SOBRE A MEDIUNIDADE


 
A mediunidade é um canal entre nós e a dimensão espiritual. Ele pode ser de luz ou de sombras... Cabe ao médium iluminar esse canal com os valores mais nobres da vida, utilizando-o para a prática do bem... ou torná-lo em instrumento de interesses  rasteiros, gerando sofrimentos para si mesmo, nesta mesma vida e em futuras reencarnações.
Muitos médiuns, antes da sua reencarnação, aceitaram a tarefa mediúnica como opção de resgate de erros de vidas passadas. Por isso não se trata de pessoas diferentes, favorecidas ou desfavorecidas pela vida.
Mas todo aquele que comece a sentir sintomas que indicam mediunidade, deve começar a pensar com seriedade sobre o assunto.
Não é em vão que os poderes superiores nos dão faculdades mediúnicas. Elas existem para podermos entrar em contato com o mundo espiritual, receber notícias dos que se foram, esclarecimentos sobre a vida nessa outra dimensão, sobre as leis naturais e sobre todos aqueles “porquês” que tanto angustiam a alma humana. Mas existem principalmente como instrumentos para a prática do bem, no atendimento a espíritos sofredores e obsessores, no consolo aos aflitos de toda natureza e para alívio e cura de enfermidades do corpo e da alma.Sabe-se que a tarefa mediúnica é programada antes da reencarnação e, muitas vezes, ela representa uma troca nas formas de resgate kármico.
Extraído do site www.cincominutos.com.br
Costumamos chamar de médiuns aqueles que possuem a faculdade de percepção extrasensorial de maneira ostensiva.
A grande maioria dos médiuns já vem com os canais mediúnicos abertos, pois receberam uma preparação em seu corpo espiritual (perispírito ou corpo astral) no plano astral antes de reencarnarem para exercerem sua mediunidade. No entanto, por conta do véu de esquecimento de seu passado, muitos esquecem de seu verdadeiro propósito de vida ao virem como médiuns.
Assumiram o compromisso de exercerem sua mediunidade para saldarem seus débitos cármicos de prejuízos causados numa vida pretérita a muitas pessoas – encarnadas e desencarnadas.
Neste caso, a mediunidade é uma oportunidade de evolução e reparação de erros cometidos no passado.
A história revela grandes médiuns em todas as épocas e em todos os credos. Joana D’arc, desde pequena, escutava vozes (clariaudiência) no silêncio dos bosques, que atribuía a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais a incentivavam para se voltar a Deus e defender a França.
O filósofo grego Sócrates (séc. V a.C.) constantemente era orientado pelo seu guia espiritual: Desde minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um ser quase divino, cuja voz me interpela a esta ou àquela ação.
A Bíblia com o velho e o novo Testamento, é uma fonte riquíssima de fenômenos mediúnicos.
O apóstolo João mostra a possibilidade de comunicação entre os dois mundos (encarnados e desencarnados), mas nos alerta para a qualidade dessa comunicação: Não creias em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus (I João).
Sendo inerente ao ser humano, a mediunidade pode aparecer em qualquer pessoa, independentemente de idade, sexo, condição social, moral ou religião à qual se abrace.
Mas, mal orientada, principalmente em médiuns bem aflorados, pode acarretar problemas sérios em suas vidas.
É frequente receber em meu consultório médiuns rotulados pela psiquiatria oficial de esquizofrênicos, psicóticos, com transtorno bipolar (alternância de humor extremada), transtorno de humor (depressão, ansiedade, nervosismo, irritação, angústia etc.).
Desta forma, a ciência psicológica por considerar ainda a mediunidade como um fenômeno anômalo, rotula equivocadamente os médiuns como sendo portadores de distúrbios psiquiátricos.
Por conta disso, a maioria dos profissionais da área de saúde ainda não faz um diagnóstico diferencial entre um distúrbio mediúnico de um distúrbio psiquiátrico propriamente dito. Os sintomas clínicos mais comuns de uma mediunidade em desarmonia são:
1º) Sensação de peso na cabeça, na nuca e ombros;
2º) Nervosismo acentuado (irritação por motivos banais);
3º) Insônia, desassossego;
4º) Calafrios e arrepios constantes no corpo todo ou partes do corpo;
5º) Cansaço geral, calor (como se encostasse em algo quente);
6º) Falta de ânimo para o trabalho;
7º) Alternância de humor extremada: tristeza profunda ou excessiva alegria sem razão aparente.
Osvaldo Shimoda
www.stum.com.br
                                         


MEDIUNIDADE NA BÍBLIA

Realizada pelo site www.irc-espiritismo.org.br Notas: (Extraído da Revista Cristã de Espiritismo nº 29, páginas 12-17) Fonte: www.ippb.com.br

