermos da boa vontade dos USAID e de suas empresas multinacionais, todos membros de uma mesma família muito perigosa a nossa ética, justiça, democracia e liberdade. Una-se ainda a propaganda e o consumo de coca-cola, Mac Donalds, rede Walt Mart, festas raves, hip-hops egocêntricos, cervejolândias, oktoberfests, uso e comércio de drogas e armas, super valorização do futebol, beisebol, rock pesado e outras ações de mercado de massa, temos o reflexo de como anda o planejamento dos atuais grupos como G7, Clube de Roma, trilaterais, ou outros nomes, chefiados por homens iguais como nós, mas que detêm o poder maior econômico que os governos de centenas de países.

Então, denota-se a nova ordem e complexidade da expansão do capitalismo e do seu paradigma mecânico-nano-nuclear industrial neo-liberal, agora complexado pelo nanotecnologia, biotecnologia e energia nuclear, e o que sobra é a busca do restante da sociedade de soluções para atenuar o seu concentrado, obscurecido e perigoso poder.



Uma Agricultura Extensiva Antropocêntrica e não Biocêntrica
Atualmente o agronegócio prefere faturar R$ - 300.00 (reais) a mais por hectare no RS, plantando milho transgênico, esquecendo que esta genética perigosa poderá contaminar todas as outras espécies de milho existentes há séculos e adaptadas ao seus micro climas e realidades culturais coloniais e mais orgânicas, a maioria seculares. O plantio deste milho foi proibido na Europa em abril de 2009.

Depois da contaminação das lavouras tradicionais, ainda os agricultores poderão ser processados pelas empresas transacionais por possuírem genes de seus cultivares artificiais, justamente os que os invadiram!

E pesquisas sobre estes milhos ogms deveriam ter 10 anos pelo menos sobre a nutrição humana, mas somos nós que nos tornaremos cobaias consumidoras a serem perigosamente pesquisadas e medicadas depois. com os recursos, dos impostos vindos é da saúde pública e não das próprias empresas. Um novo seguro de vida pela utilização de novos produtos trans e remédios nanos deveriam ser legalizados nos diversos países, pondo limites e mais cuidados à essas novas descobertas e princípios a serem utilizados em maior escala. Muitos novos produtos são úteis, mas precisam de mais pesquisa e transparência.



A pergunta é: Tanto milho e alimentos assim para matar a fome de quem, se 2 % do mundo consomem 50 % das riquezas naturais e alimentares e 70 % não possui dinheiro e recursos para utilizar este milho ou alimentos, em se alimentar, passam fome mesmo! Ou seja, há muito desperdício, o problema não é a falta de alimentos, mas é a o excessivo consumismo de uma pequena porcentagem e a ignorância alimentar. Quem come demais, não sabe dos riscos de uma excessiva ou má nutrição. A média de peso de uma norte americana percebam, é de 75 kg! De cada 10 pessoas, 2 se alimentam por 5, e 5 possuem uma dieta abaixo do necessário e salutar. Ainda têm-se perdas de 30 a 40 % de tudo que é produzido, por que passam da validade de fabricação ou apodrecem se for perecível! E as grande lojas de alimentos, como megamercados, jogam tudo fora, e proíbem as pessoas de levar para casa ou doar para a filantropia, argumentando que há riscos de contaminação e enfermidades.

Se tivéssemos uma reeducação alimentar adequada, desde cedo sendo estudadas em escolas, no lar, nas religiões, políticas educacionais e de saúde, teremos um povo mais sábio e inteligente, que economizará bilhões em saúde pública e terá uma melhor qualidade de vida. No entanto só damos importância à nutrição saudável depois dos 20 anos de idade, e isso é uma minoria, ou quando ficamos muito e seriamente doentes. Podemos compreender a evolução espiritual de uma pessoa observando sua cultura e alquimia alimentar ou nutricional.



Para que os caras se matam para produzir monocultivos, arrebentando sua saúde e de seu ecossistema e planeta? Não basta verem a degradação do Oriente Médio, Europa, Nordeste do Brasil, os estados do sul como RS, Paraná e de SC. Esta fase de rapinadores e exploradores do ecossistema precisa ser deixada de lado, e a nova era que está nascendo é feita de reconstrutores naturais do nosso planeta, com uma visão de consórcios, sistemas agroflorestais, agrosilvopastoris, permacultura e agroecologia.