Mesmo proibida, pois geralmente era praticada com fins inferiores, a comunicação mediúnica é um fato bíblico. Dentre vários outros, a comunicação com os chamados “mortos” é um dos princípios básicos do espiritismo, inclusive, podemos dizer que é um dos fundamentais, pois foi de onde surgiu todo o seu arcabouço doutrinário. Na conclusão de O Livro dos Espíritos, Kardec argumenta que: “Esses fenômenos ... não são mais sobrenaturais que todos os fenômenos aos quais a Ciência hoje dá a solução, e que pareceram maravilhosos numa outra época. Todos os fenômenos espíritas, sem exceção, são a conseqüência de leis gerais e nos revelam um dos poderes da Natureza, poder desconhecido, ou dizendo melhor, incompreendido até aqui, mas que a observação demonstra estar na ordem das coisas”. Essa abordagem de Kardec é necessária, pois apesar de muitos considerarem tais fenômenos como sobrenaturais, enquanto que inúmeros outros os quererem como fenômenos de ordem religiosa, as duas teses são incorretas. A origem deles é espontânea e natural e ocorre conforme as leis que regem não só o contato entre o mundo material e o espiritual, mas toda a complexa interação que mantém o equilíbrio universal. Por isso não precisaríamos relacioná-los, nem mesmo buscar comprovação de sua realidade entre as narrativas bíblicas.


Primeiramente, selecionei alguns trechos com relação à sobrevivência do espírito, pois ela é a peça fundamental nas comunicações. Leiamos:
- Quanto a você [Abraão], irá reunir-se em paz com seus antepassados e será sepultado após uma velhice feliz. (Gênesis.15,15).
- Quando Jacó acabou de dar instruções aos filhos, recolheu os pés na cama, expirou e se reuniu com seus antepassados. (Gênesis 49,33).
- Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó. (Mateus 8,11).
- E, quanto à ressurreição, será que não leram o que Deus disse a vocês: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó”? Ora, ele não é Deus dos mortos, mas dos vivos. (Mateus 22,31-32).
Podemos concluir dessas passagens que há no homem algo que sobrevive à morte física. Não haveria sentido algum dizer que uma pessoa, após a morte, irá se reunir com seus antepassados, se não se acreditasse na sobrevivência do espírito. Além disso, para que ocorra a possibilidade de alguém poder “sentar à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó” teria que ser porque esses patriarcas estão tão vivos quanto nós.
Os relatos bíblicos nos dão conta que o intercâmbio com os mortos era um fato corriqueiro na vida dos hebreus. Por outro lado, quase todos os povos com quem mantiveram contato tinham práticas relacionadas à evocação dos espíritos para fins de adivinhação, denominada necromancia. O Dicionário Bíblico Universal a define como sendo “o meio de adivinhação interrogando um morto”. Babilônios, egípcios e gregos a praticavam.
Hetiodoro, autor grego do III ou IV século d.C., relata uma cena semelhante àquela descrita em 1Sm (Etíope 6,14). O Deuteronômio atribui aos habitantes da Palestina “a interrogação dos espíritos ou a evocação dos mortos” (18,11). Os israelitas também se entregaram a essas práticas, mas logo são condenadas, particularmente por Saul (lSm 28,38). Mas, forçado pela necessidade, o rei manda evocar a sombra de Samuel (28, 7-25): o relato constitui uma das mais impressionantes páginas da Bíblia. Mais tarde, Isaías atesta uma prática bastante difundida (Is 8,19): parece que ele ouviu “uma voz como a de um fantasma que vem da terra” (29,4). Manasses favoreceu a prática da necromancia (2Rs 21,6), mas Josias a eliminou quando fez sua reforma (2Rs 23,24). Então o Deuteronômio considera a necromancia e as outras práticas divinatórias como “abominação” diante de Deus, e como o motivo da destruição das nações, efetuada pelo Senhor em favor de Israel (18,12). O Levítico considera a necromancia como ocasião de impureza e condena os necromantes à morte por apedrejamento (19,31; 20,27).
Vejamos mais algumas passagens:
- Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não apreenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos. Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos; pois todo aquele que faz tal cousa é abominação ao Senhor; e por tais abominações o Senhor teu Deus os lança de diante de ti. Perfeito serás para com o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal cousa. (Deuteronômio 18,9-14).
Esta passagem diz respeito à adivinhação e à necromancia. Elas se encontram entre as proibições. A preocupação central era proibir qualquer tipo de coisa relacionada à adivinhação, não importando por qual meio fosse realizada, como fica claro pela última passagem onde se diz “... estas nações, ... ouvem os prognosticadores e os adivinhadores...”, reunindo assim todas as práticas a essas duas.

AS COMUNICAÇÕES E SUA PROIBIÇÃO

Por outro lado, a grande questão a ser levantada é: os mortos atendiam às evocações ou não? Se não, por que da proibição? Seria ilógico proibir algo que não acontece.
Teremos que tentar encontrar as razões de tal proibição. Duas podemos destacar. A primeira é que os espíritos dos mortos eram considerados, por muitos, como deuses. Levando-se em conta que era necessário manter, a todo custo, a idéia de um Deus único, Moisés, sabiamente, institui a proibição de qualquer evento que viesse a prejudicar essa unicidade divina. As consultas deveriam ser dirigidas somente a Deus, daí, por forças das circunstâncias, precisou proibir todas as outras.
A segunda estaria relacionada ao motivo pelo qual iam consultar os mortos. Normalmente, eram para coisas relacionadas ao futuro, como no caso de Saul, que iremos ver logo à frente, ou para situações do cotidiano, quando, por exemplo, do desaparecimento das jumentas de Cis, em que Saul, seu filho, procura um vidente para que ele dissesse onde poderiam encontrá-las.
A figura do profeta aparece como sendo a pessoa que tem poderes para fazer consultas a Deus ou receber da divindade as revelações que deveriam ser transmitidas ao povo. Em razão de querer a exclusividade das consultas a Deus é que Moisés disse: “Javé, seu Deus fará surgir, dentre seus irmãos, um profeta como eu em seu meio, e vocês o ouvirão”. (Deuteronômio 18,15).
Elucidamos essa questão com o seguinte passo: “Em Israel, antigamente, quando alguém ia consultar a Deus, costumava dizer: „Vamos ao vidente.. Porque, em lugar de profeta, como se diz hoje, dizia-se vidente.”(1Sm 9,9). O que é vidente (clarividente) senão quem tem a faculdade de ver os espíritos? Em alguns casos poderá ver inclusive o futuro; daí a idéia de que poderia prever alguma coisa, uma profecia, derivando-se daí, então, o nome profeta.
Podemos confirmar o que estamos dizendo aqui nesse parágrafo, peta explicação dada à passagem Deuteronômio 18,9-22:
Moisés não era totalmente contra o profetismo (mediunismo), apenas era contrário ao uso indevido que davam a essa faculdade. Podemos, inclusive, vê-lo aprovando a forma com que dois homens a faziam, conforme a seguinte narrativa em Números 11, 24-30:
- Moisés saiu e disse ao povo as palavras de Iahweh. Em seguida reuniu setenta anciãos dentre o povo e os colocou ao redor da Tenda. Iahweh desceu na Nuvem. Falou-lhe e tomou do Espírito que repousava sobre ele e o colocou nos setenta anciães. Quando o Espírito repousou sobre eles, profetizaram; porém, nunca mais o fizeram.
- Dois homens haviam permanecido no acampamento: um deles se chamava Eldad e o outro Medad. O Espírito repousou sobre eles; ainda que não tivessem vindo à Tenda, estavam entre os inscritos. Puseram-se a profetizar no acampamento. Um jovem correu e foi anunciar a Moisés: “Eis que Eldad e Medad”, disse ele, “estão profetizando no acampamento”. Josué, filho de Nun, que desde a sua infância servia a Moisés, tomou a palavra e disse: “Moisés, meu senhor, proíbe-os!” Respondeu-lhe Moisés: “Estás ciumento por minha causa? Oxalá todo o povo de Iahweh fosse profeta, dando-lhe Iahweh o seu Espírito!” A seguir Moisés voltou ao acampamento e com ele os anciãos de Israel.
Fica claro, então, que pelo menos duas pessoas faziam dignamente o uso da faculdade mediúnica (profeta), daí Moisés até desejar que todos fizessem como eles.
Outro ponto importante que convém ressaltar é a respeito da palavra espírito, que aparece inúmeras vezes na Bíblia. Mas afinal o que é espírito? Hoje sabemos que os espíritos são as almas dos homens que foram desligadas do corpo físico pelo fenômeno da morte. Assim, podemos perfeitamente aceitar que, exceto quando atribuem essa palavra ao próprio Deus, todas as outras estão incluídas nessa categoria.
Tudo, na verdade, não passava de manifestações dos espíritos, que muitas vezes eram tomados à conta de deuses, devido à ignorância da época, coisa absurda nos dias de hoje. Isso fica tão claro que podemos até mesmo encontrar recomendações de como nos comportar diante deles para sabermos suas verdadeiras intenções. Citamos: “Amados, não acrediteis em qualquer espírito, mas examinai os espíritos para ver se são de Deus,...” (1 Jo 4, 1)