"A ação nefasta dos “gigolôs de gado” é ampla e cada vez mais destrutiva, para a ser humano e o meio ambiente. Senão, vejamos: no mesmo espaço ocupado por um boi para produzir 200kg de carne no período de 5 anos, pode-se colher 19 toneladas de feijão, ou 34 toneladas de milho, ou 32 toneladas de soja, ou 23 toneladas de trigo. E esses são números oficiais. A realidade dever ser bem pior. O pior de tudo é o seguinte. Se todos esses grãos fossem produzidos, metade deles seria destinada ao consumo animal. Isso mesmo! Pasmem irmãs e irmãos, metade da produção de grãos em nosso país vira ração animal. Como fazer a fome chegar a zero desse modo? 90% do milho produzido vira ração, 95% da aveia vira ração, quase toda a soja vira ração, quer dizer, bovinos, suínosa e aves passam muito bem, obrigado, enquanto o povo, é zero de alimentos, e o fome é 100%. Então, a fome pode ser zerada mesmo, mas não por uma questão econômica, mas, principalmente, por vontade política. É um absurdo. Para produzir 1 quilo de carne bovina são necessários 7 quilos de grãos.”

Geraldo Maia - Poeta e Agricultor Orgânico e Biodinâmico
É preciso compreender que o custo da reconstrução e potencialização do planeta está e será muito caro, e se continuar como está, talvez não tenha mais retorno, por que as políticas estão muito voltadas ao consumo e não o seu decrescimento qualitativo, sobretudo nos USA e no Brasil. Muitas pessoas da Europa alertaram para se economizar recursos e se primar por uma maior e nova qualidade, movimento chamado de slow food.

Onde há tanta soja, cana, milho, eucalipto, tabaco, monocultivos, não seria possível quebra ventos, cerca vivas, matas formando barreiras contra vento e erosão, aléias com adubos verdes como o guandu, frutíferas, ervas medicinais, cabras e seus queijos, bovinos e seu leite, pastos sombreados com alimentos, palmeiras, rotação com aves, apicultura, animais silvestres, mais famílias cooperativando e trabalhando juntas, mais pruridiversidade em todos os sentidos, muito alem da apenas desenvolvimentista e capitalística agricultura para exportação de nossos minerais, água, solo, ecossistemas? Imagine que em 1 ton de soja exporta-se 100 mil lts de água!

Estas pessoas que mantêm estas grandes fazendas falam que não possuem tempo e nem saúde para ler algo diferente, ou para amar qualquer coisa que não tenha relação com o seu desafio imenso, que é ter o lucro enorme do agronegócio e assim, pagar as contas vultosas dos insumos aos bancos e ao imenso e faraônico luxo de seus proprietários.

Trabalhar menos e ter mais tempo para a paz, a harmonia com o planeta, os ventos, os filhos, a sabedoria da meditação, pode ser a base de uma nova economia e cultura de maior qualidade e verdadeiramente sustentável. Saborear a vida, acalmar o tempo, ter coerência espiritual e profissional, há este espaço em uma civilização tão stressada em faturar o seu planeta?

Mas, as pesquisas denunciam que após 2 a 4 anos com ogms ou transgênicos, cai muito a produtividade e a incidência de invasoras aumenta, necessitando de maiores doses de Roundup, o herbicida da Monsanto. Isto é relacionado a resistência das ervas daninhas que aumenta, o que eleva o custo de produção e prejudica o meio ambiente. E é perigoso uma empresa deter as patentes de sementes imunes ao veneno mais vendido no mundo, e ainda ter participação e muito poder de controle na indústria mundial de armas pesadas e de guerras.

Conclui-se que não podemos pensar em manter e crescer um modelo antropocêntrico que explora intensivamente os ecossistemas, que não resgata adequadamente o carbono atmosférico, não represa as chuvas torrenciais dando valor devido as suas matas e florestas, não enche de energia vital os ambientes locais. Em 30 anos poderemos ter escassez de água e de minerais, para a agricultura e as grandes cidades e, sobretudo, o fim da família rural e das suas pequenas e diversificadas propriedades. Este processo está brutal e invisível, mas a venda do meio agrícola para grandes empresas, muitas como Nestlé, Coca-Cola, cada vez aumenta mais ano-a-ano.

Este é o enorme desafio: monocultivos que refletem muita luz, não protegem a umidade dos solos, precisam ser sombreados por sistemas arbóreos como os agroflorestais e a permacultura, sobretudo na Amazônia e no Cerrado, isto pode colaborar com a retenção e extração de carbono, diminuir a poluição, aumentar o fluxo de oxigenação e geração de energia vital para a atmosfera. Se tornam novas alternativas de combate a fome que podem surgir em várias formas, trazendo enfim uma maior segurança alimentar e novas alternativas de renda vultosas, que interessam aos demais municípios, estados e até países, fora o menor risco de segurança alimentar e a economia no transporte.







A meta da humanidade deveria ser direcionada a transformar este belo planeta num imenso jardim do éden, abundante e divino, uma utopia bem possível de ser implantada em todas as vertentes e variáveis possíveis.


MAURO SCHORR(ORUA)


Fonte:http://www.movmarina.com.br/

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