JESUS E AS COMUNICAÇÕES

Disso pode-se concluir que era comum, àquela época, o contato com os espíritos. Podemos confirmar isso com o Apóstolo dos gentios, que recomendou sobre o uso dos “dons” (mediunidade), conforme podemos ver em sua primeira carta aos Coríntios (cap. 14). Nela, ele procura demonstrar que o dom da profecia é superior ao dom de falar em línguas (xenoglossia), pois não via nisso nenhuma utilidade senão quando, juntamente, houvesse alguém com o dom de interpretá-las.
Uma coisa nós podemos considerar. Se ocorriam manifestações naquela época, por que não aconteceriam nos dias de hoje?
Veremos agora a mais notável de todas as manifestações de espíritos que podemos encontrar na Bíblia, pois ela acontece com o próprio Cristo. Leiamos:
- Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, os irmãos Tiago e João, e os levou a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles: o seu rosto brilhou como o sol, e as suas roupas ficaram brancas como a luz. Nisso lhes apareceram Moisés e Elias, conversando com Jesus. Então Pedro tomou a palavra, e disse a Jesus: “Senhor, é bom ficarmos aqui. Se quiseres, vou fazer aqui três tendas: uma para ti, outra para Moisés, e outra para Elias.” Pedro ainda estava falando, quando uma nuvem luminosa os cobriu com sua sombra, e da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, que muito me agrada. Escutem o que ele diz.” Quando ouviram isso, os discípulos ficaram muito assustados, e caíram com o rosto por terra. Jesus se aproximou, tocou neles e disse: “Levantem-se, e não tenham medo.” Os discípulos ergueram os olhos, e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus. Ao descerem da montanha, Jesus ordenou-lhes: “Não contem a ninguém essa visão, até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dos mortos” (Mateus 17,1-9).
Ocorrência inequívoca de comunicação com os mortos, no caso, os espíritos Moisés e Elias, que conversam pessoalmente com Jesus.
E aí afirmamos que se fosse mesmo proibida por Deus, Moisés não viria se apresentar a Jesus e seus discípulos, já que foi ele mesmo, quando vivo, quem informou dessa proibição, e nem Jesus iria infringir uma lei divina. Portanto, a proibição de Moisés era apenas uma proibição particular sua ou de sua legislação de época. Os “partidários do demônio” ficam sem saída nessa passagem, pois não podem afirmar que foi o “demônio” quem apareceu para eles, já que teriam que admitir que Jesus fora enganado.
Podemos ainda ressaltar que, depois desse episódio, Jesus não proibiu a comunicação com os mortos. Apenas disse aos discípulos para não que contassem a ninguém sobre aquela “sessão espírita”, até que acontecesse a sua “ressurreição”. E se ele mesmo disse: “tudo que eu fiz vós podeis fazer e até mais” (João, 14,12)- os que se comunicam com os mortos estão seguindo o exemplo de Jesus. Os cegos até poderão ficar contra, mas os de mente aberta não verão nenhum mal nisso.
Quem já teve a oportunidade de ler a Bíblia, pelo menos uma vez, percebe que ela está recheada de narrativas com aparições de anjos.
Na ocasião da ressurreição de Jesus, algumas delas nos dão conta do aparecimento, junto ao sepulcro, de “anjos vestidos de branco” (João 20,12; Mateus 28,2), enquanto que outras nos dizem ser “homens vestidos de branco” (Lucas 24,4; Marcos 16,5). Isso demonstra que os anjos são espíritos, e que muitos podem até ter vivido na Terra. Até mesmo os nomes dos anjos são nomes dados a seres humanos: Gabriel, Rafael, Miguel etc.
Podemos concluir que realmente a comunicação com os mortos está presente na Bíblia, por mais que se esforcem em querer tirar dela esse fato.

Tipos de mediunidade:

Incorporação – Também chamada de “psicofonia” é o ato de dar a passividade para que espíritos se comuniquem com os demais através de seu corpo e principalmente que possa se manifestar verbalmente através do médium. É a mediunidade mais comum dentro dos centros de Umbanda. A grande diferença entre psicofonia e incorporação é que esta ultima vai além da “fala mediúnica” para afirmar-se como uma caracterização total da entidade com a matéria de seu médium. A entidade incorporada se comporta como se estive-se encarnada no corpo de tal médium.

Psicografia – É a escrita mediúnica, onde os espíritos escrevem através do médium. Que consagrou o médium Chico Xavier, apesar dele ter manifestado em vida quase todos os tipos de mediunidade (com mais de 460 livros psicografados pelos espíritos), característica dos nossos irmãos Kardecistas e que hoje tem aparecido na Umbanda através de nosso irmão Rubens Saraceni (mais de 70 livros psicografados e algo em torno de trinta editados).
Pictografia – Pintura mediúnica. Muito bem apresentada por Gaspareto. Clariaudiência – audição mediúnica, dom de ouvir a voz dos espiritos.
Clarividência – é a visão mediúnica, quando se vê o “mundo astral”.
Vidência – visão mediúnica com imagens que se formam mentalmente e que tem algum contexto com a realidade ou o mundo astral.
Inspiração ou irradiação – quando sutilmente e conscientemente o médium recebe comunicações do astral.
Desdobramento ou projeção astral – ainda conhecido como viagem astral é o ato de sair do corpo material com seu corpo perispiritual para realizar tarefa no astral, a maioria de nós a realiza naturalmente enquanto dorme, tem ainda pequena diferença da projeção mental em que apenas a mente, sem o invólucro perispiritual, vai até certo local buscar informações e viver certa experiência. Muito estudada e difundida por nosso irmão Wagner Borges (www.ippb.org.br), que faz “viagem astral” espontaneamente desde criança e ensina as pessoas a fazerem também.
Psicometria – É uma leitura do registro astral e temporal que fica em cada objeto revelando seu histórico.
Xenoglossia ou Glossolalia – É o ato de falar em outras línguas, como na noite de pentecostes.
Materialização – De pessoas ou objetos, acontece com médiuns que tem o dom de doar muito plasma de si próprio e o mesmo vai recobrindo o corpo perispiritual até que se veja nitidamente sua presença no mundo físico material (ficou muito conhecida através do médium Peixotinho, de Macaé – RJ, as realizou na década de 50; Chico Xavier também realizou algumas sessões com seu grupo e outras junto com o próprio Peixotinho.).
Existe ainda a materialização por transporte de objetos, um pouco diferente de plasmar, quando médium tem o dom de desmaterializar algo em algum local fisico e materializar em outro local. Muito conhecida através da médium Adelarzil (faz materializações no algodão).
Telecinesia – É o dom de realizar efeitos físicos como mover objetos ou apagar luzes.
Por Alexandre Cumino
www.ica.org.br

PARTE INTEGRANTE DO MATERIAL DE ESTUDO DO CURSO DE TEOLOGIA DE UMBANDA SAGRADA, O QUAL RECOMENDO A QUEM DESEJA SE APROFUNDAR NOS ESTUDOS DE UMBANDA.
INFORMAÇÕES SOBRE CURSOS ON LINE E CURSOS PRESENCIAIS: WWW.ICA.ORG.BR
A MEDIUNIDADE NA ANTIGUIDADE
Fonte: Revista Cristã de Espiritismo nº 12, páginas 20-24

Os fenômenos mediúnicos não são recentes, pois fatos históricos mostram registros de manifestações entre os povos antigos.
Edvaldo Kulcheski

Certas pessoas consideram, sem razão, a mediunidade um fenômeno peculiar aos tempos atuais, enquanto outras acreditam ter sido inventada pelo Espiritismo.
A fenomenologia mediúnica, entretanto, é de todos os tempos e de todos os países e religiões, pois desde as idades mais remotas existiram relações entre a humanidade terrena e o mundo dos espíritos. A faculdade mediúnica sempre existiu, desde o surgimento do homem na face da Terra, pois se trata de uma faculdade inerente ao seu espírito. A humanidade tem sido guiada, desde sua origem, por leis do mundo oculto já comprovadas na face do orbe, graças a essa faculdade mediúnica inata no primeiro espírito aqui encarnado. Os fenômenos mediúnicos, no passado remoto, eram tidos como maravilhosos, sobrenaturais, sob a feição fantasiosa dos milagres que lhe eram atribuídos em razão do desconhecimento das leis que os regem. Aqueles que podiam manter intercâmbio com o mundo invisível eram considerados privilegiados.

A MEDIUNIDADE NO HINDUÍSMO

A relação entre os mundos material e espiritual tem sido registrada em todas as épocas da humanidade. Como exemplo, temos o Código dos Vedas, o mais antigo código religioso que se tem notícia, onde se encontra o registro da existência dos espíritos: "Os espíritos dos antepassados, no estado invisível, acompanham certos brâmanes, convidados para cerimônia em comemoração dos mortos, sob uma forma aérea; seguem-nos e tomam lugar ao seu lado quando eles se assentam".
Desde tempos imemoriais, os sacerdotes brâmanes, iniciados nos mistérios sagrados, preparavam indivíduos chamados "faquires" para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, entre outros, além do treino para a evocação dos Pitris (espíritos que vivem no espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram reservados somente àqueles que "apresentassem 40 anos de noviciado e de obediência passiva".
A iniciação entre os brâmanes comportava três graus.
No primeiro, eram formados para se encarregar do culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se a eles comentar os três primeiros livros dos Vedas, dirigir as cerimônias e cumprir os sacrifícios.Os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo, eram seus diretores imediatos.
O segundo grau era composto dos "exorcistas, adivinhos e profetas evocadores de espíritos", que eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.
No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão e quando o faziam, era sempre por meio de fenômenos aterrorizantes e de longe.

A MEDIUNIDADE NO ANTIGO EGITO

No Egito antigo, os magos dos faraós evocavam os mortos e muitos comercializavam os dons de comunicabilidade com os mundos invisíveis para proveito próprio ou dos seus clientes, fato esse comprovado pela proibição de Moisés aos hebreus: "Que entre nós ninguém use de sortilégio e de encantamentos, nem interrogue os mortos para saber a verdade" (Deuterônimo).
De forma idêntica às práticas religiosas da antiga índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados, sob o mais profundo mistério e rigorosamente vedadas à população leiga. A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e exigia-se o juramento de sigilo. A menor indiscrição era punida com a morte.
Saídos de todas as classes sociais, mesmo o das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores do Egito. Os reis por eles escolhidos e iniciados só governavam a nação a título de mandatários. Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.
Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia. É bem certo que eles evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas.
Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam largamente a sugestão, usavam a clarividência com fins terapêuticos e eram célebres pelas práticas de curas hipnóticas.
No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro egípcio, vamos encontrar o espírito daquele que um dia seria o codificador da doutrina espírita envergando a túnica sacerdotal e já detentor de sabedoria que o colocava como sacerdote preferido do faraó Ramsés II. O sacerdote Amenophis era médium de efeitos físicos, inclusive existem relatos sobre as sessões de materialização que eram realizadas naquela época.

A MEDIUNIDADE NA SUMÉRIA, BABILÔNIA E GRÉCIA ANTIGA

A medicina entre os sumerianos era um curioso misto de ervanaria e magia, cujo receituário consistia principalmente em feitiços para exorcizar os maus espíritos que acreditavam ser a causa das moléstias.
Já os babilônios primitivos viviam cercados de superstições. Acreditavam que hordas de espíritos malévolos se escondiam na escuridão e cruzavam os ares, espalhando em seu caminho o terror e a destruição, para os quais a única defesa eram os sacrifícios e os sortilégios mágicos.
Se o antigo povo babilônio não inventou a feitiçaria, foi ao menos o primeiro a lhe dar um lugar de grande importância, a ponto do desenvolvimento da demonologia e da bruxaria terem exigido leis que prescreviam a pena de morte contra seus praticantes. Há provas de ter sido muito temido o poder dos feiticeiros.
Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Todos os templos possuíam as chamadas "pitonisas", encarregadas de proferir oráculos evocando os deuses, mas às vezes o consultante queria ele próprio ver e falar com a "sombra" desejada e, como na Judéia, conseguia-se colocá-lo em comunicação com o ser ao qual desejava interrogar (Delane, 1937).

A MEDIUNIDADE NOS CELTAS

Os celtas, povo pré-histórico que se espalhou por grande parte da Europa entre os séculos XXI e I a.C., atingindo o maior poderio do século VI ao III a.C., possuíram grupos fechados de sacerdotes especializados em comunicações com o além, chamados de "druidas".
A escolha dos futuros sacerdotes era feita entre a classe aristocrática e, desde criança, já se submetiam à rigorosa disciplina e intenso aprendizado junto aos druidas mais velhos. A sabedoria druídica já admitia a reencarnação, a inexistência de penas eternas, o livre-arbítrio, a imortalidade da alma, a lei de causa e efeito e as esferas espirituais.
Segundo o espírito de Zéfiro, aproximadamente no ano 100 a.C., Denizar Rivail foi um chefe druida. Marcou tanto essa etapa reencarnatória, que o codificador decidiu assinar suas obras espíritas com o nome de Allan Kardec.

ORÁCULOS GREGOS E ROMANOS

Mediante a invocação de poderes sobrenaturais, o homem sempre recorreu a vários tipos de adivinhação. No mundo greco-romano, um dos meios mais difundidos foram os oráculos, que eram as respostas dadas pelos deuses a perguntas para eles formuladas, de acordo com determinados rituais executados por uma pessoa que atuava como médium ou pitonisa. Os oráculos eram núcleos de intercambio medianímico onde trabalhavam sibilas, pítons e pitonisas. Gente de todas as classes sociais, inclusive autoridades públicas, visitavam estes lugares e recebiam orientações das mais diversificadas. O termo refere-se também à própria divindade que respondia e a seu intérprete, bem como ao local onde eram dadas as respostas.
Os templos ou grutas destinados aos oráculos eram numerosos e dedicados a diversos deuses. Os rituais variavam dos mais simples, como tirar a sorte, aos mais complexos. Antes da consulta, a pitonisa e o consulente banhavam-se na fonte Castália, depois ela bebia água da fonte sagrada de Cassótis e entrava no templo, onde o deus era invocado por meio de um ritual. Em seguida, sentada numa trípode, entre vapores sulfurosos (enxofre) e mascando folhas de louro (a árvore sagrada de Apolo), entrava em transe ou "delírio divino", quando transmitia as palavras do deus. A mensagem era anotada e interpretada pelos sacerdotes, que a passavam ao consulente frequentemente na forma de versos.
As pessoas, após o contato com os espíritos, passavam por uma limpeza com enxofre. As emanações dessas substâncias tinham como função descontaminar as pessoas pela destruição dos miasmas ou fluidos deixados pelos mortos.
O mais famoso oráculo da antiguidade foi o santuário de Apolo em Delfos, localizado nas encostas do monte Parnaso, no golfo de Corinto, na Grécia. Embora sua existência já fosse conhecida por Homero, sua fama só se difundiu entre as comunidades helênicas nos séculos VII e VI a.C., quando começou a ser consultado por legisladores e chefes militares.
Na Grécia existiam muitos outros, mas se destacavam mais o oráculo de Zeus em Dodona, no noroeste, o oráculo de Epidauro, com o deus Asclépio, e o oráculo de Anficléia, com o deus Dioniso. Os oráculos sibilinos consistiam em profecias realizadas por mulheres chamadas sibilas. As mais famosas eram a de Eritréia e a de Cumas.
Os romanos também tiveram os seus oráculos, chamados arúspices, que interpretavam as disposições dos deuses pelo exame das vísceras de animais sacrificados ou pelos fenômenos da natureza, como raios, trovões e eclipses. A expansão do cristianismo pôs fim à atividade dos oráculos.

A MEDIUNIDADE NA BIBLIA

A Bíblia, com o Velho e o Novo Testamento, é uma fonte riquíssima de fenômenos mediúnicos. A tão propalada proibição de Moisés à evocação dos espíritos é uma das maiores confirmações sobre a existência da mediunidade.
Um caso de escrita direta é relatado por Daniel (5:5), ao afirmar que, "por ocasião em que se realizava um banquete oferecido pelo rei Balthazar (filho de Nabucodonosor), ao qual compareceram mais de mil pessoas da corte, no momento em que bebiam vinho e louvavam os deuses, apareceram uns dedos de mão de homem e escreviam defronte ao candeeiro, na caiadura da parede do palácio real; e o rei via os movimentos da mão que escrevia".
Há também os casos de levitação. O que se dá é que os espíritos operantes envolvem a pessoa ou coisa a levitar em fluidos, isolando-os, assim, do ambiente físico. A ação do espírito sobre o material a levitar se realiza pela utilização das suas próprias mãos, convenientemente materializadas ou condensadas. Ezequiel (3:14) diz: "Também o espírito me levantou e me levou consigo; e eu fui cheio de amargura, na indignação do meu espírito; porém a mão do Senhor estava comigo, confortando-me". O mesmo Ezequiel (8:2) afirma: "Olhei e eis uma figura como de fogo; Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o espírito me levantou entre a terra e o céu, e me levou a Jerusalém em visões de Deus".
Um caso de incorporação aparece em Jeremias (39:15), quando diz: "O profeta da paz era médium de incorporação; quando o espírito o tomava, pregava contra a guerra aos exércitos de Nabucodonosor".
A vidência é exemplificada por Daniel (8:15), onde conta: "Havendo eu, Daniel, tido uma visão, procurei entendê-la e eis que se apresentou diante de mim com aparência de homem, veio, pois, para perto donde eu estava; ao chegar ele, fiquei amedrontado e prostrei-me com o rosto em terra; mas ele me disse: Entende, filho do homem, pois esta visão se refere ao tempo do fim". O mesmo Daniel (10:5) afirma: "Levantei os olhos e olhei, vi um homem vestido de linho, o seu rosto como um relâmpago. Só eu, Daniel, tive aquela visão; os homens que estavam comigo nada viram, não obstante, caiu sobre eles grande temor, fugiram e se esconderam, contudo ouvi a voz das suas palavras, e ouvindo-a, caí sem sentido, com o rosto em terra".
Por fim, o caso mais significativo de materialização foi de Moisés, que, mediante este fenômeno, recebeu do alto a Tábua dos Dez Mandamentos, manifestação de uma vontade superior visando o despertar moral dos povos.

EVIDÊNCIAS DA PRESENÇA ESPIRITUAL NA HISTÓRIA
O filósofo grego Sócrates, constantemente orientado pelo guia espiritual, revela-se precursor do Cristianismo. "Desde minha infância, graças ao favor celeste, sou seguido por um Ser quase divino, cuja voz me interpela a esta ou àquela ação". Os discípulos de Sócrates se referem, com admiração e respeito, ao amigo invisível que o acompanhava com muita freqüência.
Paulo de Tarso, às portas de Damasco, teve a visão do nazareno em perfeita configuração luminosa, convertendo se deste modo em apóstolo e medianeiro do Mestre. Na Biblia, Paulo deixa claro o intercâmbio entre os dois mundos ao afirmar: "Não extingais o espírito; não desprezeis as profecias; examinai tudo. Retende o que é bom" (I Tessalonicensses).
Também o apóstolo João mostra a possibilidade de comunicação entre os dois mundos, mas nos alerta para a qualidade dessa comunicação: "Não creais em todos os espíritos, mas provai se os espíritos são de Deus" (I João).
César, o grande imperador romano, esteve com a pitonisa Spurina, informando-se que no dia 15 de março algo muito grave aconteceria em sua vida. Na data prevista, César segue para o palácio e lá recebe 23 punhaladas, morrendo imediatamente.
Outro imperador romano, Nero, nos últimos dias de seu reinado viu-se fora do corpo carnal junto de Agripina e de Otávia, sua genitora e sua esposa, ambas assassinadas por sua ordem, que lhe pressagiaram a queda no abismo.
Jean Hus ou João Huss, nasceu em Husinec em 1369 (Allan Kardec desencarnou exatamente 500 anos após, em 1869). Estudou na capital francesa, formou-se bacharel em arte e teologia, obteve grande destaque como professor, foi nomeado deão da Faculdade de Filosofia e, posteriormente, reitor da Universidade. Foi profundamente impregnado pelas idéias de Wycliffe (futuramente, Leon Denis), professor da Universidade de Oxford (Inglaterra) e considerado um dos maiores sábios de sua época. Wycliffe chamava o papa de anticristo, mau sacerdote, corrupto e ladrão. Foi sob influência dessas idéias e vivendo esses problemas sociais e políticos que João Huss desenvolveu seu pensamento e se tornou um grande pregador, recebia grande inspiração espiritual ao pregar. Pelos desrespeitos às regras canônicas e morais que a Igreja praticava naquela época, passou a atacá-la publicamente, sendo condenado e executado pela Santa Inquisição.
Joana d´Arc, desde pequena, escutava vozes no silêncio dos bosques, que atribuía a São Miguel, Santa Margarida e Santa Catarina, os quais a incentivaram para se voltar a Deus e defender a França. Orientada pelas "vozes do céu", assume a missão de libertar sua pátria do jugo inglês e, guiada por essas vozes, reorganizou o exército francês e conduziu Carlos VII ao trono. Seu triunfo motivou inveja e intrigas que culminaram na sua captura. Foi perseguida como herege, submetida ao sacrifício inquisitorial e posteriormente condenada pelo fato de não querer negar essas vozes perante a Igreja. Mesmo no momento extremo, ainda afirmava ouvir os espíritos. Sua voz chegava até a silenciosa multidão, que escutava, aterrada, as suas preces e gemidos. Por fim, num último grito de agonia de amor, Joana disse: "Jesus". Posteriormente, a Igreja que a condenou e à qual Joana sempre foi fiel declarou-a inocente.
Mediunidade de Umbanda           
Escrito por Mãe Lurdes de Campos Vieira
Extraído do site www.seteluzesdivinas.org    

Mediunidade não é provação purgatória nem punição. É uma bênção, uma provação divina concedida ao espírito no momento em que reencarna. Se bem desenvolvida, é um eficiente recurso facultado pela Lei, para resgatar carmas, acelerar a evolução espiritual e harmonizar o ser com suas ligações ancestrais. Lembremos que os Guias Espirituais que acompanham um médium também estão em processo evolutivo.

A Umbanda é a religião fiel depositária dos antigos cultos realizados na natureza e seus rituais religiosos são sustentados pelos Tronos Naturais, os nossos amados Orixás, os Senhores da Natureza. O esclarecimento do processo mediúnico umbandista é fundamental, para que o médium de Umbanda perca seus medos, preconceitos e tabus e entenda o que o diferencia dos médiuns de outras religiões.

Numa corrente espiritual de Umbanda, o médium é o importante elo de comunicação entre o plano material e o espiritual, sob irradiação direta dos Orixás, dos quais ele recebe amparo e direção, mesmo que sua mediunidade de incorporação demore a aflorar ou nunca aconteça. O médium incorporante ou “cavalo” de Umbanda lida com várias incorporações diferentes, tornando-se um canal amplo. Ele é o ponto de apoio das entidades que se manifestam nas linhas de ação e trabalho, como os Caboclos, Pretos-Velhos, Baianos, Exus e outros, em sua luta ferrenha contra poderosos agrupamentos e falanges do astral negativo.

O espírito que virá com o compromisso da mediunidade de Umbanda, na preparação de sua reencarnação, recebe nos seus chacras um complemento de energia vital eletromagnética. Isso permitirá aos guias atuarem mais intensamente na região dos plexos, facilitando-lhes o domínio do corpo físico do médium e possibilitando-lhes assumir suas principais características gestuais e de linguagem. Esse complemento energético é fundamental, também, para que o médium umbandista possa suportar as difíceis tarefas de embate com os espíritos do astral inferior, o chamado submundo astral.

Na incorporação, é necessário o esforço de concentração do médium e do espírito, para que a rotação dos chacras de ambos atinja uma velocidade próxima e a sintonia necessária, para a percepção correta dos pensamentos e desejos do outro. No corpo físico, os chacras ou centros de força localizam-se em regiões que correspondem a áreas de grande concentração de feixes nervosos – os gânglios. A excitação do sistema nervoso, por meio da atuação nos chacras, promove as sensações que o médium sente. Os centros de forças, quando absorvem energias não afins, de pessoas ou de ambientes, ficam obstruídos e são necessários movimentos ritmados para desbloqueá-los e para dinamizar os campos eletromagnéticos.

As danças rituais da Umbanda criam as condições ideais para essa catarse energética. Há uma enorme interpenetração das vibrações do médium e do guia, pois, quando o padrão vibratório do médium é desestabilizado, seu espírito fica adormecido, momentaneamente paralisado, e o mentor adentra com facilidade em seu campo eletromagnético, adequando-o ao seu padrão e direcionando suas vibrações mentais. As incorporações na Umbanda são sempre ativas e ritmadas, pois as entidades que se manifestam são altamente brilhantes, luminosas, irradiantes e energeticamente sobrecarregadas, graças aos seus constantes contatos com os pontos de forças da natureza, onde estão “assentadas”.

Nos rituais de Umbanda, a percussão dos atabaques, juntamente com a entoação dos pontos cantados, criam uma sonoridade altamente vibratória e elevada, ativando o emocional e apassivando o mental consciente do médium, facilitando a incorporação. O chacra básico é estimulado, dando a devida e necessária sustentação para que ele possa girar dezenas de vezes, sem cambalear ou cair. Ao girar, as entidades incorporadas espargem energias positivas, magneticamente irradiantes, que vão anulando os negativismos acumulados no éter local.

Se um médium está bem preparado, com seus chacras equilibrados, alinhados e iluminados, os guias utilizam seu poder para atuar nos campos vibratórios dos consulentes e dos espíritos necessitados. Isso pode ser facilmente percebido nas tarefas de tratamento de espíritos sofredores. Muitos desses espíritos chamados sofredores são encaminhados para os templos umbandistas por equipes socorristas, que os acolhem após o desencarne ou os resgatam, recolhendo-os nos abismos, após a evolução necessária. Esses espíritos precisam incorporar, para serem “curados”, com a luz da vela branca e com o magnetismo, energia e vibração carnal do médium, pois a dor e o sofrimento físico se estendem ao corpo espiritual, até que o desencarnado receba o tratamento devido. Os mentores realizam a doutrinação, a orientação para a cura das dores do mental, mas os ferimentos do corpo espiritual são curados de imediato, quando um espírito sofredor incorpora num médium e absorve o seu magnetismo animal.

A mediunidade em geral tem eclodido para colaborar na luta contra a carga magnética inferior planetária, para a cooperação espiritual na redenção dos irmãos desencarnados, confortando os sofredores, comovendo os obsessores e orientando os irmãos confusos. Desenvolver a mediunidade significa passar por um aprendizado, por uma conscientização, para desobstruir as faculdades mediúnicas dos escolhos religiosos, dos tabus, dogmas e medos e elevar-se espiritualmente,  portando valores úteis e bons para oferecer ao próximo.

Médium de Umbanda, tenha confiança em nossa maravilhosa religião, eleve seu padrão mental e energético, faça sua reforma íntima e  cultive suas virtudes. Dê atenção à sua higiene física, moral e espiritual, para o bom desempenho de suas tarefas, e lembre-se de que a manifestação espiritual tem lugar e hora para acontecer. Integre-se a uma casa de confiança, estruturada no amor ao Divino Criador e aos Sagrados Orixás, e estude sempre.

Fonte: http://www.umbandadeluz.com.br

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